A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 2 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 13
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Capítulo Treze
O novo professor de DCAT.

Ao chegar no Salão Comunal para o café pela manhã, Tori rumou um olhar sério até a mesa da Sonserina. Encontrou Silas também procurando por ela e ao terem os olhares cruzados, ambos sorriram. Mas o sorriso do menino durou pouco, quando Flint jogou um pedaço de biscoito na testa dele.

Irritada com tal atitude idiota, a menina se levantou batendo as mãos nas vestes à procura de sua varinha. Mas Fred se levantou tão rápido quanto ela e a segurou no braço.

— Não vai fazer besteira! — ele falou, firme.

— Besteira é deixar esse boboca achar que pode fazer o que quiser com as pessoas e ficar por isso mesmo. Me solte, Frederico! — e puxou o braço, vasculhando os bolsos pela milésima vez — Eu vou resolver isso assim que encontrar minha varinh... AH, MEU DEUS! — berrou e o salão todo a encarou.

— O que foi, Tori? — Lino a olhou estranho, enquanto Jorge também ficou de pé.

Mas ela não conseguiu responder e ficou cada vez pálida, enquanto tremia bastante. E antes que os amigos pudessem chamar por ajuda, os puxou e empurrou os três em direção a saída do lugar, recebendo reclamações e resmungos de fome.

— Eu não os tiraria no meio do café da manhã se não fosse caso de vida ou morte. — explicou Tori, visivelmente aflita.

— O que aconteceu? — Lino a encarou com as duas sobrancelhas erguidas, enquanto os quatro se afastavam do Salão Principal.

— Eu saí da Comunal durante a noite... — a menina começou, tremendo um pouco.

— Caramba, que orgulho. Sem o Mapa do Maroto você conseguiu dar um rolê na escola e nem foi pega. Parabéns, Marlene! — Jorge sorriu todo orgulhoso, assim como os outros dois.

— Antes eu tivesse sido pega, pois eu não estaria tão encrencada como estou agora. — Tori se encostou em uma parede e passou a mão na testa que começava a transpirar.

— O que foi? Desembucha! — o outro Weasley pediu.

— Filch quase me pegou, mas eu corri. Só que no meio dessa fuga eu... — fez uma pausa e encarou os três — E-eu perdi minha varinha! — choramingou.

— É, era mesmo melhor ter sido pega pelo Filch. — o Jordan foi sincero, recebendo um olhar desesperado da amiga.

— Preciso que me ajudem. Eu não posso ir para as aulas sem a minha varinha. Preciso encontrá-la e rápido! — recomeçou a caminhar apressada.

— Conte conosco! — Fred respondeu pelos outros três — Mas... Tori, acho que deveria procurar o Dumbledore, pois seria mais fácil para encontrar sua varinha. Ele ia saber o que fazer. — sugeriu.

— Nem pensar. Não quero decepcionar ele por ter quebrado uma regra de propósito e ainda ir pedir ajuda na maior cara de pau! — balançou a cabeça em negativa.

— Ok. Então vamos logo, pois não sabemos se será uma busca fácil. — o Weasley pediu.

Sem perder tempo, o quarteto correu para as escadas e subiram para o segundo andar. Aproveitaram o percurso todo para vasculhar o chão e procurar pela varinha, caso tivesse a sorte de encontrá-la por ali.

Mas se decepcionaram ao não encontrar nada. Nem um mísero sinal.

— Vamos perguntar para a Murta, talvez ela tenha visto algo. — sugeriu Jorge, após algum tempo de procura.

— Sim, a Murta. Como não pensei nisso antes? — Tori deu um tapinha na própria testa e saiu apressada em direção ao banheiro.

— Procurando alguma coisa, Evans? — uma voz conhecida a fez congelar no lugar, mas se virar um tempo depois.

Era Snape.

— Sim. A-a minha amiga Murta, preciso... preciso falar com ela e tal. — se explicou e engoliu em seco.

— E vocês? — encarou os outros três, desconfiado.

— Viemos fazer companhia. — Lino sorriu amarelo.

— Fazer companhia? Hum... — Snape assentiu e moveu a mão até o bolso de sua veste — Suponho que a Murta tenha mudado de nome então, pois sei que o que está procurando é conhecido por outro: varinha. — dito isso, ele revelou a varinha da menina.

Como reação de felicidade, surpresa e ansiedade, tudo misturado, Tori correu para perto do professor. Mas parou quando o mesmo voltou a esconder a varinha.

— Em minha sala, agora. — rosnou e se virou para voltar às escadas.

Tori o obedeceu, mas antes lançou um olhar de "socorro" para os três amigos.

◾ ◾ ◾

Assim que adentrou a sala de Snape nas Masmorras, Tori não pôde deixar de dar uma boa olhada ao redor. Notou que o lugar era um tanto sombrio e as paredes estavam cobertas de prateleiras com grandes frascos em que flutuavam todo tipo de coisa nojenta e assustadora. Encarar causou arrepios na menina, que também reparou que a lareira estava apagada, deixando ainda mais frio o ambiente. 

— Então quer dizer que é novo demais na escola para saber o básico das regras? — Snape começou a brigar com alguém. 

Só então Tori reparou na presença de Silas ali, que ainda estava sem os óculos e tão encolhido que parecia que seu pescoço iria sumir a qualquer momento.

— E você? Acha as detenções fracas o suficiente para persistir em quebrar as regras? Se acha boa o bastante para seguir regras "bobas" da escola? Oh, ela é filha da famosa Lily Evans, não precisa disso tudo não. — agora o professor a encarava, a expressão terrivelmente rude. 

— Olha, professor, eu posso expl... — tentou se justificar.

— Silêncio! — gritou, irritado.

Silas se encolheu mais ainda, enquanto a Evans apenas abaixou o olhar e suspirou. Ela sabia que estava sem razão, não teria argumentos em sua defesa.

— 30 pontos serão tirados. — anunciou — De você, Evans, por ter afeição em quebrar regras e ser tola a ponto de perder a própria varinha no percurso! — acrescentou, causando um bico magoado na citada.

— Não pode fazer isso comigo, professor! — murchou os ombros, chateada.

— Conte-me um motivo extremamente bom para não fazer. — Snape trocou o peso da perna e cruzou os braços em frente ao corpo.

Mas a menina se calou, ainda sem nenhum bom argumento para usar. Ou, talvez, sem coragem para tentar defender algo que não tinha defesa, sabendo ainda que retrucar causaria a perda de novos pontos.

— Pensei que estivéssemos no caminho para nos tornarmos... — Tori murmurou e não concluiu a frase quando pôde jurar que ouviu Snape soltar um riso nasal.

— Amigos? — perguntou, com visível desdém — Nunca. — garantiu.

Outra vez a sala caiu no silêncio.

Tori encarou o mais velho primeiro com sobrancelhas unidas, depois moveu os lábios como se quisesse falar algo, mas logo desistiu e voltou para uma pose neutra.

— Professor, ninguém tem pontos ainda. Então o senhor não pode tirar o que não existe! — arqueou uma das sobrancelhas, enquanto o menino ao lado deixou um risinho escapar.

— Realmente não consegue levar nada a sério, não é mesmo? — Snape rosnou e depois olhou para Silas, que voltou a abaixar o rosto — E você, seu grande cabeça-oca? Já não basta não ter tendência alguma em conseguir pontos para sua casa, ainda resolve fazer coisas que poderiam acarretar a perda de pontos que todos, menos você, irão ter a capacidade de conquistar? Eu desconfiava que seria um problema para a Sonserina, mas não sabia que se manifestaria tão cedo. Você se mostrou uma vergonha, a pior que a Sonserina já teve o desprazer de receb... — começou a bronca, mas foi interrompido.

— Você não pode falar assim com ele, professor. — Tori se intrometeu e recebeu um olhar duro do adulto — Já sabemos que você é a autoridade máxima por aqui, mas não abuse disso humilhando um primeiranista que só está assustado com tanta novidade para ele. Por mais que você seja Diretor da casa dele, não abuse de seu poder! — continuou, tocando um pulso do menino e o puxando para mais longe da ira do outro Sonserino. 

— Acredite, esse sou eu dando uma bronca pacifica. Você não gostaria de me ver exagerando, Evans. Então acho bom calar sua boca e não mais se interromper com esse atrevimento que já me irrita há meses! — grunhiu Snape e avançou com a intenção em puxar Silas para longe da Grifinória.

Mas a menina foi mais rápida e, em um impulso que ela não esperava, acertou as palmas das mãos contra o abdômen do mais velho e o fez errar alguns passos para trás, batendo contra a mesa e derrubando alguns livros em uma tentativa de buscar equilíbrio.

— Professor, eu... eu sinto muito! — a menina lamentou, assustada com a própria atitude, e tentou se aproximar, mas recuando na metade do caminho — Eu não queria... E-eu lamento. — apertou uma mão na outra, ambas com tremores.

O professor de Poções, recuperado do desequilíbrio, se afastou da mesa e permaneceu extremamente quieto, enquanto tocava o cotovelo atingido pela mesa. Ele demorou para erguer o olhar, mas quando o fez, Tori acabou recuando totalmente e desistindo de suas tentativas em se desculpar.

Quebrando a tensão terrível instalada ali, alguém bateu na porta e logo em seguida entrou. Filch caminhou para dentro da sala encarando os dois alunos com o olhar de uma criança recebendo o doce favorito.

— Vim me informar sobre o castigo dessas pes... dessas crianças. Espero poder ajudar, professor Snape. — se ofereceu prontamente e parou ao lado do adulto.

— Eu ainda estou pensando em algo à altura da rebeldia, que dessa vez passou completamente dos limites! — disse Snape, arrumando sua postura enquanto encarava fixamente a Evans, que acabou se encolhendo assim como o menino ao lado.

— Antigamente, detenções bobas não existiam. No lugar delas era algo que realmente colocava as crianças na linha. Acredito que pendurá-las pelas orelhas teria resolvido tudo! — comentou Filch, parecendo se divertir principalmente quando os dois mais novos se encararam assustados.

— Sabe que não seria má ideia... — ponderou o professor, parecendo muito satisfeito com o que o comentário do Zelador causava.

— Posso começar pela ruiva? — o velhote se empolgou.

— Leu meus pensamentos, Filch! — respondeu.

— Com licença, Severo. — McGonagall surgiu pela porta, apressada, causando suspiros aliviados nas crianças — Ouvi dizer que tenho uma aluna para punir. Aliás, não entendi o motivo de não ter me procurado quando soube que alguém de minha casa aprontou durante a noite. Acredito que foi por algum imprevisto, certo? — empinou de leve o nariz.

— Certamente, Minerva. Filch estava indo agora mesmo chamá-la. — mentiu o Sonserino e voltou a ficar inexpressivo.

— Pois bem. Entregue a varinha da menina, que o resto eu resolvo. — estendeu a mão e, de contragosto, o homem entregou o objeto mágico — Agora com sua licença, que vou resolver a situação em minha sala! — tocou o ombro da menina e começou a empurrá-la com rapidez para a porta.

Pouco antes de sair, Tori ainda ousou lançar um olhar para Silas, que havia voltado a se encolher e parecia tremer. Ela sentiu um choro desesperado apertar sua garganta e o substituiu pela pouca coragem que te restou.

— Professora McGonagall, eu pr... — tentou buscar ajuda da mais velha.

— Silêncio, Evans, que eu estou bastante decepcionada com a senhorita! — McGonagall ordenou e apressou os passos.

Dando uma última olhada entre os ombros em direção a porta da sala de Snape, Tori suspirou e então correu para seguir a Diretora de sua casa.

◾ ◾ ◾

Antes de ser liberada da sala de McGonagall após um longo sermão sobre Regras, Tori recebeu seu horário escolar e se apressou para a primeira aula, que seria DCAT.

Com a mente preocupada, tudo o que ela conseguiu foi reparar em muitas gravatas azuis e rostos conhecidos, antes de procurar por uma carteira vazia. Nem mesmo conseguiu estranhar a ausência de Aurora e rir da descarada alegria de Angelina com isso, apesar de tão notável.

Dividiu a atenção dos pensamentos entre Silas sozinho com dois ignorantes e o fato de ter empurrado um professor, e por se tratar do professor mais terrível da escola inteira. E tal lembrança a fez ficar ainda mais preocupada, pois pensou na possibilidade de ter prejudicado ainda mais sua casa, muito mais do que 30 pontos retirados.

Sendo muito provável que não conseguiria prestar total atenção na aula, a menina se acomodou ao lado da mesma dupla de sempre — Lino Jordan —, deitou a cabeça na mesa e cogitou em fechar os olhos.

— Tudo bem aí? — Jeniffer, que estava sentada do outro lado, perguntou.

— Sim. Ótimo, na verdade. — sorriu para reafirmar sua mentira e ergueu o rosto ao notar um movimento na porta.

Uma mulher de aparentes 20 e poucos anos e muito elegante adentrou a sala, onde seguiu até a mesa reservada para o professor da matéria e colocou algumas coisas ali.

Ela tinha o cabelo loiro-dourado, o que a deixava bem mais branca do que já era, além de ser magra e alta. O detalhe mais chamativo era sua beleza muito notável, que deixou todos da sala um pouco paralisados.

Ao menos do sexo masculino.

Lino ficou de boca aberta e Tori acabou chutando o sapato dele para tentar livrá-lo do vexame, que surtiu efeito e o fez sair do transe parcialmente. 

— Bom dia, pessoal. — ela cumprimentou a todos e sorriu assim que obteve resposta — Sou Eileen Pearson, a nova professora de Defesa contra as Artes das Trevas. — se apresentou.

— Definitivamente nova. — sussurrou Alicia, recebendo um assentir dos outros amigos que estavam por perto.

— Eu sei, eu sei, eu pareço nova demais para uma professora, mas juro que tenho idade o suficiente para estar no cargo. Dumbledore é meio... peculiar, mas não entregaria os alunos para qualquer pessoa. — foi até a frente da mesa e se encostou — Para começar, quero que me chamem apenas de Eileen. Nada de senhorita Pearson, ou senhora Pearson. Apenas Eileen já está perfeito! — sorriu e jogou para trás as mechas que estava caídas nos ombros.

Isso fez com que vários meninos soltassem suspiros.

— Na aula de hoje quero começar de uma forma diferente. Sem essa de ir direto ao ponto, pois acredito que isso estraga o relacionamento aluno-professor e isso é uma das coisas que mais atrapalha o aprendizado. Então vamos começar com vocês se apresentando. — se levantou e vasculhou cada rosto — Você, querido, se apresente para mim. — apontou para Fred, que suspirou mais ainda.

— Bom, ahm... Eu sou... Bem, meu nome é... Como é meu nome mesmo? — o menino se atrapalhou todo.

— Tudo bem, já entendi que é tímido. — Eileen assentiu, compressiva.

Todos os que conheciam bem a fama não só de Fred, como de Jorge, deram risada com a suposição da professora.

— Só respire fundo e tente de novo. — caminhou até o aluno e pousou uma mão no ombro dele, enquanto com a outra ela fazia gestos de respira e expira.

Fred obedeceu e respirou fundo demais, logo suspirando alto e fazendo uma cara de bobo apaixonado.

— Fred Weasley, ao seu total dispor. — ergueu e abaixou as sobrancelhas três vezes vezes enquanto abria um enorme sorriso.

Tori riu da cara engraçada do amigo, enquanto reparava as carrancas de algumas meninas.

— E me diga, Fred, tem algo que goste de fazer? Algo que gostaria de fazer futuramente? — continuou a perguntar.

— Qualquer coisa, desde que você esteja lá. — suspirou e apoiou o rosto nas mãos, mas logo em seguida se recompôs parcialmente — Quer dizer, eu... Gosto de Quadribol, de criar, de brincadeiras e aprontar com meu irmão. Talvez eu faça algo que envolva alguma dessas coisas. Nunca parei para pensar direito no futuro, porque é meio chato... — soltou um risinho.

— Que gracinha, vocês são gêmeos. Beleza e fofura em dose dupla! — elogiou a professora, agora encarando também Jorge — E você, irmão do Fred, como se chama? — sorriu e esperou.

— Jorge. — respondeu, bem mais abobado que o irmão.

— Que nojo, Jorge, você está babando! — Tori, que havia se virado na cadeira para observar os amigos, fez uma caretinha e riu.

As outras meninas deram risada disso.

— É uma terceira Weasley? — Eileen supôs, agora mudando o foco do olhar e passando a mão nos longos cabelos ruivos da menina.

— Não, não, eu sou Evans. Tori Evans. — negou e abriu um sorriso meio forçado para a aproximação repentina da professora.

— Ah, mas é claro. Eu li coisas sobre você duas vezes no Profeta Diário, só não lembrava direito do seu rosto, apesar de tão bonitinho. — afastou a mão e sorriu — É a filha de Lily Potter e do... — foi interrompida.

— E do Tiago Potter. — a menina acrescentou rapidamente.

— Exato. — concordou sorrindo — Me fale mais sobre você, meu doce, pois não acredito naquela versão contada pela Skeeter. Quero conhecer a verdadeira. — pediu.

— Bom... Não tem muito o que falar. Eu sou só... Eu. Apenas uma pré-adolescente, como você pode ver. — a menina deu de ombros uma vez e sorriu de leve.

— Se não sabe o que dizer sobre você, acho que seus amigos devem saber. — desviou o olhar para a sala, esperando que alguém falasse.

A mão de Alicia se ergueu e Eileen concedeu sua vez em falar.

— É a pessoa que eu conheço que mais sabe perdoar, não importando o tamanho do erro. — falou e encarou a amiga, sorrindo, enquanto Angelina e Rita concordavam com ela.

A mão de Fred se levantou também.

— É capaz de se sacrificar para salvar alguém. — ao terminar de falar, ele tocou e apertou de leve o ombro da amiga, que sorriu sem jeito.

— Tem uma voz de anjo cantando. — Lino elogiou, suspirando alto logo depois.

Os amigos riram da reação do menino, inclusive a própria Tori. Ela tocou a mão dele sobre a mesa uma vez e sorriu com gratidão.

— É inteligente. Pelo menos mais do que nós três juntos! — Jorge falou e apontou para si, para o irmão e para Lino.

Mais risos aconteceram.

— Com licença, professora. — Tori ergueu a mão e a professora assentiu — Será que podemos mudar o foco? Não acho que saber sobre mim vá ajudar a enfrentar as Artes das Trevas... — falou, um pouco sem jeito.

— Conhecimento sempre é bom, mesmo sendo apenas sobre pessoas. — Eileen justificou e sorriu, ela sempre sorria — Quem quer ser o próximo a se apresentar? — e encarou a turma outra vez.

◾ ◾ ◾

Enquanto seguiam para o almoço após mais algumas aulas, Tori e os amigos comentavam sobre a nova professora de DCAT, sua aparência e sua forma de saudação. Principalmente os meninos, que rasgavam elogios a ela.

— Eu confesso que senti falta do Bangles, mas até que ela parece ter potencial. — comentou Tori, mesmo com o fim que o antigo professor teve.

— Sentiu falta do Bangles? Sério isso? Ele quase nos matou! — resmungou Fred, ficando meio emburrado — Eileen não. Aquelas mãos de anjos jamais iriam machucar alguém, e ela até deu carinho no seu cabelo. — sorriu de leve.

— Bangles não era o problema, alguém que o fez pirar. Antes disso ele dava as melhores aulas, mesmo sendo tão adiantado e isso ter lhe causado problemas. Ele falava o que precisávamos aprender, não nos fazia conhecer quem já conhecemos! — rebateu Jeniffer, recebendo um olhar repreensor dos outros meninos.

— Estão falando da nova professora de DCAT? — Eli surgiu no caminho acompanhado por Leon, Carlinhos, Olívio e Faith.

— Sim... — os gêmeos suspiraram a resposta.

— Patético! — Faith revirou os olhos e foi mais para perto das meninas.

— Concordo totalmente. — Rita assentiu.

— Eu ainda acho cedo para julgá-la, mas... à primeira impressão não parece grande coisa. Parece só uma modelo querendo ensinar o que nem ela sabe direito. — comentou Angelina, enquanto enroscava seus braços aos de Alicia e Rita.

— Você está com inveja. Aliás, vocês seis estão, pois juntas não chegam a 50% da beleza da Eileen. Por isso estão criticando tanto, é o que os trouxas chamam de dor de cotovelo. — Leon provocou e tomou uns tapas no braço desferidos por Faith.

— E vocês são bem bonitões para acharem que tem alguma chance com ela, não é? Acordem, pirralhos! — Tori rebateu e acertou um tapinha na cabeça de Olívio, que estava com uma expressão abobada no rosto.

Todas as meninas fizeram o mesmo em cada um deles e então apressaram os passos para o Salão Principal.

Ao entrar no lugar, o grupo seguiu para o mesmo espaço de sempre. O rosto da maioria dos meninos estavam virados para a porta e pareciam esperar alguém, se decepcionando quando não encontravam.

— Isso é assustador. Parece que ela enfeitiçou todos eles! — comentou Tori enquanto via Lino encarar um prato vazio e suspirar com ar de apaixonado.

— De quem estão falando? — Aurora apareceu de repente e se sentou num espaço vago na mesa.

Automaticamente Angelina fechou a cara.

— Da nova professora de DCAT, a Eileen Pearson. — Jeniffer respondeu, educada.

— Os meninos estão com essas caras de pamonhas por causa dela. Ela é muito bonita, além de não parecer uma professora na aparência! — Tori continuou a explicação.

— Ah, por isso tanta boca aberta e saliva. — Aurora observou Fred meio paralisado — Mas ela realmente é bonita, eu esbarrei nela vindo para cá e... — foi interrompida.

— Você a encontrou? Onde? — Lino arfou, ansioso, e segurou a menina pelos ombros.

— Ahm... Parecia ir para a biblioteca, não sei bem. — explicou, encarando o menino de maneira assustada.

Mal terminou de falar e Lino, Jorge e Fred correram para fora do Salão. As meninas ficaram os encarando estranho até desaparecerem pela porta.

— Ok, isso foi bem esquisito. — ela riu e balançou a cabeça algumas vezes.

— Esquisito é você ainda estar aqui sendo que o Fred não está mais! — resmungou Angelina, a encarando feio.

O sorriso da novata se desfez e ela se levantou, saindo apressada também para fora do Salão. Enquanto Angelina parecia inabalável, as outras meninas a encararam com notável chateação.

— Coitada, Angelina. Acho que já está exagerando! — Tori brigou e se levantou, apressando os passos para tentar alcançar a menina.

Assim que passou pela porta, Tori esbarrou em alguém. Ela ergueu o olhar e sua expressão raivosa se suavizou ao reparar que era a professora de DCAT.

— Cuidado com toda essa pressa, meu anjo. Você pode se machucar. — aconselhou Eileen, pousando a mão na bochecha da menina brevemente, sorrindo e logo depois caminhando para o Salão Principal.

Tori acabou sorrindo um pouco para o gesto fofo da professora, que parecia ser uma boa pessoa, afinal. Ao menos em seu cuidado com os alunos.

Voltando o foco dos pensamentos para Aurora, Tori voltou a caminhar apressada para procurar a menina. 

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Notas finais do capítulo

❝| A cena dos detalhes da sala do Snape eu retirei do livro Harry Potter e a Câmara Secreta. Créditos à JK por isso.

Uma observação sobre os professores de DCAT do primeiro e segundo ano: eu acabei me inspirando nos professores do primeiro e segundo ano do Harry para criar meus dois professores originais daqui.
Bangles "perdeu a cabeça", assim como Quirrell. No segundo, o Lockhart apareceu para abalar o coração das estudantes, assim como a Eileen agora introduzida na história.
A Eileen acabou sendo mais proposital, enquanto o Bangles foi pura coincidência. |❞