Minha bela gênia escrita por Dani Tsubasa
Minha bela gênia
Tony acordou assustado com a falta do despertador. Então tentou se lembrar que dia era. Eram seis da manhã do sábado. E ele estava livre por hoje. Sorriu aliviado e abraçou Jeannie um pouco mais forte. A loura estava confortavelmente abraçada a ele. Decidiu que não havia mal em dormirem por mais duas horas. Beijou os cabelos dourados da esposa e tornou a fechar os olhos. Duas horas depois ficou novamente espantado por Jeannie continuar dormindo. Ela não tinha sono pesado e acordava facilmente. Apenas uma vez nos últimos anos ela não tinha se levantado antes dele, e só porque acordou e resolveu voltar a dormir porque queria continuar um sonho. Tony riu baixinho ao se lembrar.
- Todos os seus sonhos realizados agora, querida – falou para ela, virando-se para olhá-la – Jeannie... – chamou suavemente – Eu sei que sábado é um ótimo dia pra dormir, mas acho que podemos aproveitá-lo melhor.
Ela sorriu, e ele soube que agora estava acordada.
- Bom dia, querido – ela falou baixinho ainda sorrindo antes de abrir os olhos.
- Se sente bem?
A loura assentiu.
- Nunca a vi dormir tanto.
Ela pareceu pensar e por um instante querer dizer alguma coisa, mas desistiu.
- Não deve ser nada, posso estar apenas cansada de todas as atividades com o grupo de mulheres da base essa semana.
- Tem razão. Quando a associação decide fazer algo vocês não param até terminar.
Os dois compartilharam uma risada e se beijaram.
- Vamos, quero fazer nosso café, então podemos fazer alguma coisa pra relaxar de todo o trabalho, amo – Jeannie falou com empolgação, enlaçando-o pelo pescoço quando ele a puxou para perto.
Por mais que Tony deixasse claro que ela não precisava mais chamá-lo de amo, Jeannie não conseguia perder completamente o hábito. Mas na verdade ele gostava, porque estava começando a se tornar um apelido carinhoso. Só insistia que ela tentasse se lembrar de não usá-lo na frente de ninguém além de Roger.
- Podemos passear na praia mais tarde se você quiser – ele lhe disse, ficando satisfeito ao ver os magníficos olhos azuis se iluminarem.
- Nós vamos! – Jeannie falou sentando-se de repente e caindo de volta para a cama, parecendo tonta.
- Querida, não levante tão rápido! Você está bem?
- Estou. Foi apenas isso, euforia – ela sorriu.
O astronauta lhe devolveu o sorriso quando levantaram e começaram a arrumar a cama.
- Ah... Eu posso fazer isso – Jeannie falou antes de piscar.
A cama começou a se arrumar sozinha, mas parou de repente. Os dois se olharam por um segundo e ela tentou novamente, não conseguindo ir muito longe.
- Devo estar mais cansada do que pensei.
- Não se aflija com isso, acabamos de acordar. Às vezes também fico tonto e atrapalhado pela manhã. Deixe que eu termine.
A gênia o observou com preocupação enquanto o marido colocava o restante da cama em ordem.
- Pronto. Vamos, meu bem.
Sendo sábado e não esperando nenhuma visita os dois apenas vestiram roupões por cima dos pijamas e foram para a cozinha. Tony pegou algumas coisas na geladeira e levou para a mesa no outro cômodo, vendo Jeannie tentando piscar alguma coisa novamente sem muitos resultados. Ela piscou outra vez e conseguir trazer xícaras, pratos e talheres, mas sem a comida. Agora definitivamente ela parecia frustrada.
- Tem mesmo algo errado comigo.
- Jeannie, não se desespere. Não quero você sumindo de novo. Vamos resolver isso de alguma forma.
- Oh, céus!! – Ela exclamou de repente antes de piscar e sumir.
- Ei! Ei! Jeannie!! Jeannie!!
Tony a procurou no quarto, em sua garrafa, no primeiro andar. Ela não estava na casa.
- Como os poderes dela falham e de repente some...? Se ela estiver sozinha e perdida em algum lugar?! Ela pode estar em qualquer lugar!!
- Tony? Jeannie?
Isso não era hora de Roger aparecer e convidá-los para fazer qualquer coisa no sábado, não com sua esposa sumida e doente, ou fosse qual fosse o problema. Abriu a porta rapidamente e voltou a correr pela casa.
- O que há? Onde está Jeannie?
- Ela sumiu, Rog! Piscou e sumiu!
- Vocês brigaram?
- Não – pela primeira vez Tony parou para encarar o amigo – O dia hoje já começou muito esquisito. Você sabe que Jeannie sempre acorda primeiro, mas hoje eu a acordei. Então ela sentou de repente e ficou tonta, depois tentou usar os poderes e eles falharam, mais de uma vez. A certo ponto quando temi que ela ficasse triste com isso e começasse a sumir outra vez, eu tentei conversar com ela. Então de repente ela pareceu se lembrar de algo aterrador e se foi sem me dizer nada.
- Nossa...
Os dois se sentaram no sofá sem a menor ideia do que fazer.
— Ela pode ter ido a sua terra procurar ajuda, pode ser alguma doença ou problema dos gênios.
— Se fosse ela poderia chamar Haji. Ele adora Jeannie, nunca lhe negaria ajuda médica.
— Eu ia convidá-los pra irmos à praia essa tarde, mas agora você deve esperá-la voltar. Não podemos fazer nada.
Roger estava certo. Nada.
— Os poderes estavam falhando, Rog... E se nesse momento ela estiver perdida e sozinha em algum lugar hostil? Ela pode estar em qualquer lugar do mundo, e até em qualquer época da história desse planeta.
— Se o que ela lembrou é tão importante e ela sabia exatamente pra onde ir, pode ter se concentrado o suficiente pra não errar.
— Queria ter o seu otimismo. Se ela não voltar em poucas horas vou...
— Desculpe, querido – Jeannie falou, surgindo de repente com seu sorriso iluminado sentada no colo do marido e o enlaçando pelo pescoço – Eu tinha que...
— Nunca mais faça isso!! – Tony falou antes de abraçá-la com força.
A loura beijou seu rosto e acariciou os cabelos castanhos claros, aceitando o beijo que o esposo lhe deu nos lábios antes de encarar Roger no outro lado do sofá.
— Bom dia, Roger!
— Bom dia, Jeannie!! Fico aliviado de vê-la de volta.
— Me desculpe sumir assim, algo me ocorreu. Eu precisava falar com alguém. Fui ver minha mãe.
— O que aconteceu? Você está doente? – Tony questionou.
— Ah, não, não... Eu vou lhe contar tudo.
Tony encarou o amigo e Roger não precisou perguntar para saber que queriam ficar sozinhos.
- Ainda nos vemos mais tarde? – Ele perguntou ao levantar.
- Eu ligo pra você depois – Tony respondeu.
- Bem, eu estarei com minha garota na praia.
O casal se olhou rindo. Quando se tratava de Roger sempre tinha que haver uma garota na história.
- Mas o que importa é que Jeannie esteja bem. Vejo vocês depois – ele falou antes de sair e fechar a porta.
Quando teve certeza de que ele não voltaria, o major tomou a palavra.
- Benzinho, também estou começando a ficar preocupado. Você tem estado com fome demais ou de menos, com muito sono, agora seus poderes, v... – ele calou-se quando ela repousou os dedos em seus lábios e o beijou em seguida, se afastando com um olhar triste.
Ela tinha voltado radiante, qual era o problema agora?
- Ei... Jeannie, o que há de errado? – Perguntou puxando-a para ele pela cintura – Você sabe que pode me contar tudo, querida.
- Eu sei qual é o problema.
- Então me diga – Tony implorou.
- Não vai ficar zangado?
- Eu prometo.
- Todos os sintomas, as coisas estranhas, meus poderes agora, como não percebemos antes?
- Jeannie...
- Eu sinto vida, Tony – ela lhe disse baixinho – Meus poderes me permitem sentir. Não sei explicar como é, mas eu sinto. Só não tinha percebido ainda.
- Como assim, Jeannie?
Tony arregalou os olhos por um instante quando ela colocou a mão dele sobre a própria barriga. Ele inspirou fundo e olhou dela para suas mãos unidas.
- Você está me dizendo...?
Jeannie abriu um sorriso enorme e assentiu com a cabeça. Tony riu e se levantou com ela no colo, fazendo Jeannie explodir em alegria também.
- Eu sou o homem mais feliz do mundo!! – Falou antes de beijá-la nos lábios demoradamente.
- E se for um pequeno gênio? – Ela perguntou baixinho de repente.
- Não importa, querida! – Ele falou ainda sorrindo quando tornou a se sentar com ela no colo – Eu já briguei muitas vezes com você por causa disso e não vou cometer esse erro de novo. Se for humano, se for gênio, nós vamos ficar bem.
Os olhos azuis lacrimejaram e o sorriso de Jeannie aumentou. Os dois voltaram a se beijar, até serem interrompidos pelo som de várias coisas caindo no chão. Quando abriram os olhos para verificar, havia algumas caixas e pacotes acumulados no chão ao lado deles.
- Oh, como eu lhe disse, mamãe ficou muito feliz! Todos ficaram muito felizes. São presentes pra o nosso bebê.
- Nenhum tigre ou garrafas com gênios malvados dentro, eu espero...
- Oh, não, amo... Nosso bebê já terá a mim, não precisa de mais um gênio.
- Não precisamos mesmo.
Trocaram mais um sorriso antes de se unirem em outro beijo.
******
- E então? – Roger sussurrou sorridente ao entrar no quarto do hospital, sendo recebido pelo Anthony Nelson mais feliz que ele já vira – Nove meses e um bebê normal? Ou ele já começou a levitar objetos e deixar você maluco? – Perguntou abraçando o amigo.
Tony riu.
- Não, não, ela não fez nada assim, Rog. Jeannie disse que é cedo demais, se ela tiver poderes só saberemos daqui um ano ou mais.
- Ela? – O major abriu um enorme sorriso – É uma menininha?! Tio Roger tem uma sobrinha!
- Sim, elas são iguaiszinhas, Rog! Cabelos dourados, os mais belos olhos azuis, ela é igualzinha a Jeannie.
Roger olhou com carinho para a gênia adormecida na cama e seguiu Tony até o berço, vendo uma pequena menina que podia ser perfeitamente uma miniatura de Jeannie. Era linda, e só por isso Roger poderia achar que ela já tinha poderes. Ninguém resistiria.
- Também parece um pouco com você, mas é mesmo uma pequena cópia de Jeannie.
- Os familiares de Jeannie vieram assim que nos deixaram sozinhos, ela lhes disse os horários e pediu que entrassem normalmente pra que não precisássemos inventar mais alguma história pra os Bellows ou a equipe do hospital.
- Por falar nisso, é bom que saiba que os Bellows virão vê-los ainda hoje. Teriam vindo comigo, mas como foi tudo tão de repente tiveram que terminar o trabalho primeiro.
- Obrigado por avisar.
Um murmúrio chamou a atenção dos dois e a bebê abriu os olhos.
- Papai está aqui, querida.
Tony a pegou no colo e ela sorriu.
- Ela é mesmo encantadora.
- Roger... – Jeannie o cumprimentou baixinho ao se virar para o lado dos dois.
- Como você está, Jeannie?
- Muito feliz – ela respondeu recebendo a filha nos braços e permitindo que Roger beijasse seu rosto – Mamãe ama você também – Jeannie sorriu de volta para a filha.
- Vocês ainda não me disseram o nome dela.
- Ela se chama Barbara. É uma homenagem a como nós nos conhecemos – Jeannie explicou.
- E a você, querida – Tony a lembrou.
- É bonito – Roger falou – Mas como isso pode ser uma homenagem a como vocês se conheceram? Ou a Jeannie? Nunca me disse que tem Barbara no seu nome.
- Ela não tem. Nós pesquisamos e escolhemos alguns nomes que gostamos – Tony explicou – Um dos significados de Barbara é forasteira ou estrangeira.
- Como eu – Jeannie falou. Ainda sou estrangeira, e eu não passava de uma forasteira quando nos conhecemos. E realmente gostamos de como o nome soa.
- Barbara Nelson... Eu gostei. Fica muito bonito mesmo.
- Você quer segurá-la? – Jeannie lhe perguntou.
- Não segurei muitos bebês na minha vida.
- Não é tão difícil, Rog.
Logo os dois estavam se divertindo observando Roger trocar sorrisos e fazer gracinhas para a bebê enquanto a segurava. Novas batidas na porta interromperam o momento e os Bellows entraram, imediatamente ficando tão derretidos com Barbara quanto Roger, especialmente a senhora Bellows, que tinha estado mais ansiosa para o nascimento até do que eles dois.
- Amo? – Jeannie sussurrou quando se acomodou no abraço do marido.
- O que, docinho?
- Obrigada por abrir minha garrafa naquele dia.
- Obrigado por insistir pra que eu a abrisse.
Ele devolveu o sorriso e a beijou. Quando todas as visitas se foram, incluindo Roger, os Bellows, alguns generais, e a mãe de Tony que só à noite chegara à cidade, os dois puderam se sentar lado a lado na cama e observar Barbara dormir nos braços de Jeannie.
- Eu nunca vou me cansar de olhar pra ela – a loura falou.
Tony respondeu sorrindo e beijando sua têmpora. Ficaram em silêncio por um instante.
- Você está mesmo bem? Sei que usou seus poderes pra facilitar o parto, pra trocar as amostras de sangue, e que ninguém desconfiou, mas você está bem?
- Estou. Ainda bem que o sangue dela se parece com o seu, não quer dizer que ela não é um gênio, mas assim facilitará as coisas. Podíamos ter o próximo bebê em casa, com o médico da família. Ele também é um gênio, então não teríamos que encenar nada – ela falou se divertindo com o olhar assustado de Tony.
Ele acabou rindo.
- Um bebê de cada vez, Jeannie. Falaremos sobre isso num momento mais oportuno. E usando seus poderes ou não, meus nervos quase explodiram de qualquer forma.
- Pelo menos meus poderes funcionaram bem hoje.
- Nem me fale disso.
Ela riu, e ainda segurando Barbara com um braço, puxou Tony para um beijo com o outro.
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