— Eu acho que precisamos de mais leite. – Jenny pegou sua bolsa. – Me acompanha, Jethro?

— Claro. – Gibbs pegou o braço da noiva e eles saíram em direção à uma padaria na mesma rua.

Os dois trocaram olhares apaixonados e depois olhavam para as crianças brincando de bola na calçada. A bola acabou rolando para o meio da rua e Jenny correu para buscar.

Ela não prestou atenção no carro que vinha atrás e Gibbs, agindo em um impulso, correu e jogou Jenny para longe, acabando por ser atingido pelo automóvel. Ele voou no para brisa e depois caiu, batendo a cabeça.

Houve gritos por todos os lados e Jenny se levantou, sentindo seus membros doloridos. Ela tinha um corte no cílio e o sangue já escorria.

— Jethro! – Jenny se levantou, deixando os sapatos abandonados. – Meu amor, por favor. Alguém ligue para uma ambulância.

Jenny tocou o rosto de Gibbs, mas ele não acordou. Jenny deixou as lágrimas caírem enquanto ela segurava a mão de seu noivo.

— Senhora, precisa nos dar licença. – A enfermeira pediu com toda a gentileza. – Nós vamos cuidar dele.

— Por favor, não me deixe ficar longe dele. – Jen passou a mão pelo cabelo de seu amado. – Ele é tudo o que me resta.

— Jenny! – Abby correu para a diretora e se ajoelhou. – Vem comigo. Você vai poder ir na ambulância com ele.

— Você promete? – Jenny olhou para Abby. – Você promete que eu vou poder ir com ele?

— Sim, Jenny. – Abby a levou um pouco para longe para deixar os enfermeiros cuidarem de Gibbs. – Ele vai ficar bem.

Gibbs foi imobilizado com todos os apetrechos necessários para tal fim. Uma coleira para o pescoço e todo o resto.

— Senhora Shepard? – A EMT se aproximou. – Vamos levar o senhor Gibbs para o hospital, se você quiser vir conosco, pode vir, mas precisa ser agora.

— Eu vou com ele, sim. – Jenny entrou na ambulância e se sentou perto de Gibbs, continuando a tocar os cabelos dele. Ele parecia incrivelmente machucado e Jenny apenas suspirou. – Por favor, Gibbs. Você precisa voltar para mim. Para nosso bebê.

Ela deixou uma lágrima cair e então uma corrente de lágrimas começou, se transformando em soluços.

A mulher que cuidava de Gibbs na maca olhou para Jenny e para a mão dela na de Gibbs. Ela tinha verdadeira adoração pelo carinho que Jenny demonstrava com Gibbs.

— Ele vai ficar bem. – A moça disse. – Acredite em mim. Mesmo na idade dele, ele só quebrou o fêmur e teve umas lacerações. Você está bem?

— Eu só tenho esse corte. – Jenny mostrou o machucado.

— Vamos examinar você quando chegarmos no hospital. – Hellen anotou na tabela. – Você está grávida?

— Quatro meses. – Jenny tocou o ventre. – Eu ainda não tive a oportunidade de dizer a ele. Eu só descobri ontem.

— Eu prometo não contar. – A EMT disse e suspirou. – Chegamos.

Abby, Tony, Ziva e McGee estavam esperando já a ambulância chegar. Aparentemente, Ziva havia dirigido o que explicava a palidez de Tony.

Todos se afastaram e viram Gibbs sendo conduzido e Jenny sendo amparada. Ziva parecia prestes a quebrar o pescoço de alguém, Tony estava lentamente deixando o próprio corpo de medo. Abby, no entanto, olhou para o hospital enquanto Tim a abraçou.

— Ele é Gibbs. – Ele a levou para uma das cadeiras e a deixou chorar o quanto ela precisava. – E nós vamos colocar a pessoa que fez isso com ele e Jenny na cadeia.

— Cadeia é pouco. – Abby tinha sangue nos olhos e se levantou. – Eu quero trucidar esse cara, quebrar seu pescoço até ele morrer...

Todos olharam para a geralmente calma Abby desejando a morte de um ser humano. Mas dessa vez, ela tinha todo o direito.

— O agente Gibbs quebrou o fêmur e tem vários outros ferimentos. – O médico confirmou o diagnóstico feito. – Ele precisa de tempo.

— Ele vai ficar bem? – Jenny se levantou depois de ter um curativo feito na testa.

— Vai, mas vai ficar quieto por literalmente um mês. – O médico viu o leve sorriso que Jenny deixou escapar. – O que?

— Boa sorte para fazer o agente Gibbs parar por um mês. – Ela se divertiu, deixando toda a tensão sair. – Na próxima semana, eu vou pegar ele tentando descer no porão.

— Ele tem alguma atividade extracurricular? – O médico anotou e olhou para Jenny.

— Ele constrói barcos. – Jenny se levantou e deu um beijo na testa de seu noivo.

Tony finalmente recebeu a mensagem que esperava tanto no celular. Ele olhou para Ziva e McGee e achou que Jenny merecia estar na sala de interrogatório quando a motorista fosse trazida.

Aparentemente, ela era uma velha conhecida da equipe.

Abby ficou com Gibbs no hospital, enquanto Jenny foi com o restante do time para a agencia.

Olhando através do vidro, Jenny deixou a raiva subir. Ela estava de frente com uma mulher que odiava não só por ter tentando matar ela, mas por ter acertado Gibbs.

— Ex tenente Pam Kim. – Jenny entrou e se sentou afastada da mulher. – Aqui está você de novo.

— Eu deveria ter ido atrás daquela sua cientista idiota. – Pam respondeu. – Eu deveria saber que você e o agente idiota Gibbs iriam sobreviver.

Pam sentiu sua cadeira ser chutada e ela caiu no chão.

— Vagabunda. – Pam gritou. – Se acha esperta demais para quem subiu no bondinho agora, não é? Tony arruinou minha vida. De novo. Eu só queria que ele sofresse.

— Cale a boca e se sente. – Jenny se levantou e olhou para ela de longe. – Eu não estou em um bom dia para ouvir suas lamentações. Eu só quero olhar para você e dizer que você deveria ter tentado matar seu ex. – Ela respirou profundamente. – Eu quero um motivo para não pedir a pena de morte para a senhora.

— SENHORITA! – Pam gritou. – EU NÃO SOU MAIS CASADA PORQUE VOCÊS DA NCIS FODERAM COM A MINHA VIDA MAIS UMA VEZ.

Tony se afastou da janela de observação. Ele nunca mais se encontrou com Pam e não fazia idéia de o porquê tentar matar Gibbs e Jenny.

— Quando estive aqui, meu ex marido me perguntou o que vocês queriam. – Pam parecia ter se acalmado. – Então eu contei que achavam que eu tinha armado para o Tony. Nós tivemos uma briga, ele saiu de casa e eu passei seis meses observando o time todo e você e o agente Gibbs pareciam felizes demais.

— Eu tenho certeza que a cadeia vai ser a coisa mais horrível para você. – Jenny saiu da sala e olhou para um Tony chocado. – Por favor, Tony. Nunca mais namore uma mulher comprometida que pode se vingar. Eu não tenho mais idade para isso.

Tony sorriu e Jenny voltou para o hospital. Abby parecia estar tendo uma conversa em sinais com Gibbs e Jenny sorriu para a cena. Ela olhou para Abby, que sinalizou algo e logo deu um beijo na testa dela e saiu.

— Estou feliz que os dois estejam juntos. – Abby abraçou Jen e saiu para os braços de Tim.

— Estou feliz que tenha acordado. – Jenny se sentou ao lado dele. – Como vai?

— Irritado por ter que ficar um mês parado. – Gibbs ficou emburrado. – Mas feliz por você estar bem.

— Sim, nós três estamos bem. – Ela podia ver a confusão no rosto de Gibbs. – Jethro, lembra que eu estava feliz ontem de manhã?

— Oh, você está grávida? – Gibbs colocou a mão na barriga de Jenny. – O bebê está bem?

— Graças a você, sim. – Jenny arrumou uma mecha de cabelo dele atrás da orelha. – E esse mês vai ser perfeito porque eu já estou de quatro meses e aparentemente nenhum de nós sabíamos.

— Eu te amo, Jen. – Gibbs a beijou quando ela se curvou suavemente. – E eu te amo, bebê.

Todos os amigos entraram no quarto e receberam as boas novas.

O mês no foi perdido quando Gibbs tirou o gesso, o bercinho já estava quase todo feito e havia um pequeno berço com rodas todo feito em madeira por Gibbs e Jenny. Era importante e a filha deles estava chegando.

Quanto a Pam, ela foi condenada a 30 anos de cadeia por três tentativas de assassinato, direção perigosa e pelo assassinato do ex que mais tarde foi descoberto no assoalho da casa onde ela estava morando.