Beomgyu e Hueningkai - O Casamento não Desejado escrita por Henriette


Capítulo 2
No outro dia era feriado




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No outro dia era feriado. Beomgyu e Soobin sentaram à mesa com os pais e tomaram um reforçado café da manhã feito por uma empregada de origem inglesa que parecia ter quase 100 anos, a senhora Collins. A família Choi estava longe de ser uma das mais ricas, porém era uma família respeitada e com posses, o que faziam todos eles levarem um vida confortável. A família era composta pelo pai Dak-ho, a mãe Sook, o filho Beomgyu, e outro filho adotivo chamado Soobin, que levava o sobrenome Choi, por respeito aos pais do garoto, que faleceram em um acidente de casa. 

“Nalu é sem dúvida uma pessoa meiga e gentil”, disse o pai, colocando mais suco no copo. “Todos os anos ela manda presente de Natal para você, meu filho.”

“Eu já lhe disse que acredito que seja o pai dela que a obriga”, disse Beomgyu. “Ela nem me conhece. No ano passado me enviou meias verdes. Odeio a cor verde.”

“Não diga besteira”, disse o pai. “Kaleo me contou que todos estão empolgados com o casamento. Ela está muito ansiosa para lhe conhecer. Ela sabe falar oito línguas diferentes. Não posso acreditar o tanto de sorte que você tem, meu filho.”

“Por favor, mãe. Me ajuda aqui”, disse Beomgyu, se virando para a mulher de cabelos castanhos e sorriso fácil, “A senhora vai deixar que ele prossiga com essa ideia arcaica?”

“Sinto muito, querido. Eu já conversei com seu pai, mas tudo que eu consegui foi que ele desse ao menos esse um ano para vocês se conhecerem”, a mãe disse, tentando confortá-lo; “Dê essa chance.”

E Soobin que se mantinha calado resolveu intervir: “Muito amigos meus estão deixando para se casarem depois da Universidade. Muitos pais concordam que esse é o melhor jeito, pois os filhos estarão mais maduros para os deveres do casamento”

“Não caio nessas conversas modernas”, disse o pai; “e além do mais, Beomgyu sempre foi uma criança muito madura e responsável.”

Beomgyu não conseguia pensar em outro argumento plausível para não se casar, além do fato dele não querer. Depois de alguns segundos, o silêncio começou a ficar incômodo, então Beomgyu terminou de comer e foi para academia treinar um pouco.

Enquanto treinava pensava em sua vida e como foi parar naquela situação. Ele vinha de uma família de Betas que se casavam somente com outros betas. Soobin era um alfa, porém ele não era da família por sangue, mas sim por respeito. Quando os pais de Soobin morreram, os avós o abandonou por considerá-lo não forte o bastante. A mãe de Soobin era muita amiga da mãe de Beomgyu, por isso o pegou para criá-lo.

Por idade quem deveria se casar era Soobin, que era o mais velho. Contudo, apesar de ser rejeitado pela própria matilha, Soobin era ainda um alfa poderoso e tinha poder para determinar seu próprio casamento na hora que lhe desse vontade. 

Beomgyu foi para o meio do salão e como estava muito estressado começou a fazer posições de yoga para poder relaxar. 

Beomgyu, como um bom beta, sempre foi disciplinado conseguindo equilibrar força e inteligência. Obviamente não era tão forte como os alfas, mas ainda sim um bom guerreiro. Os betas sempre foram conhecidos por aconselhar bem a razão com a emoção. 

Ele vivia no interior da cidade e seu pai era único possuidor de uma escola naquela região, assim sendo, por consequência Beomgyu conhecia todos os jovens estudantes e mesmo assim não era muito popular.

A escola para somente garoto era tão respeitada que até os alfas colocavam seus filhos para estudarem lá. Ela oferecia variedades de atividade, como judô, música, arte, línguas estrangeiras etc. Também com um jardim bem cuidado e depois do Jardim havia a casa de dois andares que Beomgyu residia com a família. 

“Desculpe-me”

Beomgyu escutou alguém dizer. Quando se virou percebeu que se tratava de um garoto com cabelos molhados e jaqueta amarela. Estava tão distraído fazendo yoga que nem percebeu que tinha começado a chover. Por outro lado percebeu o quanto o estranho era bonito, com a pele pálida, olhos negros e rosto quadrado. Ele odiava quando percebia a beleza de outro garoto. 

“Quem é você?”, perguntou Beomgyu.

“Sou Hueningkai”, respondeu o menino em um tom melancólico, “Estava lá fora quando começou a chover.”

“E o vigia lhe deixou entrar”, disse Beomgyu, “mas você não é daqui”, ele sussurrou, não querendo parecer muito curioso. 

“Cheguei hoje de viajem”, disse Kai, tirando o casaco amarelo molhado, suspirando. “Mas por que você estava fazendo yoga com uniforme de Kung fu?"

“Yoga acalma meu espírito, acho”, disse Beomgyu; “Estou um pouco com raiva.”

“E por que está com raiva?” perguntou Kai.

“Oh, por causa do meu pai... eu o amo, mas, às vezes, ele me deixa com raiva”, Beomgyu se apressou a responder; “Sei que ele não faz por maldade, só que ele não me escuta, sabe.”

“Quando se trata de pais idiotas, eu entendo muito bem”, disse Kai.

Beomgyu não disse nada: nunca fora muito bom para conversar com estranho.

“Mas você também luta ou só faz yoga?” perguntou Kai.

“Bem, sou um ótimo lutador”, disse Beomgyu. “Porém nos campeonatos sempre acabo perdendo para um alfa.”

 “Uma vez eu conseguir derrotar um alfa”, declarou Kai com um sorriso no rosto; “mas foi uma vez. Ele era Príncipe em uma tribo da Guiné-Bissau. Eu e meu pai saímos de lá fugidos pois queriam arrancar minha cabeça por humilhar a família real.”

“Eu não acredito em você”, Beomgyu retrucou rápido

“Você acha que eu não seria capaz de vencer um alfa?”, perguntou Kai sem tirar o sorriso do rosto.

“Eu não lhe conheço para saber o que você é capaz ou não”, disse Beomgyu sorrindo e cruzando os braços. 

“Então há somente único jeito de resolver isso”, afirmou Kai, “Lutaremos!”

Kai tirou seus tênis molhado ficando somente de meias e deu três passos para frente, fazendo sua posse inicial de luta. Beomgyu sorriu empolgado e correu para dar o primeiro golpe, entretanto Kai desviou rapidamente fazendo Beomgyu se desequilibrar e cair no chão.

“Como você participa de campeonatos sendo tão desastrado?”, perguntou Kai rindo.

“Meu pé está ferido. Pisei em um prego ontem”, explicou Beomgyu também rindo. 

“Eu não o conheço para saber se isso é verdade ou não”, afirmou Kai oferecendo à mão para ajudá-lo a levantar.

Estavam ainda de mãos dadas e sorrindo quando sua mãe adentrou o local e com a voz ofegante disse:

“Por favor filho, venha cá. O amigo de seu pai chegou e seu pai está preste a cometer uma loucura”

 


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