Amarras escrita por Kris Loyal


Capítulo 9
Capítulo 8 - Traição e morte.




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— Você já teve sua dança, já nos encaminhou para essa sala e nos fez esperar — Consultou o relógio — seis minutos. Minha quase inexistente paciência já está no fim.

Cam riu do discurso mal humorado de Klaus. Ele estava sentado atrás de uma mesa de mogno enquanto olhava sem pressa alguma para Klaus, Elijah, Freya e Caroline do outro lado da sala. Por algum motivo que ele não quis explicar, Rebekah e Marcel foram excluídos da pequena reunião e a orientação era que os demais saíssem do salão discretamente para que nem eles nem os demais convidados percebessem a retirada.

— Sou todo ouvidos. Me diga o que você quer, amigo Klaus.

— Você sabe o que eu quero. Me diz o preço.

— Sempre direto ao ponto. — Cam levantou-se de sua cadeira, dando a volta em torno da mesa e escorando-se nela. Ele encarou a cada um por um momento antes de, tranquilamente, iniciar sua argumentação — Não é uma coisa complicada de compreender. Eu estou precisando do poder do Arbres para fazer um feitiço que requer uma grande quantidade de magia contida. Confesso que estava disposto a entrar nessa briga entre vocês e as bruxas pela posse dele, mas quando uma fonte me disse que era preciso um dos legados de Neeraj para destruí-lo, eu deduzi que vocês estariam à procura do óleo para se livrar do Arbres e automaticamente da chateação das bruxas. Acredite, eu sei o quanto elas podem ser chatas. — Deu uma piscadela para Freya antes de continuar — Então eu consegui o Óleo com um velho amigo meu, e decidi, deliberando comigo mesmo, que o melhor era negociar com vocês. Com o amuleto ou sem ele, vocês têm o que eu preciso.

— Como assim? — perguntou Elijah.

— Simples. Para o feitiço, minhas bruxas precisam canalizar o poder de algo forte e voluntário. Prestou atenção nos adjetivos? Forte e voluntário como um amuleto feito de bruxas para bruxas, ou...

— Um ser poderoso que se deixe canalizar. — completou Care.

— Exato, loira. No caso, para um resultado satisfatório para ambos os lados, seriam dois seres. O poder do Arbres corresponde mais ou menos à magia contida em um de vocês, mas se eu a tirasse por completo estariam mortos. Por isso dois de vocês corresponde a uma conta certa e segura para tirar o suficiente sem danos mortais.  Quando digo vocês, digo os originais, é claro. — Cam pegou um extrator aparentemente de ouro que descansava em cima da mesa, apontando de modo despretensioso para Klaus , afim de dirigir-se a ele — Se eu utilizasse sua loirinha por exemplo, ela estaria ressecada em dois minutos e meio após o início do ritual.

— Para que é o feitiço? — Freya indagou, falando pela primeira vez na negociação.

— Preciso de um poder específico para matar um certo alguém. E é só isso que posso dizer.

— Só isso que pode dizer? E se esse alguém for exatamente um de meus irmãos?

— Não é. — ele deu de ombros — Vocês nunca me viram, certo? Sei que têm inimigos em todos os lugares, mas a mim nunca fizeram mal. Não tenho por que utilizar uma chance única de poder apenas para matar deliberadamente. Como um ato de confiança , posso deixar que você Freya analise o feitiço e mude sua composição, de modo que, o poder que vou adquirir seja impotente contra qualquer um de sangue Mikaelson. Tenho certeza que consegue fazer isso. E o Óleo eu os entregaria no dia do ritual, claro.

Freya assentiu e por alguns segundos houve silêncio. As mentes trabalhavam em possíveis armadilhas ou traições contidas na proposta. Quando viu que nada mais seria dito ou perguntado, Cam decidiu dar por encerrada a reunião.

— Então é isso. Vou dar-lhes um tempo para a resposta final. Até amanhã ao por do sol é o suficiente. Se cair a noite e eu não obtiver resposta, já entenderei como uma negativa.

— Se esse fosse o caso, qual seria seu próximo passo? — Interveio Elijah a fim de saber um pouco mais. A resposta de Cam, porém não deixou muito a teorizar:

— Isso, meu caro Elijah, diz respeito a um outro plano. E sobre este, infelizmente, não posso falar.

O vampiro elevou às mãos à altura do tronco, em um sinal de deiscência.

Um segundo depois, Klaus saía pela porta sem despedidas ou mais acertos, sendo depois seguido pelos demais ocupantes da sala. Ao final restava apenas Cam, agora sentado sobre sua mesa de mogno, com um sorriso mínimo, porém existente, no rosto.

~~ ~~ ~~

Não havia nem amanhecido direito e os estrondos já ecoavam pela casa. Objetos voavam e se chocavam contra as paredes, espatifando-se no chão e fazendo um barulho e uma bagunça sem precedentes.

Os que estavam dormindo acordaram, e os já despertos desceram à sala principal rapidamente. Não encontraram ninguém por lá, apenas a bagunça e o cheiro de sangue.

Sim, sangue. Um cheiro forte e vivo.

Não demorou muito para que Klaus encontrasse o motivo do odor:

Em uma das paredes alguns nomes foram gravados, escrito visivelmente a dedo e com muito sangue: Hope, Hayley, Freya, Caroline. Klaus tocou o líquido, sentindo que a textura ainda estava quente. Todos fitavam a cena calados, absorvendo o teor da ameaça. Em meio ao silêncio, Freya foi quem externou o que todos estavam pensando:

— Estão ameaçando os que podem ser mortos.

O peso da constatação trouxe de volta o silêncio. Em meio a sua agonia e raiva interna, Klaus tomou a decisão que, de alguma forma, todos já esperavam que em alguma hora fosse tomada:

— Freya, diga a Cam que sim. Elijah e eu vamos.

— Estão loucos! — Ralhou Rebekah — Ajudar um cara sem saber quem ele quer matar?

— Nós já explicamos que Freya alterará o feitiço para que não possa ser usado contra um Mikaleson, Rebekah. — Explicou ele — E sinceramente me preocupa mais as bruxas. Não é mais sobre mim, entende? Estão ameaçando elas — falou ao apontar para os nomes na parede — por que são fáceis de matar. O dia do ritual está chegando e... — em meio a suas palavras misturadas, ao olhar de lado, parou — Onde está Elijah?

Caroline olhou para os lados percebendo, apenas naquele momento que Elijah não estava no cômodo. Ele porém não demorou a chegar: estava apressado e procurava as chaves de um carro. Antes que Nik ou Rebekah perguntasse algo, ele mesmo já explicou:

— Hayley me ligou e disse que ela e Hope estão sendo seguidas. Acho que às encontraram.

Klaus se agitou para segui-lo, mas em um tom mais baixo, o irmão o parou.

— Não, Niklaus. Fique e resolva as coisas aqui. Eu estou indo atrás delas, confie em mim. Convença Rebekah e vá com ela. Precisamos destruir aquela coisa.

Meio minuto depois, Elijah já havia partido. Ainda desorientado com a nova informação, Klaus virou-se para a irmã mais nova.

— Rebekah...

— Nik, eu já disse. Isso é loucura. De um jeito ou de outro vai acabar virando contra nós.

— Não complica as coisas... Se isso acontecer é um problema que resolveremos depois. Temos uma bomba maior nas mãos agora e é ela que precisamos solucionar.

Jogando-se no sofá visivelmente contrariada e encabulada com a situação, a original por fim encerrou o assunto, aceitando seu papel com um “Tá”. Quando o irmão apenas saiu apressado sem dizer uma palavra, ela gritou um irônico “por nada”, antes de levantar-se e se retirar, seguida por Freya.

Caroline foi a única que ficou na sala, observando seu nome escrito com sangue na parede. Ela estava em silêncio, mas qualquer um que a visse encarando aquela parede, poderia facilmente supor que seu pensamento era “onde é que fui me meter?”.

E realmente aquela era uma questão pertinente.

~~ ~~ ~~

O galpão escolhido como o local para o ritual era grande e vazio. Ninguém achou estranho a escolha quando o endereço foi enviado aos Mikaelson, considerando que, para tais coisas, quanto mais amplo e afastado melhor.

Haviam quatro bruxas desconhecidas já no local quando eles chegaram. Um perfeito circulo de sal estava exposto no chão e Caroline não pode deixar de rir lembrando-se de que das últimas vezes em que se meteram em feitiços com círculos não tinha sido em momento algum agradável. Ela odiava esses feitiços de bruxas com suas geometrias.

Haviam velas em alguns lugares, já acesas, mas como ainda era dia não eram necessárias para iluminar. Por ser um dia de pleno sol, as menores frestas do telhado iluminavam quase que totalmente o grande espaço.

Freya logo aproximou-se dos ingredientes do feitiço para modificá-lo como o combinado. Care se quer perguntou qual era o fator que ela planejava alterar, pois a via sempre muito estressada e dormindo muito pouco, testando repetidas vezes se aquilo realmente daria certo. Pobre Freya, devia estar um caco.

Perto de Caroline estava Klaus, que ao vê-la observar tudo com atenção, decidiu cutucá-la.

— Tá' com uma cara de medo.

 — Não estou com medo. Eu só detesto esses círculos.

— Somos dois então.

Ela virou-se para ele procurando seus olhos, buscando algum resquício de medo ou preocupação ali, mas por incrível que pareça, pareciam calmos. Talvez ele estivesse realmente crendo que aquilo não daria infinitamente errado.

— Boa sorte. Lá.

— Não preciso de sorte. — Apresentou-lhe um pequeno sorriso — Fique de olho no odre do óleo por mim. Não podemos sair daqui sem ele.

Caroline assentiu e o viu se dirigir ao círculo. Mais ao longe avistou Rebekah. Ela entrava pela porta principal do galpão e parecia preocupada. A original cochichou algo com Freya e depois se dirigiu ao círculo e no mesmo instante, Caroline viu o semblante da bruxa mudar para um profundo pesar. Se arrependeu na mesma hora por não ter aguçado sua audição para ouvir a conversa.

Quando Cam chegou com sua costumeira ladainha, não demorou muito para que Klaus o cortasse e o conduzisse ao que interessava. Ele deitou-se dentro do círculo sendo seguido por Rebekah, esta última ainda agitada e de modo aparente, bastante perturbada. Quando Freya chegou-se para perto de Care, a loira não perdeu tempo:

— O que Rebekah tem, Freya?

A bruxa Mikaelson se demorou , olhando para os lados, procurando um modo de contar aquilo para Caroline sem que Klaus ouvisse. Ela não queria deixá-lo inseguro.

— Você tem uma caneta?

Quando Care remexeu na bolsa e entregou-lhe a caneta, Freya escreveu na mão :

“Cam inimigo de Marcel. Rebekah está dividida.”

No segundo que leu, foi como se uma grande cadeia de conexões se ligassem na mente de Care: O fato de Cam precisar de muito poder para matar seu inimigo; A garantia de que ele não tinha sangue Mikaelson; A proibição de ter Rebekah e Marcel na reunião; a perturbação interna de Rebekah...

Antes que a loira raciocinasse sobre o que fazer quanto àquilo, o ritual já havia começado.

Não parecia ser algo doloroso a primeira vista. Klaus se mantinha de olhos fechados enquanto a magia era retirada dele. Já Rebekah continuava inquieta, olhando para cima como se esperasse um sinal. Depois de alguns minutos de visível perturbação, Rebekah chamou pelo irmão.

Caroline no mesmo instante segurou a mão de Freya, repetindo a expressão “merda” várias vezes, já prevendo que aquilo não iria acabar nada bem. Segundos depois, a voz de Rebekah lhe deu a certeza:

— Nik, me desculpa. Não posso fazer isso.

E sumiu.

Simplesmente sumiu do círculo.

Klaus nem teve chance de reação, pois assim que ela saiu, o feitiço começou a tirar o dobro de magia dele e em poucos instantes ele já gritava e se contorcia como se estivesse numa sessão de tortura.

Tudo se deu em questão de poucos minutos.

Freya e Caroline gritavam exigindo que o feitiço fosse interrompido. Cam, sem se importar, dava um sinal para que prosseguissem.

O odre com o Óleo estava sob um degrau de uma escada, e foi testemunha da luta das duas para que o ritual fosse interrompido, o que resultou em uma Freya desacordada e uma Caroline ferida com uma estaca, que não lhe acertou no coração, mas que a deixou impossibilitada.

Os gritos do hibrido enchiam o galpão e a feição impassível de Cam denotava sua falta de interesse na dor dele, mas completa concentração no que dizia respeito à quantidade de magia retirada.

Não foi preciso mais que doze minutos e tudo tinha chegado ao fim. Cam e as bruxas foram embora, deixando para trás o odre, que para eles não serviria mais, já que era apenas uma moeda de troca.

Care ainda machucada, arrastava-se tentando se levantar e verificar como Klaus estava e quando conseguiu quase que caiu novamente.

Sua pele estava cinzenta e opaca. Veias escuras lhe subiam do pescoço ao rosto, como também em suas mãos e em toda pele não coberta pelas roupas. Seus olhos estavam cerrados e sua consciência estava visivelmente longe.

Aquilo era real ou estaria ela desacordada e em um pesadelo?

Se era real ou não ela ainda não tinha certeza, mas o que seus olhos via, não se podia negar:

Klaus Mikaelson estava morto.


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Notas finais do capítulo

Primeiro: Me desculpem pela demora tá?
Segundo: MANO, olha a MERDA que isso deu. Assim né, só MATOU o Klaus. Só isso. Vamo ver como essa galera vai resolver isso...

Comentem aí para eu saber se vocês ainda estão por aqui depois desse tempo KKKKK
Agradeço desde já ♥
Até a próximo (que espero que seja em breve) :D



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