Destinadas: Um amor proíbido escrita por Darkness


Capítulo 2
Capítulo 2 - Contos e Encontros




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Era uma floresta densa, árvores de vários tipos e tamanhos, espalhadas em uma extensão de se perder de vista no horizonte, formando uma meia lua entre a clareira e a muralha da montanha, de onde caia uma fina e cristalina cachoeira, finalizada em um pequeno lago.

O chão era forrado por flores rasteiras, flores de campo e violetas, um isolado e solitário Carvalho antigo jazia ali à beira rio, espalhando suas folhas até o limite do solo.
O lago era tão cristalino que via-se peixes nadando tranquilamente, as pedras espalhadas no fundo e as poucas plantas aquáticas.

Eu estava sentada, na beira do lago, meus pés dentro d'água. Era calmo, ouviasse somente os cantos dos passaros, mas era solitário estar sozinha. Me vi ali por horas que pareceram eternidade. O que eu estava fazendo mesmo? Esperava por alguém?

Uma angústia começou a subir por meu peito, respirava fundo para controlar o desespero. Ouvi passos vindo através da floresta e me virei na direção do som.  Olhei em volta, buscando aquilo que se aproximava, vi uma sombra formando a minha frente, o que indicava que algo, ou alguém, estava atras de mim. Me virei para olhar frente a frente o que poderia ser e quando finalmente ia olhar a criatura nos olhos eu acordei...

Acordei em um salto, assustada, coração acelerado e lagrimas desciam por minha face involuntariamente.
Forcei as vistas para olhar no relógio eletrônico na comoda ao lado.

— ... 7 horas. — Murmurei descrente, me jogando na cama novamente e limpando o rosto com o dorso da mão.

Primeiro dia de aula em uma escola nova e o dia ja começou em um susto noturno. Respirei fundo e tratei de me levantar e me arrumar.

Banho tomado, mochila arrumada e o novo uniforme que mais parecia roupa de secretária. Tudo estava arrumado perfeitamente, conforme meus pais haviam me ensinado, estavam orgulhosos, a princesinha deles estava em uma escola extremamente cara e conceituada, tudo por causa de uma prova.

Tomei o café da manhã preguiçosamente e vi meus pais falarem de algo sobre o trabalho, que eu simplesmente ignorei. A escola ficava do outro lado do cidade, então meu pai me levaria todos os dias e minha mãe iria me buscar ao fim da tarde. Sim, ao fim de tarde. Eu ficaria trancafiada em uma escola de burgueses o dia inteiro.
Deitei a cabeça na mesa lembrando desse fato, quando ouvi meu pai me chamar. Me levantei, joguei a mochila no ombro direito, e fui com ele até o carro.

No caminho até a escola eu apenas ouvia seu falatório sobre como devia me comportar para manter minha imagem ali, não dei a mínima e mal o respondia, passei o caminho todo escorada na janela observando as imagens passando.

Quando finalmente chegamos não me despedi, apenas desci do carro e fechei a porta. Uma forma de mostrar a minha grande vontade de estar ali.

Parei em frente o grande portão, alunos de varias idades indo e vindo, todos bem arrumados, uniformes impecáveis e conversavam alegremente como se fossem as pessoas mais felizes do mundo.
Revirei os olhos. Claro que seriam felizes, todos ali tinham tudo o que sempre queriam, era só pedir pro pai ou pra mãe, se brincar tinham ate os próprios cartões de crédito sem precisar pedir permissão pra ninguém.

Eu certamente sofreria bulling ali por ser bolsista e isso não ajudava na minha vontade de permanecer naquela escola.
Fechei os olhos, suspirei, afastei os pensamentos de desagrado e abri eles novamente começando a entrar na escola e procurando por minha sala.

Ja havia dado o sinal de início das aulas quando consegui, finalmente, achar minha sala. O lugar era imenso e me perdi algumas vezes.
Pedi licença ao professor, que nem ao menos pediu explicação, devia estar acostumado com novatos se perdendo nos corredores.

— Seja bem vinda. Se apresente aos seus colegas. — Ele disse assim que entrei. Ja sabiam que eu era a novata. Otimo.

Parei na frente da turma, que me olhavam fixamente. Acho que devo ter corado, pois senti minha face se aquecer e desviei o olhar pro chão.

— Me chamo Gabriella, é uma prazer estar aqui. — Disse em um tom audível mas visivelmente tímido.

Ouvi um ou outro murmúrio pela sala, alguma risada, mas ignorei.
Era uma sala razoavelmente pequena, uns 30 alunos no máximo. O professor mandou eu me sentar e foi o que fiz.
Me direcionei a duas carteiras vazias, lado a lado, e ia me sentar na carteira que ficava encostada na parede.

— Aqui não novata. — Uma mão foi posta sobre a mesa aonde iria colocar minha mochila. — Já tem alguém nessa carteira, pegue a do lado.

Olhei o garoto que me repreendia, ruivo, olhos verdes e uma cara de metido que me fez revirar os olhos novamente. Fiz o que foi dito e me sentei na carteira ao lado.
A primeira aula se estendeu longa e demorada, ate ser encerrada pelo som do sino da escola. Ja estava entediada, todos ali ja se conheciam desde que nasceram e eu só era a entrusa, queria ir pra casa.

Enquanto a troca de professor era feita, abaixei a cabeça na carteira e fiquei ali por um tempo.

—... poxa Sophie, achei que nao viria hoje... — Escutei o mesmo garoto de antes falar animadamente.

— Desculpe baby, tive problemas em casa e... — A garota parou de falar, quando ouvi uma bolsa ser solta na carteira ao lado. —... Novata?

Ergui a cabeça ao ouvir tal palavra, com um sorriso irônico no rosto.

— Sim... sou a Nova... — Cortei a frase na metade quando coloquei os olhos na garota ao lado. —... Você?

 

~ E la estava ela novamente... A garota da Praça parada em minha frente. Coincidência? ~


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