Das coisas impossíveis escrita por hannishortforhannibal


Capítulo 1
Lista não-numerada:


Notas iniciais do capítulo

Isso é uma fanfic da série containment, então se você não viu a série, provavelmente vai ter spoilers.



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Eu vou ser breve em palavras. 

 

Essas Palavras, com P maiúsculo mesmo, que nunca foram o meu forte e vou falar sobre emoção, coisa da qual eu sempre fugi. 

 

Eu vou enfrentar as duas, hoje e agora, porque essa é a única hora. Eu prometo, prometo que depois de hoje, sua voz, sua mente e o seu toque ficarão guardados na minha memória (Deus, como eu queria poder lembrar do seu sorriso e não do teu corpo ensanguentado nos meus braços). 

 

Existe essa ideia, no fundo da minha cabeça. Um futuro, só que diferente. Um futuro em que essa loucura não existisse, onde a minha maior preocupação seria fazer o capitão parar de me dar sermão e poder chegar em casa, ligar a tv e tomar uma cerveja. Sem corpos pra queimar e pertences pra guardar. Sem você ensanguentada nas nos meus braços. Nos meus pesadelos. 

 

Eu teria te conhecido lá? No mercado, na rua? Em um bar, à meia-noite? Eu penso nisso, às vezes. Você com o cabelo grande, me dando bom dia e sorrindo. O seu rosto sendo a primeira coisa que eu vejo durante o dia, a última coisa antes de dormir. Mas talvez, não seja assim. Eu te chamo como responsável. Quentin é um adolescente e adolescentes são idiotas, mas ainda assim você cuida dele e você briga e grita e mostra os dentes. Feroz, protegendo da maneira mais brutal. Eu não consigo imaginar o seu rosto um segundo mais velho (e você não agiria daquele jeito, e Quentin é um bom garoto, não vai ser o tipo de ser pego pixando no meio da noite). 

 

Mas existem as vezes em que eu não consegui te encontrar( ou te encontrava debaixo dos lençóis, na sala estéril do necrotério). Eu sinto vontade de vomitar, mas não o eu dessa história que não te conhece mas tem que consolar uma criança no andar de cima. Eu ainda não consigo pensar numa versão do futuro em que não tenha você em alguma parte. Eu poderia ter casado, desistido e cuidado de uma criança (e uma criança minha,que me chamasse de papai e que ouvisse histórias todos os dias, antes de dormir). Conhecido você professora. Essa história eu não gosto tanto, porque não existe jeito de ter você na minha vida sem machucar ninguém. 

 

As realidade são infinitas, mesmo que nessa realidade aqui eu ainda veja minhas mãos sujas de sangue. O seu sangue. 

 

Eu ainda não consigo pensar em algo fora disso aqui. 

Eu ainda penso em você em todo momento em que estou distraído. 

Talvez eu não tenha futuro. Talvez eu acabe contaminado amanhã e morrendo sozinho, engasgado no meu próprio sangue. 

 

Talvez exista alguma coisa depois disso, talvez não. 

 

Mas de novo, se eu pudesse reescrever tudo isso, começaria mais ou menos assim: 

Eu e você 

Sem crianças mortas, sem fornalha. 

Sem a doença, sem todo esse sangue. 

Nesse mundo ideal, quase como o esse em que eu vivo, eu te vejo sorrindo e penso “eu poderia ver isso todos os dias, pelo resto da minha vida”. 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso, obrigada por ter lido sz