Amor & Ódio escrita por Flor Da Noite


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ei geeente, tudo bom?
Trouxe mais um capítulo.



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Uma semana e eu William nos falamos apenas em reuniões, não trocamos nem uma mensagem se quer. Eu não ia mais a casa dele, ele não me buscava ou me chamava para as coisas. E eu... bem, sou orgulhosa de mais para dizer alguma coisa. Porém essa situação toda está me matando. Confiei nele e ele já me deixou de lado, assim, tão rápido?

 

 - Bom dia.- Julliam sorri pra mim, e coloca um cappuccino na minha frente, lhe respondo tentando sorrir o máximo que posso.- Trouxe alguns desenho para você ver.

 

 - Sério? Onde estão?-  ele me entrega os desenhos e eu pego um da pilha com cuidado, é uma Phoenix, carregada no máximo de realidade que se pode aplicar a algo que não existe de verdade.- Fantástico.- pego o próximo e é uma garota bonita e sorridente, sentada na areia de uma praia.- Quem é essa?

 

 - Minha namorada.- ele diz orgulhoso.- É uma das pessoas que mais amo no mundo.

 

 - Isso é lindo.- sorrio melhor, aquele garoto é realmente uma graça. Vejo os desenhos um por um, cada um mais lindo que o outro. Até que vejo um último, é um garoto e uma garota se beijando sobre uma árvore na qual havia um desenho de um coração em seu tronco. Me lembro novamente do meu aniversário de 14.- Ei, desculpe perguntar... mas se importa de me dar esse último?

 

 - Não, é todo seu, sem querer ofender, mas os meus desenhos especiais ficam sempre guardados. Não gosto de mostra-los a ninguém além da minha namorada, parecem deixar de ser especial.- ele diz.

 

 - Sei como é, também faço isso.- digo me referindo aos meus quadros guardados no cofre. Eu não sou louca de ficar guardando coisas de valor no meu cofre, mas quando descobri que havia um no apartamento, comecei a usa-lo como esconderijo para as coisas que mais gosto.- Obrigada.

 

 - Não foi nada, você já está me ajudando muito.- tomo meu cappuccino.- Não está com o senhor Jeksforld? Da última vez ele não pareceu muito feliz em ver você falando comigo.

 

 - Não se preocupe, aquele mala é ciumento, ele não tem raiva de você nem nada.- lhe digo.- Além disso, ele não é o meu dono, não decide com eu falo ou não.

 

 - É, você está certa.- diz.

 

 - Acho que sim.- olho para fora e vejo alguém que conheço.- Tenho que ir, Julliam, obrigada pelo desenho.

 

 - até mais.- ele se despede e pega a nota que deixo em cima da mesa. Saio da cafeteria e vou de encontro com a pessoa.

 

 - Diego?- seus olhos verdes se encontram com os meus em surpresa.

 

 - Margo? Que bom ver você!- sorri, nos abraçamos como velhos amigos. A história de Will me vem na cabeça como uma rajada de vento, mas a afasto com a mesma velocidade, o jeito seco como ele anda me tratando não deixa que minha confiança nele se erga novamente.

 

 - Sim, é ótimo vê-lo também, está a trabalho?

 

 - Infelizmente, quase não tenho tido tempo de andar pela cidade.- suspira.- Só agora que eu consegui uma horinha livre. Porque não vem dar uma volta comigo?- ele pergunta, olho no relógio minha reunião seria em uma hora e meia, podia ficar um tempo e depois pegar um helicóptero até a empresa. "Vai mesmo fazer isso com William?" uma voz na minha cabeça questiona acusadora.- Sei que está noiva, não se preocupe, não vou fazer nada.- diz erguendo as duas mãos. Dou um longo suspiro e cedo.

 

 - Acho que tenho alguns minutos.- digo por fim, ele sorri e começa a andar, o sigo. Observo algumas pessoas me olharem como se me reconhecem, mas não lhes dou muita atenção. 

 

 - Aliás, porque não me conta como aconteceu? Semanas atrás era tudo, 'só a trabalho' e agora já é casamento.

 

 - Queríamos manter em segredo, mas o casamento não teve jeito, acabou por ser revelado.- minto.

 

 - Então aquela vez não era apenas um a trabalho.

 

 - Bem, nós estávamos mesmo a trabalho, mas sim, já tínhamos algo.

 

 - Parece que cheguei tarde demais então.-solta um suspiro.

 

 - Parece que sim.- concordo em tom baixo.

 

 - Isso quer dizer que talvez eu tivesse uma chance?- pergunta com o olhar melancólico. Penso um pouco antes de responder aquela pergunta.

 

 - Antes talvez, mas não agora, não depois de Will.- lhe digo sinceramente, algo nada fácil de se fazer.

 

 - O detalhe é que William sempre esteve ali.

 

 - É acho que sim, acho que era pra ser desde o início. - dou de ombros olhando em seus olhos verdes. Ele se vira e encara algumas crianças.

 

 - Se William não tivesse me impedido de continuar... se tivesse me deixado passar, acho que poderíamos ter sido felizes juntos.- E essa foi a gota d'água. Vi naquele momento o que ele queria, queria inserir seu ponto de vista na história, queria me por contra William. Mas eu sabia, nunca teria sido feliz com Diego, não como eu estava com o Jeksforld.

 

 - Não sei, o 'e se' sempre existirá.- digo por fim.- Tenho que ir, o dever me chama.

 

 - Até mais Margo.- ele me abraça e me da um beijo na bochecha. Retribuo o abraço mas digo:

 

 - Adeus.- Devia ser aquilo, um adeus e não um até logo. Lhe dou um sorriso triste e então lhe dou as costas. Sinto um peso sair das minhas costas, eu era apaixonada por Diego, mas quem eu amava era o maldito do Jeksforld. Vejo meu celular tocar, o nome do citado aparece na tela, e apesar de tudo eu aperto ignorar, e faço isso com todas suas próximas chamadas. Eu estava tão leve, só queria continuar nesse estado de leveza. Apenas mando uma mensagem solicitando um helicóptero e vou andando até o local. Tudo parece no mais calmo e possível silencio, os carros e as pessoas ainda estão ali, mas não os escuto, só estão ali, distorcidos, formando um fundo incerto para minha mente que foca em sua paz.


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