Férias Tranquilas, ou não... escrita por Itiana Chan


Capítulo 1
Capítulo ùnico: Férias tranquilas, ou não...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Os olhos extremamente negros de Sasuke fixavam-se no nada, aos poucos seu humor tornava-se cada vez mais ácido ao ponto de irritar-se. Detestava esperar e para piorar sua situação ainda seria o motorista. Viajariam para uma casa de praia nas férias para comemorar a conclusão do primeiro ano de faculdade de seus filhos e estava ansioso para ver como estava o lugar em que passara boa parte de sua infância.

“Se bem que aquele lugar era muito esquisito” Refletia consigo mesmo olhando novamente o relógio em seu pulso, meia hora havia se passado e sua vontade era de ter se atrasado, assim não teria que esperar tanto enquanto arrumavam as malas. Respirou fundo se perguntando o porquê de não terem arrumado na noite anterior e deslizou os dedos pelo bolso da calça, queria um cigarro.

Dentro da casa, Sakura podia ver o marido pelas janelas de vidro, imaginando que o moreno já deveria estar irritado ao ponto de ir embora. Sorriu quando notou que Sasuke começava a checar novamente o combustível, a calibragem dos pneus e a quantidade de água no radiador. Ele sempre fazia isso quando estava impaciente, repassava tudo o que era necessário para distrair-se, fora inclusive assim que parara de fumar.

— podemos ir? Sasuke está quase verificando o combustível de novo! A rosada comentou rindo baixo e puxou Hinata para mostrar o quanto ele estava ficando impaciente. – se estivesse fumando já teria acabado com uma carteira...

— esperaram muito? Vamos! Himawari chamou descendo as escadas, arrastando duas grandes malas, ao lado seu lado Boruto carregava apenas uma menor e que aparentava estar mais leve.

— por favor! Não podemos perder muito tempo, são apenas dois dias de folga! Pela primeira vez Sarada se pronunciou, estivera tão quieta que mal se lembravam de sua presença na sala. Descruzou as pernas, levantando-se lentamente e guardou o livro que estava na bolsa de colo.

A estrada principal estava quase lotada de carros de viagem, deixando o moreno ainda mais impaciente contudo, logo o trafego se acalmou quando entraram numa pequena estrada antiga que dava para a pequena aldeia.

Aos poucos a paisagem tornava-se mais natural, ao lado da estrada podiam ver pequenos trechos de bosques floridos, chamando a atenção dos jovens que estavam tão acostumados com os grandes centros urbanos.

Enquanto aproximavam-se do litoral podiam ver algumas poucas casas de veraneio onde um dia poderia ter sido uma vila de pescadores mas, uma casa se destacava das outras por sua beleza e grandiosidade.

— nossa... que lugar lindo! Porque nunca nos trouxe aqui? Sarada comentava impressionada, seus olhos tão absurdamente negros como os de seu pai, fixaram-se nas paredes de madeira vendo o quanto era bem reservada apesar de aparentar ser uma construção centenária.

— quantos quartos tem nessa casa? Foi a vez de Sakura questionar surpresa com o local que Sasuke chamara de simples.

— quatro, não me lembro ao certo! O moreno murmurou observando o local vendo que a limpeza que pedira aos funcionários que mantinham a casa, haviam feito um bom trabalho ali. – vamos guardar os suprimentos?

— pra já! Naruto comentou animado carregando uma grande caixa de isopor e recebeu uma careta de desaprovação do anfitrião da casa.

— álcool, Naruto? Sério? Estamos com nossos filhos aqui, que exemplo dará a eles? Sasuke resmungou cruzando os braços em frente ao peito, a expressão em seu rosto ainda era séria mas, aparentava estar mais conformado.

A noite caia e os poucos raios solares desapareciam dando lugar ao brilho natural das estrelas e da lua cheia. Os grandes olhos azuis de Boruto fixavam-se naquela bela paisagem com um sorriso tímido, fazia anos que não fazia algo tão incrível. Suspirou fechando os olhos e deixou-se ser embalado por aquela paz interior desde que começara o tratamento de desintoxicação, sentia-se ansioso mas, aos poucos aquele local lhe distraia dos sintomas.

Estavam sentados em um pequeno círculo ao redor de uma fogueira, contando segredos e contos de terror. Finalmente, os amigos haviam chegado e a diversão estava completa.

— ouvi dizer que em noites de lua cheia como essa... é possível ver as ninfas dos mar chorando... – Mitsuke comentava surgindo com um fato novo de repente, o que não era nenhuma novidade.

— essa lenda nem japonesa é! Sarada resmungou cruzando os braços sobre o busto e estreitando os olhos negros, exatamente como Sasuke costumava fazer quando achava algo estranho e ao notar isso, seus amigos caíram na gargalhada.

— então vou te contar uma...- Himawari comentou chamando a atenção dos outros jovens devido a seu tom sério, incomum a sua personalidade simpática e alegre. – aqui perto passa uma linha de trem desativada hoje... anos atrás uma moça foi jogada ali e perdeu as pernas... reza a lenda que todos os anos as pessoas a vêm se arrastando procurando seus mal feitores...

— que diabos de história é essa? Boruto questionou mais assustado com a irmã saber daquilo do que com a própria história sombria. Seus olhos encontram-se com os dos outros amigos percebendo que estavam tão assustados quanto ele.

— vamos ver essa linha de trem? Mitsuke sugeriu totalmente alheio a ansiedade que os outros estavam passando.

— adorei a ideia...- Sarada sorriu animando-se com o clima de mistério que havia se formado ao redor daquela fogueira. – me parece mais interessante que só contar casos...

— e eu achando que você era a racional do grupo! Chocho resmungou com a boca cheia de salgadinhos. Parou parecendo refletir um pouco e então sorriu dizendo que iria com a morena.

— então vamos! Shikadai concordou levantando-se, deixou os lanches de lado e rumou em direção a pequena trilha que dava para a floresta, por onde a famosa linha de trem passava.

Aos poucos podiam vez uma pequena clareira, onde os trilhos do trem ficavam mais visíveis, o local parecia tão silencioso e mórbido que dava veracidade a lenda local. Chocho agarrou-se no braço de Mitsuke assustada com o barulho que o vento fazia ao passar pela árvores, parecia estar uivando, assemelhando-se a um choro triste.

— e-esse barulho não é o que dizem ouvir quando veem o espirito? Continuou ficando ainda mais apavorada. Seus amigos, ignorando seus comentários, aproximaram-se ainda mais dos trilhos chegando a pisar neles.

— ao que dizem... – Sarada comentou observando que aos poucos o clima esfriava mais, dando indícios da chegada do inverno. – que no inverno, a temperatura mais fria faz com que o sangue coagule... quem sofre acidentes acaba sofrendo muito antes de finalmente poder descansar em paz...

— porr* Sarada, seus comentários estão ficando mais assustadores que os do Mitsuke! Boruto comentou abraçando sua cintura em dúvida se estava se protegendo ao a jovem morena.

Ouvir aquele comentário fez com que todos rissem, mas logo o humor ali desapareceu quando uma moita começou a se mover de forma brusca. O silencio no local mostrava que o vento não estava circulando com intensidade suficiente para movê-la já que não movia as outras árvores ao lado.

Gritos ecoaram pela clareira quando algo saltou da escuridão na direção deles, não esperaram para ver o que poderia ser e correram como que para salvar suas vidas de volta para a praia.

— se ninguém contar... eu finjo que isso nunca aconteceu! Caramba, isso foi ridículo! Shikadai comentou segurando os joelhos, tentando regular a respiração ofegante. Jogaram-se na areia fina rindo alto até finalmente acalmarem-se e várias hipóteses do que poderia ser aquilo começaram a surgir.

— eu ainda acho que era uma raposa! Sarada argumentava após ouvir chutes de diversos animais de grande porte e que dificilmente teriam os deixado sair vivos daquele lugar. – francamente? Ursos? Acho que teríamos ouvido algo quando avançou sobre nós...

— que te garante que não era um ET? Mitsuke questionou com uma sobrancelha erguida, crente que sua suposição poderia ter algum fundamento.

— se eu fosse extra terrestre, não perderia meu tempo assustando jovens sem juizo... – Foi a vez de Himawari entrar na conversa aparentando estar contrariada com o que ouvia.

Enquanto isso dentro da casa de campo, os adultos trocavam histórias antigas tomando um bom vinho. Decidiram deixar os jovens se divertirem um pouco a sós sabendo que quando jovens também gostavam de espaço.

— porque exatamente nunca viemos aqui? Naruto questionou após levar a taça de vinhos aos lábios finos, sua esposa acomodava-se ao seu lado naquele grande sofá com as pernas estiradas no estofado e apenas olhava-o com a mesma curiosidade.

— sempre achei esse lugar estranho... vinha de arrasto quando jovem! O moreno respondeu dando de ombros, achando que era apenas uma birra de sua juventude e tomou também do vinho, observando que vinha de ótima procedência, adorava vinhos italianos.

— estranho? Vindo de você isso é preocupante! Foi a vez de Sakura questionar deitando a cabeça em suas pernas, era a única que não estava degustando do álcool.

— acho que era coisa da minha cabeça... – Sasuke explicou acariciando seu rosto com o dorso da mão. – ouvia, via coisas inexplicáveis...

— está me dizendo que essa casa é assombrada? Naruto resmungou estreitando os olhos azuis com uma expressão de preocupação.

O moreno apenas sorriu de canto, enigmático e deixando tudo ainda mais assustador para os outros que olhavam-no em descrença. De repente todos os olhares voltaram-se para o primeiro andar onde podia ser ouvido o barulho de portas batendo.

 - diz que alguém esqueceu as portas abertas... – Naruto pediu vendo Hinata se aproximar mais de si, com medo do que estava acontecendo.

Antes que pudessem comentar mais alguma coisa, o grupo de jovens irrompeu pelas portas de madeira com de ébano com expressões meio assustadas, sorriram sem graça e logo estavam dirigindo-se aos seus respectivos quartos onde tomariam seus banhos.

Os adultos observaram aquela cena com apreensão mas, logo deram de ombros preocupando-se apenas em certificar-se de que não estavam bêbados ou drogados.

— melhor irmos dormir... – Hinata sugeriu vendo no relógio de parede que faltava pouco para as 2:00 horas da manhã. – vamos para a praia cedo, não...

                    ___________________________________________

Sarada remexeu-se nos lençóis azuis da cama de solteiro que dormia, estava sonolenta mas, a insônia herdada de seu pai estava enlouquecendo-a. fechou os olhos e respirou fundo tentando se acalmar o máximo possível e de nada adiantou quando ouviu a porta abrindo-se por suas costas.

Alguém aproximava-se lentamente, ergueu o lençol e deitou-se ao seu lado afundando o nariz em seus cabelos negros. Sentiu braços envolverem-se ao redor de sua cintura e um suspiro baixo.

— cai fora daqui, Boruto! A morena quase gritou erguendo o braço e fechando os dedos na franja dourada, apertando os fios com força. Estava pronta para chutar o namorado do colchão quando o sentiu se aninhar ainda mais a suas costas mesmo com a brutalidade com que agira.

— o que aconteceu? Sarada perguntou notando que estava totalmente desperta naquele momento, suspirou em desanimo e resmungou: - é bom ser algo importante, tenho insônia e você me fez perder o sono...

— desculpe! O loiro pediu tomando seus lábios levemente, desarmando-a. – só queria ficar um pouco a sós com você, quase não nos vemos esse semestre...

— fala baixo... – a morena comentou virando-se para encará-lo vendo apenas sua silhueta iluminada pela luz da lua cheia que entrava pela janela. – nossos pais vão acordar...

— como está sendo o tratamento? Questionou virando-se para encará-la mas, ainda manteve o tom de voz baixo.

— me deixando um pouco ansioso... tenho visitado a psicóloga, ela disse que estou progredindo... – o loiro murmurava abafado por estar com seu rosto enfiado na curva de seu pescoço.

— isso é bom... me deixa orgulhosa... – A morena comentou lhe sorrindo e beijou seus lábios calidamente, suspirou ao sentir o beijo ser mais aprofundado pelo parceiro e logo sentiu suas mãos deslizando por seu corpo. Resmungou lhe beliscando e o loiro se aquietou rindo baixo.

 De repente, a atenção dos dois voltou-se ao cômodo ao lado de onde vinha o som característico de correntes sendo arrastadas lentamente.

— o que diabos é isso? Boruto questionou sentindo os pelos de sua nuca se arrepiando, seus olhos voltaram-se para Sarada, assustando-se ao vê-la de pé com o celular em mãos.

— vamos descobrir! A morena comentou acendendo a lanterna do aparelho, o loiro engoliu seco mas, levantou-se rapidamente, por mais que estivesse assustado e grogue pelo tratamento para desintoxicar seu organismo, não podia deixa-la ir sozinha.

A porta foi aberta de forma cautelosa por uma Sarada totalmente animada em investigar algo àquela hora da noite. Seus olhos e ouvidos estavam em total atenção ao ponto de conseguir notar até mesmo pequenos defeitos no chão de madeira antiga.

Aos poucos o som do arrastar de correntes foi sendo substituído por um andar cauteloso ao passo que caminhavam pelo corredor quase às cegas. Sarada olhou em volta procurando algo com o que pudessem se proteger de um possível invasor, fixou as orbes negras nos ferros da grade da lareira e então decidiu pegar um daqueles.

— toma um desses! Sussurrou passando-o para Boruto que a olhou incrédulo, perguntando-se onde diabos havia encontrado aquilo. – não mate apenas bata bem forte! A jovem continuou deixando-o mais preocupado ainda, sua namorada era bem mais doida que ele.

— animador... estes teus comentários... – O loiro resmungou de volta com uma expressão séria no rosto, respirou fundo e apertou o metal com mais força. – a janela está aberta, ele deve ter entrado por ali... tenho um mau pressentimento!

O som de passos aproximou-se e a cena seguinte foi uma completa bagunça. Após assustar-se com os gritou do invasor ao ser atacado por Boruto, Sarada acabou por derrubar o celular no chão deixando-os no breu total. O som de gritos e golpes acertando a parede persistiu por mais alguns minutos até que silenciou com um alto chiado de dor.

Rapidamente, a morena tateou o chão procurando o celular e ao encontra-lo, ligou novamente a lanterna deparando-se com Boruto e Shikadai rolando no piso de madeira. Boruto havia visto uma sombra humana aproximando-se e a golpeou com força, por sorte, acabara acertando a parede de madeira ou poderia ter matado Shikadai que também procurava pelo mesmo som de correntes que estavam seguindo.

— PORR* VOCÊ PODERIA TER ME MATADO DROGA! Shikadai resmungou esfregando o braço onde a barra de metal havia pegado de raspão, mas mesmo sem o cortar havia deixado uma marca avermelhada,

— que porr* você faz a essa hora perambulando pela casa? Boruto resmungou tentando afastar seus olhos sensíveis daquela luz forte.

— espero que tenham um excelente motivo para estarem acordados e gritando a essa hora! A voz irritada ecoou pelo corredor pelas costas dos jovens. Estava vestido apenas em uma calça de moletom cinza, descalço e com uma expressão de mau humor. Ao seu lado, Sakura olhava-os confusa mas, tão preocupada quanto o marido.

— o que aconteceu? A mãe questionou quebrando a pequena distância entre eles e colocando as mãos no rosto da filha, observando-a com atenção, se certificando de que a jovem estava sem nenhuma machucado.

— ouvimos um barulho de correntes e viemos procurar... achamos e Shikadai e quase batemos nele! A morena explicou com um olhar preocupado.

— eu só consegui me esquivar graças ao meu treinamento policial! Shikadai resmungou quase gritando e então o som do arrastar de correntes retornou assustando a todos.

— esse som de correntes... – Sarada sussurrou olhando para cima percebendo que o invasor provavelmente estava no sótão.

Sasuke pegou a barra de ferro das mãos de Boruto e caminhou em direção ao sótão com uma expressão séria. – fiquem aqui! Mandou serio com os olhos fixos no cômodo. – pode não ser apenas um invasor...

Seus olhos negros analisaram o local com atenção, o sótão era pequeno e facilmente poderia encurralar o invasor, fechou a porta atrás de si e ergueu a barra de metal sobre a cabeça apertando-o com força.

Respirou fundo, e puxou algumas caixas e moveis velhos rapidamente, pronto para atacar qualquer um que estivesse ali, tendo o cuidado para não ser atacado pela corrente que podia ser usado como árvore.

Qual foi seu susto ao deparar-se com um pequeno cachorro preto e branco que encolhia-se olhando-o assustado. Comovido pelo estado do pobre animalzinho, Sasuke abaixou-se deixando a barra de metal no chão e o pegou nos braços com cuidado, vendo que estava um pouco machucado.

Suspirou tirando as correntes que enroscavam-se em seu pequeno corpo e rumou de volta ao andar inferior onde todos o esperavam ansiosos.

— seu invasor! Comentou aproximando-se da filha que o observada surpresa. Colocou-o em seus braços e lhe sorriu consternado.

— q-que coisa fofa! Pobrezinho! A morena murmurou olhando com tristeza para os ferimentos em seu corpo franzino. – quem ainda abandona cachorros hoje em dia?

— isso explica muita coisa! Sakura comentou ajudando a filha a dar banho no cachorrinho, cortaram seu pelo e colocaram medicamentos em seus machucados. Na sala, Boruto já as esperava com um pouco de leite morno numa tigela me metal.

— foi ele que nos assustou na floresta! Mitsuke comentou surgindo de repente, assustando os outros, era incrível sua capacidade de assustar seus amigos com seus passos silenciosos.

— e entrou pela janela... – Sakura completou seu raciocínio lembrando-se de ter ouvido a janela batendo mais cedo.

— eu acho que você deveria ficar com ele! Sarada comentou vendo o loiro acariciar os pelos curtos do animal que lambia seus dedos com carinho, seus olhos ergueram-se impressionado com o que ouvia.

— seria bom... ajuda na ansiedade! Shikadai concordou pensativo, sorriu e disse que sua mãe adoraria o animalzinho. – então que nome dará a ele?

— que tal Look? O loiro questionou com um sorriso contente e pegou o pequeno filhote no colo. – ele teve muita sorte de termos o encontrado...

— é um bom nome! Sasuke concordou com um sorriso de canto, mesmo ainda estando um pouco mal humorado pela insônia. – agora, vão dormir... temos que retornar amanhã e se acordarem tarde, perderam parte do dia de folga que ainda resta...

E ao fim dessa frase, retornou para seu quarto junto a esposa que ainda encontrava-se um tanto impressionada com o pequeno filhote. Seguindo o exemplo dos mais velhos, os outros três resolveram retornar para seus quartos também.

Na manhã seguinte, o cheiro de um café da manhã bem tradicional, chamou a atenção de Boruto que descia as escadas lentamente. Ainda estava sonolento, sendo desperto apenas pelo cachorrinho animado que corria por suas pernas quase derrubando-o. Ao entrar na cozinha, murmurou um “bom dia” preguiçosamente e notou que seus pais sorriam enquanto ouviam tudo o que se passara durante a noite.

“Eles realmente não viram nada do que se passou?” Se perguntava mentalmente e cumprimentava os outros. Colocou comida para o animalzinho e sorriu ao vê-lo comer contente, já havia se apegado ao pequeno filhote.

— o que faremos hoje? Questionou sentando-se a mesa. Seus orbes azuis voltaram-se a mãe que lia as notícias em um tablet e sorriu ao vê-la virar-se para si.

— o clima está bom, não há previsão de chuva! Hinata exclamou lhe sorrindo. – e a maré também só ficará alta após as 14:00 horas, vocês podem curtir a praia...

— a ideia é boa! Acho que alguém trouxe uma bola de vôlei! Sarada comentou aparecendo e completando a conversa. Fez carinho em Look e ergueu-se colocando as mãos na cintura, tivera uma ideia.

— quero aprender a jogar vôlei...

— creio que o Boruto poderá fazer isso! Sasuke comentou saindo se sua distração no jornal da manhã, olhou para o relógio de pulso e ergueu-se. – Sakura, pode me dar uma carona até a cidade próxima? Pegarei um trem de lá e você os leva de volta para Tokio...

— o senhor irá trabalhar? Sarada questionou retoricamente, triste por ele perder boa parte das férias. Pelo canto do olho pode ver que Boruto, diferente dela, aparentava estar bem animado com a ausência do futuro sogro, afinal mal podia namorar com eles ali, sentia muita vergonha.

— sim! O moreno respondeu já erguendo-se, despedira-se dos outros e seguiram em direção a porta da saída. – sua mãe retorna antes das 13:00 horas, acredito...

A filha apenas limitou-se a acenar com a cabeça olhando-o partir junto a sua mãe, no fundo sabia que era sua forma de lhe dar espaço já que estando ali poderiam fazê-la se sentir sufocada.

No fim, todos os adultos acabaram os deixando sozinhos, retornando a seus afazeres que tomavam boa parte de seu tempo mas, não antes de instaurar Shikadai como o responsável por aqueles jovens sem juízo algum, por ser o único maior de idade e com um pouco mais de responsabilidade.

Enquanto isso, os olhos azuis de Boruto fitavam a imensidão azul do mar, sentindo seus dedos afundavam-se na areia fofa e macia, sorriu permitindo-se relaxar e notou que Sarada corria em sua direção fugindo das ondas que se aproximavam. Pela primeira vez, percebeu algo que desconhecia na jovem, ela não sabia nadar.

Finalmente sua vida havia entrado nos eixos, estava trilhando o caminho que escolhera e o curso ao qual gostava, tinha Sarada ao seu lado e que sempre o apoiava nos momentos mais difíceis. Ainda sentia ansiedade em retornar ao uso da heroína mas, mantinha-se forte por ela, sua família e por si mesmo.

— você ainda vai me ensinar a nadar também... – A morena resmungou alto o suficiente para que ele ouvisse. Seus braços que começavam a ficar bronzeados, acenavam ao longe seguido de um sorriso animado.

O cachorrinho surgiu de repente pulando sobre as costas do loiro derrubando-o na areia, lambendo seu rosto alegremente, nem parecia que havia o encontrado a apenas algumas horas. Sarada sorriu aproximando-se e ajudou o namorado, pegando o cãozinho no colo.

— vamos... – Chamou pegando em sua mão e o arrastando para a pequena “quadra” improvisada que usariam para jogar vôlei. Sabendo que passariam os dois dias na praia, Mitsuke trouxera uma rede que Deus sabe de onde arrumara.

— quem quer água de coco? Himawari questionou trazendo consigo uma grande caixa de isopor contendo cocos sem abrir. – mas precisamos de um facão...

— eu abro! Mitsuke comentou surgindo do nada- como sempre - segurando um grande machado de caça, daqueles com lamina grande e maciça, pronto para se acidentar provavelmente.

— me dá isso aqui antes que você fique sem algum dedo! Shikadai interveio pegando o machado das mãos do albino, fez uma negativa e preparou-se para fazer a primeira tentativa.

O primeiro coco foi colocado sobre uma grande pedra plana, o moreno sorriu imaginando que parecia um sacrifício e balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, resmungando que a loucura de Mitsuke devia ser contagiosa.

Para a surpresa de todos, não só conseguira abrir o fruto como também fizera isso em apenas um grande golpe certeiro e limpo. Logo havia cocos abertos para todos, bastando apenas cortar a película fina de “carne” branca e assim, obter a água.

— tenho que admitir que você manda bem... – Boruto murmurou olhando Sarada sentada a alguns metros tentando ler as inscrições no machado antigo e resmungando que devia ser algum item de colecionador, provavelmente de seu excêntrico avó paterno.

Ouvir isso fez com que Shikadai risse pelo nariz resmungando que era uma excelente manuseador de armas brancas medievais.

E assim seguiu-se o último dia de férias, entre risadas e brincadeiras com Shikadai tentando mantê-los no caminho certo ao passo que Mitsuke sugeria retornarem a floresta ou verificar esse arsenal de armas medievais da família de Sasuke, era realmente muita excentricidade.

Fim...

 

 


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