Famous escrita por Ero Hime


Capítulo 4
Garota super-poderosa


Notas iniciais do capítulo

VOLTEEEEEI AMORES
Estavam com saudades de Famous??? Todos meus feelings adolescentes renascem quando eu escrevo essa história ♥
Por enquanto nada de grandes novidades, mas eu pretendo fazer as coisas andarem bem rápido (eu amo enrolar nas histórias infelizmente), então espero que gostem! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774566/chapter/4

Los Angeles Times @latimes

Saída da banda Hinoishi de estúdio de gravação é marcada por tumulto causado por papparazzi

http://t.co/kp99FV0Rw

 

0 | 4

Garota super-poderosa

 

Naruto não estava entendendo o que estava acontecendo.

Desde cedo, sua mente trabalhava em uma espécie de torpor. Seus amigos tinham sido muito compreensivos nos últimos dias, não reclamando do número excessivo de garrafas de cerveja vazias no depósito e da quantidade cada vez maior de analgésicos para dor de cabeça que desapareciam da caixa de primeiros socorros. O garoto sempre se entusiasmava com apresentações ao vivo, principalmente em grandes canais de televisão – quer dizer, era como um sonho, não importava se cinco anos tivessem se passado –. Contudo, a rotina não estava exatamente colaborando com seu estado de espírito. As entrevistas, os ensaios fotográficos, a cobrança incessante por novas composições para gravarem no estúdio, ter de escolher cada playlist, cada resposta evasiva, ter de passar por cada coletiva; ele nem se daria ao trabalho de falar sobre Danzou e o contrato de beard – Ino também merecia mais do que todo aquele teatro.

Não seria uma surpresa que Naruto precisasse de alguma ajuda para conseguir dormir a noite. Claro, ele não criticaria; sua vida era boa. Não era capaz de imaginar quantos garotos não dariam tudo para estar em seu lugar, apenas por um instante – conhecer o glamour, a fama, o sucesso, e, por que não, a fortuna. Deixou para trás, em seu país, milhares com a mesma aspiração. Arriscou tudo na América, e agora colhia os frutos.

E, ainda assim, ele já não era mais feliz.

Nos bastidores, uma equipe altamente treinada e capacitada fez o possível e impossível para mascarar suas olheiras de ressaca. Seu estômago borbulhava, e tudo ao redor estava lento. Sentia as pinceladas de maquiagem e as instruções histéricas para os operadores de câmera. Mei, compreensiva e maternal, nada disse, atentando-se apenas em pentear seu cabelo com gel e escolher as melhores roupas. Sasuke parecia preocupado, em sua própria mesa, e Gaara insistia para que se apresentassem um bloco mais tarde, para que tivesse tempo de se recuperar. Naruto agradeceu os bons amigos que tinha – o show tinha que continuar.

Ino já estava pronta no camarim, atualizando suas redes sociais e instigando a internet. Alguém retocava sua maquiagem, instalando um ponto eletrônico sob sua jaqueta, para quando ela fosse participar. Naruto meditou sozinho por trinta segundos, preparando-se para fingir por algumas horas; faria tudo dar certo.

Não gostava do Good Morning America — não era nada pessoal. Robin era engraçada quando estava nos bastidores, e era extremamente compreensiva, ao contrário de alguns apresentadores com quem cruzaram ao longo da carreira. No entanto, o programa ao vivo era um dos poucos que tinha uma área exclusiva para a imprensa, na frente do palco, e todos os flashes e os microfones ficavam integralmente apontados para eles, a espera de qualquer deslize. A guerra fria travada entre eles e a mídia não estava ajudando com a imagem de bons moços que lutaram anos para construir – como Danzou gostava de lembrar, incessantemente –. Não ajudava que tivessem centenas deles logo abaixo do cenário, como abutres.

Faltando um minuto para entrarem, se reuniram, apenas os quatro – era uma tradição, para lembrar de onde vieram, onde estavam e com quem podiam contar. Eles eram a Hinoishi, e Naruto se orgulhava daquilo.

Quando entrava no palco, tudo se transformava. Por um momento, ele se esquecia do programa, da televisão, da imprensa, das câmeras. Nunca usava os dois pontos – apesar das imposições da gestão –, porque gostava de ouvir os gritos. Para muitos dos artistas que conheceu, o barulho da plateia atrapalhava a concentração; não para ele. Naruto amava os gritos. Ouvir seu nome, o nome de seus amigos. Ouvi-las cantando as músicas junto, ah, essa era a melhor parte. Desde o primeiro instante em que pisava no palco, até o momento em que saía, eram as fãs e seu barulho que o deslumbravam.

Havia uma energia inexplicável. Apenas ele, a banda e sua música. Começaram com Rock Me, ainda que não fosse uma de suas preferidas – tinham composto ela juntos, como uma acústica, mas Danzou exigiu que fosse estilizada, deixando-a com um caráter artificial demais. Industrializada demais. Era animada, com a bateria e a guitarra, então acabava sendo o suficiente; as fãs tinham amado, e o clipe teve boas visualizações. Era tudo o que importava, certo? Desde que lucrassem, poderiam continuar escrevendo suas próprias composições.

Não foi tão ruim quanto esperava. Lidou bem com as perguntas – eram sempre padrões –, e Ino foi perfeita, como sempre. As câmeras não pararam, e teriam um bom material para alimentar toda aquela fábrica asquerosa e sensacionalista. Cantaram mais algumas músicas, e Naruto se esqueceu, por poucos segundos, de tudo que tinha de lidar; concentrou-se em cantar, e transmitir para as pessoas seu verdadeiro eu.

A participação acabou, e, com ela, veio a coletiva. Era óbvio que Kakashi participaria da mesa, e Sasuke ficaria no centro, não Naruto. Quando a adrenalina passou, sentiu o corpo pesado, e não estava exatamente entusiasmado para participar. Foi aconselhado mais vezes do que gostaria, e concordou, mais que feliz, em ficar calado, sem responder nada. Shikamaru cuidaria das perguntas abertas, e, caso alguma específica a ele fosse feita, o empresário as desviaria educadamente.

Novamente, tudo estava dando certo. Realmente estava. Ele tinha esperança que as coisas terminassem bem – se não fosse por aquela garota.

Não foi surpresa o The Sun ter perguntado sobre seu relacionamento. Mesmo que não fosse, bem, ele, ainda era uma pauta fresca, e estavam esperando por aquela indagação. Kakashi desviou a atenção, e cederiam um espaço a mais, se não fosse por ela causando tumulto.

Quem era aquela garota? Naruto nunca tinha ouvido sua voz em uma coletiva antes. Ela era corajosa, e determinada. Assim que ela fez a provocação, o garoto empertigou-se, procurando por ela. Estava sentada mais na retaguarda, no fundo, atrás das grandes empresas de mídia, e ele não pôde identificar muito sobre sua aparência – não tinha mais de vinte anos, usava óculos de grau e o cabelo preso. Um crachá estava preso na camiseta social, como uma jornalista séria, em vez de uma representante de tablóide. Naruto supôs isso porque ele já imaginava qual revista teria interesse em fazê-lo perder a cabeça.

Bom, ele não podia se orgulhar da sua paciência. Aquele tom simplesmente o irritou, e lhe deu uma resposta carregada de sarcasmo. Não era seu objetivo, contudo, derrubar os microfones – foi um acidente, quando seu braço enroscou no fio de um deles. Depois disso, era evidente que Kakashi acabaria com tudo e o arrastaria para dentro.

Naruto não se desculpou. Os garotos também não o culparam, ainda que Sasuke tivesse um olhar mais torto. Kakashi, em toda sua serenidade, não tocou no assunto, e disse para que fossem todos para casa, por ora. O Uzumaki, todavia, precisava ir ao banheiro – e esfriar a cabeça, antes de qualquer coisa –, então concordaram em escoltar os outros para o carro e ele sairia pelos fundos, quando a multidão tivesse dispersado na entrada principal.

De alguma maneira, as coisas foram mais ladeira abaixo. Ele saiu, e os corredores estavam silenciosos. Começou um zumbido, que, honestamente, não sabia se era da sua própria cabeça ou do exterior. Quando chegou na intersecção para a saída B, dos fundos, foi que percebeu o enxame – dezenas deles, com câmeras longas e luzes cegantes, gritando, debatendo-se para entrar. Naruto paralisou. Nunca conseguiria sair sem passar por aquela galeria de fotógrafos. Mesmo que desse a volta, era tarde demais; já tinham o visto.

Seu estômago caiu, e suas pernas começaram a tremer. Em seu estado atual, ele seria devorado, isso se não começasse uma briga, e saísse como vilão, de novo. Até quando aquilo ia durar? Todas as boas sensações do show se esvaíram, e sua visão nublou. A perspectiva de mais uma punição da gestão o deixava com calafrios.

Foi então que, de repente, sentiu finos dedos puxarem seu pulso, e ele desequilibrou. Não teve tempo de raciocinar, e sua cabeça estava pesada. Recuperou a estabilidade e se virou, acompanhando as passadas rápidas. Apenas se deixou levar, sem outras opções – provavelmente estava sendo sequestrado, mas não era exatamente um problema no momento. Correu ao longo de todo o corredor, o barulho dos papparazzi ficando mais e mais distante. Se concentrou na pessoa que o guinchava – era uma garota. Menor que ele, o que o surpreendeu, porque ela era ágil e forte. Seu cabelo era mais escuro que preto; um tom de azul-petróleo realmente bonito. Era longo, e liso, como uma cascata. Ela usava uma blusa de alças finas, e sua pele era muito branca, mesmo para a Califórnia.

Naruto acumulou uma quantidade impressionante de informações enquanto andava, dada as circunstâncias. O lugar se tornava pequeno e sufocante conforme contornavam os saguões, atônito demais para segui-la com suas próprias forças ou demonstrar resistência, de maneira que se deixou ser arrastado.

A garota o puxou como se conhecesse toda a planta do estúdio. Viraram alguns corredores, se afastando de todas as entradas que Naruto conhecia – não que conhecesse muitas de dentro do carro, de qualquer maneira –. Durante todo o caminho, ela não olhou para trás uma vez sequer, parecendo concentrada em seus próximos passos. O vocalista não identificou seu plano, e estava, basicamente, confiando sua vida a uma estranha.

Chegaram a uma passagem estreita, com apenas uma porta de acesso restrito a funcionários. Naruto engoliu em seco, pronto para dizer que chegaram ao fim da linha, mas a garota abriu a porta, habilmente, revelando o lado de fora do estúdio de TV. Ele piscou diversas vezes, adaptando-se a luz do sol. Estava surpreso, para dizer o mínimo; contudo, ainda não estava relaxado. Estavam em uma avenida qualquer da Califórnia, então não demorariam a reconhecê-lo, e tudo seria em vão. O que aquela garota pretendia? Chamar um táxi? Abandoná-lo na rua? Quem era ela?

Seu pulso não foi solto – àquela altura, acostumou-se com o toque quente e os dedos finos. A garota parou, os ombros subindo e descendo, e ela olhou apressadamente para os lados, como quem se localiza. Em seguida, voltou a andar em passos ligeiros. Naruto não precisou mais ser rebocado, a seguindo no mesmo ritmo. Zigue-zagaram pelos carros, atravessando a rua e entrando em uma das vielas que Naruto certamente não estaria autorizado a ingressar sozinho. De alguma maneira, não foram parados por fãs ou fotógrafos; a garota sabia o que estava fazendo.

O Uzumaki não teve tempo para vislumbrar o beco fétido e úmido existente entre dois prédios no qual tinham se metido. A garota o atravessou ignorando tudo ao redor, e logo estavam do outro lado. Naruto percebeu uma mudança mínima. As ruas estavam bem menos apinhadas, e a placa indicava um nome que ele não conhecia. Continuaram, no mesmo sentido da calçada, até que ela parou, subitamente, e entrou em uma fachada que Naruto não tinha percebido antes. Era escura e discreta, com as janelas fumê. Ele a seguiu, e, já dentro, sentiu o ar quente e o cheiro de fritura atingirem-no.

Foi a primeira vez que pararam realmente por mais de alguns segundos, e ele sentiu as pernas latejarem – não era fã de exercícios aeróbicos –. A garota misteriosa soltou sua mão mais que depressa, e, secretamente, ele lamentou. Respirou fundo, sentindo as gotículas de suor pingarem na gola da sua jaqueta. Ela saiu na frente, andando, e ele ficou no mesmo lugar, analisando onde tinha se metido, afinal.

Era uma lanchonete simples – mais como um bar antigo, embora o aroma de batata e hambúrguer caseiro fosse inconfundível. Era rústica, talvez com muitos anos de existência. O piso, os balcões e basicamente toda a construção era feita de madeira envelhecida, com bancos estofados em alguma cor que certamente tinha sido menos desbotado há trinta ou quarenta anos.

Naruto seguiu a garota, que sentara no balcão com familiaridade. Ela colocou a bolsa sobre a mesa e suspirou pesadamente, jogando o cabelo para trás. Seu perfil era ainda mais bonito que suas costas, o nariz fino e os olhos estranhamente claros – era uma cor exótica, que ele não saberia dizer se era lente ou hereditária. Sentou-se ao seu lado, sem saber o que dizer. Ela não o fitou nos olhos, mexendo no celular distraidamente.

— Hm, obrigado por ter me tirado de lá. – ele pigarreou, tentando não soar arfante. Abriu seu melhor sorriso, charmoso. Ela sequer se virou.

— Não foi nada. – murmurou, parecendo tê-lo ouvido apenas parcialmente – Aqueles abutres não iam deixar você sair. – ligeiramente surpreso, ele não respondeu de imediato. Ela pediu algo ao barman, que assentiu e entrou na cozinha.

— Bom, agora você tem minha eterna gratidão. – brincou, parecendo blasé.

— Ah, não, não se incomode. – dispensou com a mão, como se enxotasse um mosquito. Naruto se arrumou na banqueta, agora um pouco incomodado.

— Mas você sabe quem eu sou, certo? – aquela garota era estranha. Ela sequer parecia se importar com o fato de que estava ao lado de Naruto Uzumaki. O barman voltou com um copo e o deixou a sua frente. Seus olhos brilharam mais para o líquido alaranjado. Ela pegou o copo e tomou um gole pelo canudinho. Pela primeira vez, se virou e fez contato visual, sem parecer intimidada; pelo contrário, ela quem o estava intimidando um pouco.

— E quem não sabe? – retrucou, com um quê sarcástico. Sua sobrancelha se ergueu em uma curva desafiadora, enquanto segurava o copo suspenso. Naruto memorizou todas suas características, desde o nariz levemente arrebitado, até os lábios fatais; ele tinha a impressão de já tê-la conhecido antes. Infelizmente, não pôde apreciar o quão bonita ela era, porque estava ocupado demais chocado.

— Você não parece impressionada. – pontuou, alfinetando um pouco – Mas acho que é porque está tímida, ao lado de um superstar. Eu compreendo, linda. – piscou, atrevido. Ela sequer sorriu. Continuou tomando o que quer que fosse, quase como se estivesse entediada.

— Não, não realmente. – retrucou.

Aquilo realmente não era um bom golpe para o ego de Naruto.

— Vou pedir para meus produtores te enviarem alguns itens autografados, como recompensa por ter me salvado. – murmurou, já não tão confiante de si.

— Por favor, não se incomode. – a garota se apressou, rolando os olhos – Ah, não, espere. Mande um CD autografado. Tenho uma amiga que vai adorar. – seu rosto clareou com a possibilidade, e Naruto sentiu os olhos arregalarem, descrente.

— Quer dizer que você não é minha fã? – sua voz subiu algumas oitavas. A garota comprimiu os lábios, para sufocar o riso – Que tipo de garota é você? – reclamou, gesticulando. Ela o fitou de um jeito engraçado.

— Não se preocupe, eu não sou normal. – se inclinou para frente – Eu tenho bom gosto.

Naruto bufou imediatamente, cruzando os braços, enquanto ela ria da sua careta. De repente, não estava mais de bom humor. Quer dizer, quem não era seu fã nos dias atuais? Ele tinha até se esforçado, porque ela era bonita.

O que tem de bonita tem de engraçadinha.

— Como pode existir alguém que não é minha fã? Todo mundo gosta de mim. – pensou alto, mais para si mesmo. A garota permaneceu entretida com sua bebida.

— Não fique tão surpreso. ‘Todo mundo’ é um conceito muito amplo. – replicou, tranquila. A cada momento que passava, Naruto ficava mais indignado, e, de alguma maneira inexplicável, mais atraído. Ele poderia escrever alguns versos sobre aquela mulher, agora – Não é nada pessoal. – emendou – Eu só acho que as suas músicas não são nada demais e vocês são superestimados. – deu de ombros, e Naruto arquejou teatralmente.

— Isso foi cruel! – reclamou. Ela soltou uma risada nasal, levantando-se do banquinho. A lanchonete não tinha mais clientes do que quando chegaram.

— Desculpa se feri seus sentimentos. – ironizou – Não precisa se preocupar com hoje. Não quero nenhum tipo de recompensa. – pegou a bolsa, afastando-se – E não pretendo contar para ninguém.

Ela pegou a carteira para pagar sua conta. Naruto estava prestes a perguntar seu nome, quando notou que algo escorregou da bolsa. Ele não era bisbilhoteiro, nem nada – apenas não pôde deixar de olhar. Era um crachá; só conseguiu identificar quando o virou. Tinha uma foto três por quatro dela, com uma camiseta social branca e maquiagem. Hinata Hyuuga. Estagiária.

A empresa estava logo abaixo.

Sua respiração congelou.

— Não pode ser. – sussurrou, retesando a coluna – Você... você é aquela garota. De mais cedo.

Hinata se voltou para ele, desconcertada. Naruto tinha desfeito o sorriso, e tinha a testa vincada. Seus punhos estavam fechados, e, estando mais sério, era como outra pessoa. Respirava pesadamente, repassando as cenas de mais cedo; como foi tão idiota? Estava na cara que tinha sido um plano elaborado por ela e aquela maldita revista sensacionalista que o perseguia há meses.

— Oh. – ela guardou a carteira de volta na bolsa. Naruto a encarou sem piscar. Com os óculos de grau e a camisa fechada, foi difícil reconhecê-la. O vocalista ficou enojado.

— Estava bom demais para ser verdade. – empurrou o crachá em sua direção, como se ele queimasse seus dedos – O que você pretendia? Publicar tudo que eu disse agora em uma matéria exclusiva? Dizer que eu estou traindo minha namorada? É uma boa chamada. – ridicularizou. Hinata encolheu-se um pouco, pega de surpresa com a hostilidade.

— Olha, eu sinto muito, mas é meu trabalho. Eu sou estagiária e estava cobrindo o programa em que vocês estavam. Não era como se eu estivesse tentando fazer isso – apontou para os dois – acontecer de propósito.

— Não conto muito com isso. – rebateu, cético – Se você não é minha fã, está na cara que fez isso para sua editora! A Famous é um tablóide nojento que faz de tudo para me queimar.

— Acredite, eles não precisam de muita coisa. – devolveu, ficando irritada. Naruto se levantou de sua banqueta, ficando, de repente, um bom palmo mais alto.

— Você é tão dissimulada e baixa quanto eles. Armou para mim, me arrastou até esse bar para conseguir mais uma matéria nojenta! – cuspiu. Hinata o fitou com os olhos lampejando.

— Você é tão ridículo, meu Deus! Não me surpreenda que esteja com a imagem tão manchada na mídia. Nunca parou para pensar que você não é o queridinho da América? Cai na real, nem todos são obrigados a ficarem lambendo o chão que você pisa, e isso não significa que queiram foder você. Supera isso. – as palavras soaram afiadas – A propósito, não precisa me agradecer por ter te livrado daqueles papparazzi desagradáveis, aliás. O prazer foi todo meu. – puxou a bolsa com um solavanco e saiu pisando firme, sem se importar em deixá-lo sozinho.

Naruto sentiu a boca entreaberta e o sangue fervendo. Hinata Hyuuga – que garota rude e abusada! Quase desejou ter ficado e passado por aqueles fotógrafos. Ficou mais irritado consigo mesmo, sobretudo, por ter tentando agradá-la e deixado se levar pela beleza dela. Voltou a se sentar naquele balcão sujo, apoiando a cabeça. Seus amigos – e seus empresários – deveriam estar loucos de preocupação. Puxou o celular para mandar uma mensagem para eles, mas parou; em vez disso, com um resmungo, abriu o bloco de notas, e transcreveu as palavras que saltavam de sua mente. Aproveitaria a inspiração temporária com penas algumas frases, e esqueceria a existência daquela garota para sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

hinata: oi me traz uma água
naruto: você sabia que eu sou o naruto uzumaki
hinata: beleza naruto, me traz uma água
100% sem tempo pra celebridades