Casamento Arranjado escrita por Thalita Moraes


Capítulo 2
Capítulo 2




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Segunda feira depois do casamento, Edward foi até a empresa do pai de sua mulher, nervoso. Saiu de casa ajeitando a gravata de mil jeitos até Bella o puxar para dentro de novo e encher de beijos. Edward teve que fugir para conseguir ir trabalhar. No escritório, Edward mal entrou no escritório e Nelson sorriu para o genro.

— Como que foi a primeira noite de casado?

— Foi... Interessante. — Edward disse, com medo de ser sincero. Assim que Edward e Bella se casaram, eles fizeram amor pela casa inteira, até Bella cansar. Edward certamente não esperava que isso fosse acontecer. Ele esperava que ela fosse odiá-lo ou então, dormir em um outro quarto.

— Eu imagino que para você deva estar indo bem. — Nelson disse, inclinando a cadeira para trás, as mãos na cintura, interessado pelo rumo da conversa. Edward apenas sorriu nervosamente.

— O senhor disse que queria que eu viesse aqui. — Edward disse, tentando mudar de assunto.

— Por favor, senhor não. Vai me fazer me sentir velho de novo. — Nelson disse levantando-se da cadeira. — É Nelson pra você. Venha comigo, filho. Eu tenho algumas coisas para te mostrar.

Nelson levou Edward pelas salas, o apresentando como genro para todos. Edward não achou que Nelson fosse ser do tipo de se gabar por ter alguma pessoa por perto, mas aparentemente ele era, pois Nelson mostrou Edward como se fosse o próprio filho para quase todos os funcionários da empresa. No final do passeio, Edward já conhecia quase todo mundo que trabalhava lá. Nelson levou Edward para uma outra sala cinza com uma parede de vidro, podendo enxergar tudo o que havia lá embaixo, não muito longe da sua.

— Essa é a sua sala. — Nelson disse. — É próxima a minha, então, sempre que tiver algum problema você poderá vir até mim e me perguntar. Se assim você quiser, é claro.

— Espera, o senhor... — Edward disse e então viu que Nelson o olhou de cara de poucos amigos. — Digo, você está me dando um trabalho?

— Sim. — Nelson disse, sorrindo. — Eu estou oferecendo o cargo de Gerente Júnior da empresa. Eu obviamente sou o sênior.

— Nossa... Eu... — Edward gaguejou sem saber o que dizer. Ele já tinha um trabalho, ou mais ou menos, com seu pai. Como poderia dizer para ele que ia aceitar um trabalho em outro lugar?

— Tem muita coisa para pensar, eu sei. Mas eu gostaria de poder trabalhar com você, Edward. Você tem potencial. E eu acho um desperdício você continuar onde você atualmente está na companhia do teu pai. Você sabe o que fazer. Não esqueça, nós não somos mais concorrentes e sim parceiros. Você herdará a empresa do seu pai e, esperançosamente, no futuro, juntará as duas companhias em uma só.

Edward não sabia mais o que falar. Ele estava completamente zonzo pela quantidade de informações. E poder ver as pessoas que estavam na calçada, do vigésimo andar não ajudava.

— Pense nisso, filho. — Nelson disse. — Não o forçarei a tomar uma decisão agora. Mas eu estou me aposentando, e eu preciso de alguém para tomar o meu lugar para quando eu for para o meu resort.

Edward desceu o elevador, por pouco não desmaiou com falta de ar. Saiu do prédio, parando para olhar para cima uma última vez, pensando se Nelson não estava o observando de lá de cima. Entrou em seu carro e saiu.

Não muito longe dali, Edward parou o carro no primeiro lugar que achou logo depois da ponte. Edward não conseguia respirar. Saiu do carro, não se lembrando se tinha desligado o carro ou não, e foi até a ponte, observando a água e o enorme lago com a esperança de conseguir recuperar oxigênio. Ele estava hiperventilando, sentia as nuvens voarem ao redor de sua cabeça.

Ele não poderia tomar aquela decisão. Ele não sabia tomar decisões. Como poderia manter uma empresa? Agora, não só seu pai, mas também seu sogro, esperavam que ele um dia ficasse com as duas empresas. Ele não conseguia nem dar conta de uma, quanto mais duas. Ele não tinha um trabalho, ele tinha uma secretária que fazia o trabalho por ele. Edward não tinha a capacidade para tomar aquela decisão enorme agora.

E mesmo se decidisse, se ele escolhesse Nelson à seu pai, como seria a reação de seu pai? Ele não poderia desonrar a escolha de seu sogro. Poderia perder pontos por isso.

Ele não sabia quem escolher.

Edward decidiu voltar para sua casa, ele não conseguiria voltar à trabalhar naquela manhã. Ele não iria fazer muita coisa de qualquer jeito, qualquer decisão que precisaria ser tomada, Amanda faria no seu lugar. Então, resolveu se dar uma folga enquanto deixava a dúvida assolar sua mente pelo resto do dia.

Quando Edward entrou em casa, Bella o cumprimentou correndo para seus braços e lhe dando beijos.

— Eu não achei que você fosse voltar tão cedo. — Ela disse com um sorriso, quando viu que Edward não reagia da forma como ela queria, ficou preocupada. — O que aconteceu?

— Um problema no trabalho. — Edward disse, desvencilhando-se do toque de Bella e indo deitar no sofá enorme em sua sala. Bella sentou-se na ponta de sua cabeça, oferecendo o colo para que ele deitasse.

— Quer conversar sobre isso? — Ela perguntou, passando a mão no cabelo dele.

— Não muito. — Ele disse. — Não sei.

Bella ficou em silêncio.

— Seu pai me ofereceu um emprego na empresa dele. — Edward disse e Bella sorriu, mas antes que ela conseguisse dizer mais alguma coisa, Edward completou. — Mas eu já tenho um emprego na empresa do meu pai. Os dois querem que eu trabalhe para eles, eu não sei como poderei escolher! Um é meu pai, quem me criou e cuidou de mim toda a vida, e do outro lado é o seu pai, meu sogro. E, não sei, eu sinto que ele quer que eu aprenda coisas com ele.

— E qual você quer escolher? — Bella perguntou.

— Eu não posso escolher. — Edward disse.

— Porque não?

— Porque se eu escolher seu pai, o meu pai nunca mais vai querer falar comigo. Vai dizer que eu traí ele.

— Mas não é traição. As duas empresas agora são amigas, por isso nos casamos. — Bella disse. — Você, como herdeiro das duas empresas, deve saber como as duas funcionam.

— Mas eu não posso escolher...

— E porque não? — Bella o interrompeu. — Você tem o direito de escolher o que você quiser, Ed. Seu pai não pode te controlar pelo resto da vida. — Bella deu espaço para que Edward dissesse alguma coisa, mas ele se manteve em silêncio. — O que você quer?

Edward nunca recebeu aquela proposta antes em sua vida. Ninguém nunca o perguntou aquilo. O que ele queria. Ele não sabia. Não com certeza.

— Eu quero poder decidir coisas, quero poder tomar decisões.

— E onde que você acha que vai poder fazer isso? — Bella perguntou.

— No seu pai.

Bella sorriu e afagou o cabelo de Edward.

Edward nunca achou que fosse ser tão fácil tomar uma decisão. Talvez ele realmente precisasse dela em sua vida, e não somente para sexo, mas para conseguir um caminho na vida.

Um caminho que, talvez, ao seu lado fosse mais fácil. Edward não sabia o quão errado estava.

Quando comunicou ao seu sogro que aceitaria a proposta e quando começava, Nelson ficou estático ao saber que tinha conseguido colocar razão na cabeça de Edward. Ele poderia finalmente tomar decisões em seu trabalho. Seu pai coruja, que tentava limitar as suas escolhas para deixar sua vida cada vez mais fácil apenas tinha tornado a vida de Edward mais difícil ainda, transformando cada escolha em um parto. Ele não conseguia fazer escolha nenhuma sem antes pensar nos prós e contras, pesar, escrever, anotar, repensar... Talvez assim, com outra pessoa ao seu lado, fosse ser mais fácil.

As semanas foram passando e a comunicação entre Edward e seu pai simplesmente pararam. Eles não conversavam mais. Não ligavam, não se viam. As únicas pessoas que Edward via era sua esposa e o pai dela. E claro, todas as outras pessoas da empresa de seu sogro.

Um dia, num intervalo do trabalho, algum colega de trabalho o qual não é importante comentar, mostrou algo que ele denominou “interessante” para Edward.

— Essa aqui não é a sua esposa? — Ele perguntou mostrando a foto que haviam mandado para ele.

Edward olhou achando que fosse uma foto pelada, mas era pior. Bella estava sem blusa, porém seus seios não apareciam na foto, já que eles estavam completamente pressionados contra as costas de um rapaz que estava na sua frente, os dois sentados em uma moto, usando calças jeans, em uma propaganda para calças jeans. Não fazia sentido a propaganda, pelo menos os modelos eram bonitos.

Edward sentiu ciúme. Ele não sabia que ela fazia topless e agora que descobriu, sentiu-se enciumado. Queria conversar com ela sobre isso quando chegou em casa.

Bella estava deitada no sofá lendo uma revista quando Edward chegou. Ela estava tão concentrada na revista que nem percebeu que Edward tinha parado ao seu lado, esperando ela o perceber ali. Ela demorou para ver.

Edward agachou para ficar na mesma altura de visão dela e percebeu que os olhos de Bella estavam estáticos, em uma palavra apenas. Ela não estava lendo a revista, ela estava analisando, observando, seus olhos pareciam que atravessavam a revista e enxergavam coisas que não estavam ali. Ele já tinha percebido que de vez em quando ela se distraia, mas nunca achou que fosse ser tanto, pois Edward chamava seu nome, mas Isabella não o ouvia e não o enxergava.

Edward tocou em seu ombro e Bella pulou de susto, sentando-se no sofá, mandando um olhar de medo para Edward até conseguir perceber que era seu marido.

— Você me assustou. — Ela disse forçando um sorriso.

— Desculpe. — Edward disse. — O que você estava lendo? Parecia que você estava tão focada.

— Ah... — Bella resmungou e olhou para a revista. Ela não se lembrava de ter pego aquela revista. — Coisas. E aí? Como foi o trabalho?

— Eu quero conversar com você. — Edward disse e sentou-se ao lado de Bella. Ele parecia consternado e então, naturalmente, Bella ficou preocupada. Edward retirou o celular do bolso e mostrou a foto. — Você fez essa propaganda aqui?

— Sim, porque? — Bella perguntou, já querendo se defender. — Não gostou?

— Não é isso. — Edward disse e apontou para o homem na frente dela. — Porque não me contou que você fazia fotos assim?

— Assim como? — Ela perguntou, curiosa. — Sem roupa? Ou com o outro homem que também está sem?

— Bella... — Edward disse mas Bella o interrompeu.

— Edward, não estou te traindo com ninguém! É só uma propaganda, meu Deus! — Bella disse, exaltada, levantando-se com choque do sofá. — Eu poso assim desse jeito e não tem problema. O meu trabalho é assim.

— Eu não estou falando que...

— Se você não aguenta o meu trabalho, não me peça para parar! — Bella disse e bateu o pé até o quarto. Edward continuou sentado no sofá pensando consigo mesmo o que tinha acontecido ali que ele não tinha conseguido compreender. Não era desse jeito que ele queria que a conversa tivesse terminado. A intenção era conversar com ela e pedir para que ela não fizesse mais aquele tipo de trabalho, ela concordar e transar até dormir. Porque agora parecia que não estava dando certo? O que tinha mudado?

— Bella. — Edward foi até ela, abrindo a porta do quarto com cuidado, encontrando Bella deitada de barriga para baixo, abraçando o travesseiro. Seus cabelos tinham um resto de comida que Edward não sabia como tinha chego ali. Ela tremia, e seu corpo balançava violentamente do choro.

— Você não gosta do meu trabalho! — Ela resmungou, sua voz soando completamente abafada.

— Eu não me importo com o seu trabalho. — Edward disse.

— Então porque me pediu para parar? — Bella perguntou, levantando a cabeça do nada. O seu rosto estava vermelho.

— Eu não pedi para você parar. — Edward disse.

— Ah. — Bella disse e limpou as lágrimas e o ranho na blusa. — Você não me pediu para parar com as fotos?

— Não. Você nem me deixou falar. — Edward disse, estranhando a conversa inteira.

O choro tinha praticamente parado. Ela fungou mais uma última vez. Bella queria contar para ele, mas ela tinha certeza de que ele reagiria da mesma forma como seu pai. Teve medo, então, agiu como sempre fazia com seu pai.

— Desculpa. — Ela disse forçando um sorriso sem graça. — Eu acho que eu devo ter entendido errado.

— Bem errado. — Edward disse, ainda estranhando. — O que aconteceu?

— Nada. — Ela disse, limpando as últimas lágrimas que ainda escorriam em seu rosto molhado. Ela forçou um sorriso. — Eu estou bem. Sério.

Edward não acreditou nem um pouco no que Bella tinha dito, ele sabia que ela estava escondendo alguma coisa. Não muitos dias depois, a mesma situação aconteceu. Não pelas fotos de modelo, porque Edward nunca mais trouxe aquele assunto à tona por medo de causar aquela reação de novo. Ele não saberia se teria paciência ou até mesmo habilidade para lidar com Bella. Ele não sabia como lidar com mulheres chorando.

Ele não sabia como lidar com mulheres, ponto final. Edward nunca teve um relacionamento em que consistisse em encontros e coisas reais como ele estava fazendo agora com Bella. Talvez, Bella simplesmente fosse assim e Edward teria que aprender a lidar. Algum dia ele aprenderia a lidar com ela.

Porque aquele tipo de situação aconteceu mais três outras vezes. Talvez até mesmo quatro vezes. Edward trazia à tona algum assunto específico, como por exemplo, sua mãe ou até mesmo alguém do escritório de Edward ou do trabalho de Bella e Bella começava a gritar com Edward, dizendo que ele estava a traindo. Era sempre a mesma coisa. A mesma paranoia.

Não que Edward não tivesse pensado em fazer isso, afinal, o relacionamento deles era baseado em um contrato verbal, feito com a intenção de que ele herdasse o que seria dela por direito. Mas Edward não fez, por mais que tivesse pensado em fazer isso, não fez por educação. Tinha assumido um compromisso, então continuaria com ela. Talvez fosse o sexo maravilhoso que eles tinham.

No dia em que Edward chegou um pouco mais tarde, mesmo tendo avisado que ele chegaria tarde, Bella gritou com ele e jogou uma garrafa de bebida cara em sua direção — não acertando, ainda bem. Foi nesse dia, nesse momento em que Edward decidiu que nunca a trairia, não por compromisso, mas por medo da reação. Ele não estava pronto para morrer.

Uma noite depois de alguns meses depois do casamento, Edward avisou para Bella que chegaria um pouco mais tarde. Ele guardou a mensagem e a hora em que enviou para poder mostrar para Bella quando ela fosse brigar com ele, porque ele sabia que ela brigaria com ele por algo tão simples. Era incrível como as pequenas coisas a incomodavam. Algumas horas depois, ainda tendo que resolver problema no escritório, Edward recebeu uma mensagem de Bella.

“É melhor que você não esteja fazendo o que eu acho que você está fazendo”

Edward ficou curioso.

“O que você acha que eu estou fazendo?”

Nenhuma resposta. Edward ignorou e continuou tentando descobrir de onde tinha vindo o dinheiro extra. Alguns minutos depois, Edward recebeu uma foto. Ele visualizou, com um pouco de medo. Era uma foto dele, trabalhando, olhando intensamente para o computador. Pelo ângulo que tinha sido tirada, parecia ter sido do corredor. Ele olhou para o corredor, mas não viu nada.

Assustado, Edward ligou para ela imediatamente.

— Bella, onde você está agora?

— Eu estou em casa. — Bella respondeu, sua voz inocente. — Porque?

— Você está falando a verdade? — Edward perguntou, já pressupondo que ela tivesse feito alguma coisa.

— Porque eu mentiria? — Bella respondeu. Edward ficou em silêncio. — Onde você está?

— Onde eu falei que estaria. — Ele disse, levantando-se e olhando para os lados. — No trabalho.

— E porque você está me ligando agora e não trabalhando?

— Porque você acabou de me mandar uma foto minha de longe. — Ele disse, rodeando o escritório escuro com os olhos, as cadeiras vazias, os cubículos do departamento de contabilidade se afastavam do seu campo de visão, ficando cada vez mais escuros. A partir de um ponto estava tão escuro que Edward não enxergava nada. Ele estava morrendo de medo, era um milagre que ele não estava tremendo.

— Eu não te mandei nada. — Ela respondeu. — Quem está aí com você?

— Não tem ninguém aqui comigo. — Ele disse, baixinho, suas costas encurvando-se um pouco enquanto ele saia do escritório devagar e silenciosamente, procurando onde que era o interruptor para ligar as luzes das salas. Ele precisava saber se tinha mais alguém ali com ele.

— Você está trabalhando sozinho? — Ela perguntou. — À essa hora da noite? Não é meio perigoso?

— Estou descobrindo isso agora. — Edward disse. — Você tem certeza de que não está brincando com a minha cara?

— Porque eu faria isso?

— Não sei. — Edward disse, tateando na parede pelo interruptor, não conseguindo tirar os olhos de um ponto específico da escuridão. Ele sentia que se ele tirasse os olhos da escuridão, alguma coisa poderia sair dali. Ele se sentia observado.

— Edward, você tá bem? — Bella disse. — Parece que você tá... sei lá.

— Surtado? — Ele disse, finalmente encontrando os interruptores. Era mais de um. Ele teria que acender todos de uma vez só.

— Você sabe que eu não gosto dessa palavra.

Edward ficou em silêncio enquanto acendia os interruptores do andar inteiro. Primeiro do corredor onde estava, Edward foi obrigado a virar para trás e confirmar que não tinha ninguém atrás dele. Ótimo. O interruptor das salas, o primeiro da frente. Ninguém. O próximo, um pouco mais afastado. Edward conseguia enxergar a silhueta de alguém próximo à parede do outro lado da sala. O coração de Edward acelerou rapidamente, seus dedos travando e tremendo e por falta de coordenação, Edward apagou todas as luzes.

Edward acendeu tudo de novo, de uma vez só, com o braço inteiro raspando na parede junto com os interruptores, tremendo e manchando a parede de suor.

Tinha alguém agora parado na sua frente e no medo, Edward jogou seu celular longe e gritou, agachando-se, colocando as mãos em cima da cabeça.

Então, ele começou a ouvir a risada de Bella, ali, na sua frente. Era aquela risada gostosa de se ouvir, mas em um tom mais sarcástico, completamente fora do seu normal. Edward olhou para cima e viu Bella com as mãos na barriga, encurvada. A barriga doendo de tanto rir.

— Você gritou como uma mulherzinha! — Ela disse rindo da cara de Edward.

— Não faça nunca mais isso! — Edward disse, apertando os braços de Bella, suspirando aliviado que era ela e não um assassino. — Você nem ao menos deveria estar aqui agora.

— Porque não? Eu disse para o porteiro quem eu era e ele me deixou entrar. — Bella disse, dando de ombros. Era engraçado como Edward não conseguia identificar aquela mulher que estava na sua frente com a mulher com quem tinha se casado há não muito tempo. Mas ao mesmo tempo, ele não a conhecia direito.

Edward suspirou incomodado. Ele colocou a mão no peito, seu coração ainda estava acelerado.

— Eu achei que você estivesse me traindo. — Bella disse, na maior paz e convicção do mundo. — Então vim aqui com a esperança de ver você com outra. Quando vi que você realmente estava trabalhando, resolvi tirar uma onda com a sua cara.

— Eu não te traio! — Edward gritou, levantando as mãos. — Eu nunca te traí! Eu nunca vou te trair! Quando foi que eu quebrei a sua confiança para você não confiar em mim?

— Quando você... — Bella disse e então sua voz travou, ela não continuou a frase. Era como se ela estivesse escondendo alguma coisa dele. — Quer saber, deixa quieto. Deixa assim. Você não me traiu, ótimo. E também não está. Podemos voltar para a casa agora?

— Eu não posso. — Edward elevou o tom novamente. — Eu estou trabalhando. Você não disse que viu que eu estava trabalhando? Eu estou trabalhando e é uma coisa importante e você está me atrapalhando!

— Eu estou atrapalhando?

— Sim! Você me fez acreditar que eu estava sendo seguido por uma stalker. E aparentemente eu tenho uma. — Ele disse, gesticulando em direção à Isabella.

— Quer saber. — Ela disse, seu rosto completamente vermelho. — Se não quiser aparecer em casa hoje, eu não me importo. Pode ficar com o seu trabalho, se é tão importante assim. Aparentemente, é mais importante do que eu. Então fica com isso. Fode teu trabalho! — Bella disse andando em direção ao elevador. — E se você voltar para casa, o sofá é teu.

Edward suspirou fundo enquanto Bella entrava no elevador e mostrava o dedo para ele. Ele não sabia mais o que fazer com ela. Ela estava completamente paranoica, com ideias absurdas, imaginando coisas, manipulando ele... Isso, a partir das duas semanas que eles estavam casados. Ele não conhecia mais a pessoa com quem ele estava convivendo.

Agora Edward sabia o que Nelson quis dizer com “tome cuidado”.


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