Dizem que, quando se olha para alguém e desprezam a sua existência, seu olhar se torna mais gélido que uma longa tempestade no mais longo inverno.

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┗━┛ homem idoso continuava sentado, observando as crianças brincando num lugar distante do centro da vila. Era uma área de treinamento peculiar. Sim, tinha suas instalações, como toda e qualquer área de treinamento.

No entanto, com detalhes impecáveis, que chamavam sua atenção, como se tivesse sido feito como nos seus sonhos de ninja aposentado...

— Que interessante... - Diz o velho, surpreso.

— Ficou uma loucura, não foi? – Um garoto o surpreende. - Bem que o Shinsato Sensei falou que ficaria incrível! - Disse o garoto de cabelos cacheados, como os de um velho amigo.

— Shinsato Sensei? - Perguntou o velho curioso.

— Sim. - Um outro menino, aparentemente mais velho respondeu. - Tem dois anos que esse centro de treinamento foi aberto. O senhor não é daqui é? Todos daqui sabem a história desse lugar.

— Não, não sou... - Disse o homem sorrindo e bagunçando os cabelos escuros do garoto. - Que história é essa?

— Um menino da nossa idade morava aqui. Ele era muto apaixonado pela luta, então criaram esse campo de treinamento em sua homenagem. O senhor já viu como é por dentro?

O homem respondeu negativamente com a cabeça e pediu para que os meninos o mostrassem o local. Ao entrar, ele ficou perplexo com a magnificência do local. Uma área de musculação, outras de treinamento básico, intermediário e avançado. Uma outra área era exclusiva para treino com Bonecos e sacos de pancadas e armas ninja, rodeava as laterais de uma gigantesca arena ninja, para batalhas corpo a corpo.

— Incrível. - O idoso falou, mexendo nos seus cabelos brancos. - O rapaz que morava aqui deve estar muito feliz, esse lugar é magnífico.

— A gente nunca o conheceu. - O mais novo falou. - Ele desapareceu faz três anos.

— É... O sensei disse que o garoto foi sequestrado na sua primeira missão. Vários assassinos o cercaram e o tentaram derrubar, mas ele lutou com cada um deles e derrubou todo mundo. – O garoto de cabelos negros, o mais velho, completou.

— O líder do bando estava sem saída, então ele capturou os amigos do rapaz e disse que só iria libertá-los se ele desistisse de lutar e desse a sua vida em troca da deles. - O caçulinha disse. - Depois disso, ele nunca mais foi visto.

— Pobre garoto, tinha tudo para ter uma boa vida. Seria um ninja e tanto... - O velho comentou, refletindo profundamente.

— Verdade. Shinsato sensei sempre diz que ele é o herói mais novo da aldeia. - O caçula lembrou orgulhoso. - Ele me disse que estava lá e viu o garoto lutar com unhas e dentes.

— Ah, é mesmo? Ele viu? – Um velho perguntou com um toque de ironia na fala.

Shinsato...

Um nome familiar. Não era esse o nome do grande herói da pedra?

O velho riu

Que história, hein... Simplesmente fascinante. E aquele lugar era ainda mais indescritível, pois o fazia lembrar da época que treinava.

— O senhor não me parece um oponente fraco. - O mais velho debochou, num tom convidativo.

— E não sou - O ancião gargalhou. - Mas, faz um tempo que não entro numa batalha. - Esclareceu, apontando para o joelho. O mais rapaz mais velho estava com um brilho nos olhos, parecia ter tido uma ideia brilhante

— Se importaria de me mostrar alguns golpes? - Ele perguntou, pouco envergonhado.

— Kai! - Reprovou o mais novo, fazendo o velho rir.

— Não tem problema, meninos. Eu aguento um round com cada um, que tal?

A alegria no rosto dos dois irmãos era visível. Uma chama em seus olhos deixou o homem ainda mais nostálgico e pensativo. Eles pareciam com ele mais novo, sempre procurando uma oportunidade para testar suas habilidades.

Todos se posicionaram na arena.

A primeira luta seria com o Kai, o mais velho.

— Está pronto, Kai? Prepare-se! Eu estou velho, mas não estou morto! - O homem provocou, balançando os braços.

Antes que o velho pudesse respirar, o rapaz correu em sua direção, em zigue-zague, tentando confundí-lo e, em um salto, jogou algumas shurikens no ancião, que desviou imediatamente, com tranquilidade.

— Um ataque desses não me fará nenhum mal...

Nem deu tempo para que o homem terminasse sua fala, Kai pousou rapidamente no chão, pronto para dar um chute na cabeça do homem, que desviou inclinando seu corpo para trás. Assim que ele voltou para sua posição normal, Kai deferiu inúmeros socos contra o velho que se defendia de todos eles calmamente.

— Hora de atacar.

Desviando do último golpe de Kai, o idoso passou por baixo do seu soco, e percebendo que a guarda estava totalmente desprotegida, o golpeou com seu braço direito, que estava em rota de colisão com o peito do rapaz.

Um belo golpe para quem ataca e muito rápido para quaisquer olhos destreinados. O garoto caiu de costas, ofegante pela pancada que recebeu e pela sequência de golpes que havia dado.

— É rapaz... Tem sorte de estar me segurando...

— Eu não pedi para que se controlasse!! Quero ver o quanto você é capaz!

Kai começou a fazer sinais de mão, fazendo jutsu clones das sombras. Mais precisamente, três clones. O homem ficou impressionado. Mesmo que clones das sombras seja fácil de aperfeiçoar, nunca tinha visto um menino daquela idade usá-lo tão bem.

Os clones deferiam centenas de golpes no idoso, mas não foi difícil escapar. Por mais que o trabalho do rapaz tenha sido bem feito, clones não tem o mesmo nível de agilidade que o corpo original. Sendo assim, o idoso de nome desconhecido os destruiu rapidamente com um único chute e avançou contra Kai, lançando um soco em seu estômago e em seguida, dando-lhe um chute certeiro na boca do estômago, empurrando-o no chão.

O menino se levanta rapidamente e tenta se afastar, mas o homem, com sangue nos olhos, denunciou sua sede por sangue em seu último golpe. Um golpe, no rosto do rapaz, que caiu no chão, nocauteado. O velho direcionou-se para o menino desacordado em passos lentos.

Seus olhos demonstravam raiva, ódio e rancor. O menino mais novo, estagnado com a situação, jogou-se na frente do corpo do irmão, com a intenção de defendê-lo.

— Afaste-se, seu velho maluco! - O homem sorriu, deixando o pequeno garotinho mais assustado ainda. - Eu mandei você se afastar!

— Chegou a sua vez... Tori.

— Como você...? – O pequeno garoto questionou, trêmulo. – Como v-você sabe o m-meu nome?!

— Não lembra de mim, Tori? Mudei tanto assim?

— Eu nunca o vi na minha vida, velhote! – Tori exclamou.

— Velhote? Ah, claro... Henge no Jutsu, jutsu de transformação!

O jutsu de camuflagem foi quebrado, criando uma enorme nuvem de fumaça.

— Eu não costumo esquecer esse detalhe... Mas, faz tanto tempo... – O ninja usou de toda sua ironia. – Estou muito entusiasmado, perdoe-me o erro, pequeno Tori.

Quando a fumaça se dissipou, o pequeno Tori sentiu seu corpo gelar. Não sabia se devia temer por estar diante de um morto ou por sentir aqueles olhos vermelhos perfurando sua pele. O ninja abriu um largo e majestoso sorriso, ele não sabia que iria se divertir tanto.

— Pela sua cara, você lembra de mim, não é mesmo?

— D-dai... Daisuke!?

— Tori... – Daisuke sussurrou seu nome, andando em sua direção, com um sorriso perverso desenhado em seu rosto. – Primo do meu melhor amigo... Como ele está? - Daisuke perguntou reflexivo, com um sorriso mortal crescente em seu rosto. - Como Katashi está? Poderia me fazer um favor, priminho?

O garoto recuava lentamente, com os olhos vidrados fixos nos incríveis Sharingans. Daisuke levantou seu braço, apontando para o pobre garoto que mal conseguia respirar diante daquela situação...

— Vá, e diga ao Katashi que eu voltei.