— O que aconteceu?

— Ela foi violentada por Loreto na clinica... - não tinha como esconder aquela informação e Inês se tremeu por completo enchendo os olhos de lágrimas.

— Aquele maldito atacou novamente... - a voz quase não saiu.

— Mamãe... - a viu ficar de pé.

— Vamos até lá!!! - falou rápido. - Eu vou deixar seu irmão com sua avó!!!

Ela apenas assentiu e as duas entraram em casa deixaram Emiliano com Lupita e ele chorou querendo ir, mas ela não voltou atrás e saiu com Cassandra depois de pegarem suas bolsas. O trajeto até o hospital Cassandra contou a ela o que Alejandro tinha falado e Inês se mostrou bem abalada para ela e ela se preocupou com uma possível recaída.

Quando chegou Cassandra estacionou o carro e elas desceram vendo Victoriano do outro lado da rua, ele acenou para que elas o esperassem ali e foi para atravessar no momento em que o carro que Loreto usava e o esperava cantou pneu e foi para cima dele sem a menor pena pronto para matá-lo.

Ele já estava ferrado e não iria se importar em mandá-lo para o inferno e Victoriano ao sentir o carro tão próximo apenas pulou mais já era tarde e o carro o pegou o jogando para a grama... Inês gritou desesperada e correu ao encontro dele que estava estirado na grama, ela abaixou e foi para tocá-lo, mas as mãos tremiam e ela não teve forças.

— Victoriano... - respirava pesado.

— Hummm... - gemeu sentindo o impacto.

— Chama um medico!!! - olhou a filha com total descontrole. - Victoriano...

— Eu estou bem!!! - tentou acalmá-la.

— Não minta pra mim!!! - tocou o rosto dele por fim com as mãos geladas.

Ele segurou a mão dela e beijou todo carinhoso para que ela ficasse calma, não a queria daquele modo porque tinha medo que ela voltasse a ter outra crise com tanta coisa acontecendo a seu redor. Ela tinha as mãos geladas e tremia o olhando nos olhos.

— Não estou mentindo, só estou sentindo o impacto, mas está tudo em ordem!!! - deu um meio sorriso. - Foi só um susto e não vai ser dessa vez que você vai se livrar de mim.

— Não diga isso nem brincando!!! - falou com os olhos cheios de lágrimas.

Rapidamente quatro enfermeiros vieram junto a uma maca e o imobilizaram o colocando sobre a maca e entraram no hospital com Inês atrás quase que correndo junto a eles. Quando chegou a certa altura ela não podia mais entrar e um enfermeiro a segurou e ela respirou pesado o encarando.

— A senhora não pode passar daqui!!! - a segurava.

— Eu preciso ir com ele!!! - falou em completo desespero. - Eu não posso deixá-lo sozinho!!!

Victoriano a ouviu e sabia que ela não iria ficar calma ali e pediu que o enfermeiro a deixasse entrar junto a ele, garantiu que ela não iria atrapalhar, mas que seria melhor que ela o visse e pudesse estar por peito. Não era permitido que familiares entrassem, mas naquele momento ele olhando para Inês permitiu que ela entrasse e ela correu até seu amor, segurou a mão dele e ficou quietinha enquanto ele era examinado pelo medico. 

Quando ele foi levado para a sala de Raio-X ela voltou para a sala de espera um pouco mais tranquila por saber que não era nada tão grave e viu a filha junto a Alejandro caminhou e sentou ao lado deles, respirou fundo estava tudo uma loucura e ela ainda podia sentir que viria mais. Ela sabia perfeitamente que aquele carro era de Loreto e que ele estava disposto a tudo para acabar com sua felicidade e com qualquer pessoa que pudesse estragar sua vida.

— Como está sua mãe? - perguntou depois de alguns minutos em silêncio.

— Está sedada e vai dormir por um longo tempo. - a voz mostrava toda sua tristeza. - E meu pai?

— Ele foi fazer uns Raios-X, mas aparentemente não foi nada grave além do susto!!!

— Graças a Deus, não precisamos de mais uma tragédia.

Inês assentiu e segurou a mão da filha dando apoio e ela deu um meio sorriso para ela.

— Conseguiram identificar o carro ou o motorista?

— Nós sabemos quem foi né?! - ele a olhou. - Mas a polícia já veio aqui e demos nosso depoimento e eles saíram para ir atrás dele.

— Loreto é um maldito e precisa pagar pelo que fez a sua mãe e a tantas outras mulheres que estiveram em seu lugar. - falou com profunda tristeza.

— Tudo vai se resolver mamãe!!! - Cassandra a abraçou com medo do que poderia vir dali.

Ela sabia que Inês estava frágil e tanta coisa ao mesmo tempo podia sim a fazer voltar para o hospital e não era isso que queria, Inês ainda trazia no corpo os machucados da última crise que era tão descente que os deixavam em alerta para qualquer mudança em seu comportamento. Eles ficaram ali se apoiando por um longo tempo até que viram Victoriano sair pela porta, ela foi a primeira a ficar de pé e ir até ele o agarrando de imediato em um abraço apertado que ele reclamou com bom humor.

— Se não fui dessa para melhor com aquele carro, irei agora por falta de ar!!! - a segurava em seus braços e Inês o soltou um pouco.

— Me desculpe... Você está bem? - falou preocupada.

— Só preciso de um chamego e muito amor... - a beijou nos lábios.

— Papai, o senhor já pode sair? - Alejandro os fez se afastar.

— Eu sou um touro e estou bem!! - sorriu para ele e Inês deu espaço para que Alejandro chegasse perto. - Sua mãe ainda dorme?

— Sim e vai dormir até amanhã. - o abraçou.

— Então vamos pra casa como o médico falou. - soltou seu menino e o beijou na testa.

— Sim, vamos todos pra casa!!! - foi até seu amor dando a mão a ela.

— Que bom que está bem, Victoriano!! - Cassandra falou toda carinhosa.

Victoriano sorriu para ela e a puxou para seus braços e a abraçou cheio de carinho.

— Nem pude te abraçar como devia desde que chegou. - sorriu ainda no abraço. - Eu estou muito feliz que esteja entrando para nossa família.

— Eu o amo. - falou o olhando.

— Eu sei disso. - a soltou. - Vamos cuidar para que sejam felizes!! - falou com certeza e segurou a mão de Inês. - Nada e nem ninguém fará de vocês uma marca nossa!!

Inês também tinha a mesma certeza que ele, ela não iria permitir que o pai  dela ou qualquer outra pessoa estragasse aquele casamento. O amor tinha que vencer uma vez e seria o deles para quebrar aquela maldita guerra de família e eles fariam de tudo para que assim fosse.

Alejandro abraçou o seu amor e dali eles foram embora, Cassandra foi com Alejandro e Inês dirigiu com Victoriano a seu lado reclamando de que poderia sim dirigir, mas ela não cedeu e dirigiu até perto da Fazenda dele. Victoriano prestava atenção no caminho e antes que ela entrasse na rua de sua casa disse:

— Não quero ir pra minha casa!!! - ela o olhou rapidamente.

— E quer ir pra onde? - se fez de desentendida.

— Quero ver meu filho e ficar com ele. - foi direto.

— A já entendi agora... - seguiu reto indo pra sua casa.

— Entendeu o que mulher?

— Agora você só quer saber de Emiliano a toda hora.

Ele soltou uma gargalhada com as palavras dela.

— Meu Deus, você está com ciúmes do nosso filho? - ria da cara dela.

— Você só pode estar maluco!! - fez cara feia.

Ele se aproximou dela como pode e tocou sua perna acariciando e apertou cheio de malícia.

— Tem Victoriano pra Inês também!! - beijou o pescoço dela.

— Para com isso ou vamos bater esse carro!!! - o afastou.

Ele riu e voltou a sua posição e ela logo chegou à fazenda, quando ele desceu do carro o filho veio todo feliz e pulou em seus braços, era a melhor forma de chegar em casa e a dor que tinha no corpo não era nada perto de sentir o amor de seu pequeno. Inês os observou indo mais atrás dele e sorriu amava aquela cena de pai e filho que ela sempre tinha negado mais deixava que eles se vissem perto da cerca, Emiliano sorria mais logo o encarou e disse cobrando.

— Foi embora sem nem me dar um tchauzinho padrinho.

Victoriano o encheu de beijos rindo.

— Eu tive alguns problemas, mas já estou aqui. - o olhava e ao sentar no sofá disse: - Quero que a partir de hoje você me chame de papai.

Os olhos de Emiliano brilharam de emoção e ele olhou para a mãe como se pedisse permissão e ela sentou ao lado deles e tocou o rostinho de seu pequeno.

— É assim que deve chamá-lo se quiser meu filho!!

— Ele é o meu papai de verdade? - era muito esperto.

Victoriano a olhou e ela sorriu era a hora de deixar as mentiras para trás mesmo que ele não entendesse nada naquele momento.

— Ele é sim o seu papai de verdade!!!

Emiliano o olhou sorrindo e o agarrou em um abraço aperto e Victoriano encheu os olhos de lágrimas, tinha tanto amor para dar a ele que não perderia mais nenhum segundo.

— Meu papai!!!

— Meu filho!!!

Ele olhou para Inês que sorriu para ele tocando seu rosto, pelos filhos os dois eram capazes de tudo...