Warrior ✦ One Shot escrita por waterloo


Capítulo 1
Warrior




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774523/chapter/1

 

SOPHIA ENCAROU O HOMEM CONFUSA e surpresa, afinal nesses últimos meses ela não via outro rosto que não fosse do agente K, que levava a ela sua comida diária, semente por isso, ela sabia que estava lá a duas semanas. A mulher tentou disfarçar sua aparência cansada e pôs sua melhor expressão arrogante, encarando o homem á sua frente. 

— Não é comida? Vocês já me trazem só uma refeição por dia, não trazer nenhuma vai me matar. — Riu seco.

— Não é nada que você deva ou mereça saber, apenas venha comigo e cale a sua maldita boca. — Respondeu o homem de preto.

Ela bufou, nervosa e dando-se por vencida resolveu cooperar com o homem, já que ela iria de qualquer jeito. Levantou-se, sentindo todo seu corpo estalar e suas juntas doerem pelo pouco uso nos últimos dias, Agente K a segurou pelos braços e a arrastou para fora da cela. Passando vários corredores -tipicamente brancos e limpos- chegou a uma sala tão branca que doía em seus olhos.

Quem será que limpava essas coisas?

Tinha cara daqueles quartos de hospitais. Quando entrou, outros homens de preto entraram também logo atrás, junto com uma mulher, só que essa estava vestida com um macacão preto colado ao corpo com uma máscara que cobria todo o seu rosto, com um buraco para os olhos, nariz e boca e os cabelos ruivos estavam lindamente embaraçados.

Ela tinha cara de perigosa e Sophia decidiu que não gostava dela. Não gostava nem um pouco.

Um dos homens pegou Sophia no colo enquanto os outros agarravam seus braços e pernas cada um. Eles prenderam seus pulsos em uma corda estranha no teto, a obrigando a ficar de pé. Logo depois amarrando seus tornozelos as algemas presas no chão. Ela não conseguia se mexer muito mais que alguns simples movimentos.

Sophia não tinha prestado atenção nessa parte do quarto, assim como não percebeu que a câmera no canto do teta estava virada diretamente para ela. A ruiva, que não tinha feito nada até o momento, saiu junto com os outros agentes a deixando sozinha, para logo voltar com uma espécie de mesa com gavetas e vários apetrechos médicos e um monte de injeções estranhas fazendo a presa ficar aterrorizada.

— Ei ruiva. Para que serve isso? O que você  vai colocar em mim? — Sophia dizia enquanto tentava se debater vendo a outra mulher vindo até ela, com uma das injeções com um líquido transparente.

A ruiva não responde, apenas segura o pescoço de Sophia com força, que fraca demais para continuar de contorcendo cede e sente a agulha perfurar sua pele. Depois de injetar a injeção, a ruiva finalmente a olha.

— O que eu injetei em você é uma substância que vai garantir que você fique viva enquanto eu trabalho. — Ela se vira para a mesa com vários utensílios.

Opa, opa.

— E por... Que... Eu preciso... Disso? — Sophia estava com a respiração ofegante, seus batimentos cardíacos acelerados e não se sentia mas tão fraca como se tivesse tomado energético ou alguma droga bem forte, sua visão melhorou e seus sentidos se aguçaram.

Tudo estava mais sensível. 

— Eu só estou fazendo meu trabalho. — E a mulher via que a ruiva nem mesmo se importava, como se aquilo fosse rotina para ela.

A ruiva pega uma adaga com dentes e a enfia na coxa direita de Sophia.


TONY STARK ESTAVA PUTO DA vida, Fury tinha chamado-o mesmo sabendo que ele não ajudaria mais a SHIELD a sei lá o que eles quisessem que o herói fizesse.

Mas foi mesmo assim à maldita base no quinto dos infernos. Afinal não era exatamente saudável, mesmo para o homem de ferro, negar um pedido de Nicholas Fury duas vezes, o homem era poderoso.

E era por isso que Tony estava puto.

O Homem de Ferro já estava na sala de Fury há meia hora e nada do maldito espião.

Já estava levantando-se para ir embora quando a tela ao seu lado acendeu, mostrando Fury, com seu típico tapa-olho, roupas pretas e a expressão séria.

— Até que fim, pirata! Já estava criando raízes aqui. Sabia que eu tenho a agenda cheia? Não tenho tempo p—

— Stark, lembra-se de Cassandra, não? — Fury pergunta, o interrompendo, com o rosto mais inexpressível que podia.

Tony sabia que não adiantava fingir e que de Fury poderia esperar o pior.

— O que você fez com ela? — Tony deixou de lado qualquer humor que poderia existir, com sua voz fria e calma que não demonstrava o medo que sentia em seu coração.

— Você deve saber que ela tinha uma filha, antes de morrer. E claro que você sabe, afina—

— O que você fez com as Hathaway? — O Homem de Ferro se levanta furioso e vai até a tela, se segurando para não quebra-la em pedaços.

— Apenas olhe. - O diretor responde.

Quando a tela da televisão muda da imagem do homem, Tony fica pálido instantaneamente.

A tela mostra duas silhuetas que ele conhece.

Natasha Romanoff com seu uniforme e uma máscara esquisita e Sophia, sangrando e gritando enquanto Natasha descia a faça em sua coxa até perto de seu joelho sem cerimônia ou hesitação.

O grito alto de Sophia fez o homem tremer. Como Natasha, alguém que o protegera e o ajudara, foi capaz de fazer aquilo?

Um outro grito de Sophia o fez votar sua atenção à tela, onde viu Romanoff com um bisturi, rasgando a barriga branca da garota.

Tony fechou os olhos e tampou com toda sua força os ouvidos, sentido seu estômago se revirar e a bile vir com tudo a sua boca. Não queria escutar aquilo, era demais para ele. Ver aquilo... De uma pessoa que era para ser sua parceira na Iniciação Vingadores torturando uma mulher inocente.

Torturando Sophia!

Mesmo apertando suas mãos contra seus tímpanos, Tony ainda escutava os gritos da dela, chegando a machucar a si proprio ao apertar as mãos em punhos.

Ele só queria que tudo isso acabasse.

Que Fury o deixasse em paz.

Fury...

Ele era o culpado de tudo.

Isso não passaria em branco.

Tony tirou as mãos do ouvido e abriu os olhos vermelhos pelo choro que ele nem mesmo havia percebido. Olhou para a tela vendo o sangue que escorria cobrir todo o corpo de Sophia. Ela estava apenas de roupas íntimas e tirando o pescoço e o rosto, todo seu corpo estava coberto de cortes, rasgos e sangue. Muito sangue.

Mas ela ainda estava viva e acordada.

Ficou olhando enquanto Romanoff pegava um cabo e um balde.

A ruiva jogou o líquido dentro do balde em Sophia, que limpou um pouco do sangue de seu corpo, e logo encostou o cabo na barriga na barriga da garota, a fazendo gritar. Tony se assustou quando percebeu que Romanoff estava eletrocutando a morena.

Mas o que mais o assustou foi ver os olhos abertos de Sophia.

Olhos tão lindos.

Olhos iguais aos de Cassandra.

Que agora carregava algo ruim, doloroso... De quem estava sendo torturado sem ter nem idéia o motivo.

Tony não podia mais ver aquilo. Não mais.

Foi quando a imagem mudou e Fury apareceu e sorriu quando viu Tony.

— Agora, você ainda quer nos ajudar, Homem de Ferro? — Perguntou o diretor, cínico.

Tony o encarou e Fury mal percebeu o erro que cometeu.

Ele não era apenas Tony Stark, o filho de Howard Stark, o rico mimado que todos pensavam.

Ele era também o Homem de Ferro. O Gênio. O Herói de armadura. E não ia deixar isso barato.

Tony endireitou-se

— Vou pensar no seu caso. — E saiu da sala a passos leves, como se nada tivesse acontecido. Como se não estivesse a beira de um colapso ali mesmo e a única coisa que entregava o que aconteceu na sala eram as marcas de lágrimas pelo seu rosto.

Fury achava que a batalha estava ganha.

E Tony Stark, o Homem de Ferro, mal podia esperar para que Fury tivesse certeza disso e relaxasse.

Ninguém se mete com Anthony Stark.

E ninguém ameaça um protegido de Anthony Stark.

 

SOPHIA GRITOU QUANDO SENTIU A dor da facada na sua coxa. Ela fechou os olhos e os apertou com força e quando os abriu novamente, sentiu outra facada, só que na coxa esquerda. A partir daí, a dor aumentou e lágrimas se misturaram com os gritos que saíram de sua boca.

Depois, a ruiva pegou a faca, e fez vários cortes na barriga de Sophia. Sophia resolveu olhar seu corpo e a única cor que via era vermelha, a cor de seu sangue derramado sobre seu corpo. Sophia gritava desesperadamente enquanto a ruiva traçava um trajeto de sua coxa até seus joelhos. Ela gritava e se debatia até que finalmente a ruiva parou de feri-la. Sophia respirava ofegante e observava enquanto a ruiva derramava um líquido dentro de um balde e passava pelo corpo de Sophia, o que fez com que limpasse uma parte do sangue de seu corpo.

Sophia viu a ruiva segurando um cabo e se desesperou. A ruiva encostou o cabo em Sophia sem dó nem piedade enquanto Sophia gritava como nunca gritou na vida. Logo depois ela parou e Sophia chorava e chorava.

Transferiu um tapa no rosto de Sophia para que ela se calasse e então Sophia só soltava soluços baixos, apesar de ainda sentir uma grande dor. Soltaram a mesma da cadeira mais não desamarraram suas mãos. Então, levaram ela de volta para sua cela. Sophia ainda sentia uma grande dor, mais fez questão de secar todas as suas lágrimas. Ela queria provar para eles que não era tão fraca quanto eles acham que ela é.

Um homem veio na cela devolver as roupas dela, ele a olhou com um olhar de pena e ela o olhou do jeito mais maligno que alguém poderia olhar.

Ela imaginou quantos dias mais sobreviveria enquanto vestia suas roupas e olhava seus ferimentos.

Ela vestiu-se com dificuldade e cuidado para não piorar. Os cortes mais fundos ainda sangravam e os mais superficiais tinha sangue seco o cobrindo.

Não se aguentando mais ela caiu no chão limpo da cela e se encolheu o máximo que a dor permitia.

Não iria chorar.

O medo a dominava, Sophia tremia e sua dia respiração ainda estava fraca e rápida.

Lembrava-se de quando pequena, quando ainda tinha seus pais, ela sempre tinha pesadelos e seu pai e quando acordava gritando, seu pai estava em seu quarto, ele a abraçava e beijava sua testa. Sempre dizendo:

— São apenas pesadelos, Sweet Child.

Ele a alinhava em seu colo e cantava para ela.

She's got a smile that it seems to me, reminds me of child hood memories...— Sophia nem percebeu que ela mesma estava cantando a música que seu pai cantava para ela.

Riu.

Por mais que não tenha tantas lembranças dele sabia que era um bom pai.

Então ela chorou.

Levou a mão ao corte na coxa direita, o primeiro e o mais fundo dos cortes, esse em especial ia ficar a cicatriz, a mulher disse, enquanto os outros iriam sumir com o cuidado certo. Como se ela tivesse esperanças de sair dali.

Secou as lágrimas e rastejou até a cama, se deitando e fechando os olhos, murmurando antes de cair no sono:

And if I stare too long I'll probably break down and cry...

Acordou com um barulho de batidas. Abriu os olhos com dificuldade, e viu que Agente K entrava na cela.

— O que você quer? — Sophia perguntou.

Provavelmente ela faria alguma piada, mas estava com sono. E mesmo Sophia estando acabada e com maiores problemas, sono era a coisa mais importante.

— Te tirar daqui.

Agora, no entanto, aquilo era mais.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Warrior ✦ One Shot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.