Depois daquela carta escrita por ChattBug


Capítulo 10
A carta


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o último capítulo dessa fanfic. Muito obrigada pelos comentários, favoritos e visualizações. Sério, vocês não fazem ideia de como isso me motiva a continuar a história. De verdade, fico muito feliz quando chego aqui e leio os comentários ou vejo que alguém favoritou a história. Muito obrigada mesmo!
Bom, como eu já tinha falado, essa fanfic ainda terá uma parte três (prometo que será a última hahah!) que será… um pouco diferente, por isso a separei também. Falarei a data nas notas finais.
Enfim, já falei demais. Espero que vocês gostem!



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O beijo não durou muito, mas foi o suficiente para a azulada sentir que estava flutuando. Tinha esperado tanto tempo por isso e, embora não tenha sido exatamente como tinha imaginado, foi um momento inesquecível. Ela estava realmente surpresa com a atitude de seu amado. Pensou que, pela expressão dele quando perguntou sobre as cartas, ele diria que o amor dela não é recíproco, principalmente depois daqueles longos segundos de silêncio que tinham prosseguido a pergunta. Quando o modelo a encarou fixamente, ela percebeu alguma coisa diferente em seu olhar e, imediatamente, lembrou-se da noite em que dançou com ele na festa de Nino. No fim da música, seu amado também a fitou por um tempo e ela sentiu que aqueles olhos verdes tinham algo para lhe contar.

Assim que separaram-se do beijo, a menina pensou em dizer alguma coisa, mas, quando olhou para o loiro, percebeu que ele também gostaria de falar. E, pelo seu semblante, parecia ser muita coisa.

Adrien encarava a amiga, incrédulo com o que tinha acabado de fazer. "Eu… beijei a Marinette!", pensou, perguntando para si mesmo por qual razão tinha tomado os lábios da azulada para si se era apaixonado por outra garota. "E agora? Como vou explicar que não gosto dela?", ele continuava com os olhos voltados para a menina enquanto pensava em uma maneira de resolver o que tinha feito. Estava claro que deveria dar uma resposta para a pergunta da amiga e, agora, teria que dar também explicações sobre sua atitude impulsiva. Desviou o olhar, fitando a carta que estava em sua mão. Não tinha mais como escapar, deveria entregar seu poema ou então falar com ela e, como nenhuma palavra vinha à sua mente, pensou em deixar o cartão na mesa e sair correndo. Mas sabia que fugir daquela situação não seria uma boa ideia, podendo deixar a menina ainda mais triste. Quase sem escolha, levantou a mão que segurava a carta lentamente. Antes que ela notasse que o modelo segurava algo, dois colegas deles chegaram ao local.

— Adrien e Marinette? Vocês por aqui? — Perguntou o menino.

— Oi Ivan, oi Mylène. — Disse a azulada.

— Vocês conhecem essa cafeteria? Um amigo nos indicou e queríamos saber se é tão boa quanto ele disse.

— É sim! O Nino também indicou para o Adrien. — Ela encarou o loiro, imaginando que diria alguma coisa, mas ele permaneceu em silêncio.

— Então nós vamos pedir. E não se preocupe, ficaremos em outra mesa. Não quero atrapalhar o encontro de vocês. — Disse a menina, dando uma piscadinha para Marinette. Antes que a azulada ou o modelo protestassem, o casal se afastou. A última frase de Mylène fez ambos se perguntarem se ela tinha visto o beijo. Não aguentando mais aquele silêncio constrangedor, a menina resolveu falar.

— Você vai pedir mais alguma coisa?

— E-eu… não, não vou pedir. — Disse ele, nervoso.

— Então vou fechar a conta, tudo bem? — O menino assentiu, ainda imerso em seus pensamentos, e ela foi até o balcão. Percebendo que a azulada pagaria tudo sozinha, o modelo foi até ela.

— Quanto deu? Eu te ajudo a pagar.

— Não, tudo bem, não precisa.

— O quê? De jeito nenhum você vai pagar tudo!

— Relaxa, não foi tão caro. — A azulada entregou o dinheiro para a atendente antes que ele dissesse mais alguma coisa. Os dois caminharam até a porta da cafeteria, parando embaixo de uma árvore.

— Olha, estou meio sem graça. Você pagou tudo o que eu consumi lá. — Falou o loiro.

— Já disse que está tudo bem.

— Não. Da próxima vez, eu pago. — "Próxima vez? Ele disse próxima vez?", pensou a azulada.

— Está bem, está bem. — Se deu por vencida e os dois ficaram em silêncio. Segundos depois, um conhecido carro cinza parou na frente deles.

— Eu preciso ir. — Ele falou, nem um pouco surpreso com o veículo parado ali.

— Tchau! — Marinette disse e o loiro acenou enquanto entrava no carro.

***

Adrien acordou mais cedo do que imaginava naquele feriado. E, embora se sentisse feliz por não ter aula, sabia que não era certo desejar não encontrar a azulada.

Ele tinha errado na cafeteria e reconhecia isso. Além de fugir da pergunta da menina sobre as cartas, ele a iludiu com aquele beijo. E ainda teve a oportunidade de falar com ela quando saíram da cafeteria, mas não o fez. "Qual é o meu problema? Já disse para ela uma vez que não era recíproco, como Chat Noir. Por que não consigo fazer isso de novo?", encarou o celular que estava aberto nas últimas mensagens. E, entre elas, havia uma que tinha mandado para Gorila na tarde anterior, pedindo para buscá-lo. Quando enviou, logo após o beijo, enquanto a azulada conversava com Ivan e Mylène, sua intenção era de sair o mais rápido possível dali. Não queria esclarecer seus sentimentos para amiga, principalmente depois de beijá-la impulsivamente. Suspirou, queria não ter encontrado aquelas cartas em seu armário.

***

— Como assim você e o Adrien se beijaram e você só me fala agora? — Perguntou Tikki

— É, eu tive que resolver umas coisas na padaria ontem e fiquei tão cansada que esqueci de te falar.

— Eu consegui escutar algumas coisas da sua bolsa, mas nem tudo. Ele falou sobre os poemas?

— Não, mas nem precisou.

— Por quê?

— Nós nos beijamos! — Respondeu como se fosse óbvio e jogou-se na cadeira giratória que fez alguns rodopios. A kwami a encarou confusa, mas resolveu não dizer nada.

Marinette ligou o computador e olhou para o papel de parede que tinha diversas fotos de seu amado. É claro que ela queria ouvir a opinião dele sobre as cartas, mas estava tão feliz com aquele beijo que a resposta do loiro tinha perdido um pouco a importância. Para ela, aquele momento em que o modelo tinha selado seus lábios parecia uma prova da suposição que tinha desde quando dançou com ele na festa de Nino. Seu amor era recíproco. "Talvez ele não tenha dito nada sobre os poemas porque está com vergonha de falar sobre seus sentimentos", pensou, lembrando-se do nervosismo de seu amado depois de sua pergunta. Olhando para a imagem do modelo na tela, ela mal conseguia acreditar que finalmente tinha conseguido revelar que era apaixonada por ele e, o melhor, conquistar o coração de seu amado.

***

Embora não fosse o horário de treinar piano, o loiro se aproximou do instrumento musical. Mas, ao invés de tocar aquela melodia que sempre errava, resolveu que escutaria a música feita por uma cantora em homenagem à Ladybug e Chat Noir. Aquela melodia  sempre lhe trazia boas lembranças.

Plagg olhou para o garoto, já tinha percebido que ele estava estranho nos últimos dias, quieto demais. Quando tentava fazer alguma piada, Adrien ignorava, não achava graça e nem reclamava. Imaginando que seria mais um dos dramas do garoto por conta de seu amor — que o loiro achava não ser correspondido — por Ladybug, resolveu deixar o modelo em paz. Mas aquela expressão não era nada parecida com a que ele fazia após uma rejeição da joaninha. Parecia… culpa e arrependimento. Sabendo que não dava mais para ignorar aquilo, se aproximou, ficando em cima do piano.

— Adrien, aconteceu alguma coisa? Você está tão esquisito… — Falou o kwami e o loiro ficou surpreso. Não tinha falado nada daquilo para Plagg porque achava que ele não ia ligar. Ou então que ia ligar demais, como o que fez quando Marinette revelou-se apaixonada por Chat Noir. Mas agora não importava o que o kwami falaria ou deixaria de falar. Já tinha estragado tudo quando iludiu a amiga na cafeteria.

— Bom, resumidamente, descobri que a Marinette gosta de mim.

— Só isso? Mas você já sabia! Ela já falou!

— Não, ela falou para o Chat Noir. Agora, colocou duas cartas no meu armário, que revelam o amor dela por mim.

— Ah… — Respondeu, ainda achando que aquilo não merecia todo esse drama. — E qual é o problema disso?

— O mesmo de sempre! Eu gosto da Ladybug!

— Ah, fala sério! — Plagg revirou os olhos e se afastou.

— Não quero dizer para a Marinette, mais uma vez, que não sou apaixonado por ela. Eu amo a Ladybug!

— Seu burro, elas são a mesma pessoa. — O kwami falou baixo.

— O quê?

— Nada!

— Mas não é só isso… — Suspirou, levantando-se da cadeira, e Plagg revirou os olhos. "Como esse garoto é dramático!", pensou. — A Marinette descobriu que eu sou o Chat Noir.

— O quê? — Ele gritou, aproximando do modelo. — Como? Você tem certeza?

— É… ela colocou no poema que descobriu meu segredo.

— Não acredito nisso!

— Sinto muito, Plagg, não queria que tivesse acontecido. Mas não se preocupe, vou esclarecer isso tudo em breve. — O kwami mal escutava as palavras do loiro. Como ela tinha descoberto a identidade dele? E por que Tikki não tinha falado nada? "É isso! Tikki! Ela vai me explicar essa história direito!", pensou.

— Eu… tenho que sair. — Disse, voando até a janela.

— O quê? Aonde vai? E se eu precisar me transformar? — Gritou, mas não obteve resposta.

***

— Tikki! Que história é essa que sua dona descobriu a identidade do Chat Noir? — Afirmou o kwami.

— Plagg? Fala baixo, ela está dormindo! O que está fazendo aqui? E se seu dono precisar se transformar? Lembra daquela vez que…

— Relaxa, vou voltar rapidinho. Assim que me explicar essa história. Como assim ela descobriu tudo e você nem me falou?

— O quê? Minha dona não descobriu nada.

— Mas ele disse que ela mandou uma carta e… — A kwami lembrou-se do poema da azulada que poderia realmente ter uma outra interpretação.

— Ah! Aquilo? Não, não foi esse segredo que ela descobriu. Minha dona só soube que o seu dono ama a Ladybug.

— Só isso? — Ela assentiu.

— Pode ficar tranquilo, as identidades continuam sendo secretas.

— Ótimo! Vou pedir para ele se acalmar. Estava lá dizendo que ia esclarecer tudo e blá blá blá. Já vou! — Antes que Tikki perguntasse o que exatamente era "esclarecer tudo", Plagg saiu.

***

Adrien olhou para a resposta que tinha escrito para o poema da amiga, sabendo que a ideia que teve não era a melhor opção. "Ela fez isso, por que eu não posso?", pensou, encarando a rosa que segurava.

— Adrien, acabei de descobrir uma coisa que você vai gostar de… — O kwami foi interrompido pelo loiro.

— Plagg, mostrar as garras!

— Não! Espera! Eu tenho que… — Ele foi sugado pelo anel do modelo e, segundos depois, Chat Noir estava saltando pelos telhados de Paris.

O herói foi até a varanda de Marinette, mas ela não estava lá. A porta de acesso estava trancada, e ele concluiu que ela devia estar dormindo, pois ainda estava cedo. O gato olhou através de uma das janelas do quarto dela, certificando que a menina realmente estava adormecida. "É melhor voltar depois", pensou, mas, antes de sair, percebeu que ela tinha esquecido uma janela aberta. "Parece até que está me pedindo para entrar". O loiro pulou a janela, que não era muito grande, mas dava para passar e encarou a azulada dormindo tranquilamente.

— Eu sinto muito. — Sussurou, colocando sua carta sobre a mesa do computador. Para completar, deixou uma rosa que tinha encontrado em sua casa, lembrando-se que tinha entregado a mesma flor para Ladybug uma vez.

***

Marinette ficou surpresa quando encontrou aquele cartão em sua mesa e surpreendeu-se mais ainda quando leu a assinatura da carta. "Adrien? Como ele deixou isso aqui? Será que entregou para os meus pais?", pensou enquanto abria o cartão, percebendo que era um poema com o título "depois daquela carta".

 

Depois que li aquela carta
Fiquei muito preocupado
Não consegui evitar,
Afinal, meu segredo foi revelado

Sei que me pediu
Para não me sentir assim
Mas é muito difícil saber
Que meu disfarce chegou ao fim

Você já me garantiu
Que ninguém ficaria sabendo
Porém eu ainda tenho medo
De que isso acabe acontecendo

Mas eu te conheço bem,
Sei que em você posso confiar
E eu tenho certeza:
Você nunca iria me desmascarar

Tentei não falar sobre isso
Mas é inevitável
A última estrofe me surpreendeu
E respondê-la é indispensável

Você é importante para mim,
E não quero te enganar
Mas, se eu contar a verdade,
Você pode se machucar

Eu sinto muito, Marinette
Seu amor não posso corresponder
Estou apaixonado por outra pessoa
Espero que consiga entender

 

Sentiu algumas lágrimas percorrerem seu rosto quando terminou a leitura, mas encarou a rosa que estava sobre a mesa, que era idêntica à que tinha ganhado de… Chat Noir. Balançou a cabeça, existiam incontáveis flores daquela espécie. Mas sua mente fez questão de lembrá-la de algumas palavras daquele poema. "Disfarce? Desmascarar? Do que ele está falando?", pensou e seu olhar voltou-se novamente para a flor. Ela arregalou os olhos quando aquela suposição tomou sua mente.

— O Adrien é o… Chat Noir?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Mais uma vez, muito obrigada pelo feedback dessa fanfic.
E, sobre a parte três, elá será postada no dia 15 (uma sexta-feira) por volta desse horário. Espero vocês, hein?