Tate no Yuusha no Niriagari escrita por Nathan Freire


Capítulo 1
Invocação Real


Notas iniciais do capítulo

"Revisado dia 10/02/2019"



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“O que? Não é culpa minha!”

Eu só tinha ido à biblioteca da região para ler um pouco.

Meu nome é Naofumi Iwatani, e eu sou um universitário. Eu meio que tenho noção de que sou diferente dos outros alunos. Não estou dizendo que eu sou especial, muito pelo contrário. Além de ser um nerd autodeclarado, eu também sou um otaku.

Eu assisti incontáveis animes, joguei uma quantidade extremamente longa de jogos e abracei vários aspectos da “cultura otaku” mas eu levo meus estudos a sério pra conseguir ter uma vida decente e sem preocupações.

Meus pais sabem disso, então na primeira oportunidade que tiveram desistiram de mim e investiram suas expectativas no meu irmão mais novo. Eles o mandaram pra uma escola interna preparatória com o objetivo de “assegurar o seu futuro” e garantir que ele não seria igual a mim. Mas o tiro acabou saindo pela culatra e meu irmão não aguentou toda essa pressão em cima dele e pra resumir, ele pintou o cabelo e virou um delinquente que não quer saber de nada.

Obviamente meus pais ficaram super deprimidos com toda essa situação, e por um tempo a casa inteira ficou silenciosa.

Mas eu aproveitei isso e me aproximei do meu irmão, porque no fundo, eu sabia como ele se sentia. De um lado você tem eu que cresceu fazendo tudo o que queria, sem ninguém em cima te fiscalizando. E do outro, você tem ele, que desde que era criança sempre teve uma montanha de expectativas dos nossos pais, e teve que estudar que nem um condenado. No fundo ele só queria ter a mesma liberdade que eu.

Hoje em dia, a gente é tão próximo que eu até consegui converter ele pro lado negro da força. Se você entrar no quarto dele, vai ver um monte de pôsters de animes e garotas 2D, sem falar que agora ele também raramente sai de casa e montou uma fortaleza na casa dos nossos pais. Podemos dizer que ele também é uma decepção agora... Ou pelo menos era o que eu queria que acontecesse.

Depois que todo o stress acumulado saiu do corpo dele, ele conseguiu se graduar na escola preparatória e passou no vestibular de uma universidade famosa. Ele pode ser um otaku que nem eu, mas diferente de mim que só quer ter uma vida decente, parece que ele realmente se preocupa com o próprio futuro.

De qualquer maneira, depois que isso tudo aconteceu, eu fui mimado mais ainda pelos meus pais. Eles se ofereceram pra pagar pelos meus estudos e me foi garantida uma vida universitária satisfatória com total liberdade inclusa.

Resumindo, eu sou o único parasita inútil da família Iwatami.

                                      ...     

Mas já chega desse assunto, como eu estava dizendo, eu fui até a biblioteca para ler um pouco.

O dinheiro que meus pais me mandam todo mês, meus “fundos de guerra” se consistem em 10.000 yen. Uma quantia insignificante se você for considerar o tanto de coisas que eu preciso comprar; excluindo os jogos eróticos, ainda tem todas as adaptações de light novel e mangás que lançam todo mês, sem falar nos produtos de coleção. Então eu tive que arrumar um emprego de meio período pra cobrir todas essas despesas; meu trabalho paga cerca de 50.000 yen, mas ainda é pouco quando tem festivais de lançamento de doujin.

Eu entendo que meus pais tem a própria vida deles, e não precisam me mandar rios de dinheiro, então eu não costumo reclamar muito. No lugar disso, eu aprendi a economizar e gastar apenas com o necessário para a mensalidade do meu quarto, e as necessidades básicas da vida.

Então, mesmo que me doa não comprar os lançamentos antigos, eu vou ler eles na biblioteca da cidade.

Durante o meu tempo livre eu normalmente jogo online, o que consome uma quantidade infinita do meu tempo já que eu tento jogar a maior quantidade de jogos possível.

Mas eu não sou um jogador comum. Enquanto a maioria das pessoas está preocupada em upar o personagem e finalizar a história, só tem uma coisa que importa pra mim: Juntar dinheiro. Eu sempre me especializo na classe de “mercador” e “comerciante” o que pra mim, é muito mais divertido do que simplesmente pegar uma espada e sair assassinando monstros, a arte da negociação e de vender itens raros é muito atraente. Eu estava jogando até quase agora, mas achei que seria bom andar um pouco e esticar minhas pernas, então decidi sair um pouco de casa e procurar algo pra ler.

E foi naquela biblioteca que tudo aconteceu...

Eu estava bisbilhotando na seção de fantasia, procurando por uma novel de um anime que eu tinha assistido, quando um livro caiu da prateleira e bateu na minha cabeça.

“Manual das Quatro Armas Celestiais?” (Naofumi)

Muito provavelmente algum idiota tinha socado esse livro na prateleira rápido de mais e ele não ficou encaixado da maneira correta. O livro tinha uma aparência velha e surrada, mas o nome parecia interessante, então eu encarei isso como um sinal do destino e decidi começar a ler ele.

Eu sentei em uma cadeira perto das mesas de estudo, e comecei.

Flip... Flip...

A história começou com a descrição de um mundo paralelo, onde uma profecia tinha mostrado o apocalipse. Mais cedo ou mais tarde, ondas de desastre com demônios e monstros indescritíveis atacariam esse mundo uma após a outra, até ele ser completamente destruído.

Para escapar da ruína iminente, eles deveriam invocar heróis de outro mundo e pedir por sua ajuda.

“Hmm, a história parece bem clichê, mas é um livro de fantasia antigo então não é como se eu estivesse esperando por uma história revolucionária.” (Naofumi)

Todos os quatro heróis invocados possuíam suas próprias e respectivas armas únicas: Espada, Arco, Lança e Escudo.

A partir daí, eu comecei a duvidar um pouco do enredo. Pra começar um escudo não pode ser considerado uma arma certo?  Enquanto eu continuava a história, ia rindo sarcasticamente.

Os heróis então, separadamente se aventuraram em uma jornada para conseguir poder, se aperfeiçoarem e impedir a destruição do mundo.

Nesse ponto, minha cabeça já tava começando a doer. Eu quase comecei a dormir na minha cadeira, era coisa de mais. A forma que o livro foi escrito era muito antiga, quer dizer, não tinha nenhuma heroína bonita com cabelo colorido.

A única garota relevante pra história era a princesa, e ela era uma pessoa horrível, manipuladora e obcecada com os heróis. Ela continuava flertando com eles e jogando uns contra os outros numa espécie de Hárem invertido mal feito. Se ela focasse em apenas um deles e algum romance fosse desenvolvido seria muito melhor. 

O herói da espada era exagerado e poderoso; O herói da lança valorizava mais os seus amigos do que a si mesmo; O herói do arco não tolerava injustiça. Praticamente todos os heróis eram pessoas boas e com uma personalidade amigável. Tem muitas histórias assim hoje em dia, onde vários personagens compartilham o espírito do protagonismo.

“O que? A história finalmente está mudando para o herói do escudo? ... Huh!?” (Naofumi)

Eu virei à página e soltei um “Huh” involuntariamente. As páginas que introduziam o herói do escudo na história estavam em branco. Eu continuei virando as páginas e continuei procurando, mas estava tudo em branco. Não tinha mais nada no livro.

“Mas que porra?” (Naofumi)

Eu estava pensando no quão estranho tudo aquilo era quando eu comecei a ficar tonto.

“O que tá acon..” (Naofumi)

Eu escutei minhas próprias palavras antes de sentir minha consciência escapando do meu corpo... Eu jamais imaginaria, na época, que seria transportado para outro mundo.


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