Animal Spirit - Taehyung escrita por Izzy Dracula


Capítulo 1
Prólogo




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Narrador: Lianna Hyun.

— Mãe, eu queria muito estar no Havaí, a Coreia do sul não é para mim! - Resmunguei saindo zangada do metrô de Seul. —Os meus amigos estão todos no Havaí e apenas eu é que vou passar minhas férias aqui no oriente.

— Os seus avós não te vêem a muitos anos, faça uma forcinha e tente se divertir, um pouco! -Falou minha mãe passando protetor solar nas minhas bochechas. — Tenho certeza que eles ficaram muito felizes com a nossa visita surpresa.

— Elisa , minha filha estamos em uma viagem de família. -Disse meu pai carregando as malas até a porta de saída do metrô. —Prepare-se para o fuso horário e para sentir sono o dia todo.

Sorrindo discretamente, meus pais seguiram a alguns passos à minha frente. Foi quando tudo começou, subitamente um disparo de arma de fogo foi realizado, e em seguida mais alguns tiros. As pessoas começaram a correr fazendo com que eu me perdesse no meio da multidão agitada.

Algum tempo depois da confusão, os policiais sul coreanos  declararam que havia apenas duas vítimas do suposto atentado terrorista. As vítimas que estavam jogadas no chão na saída do metrô, se tratavam de Yang-Mi e Brian Hill, meus pais.  

[...]       

A chuva fina marcava a tarde fúnebre de inverno, que eu estava vivendo. Com aquelas pequenas caixas de madeira envernizada em minhas mãos que guardam as cinzas da minha família, eu prestava minhas últimas homenagens aos meus amados pais.

Meu coração estava frio, tomado pela tristeza do luto, as lágrimas se misturavam com as gotas de chuva. Aquela certamente seria a pior dor já sentida por mim, nada em minha vida seria comparado a experiência de perder meus pais naquele terrível atentado no metrô de Seul.

Aquilo era para ser apenas um viagem de férias em família, mas o tiroteio no metrô levou a vida dos meus pais, me deixando desamparada sobre a guarda dos meus avós maternos, eu não os conheço direito pois nasci e fui criada em Londres, ouvindo apenas as histórias contadas por minha mãe, uma mulher sul coreana.

— Minha menina, vamos para casa! -Falou minha avó segurando com delicadeza minha mão. — Você precisa sair dessa chuva.

Com um leve movimento de cabeça eu me despedi do memorial, acompanhei o casal de idosos, e entrei no carro que nos aguardava na saída do cemitério. O percurso que o motorista particular seguiu, foi feito em completo silêncio, meu avô era um ex militar de exército sul coreano, e pelo seu antigo cargo ele é reconhecido.

— A minha mãe sempre falou do quanto a sua terra natal era bonita… - Comentei quebrando o silêncio, recordando uma memória feliz. — Ela adorava contar sobre a lenda do grande lobo oriental.

— Foi meu pai que me contou essa história, e eu contei a para sua mãe. -Revelou meu avô com sua voz cansada. — A lenda do lobo e a deusa lua!

“A lenda do homem lobo dizia que, nos tempos da grande guerra sul coreana, um grupo de jovens guerreiros, invocou a deusa da lua e pediu a ela, força e poder para vencer seus inimigos e proteger seu povo… Mas o preço que esses guerreiros deveriam pagar era muito alto. A magia da deusa da lua os tomou, transformando os em belas e poderosas criaturas, no entanto esses homens não seriam capazes de voltar a forma humana, assim ficariam presos na forma de lobos, e somente uma vez quando a lua cheia brilha-se plena, as feras retornaram a assumir a forma de homem.”

O vento gélido junto com a chuva fina, nos acompanhou durante todo o caminho de volta para casa, fazia poucos dias que eu estava em Seul. E, o clima característico do inverno já era habitual. A casa dos meus avós ficava longe do centro da cidade, e muito próxima a uma área reflorestada pelo governo.  

Com minhas roupas completamente molhadas pela chuva, ao chegar em casa fui direto para o banho e lá fiquei aproveitando a água quente e ouvindo o som tranquilizante da chuva que caia no telhado. Já se passavam algum tempo que eu estava deitada na banheira quente, e sem perceber peguei no sono. Quando fui acordada por um longo e melodioso uivo vindo do lado de fora da casa em meio a floresta.

A névoa espessa estendia sua mão sobre o céu, os sons mais profundos da noite afogavam-se nos meus densos pensamentos, e minha imensa dor, aquela dor jamais seria expurgada do meu peito.  

— Senhorita Lianna, o jantar está na mesa. -Chamou Nara a governanta batendo na porta do meu quarto.

— Obrigada, Nara! -Falei enxugando minhas lágrimas saindo da banheira.

Com a toalha enrolada em meu corpo, fui a procura de roupas quentes dentro da minha mala, vestindo minhas roupas íntimas deixei a toalha de lado, dessa maneira logo encontrei um acolhedor blusão de lã vermelho, com algumas renas desenhadas em branco, e uma calça jeans preta.

Subitamente com a força do vento, a janela do meu quarto se abriu, e os sons da noite invadiram o local, um uivo agudo, um lamento profundo vindo da noite chamou minha atenção, aquele animal sofria seu chamado era forte carregava dor, algo que eu poderia sentir em minha pele. Novamente com as lágrimas molhando meu rosto me aproximei da janela com o propósito de fechar, entretanto em meio a forte neblina havia um animal, um lobo de pelos cinzentos  uivando.

Os meus lábios formaram um perfeito “O” e meu coração começou a pular em meu peito, o animal que estava embaixo da minha janela era lindo, forte. Ele estava resistindo a noite fria, chamando a lua uivando alto. Porém em questão de segundos eu poderia jurar que aquele lobo estava olhando diretamente para mim, antes de desaparecer nas sombras da noite; Ainda muito impressionada com a beleza do selvagem animal desço as escadas e ouço sem querer uma conversa dos meus avós.  

— Eu tenho quase a certeza de que a morte dos pais da Lianna não foi um acidente, eu mantive eles fora de Seul por muito tempo para os deixar seguros. - Resmungou meu avô em um tom baixo e sombrio. — Mas agora nossa neta voltou e o conselho vai caçá-la!

— A Lianna não é um animal! - Minha avó suspirou pesadamente. — Nossa neta é tudo o que nos restou!


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