A primeira vez que o vi, eu tinha seis anos. Talvez tenha sido a mochila laranja com tantos chaveiros e broches de heróis. Talvez tenha sido a forma como ele sorria. Talvez tenha sido os olhos. Talvez tenha sido o som da voz, o som do riso. Talvez tenha sido a luz que veio com ele.

Bem, as respostas para os meus “talvez” eu provavelmente nunca saberei.

Eu não conseguia parar de olhá-lo. Não conseguia parar de pensar nele. Talvez tenha sido a alegria dele. Tolo fui ao pensar isto.

— Houve um mês que eu via o sol se pôr todos os dias! — ele me dissera, e um pouco depois acrescentou: —  Você sabe, quando estamos tristes demais, gostamos de ver o sol se pôr.

— No mês em que viu o pôr do sol todos os dias, você estava tão triste assim?

Ele nada me respondeu.

Naruto... Assim entendi, aos poucos, sua vidinha melancólica. Por muito tempo, você não tivera outra distração além da doçura do pôr do sol.

Talvez tenha sido a forma como ele via o mundo.

Talvez tenha sido as frases que ele dizia.

Me desculpem, mesmo, eu não sei descrevê-lo, eu não sei expressar-me tão intensamente, nem escrever palavras bonitas como ele. Sinceramente eu não acho que algum escritor poderá descrever Naruto Uzumaki.

Ele é luz, é paz. Eu não faço a menor ideia de como especificar isto.

Talvez tenha sido por estes e todos os outros talvez que eu não citei nesta curta história, que eu passei a minha vida inteira apaixonado por aquele menino.

Sasuke Uchiha