Mais forte - MyE escrita por Débora Silva


Capítulo 10
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Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores ♥



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— Como assim o perdeu? - a voz saiu falha.

— Ele já nasceu com muitas dificuldades porque Ana Rosa não se cuidou e com tantos problemas que tínhamos ele nasceu prematuro, venceu a primeira batalha, mas a alguns meses foi diagnosticado com leucemia em estado avançado e mesmo eu fazendo de tudo para salvá-lo... - não conteve as muitas lágrimas que tomavam o seu rosto. - Eu não consegui...

Maria encheu seus olhos de lágrimas e se compadeceu dele, se aproximou e segurou em sua mão. Ela era mãe e podia imaginar o sofrimento dele porque somente em pensar que poderia ser com alguma de suas meninas ficaria igual ou até pior que ele.

— Eu sinto muito... - falou de coração.

— Eu só quero uma chance de consertar as coisas pelo menos com elas. - respirou fundo controlando seu choro. - Me de a chance de mostrar a você e a elas que eu posso ser melhor? Me de essa chance? - apertou a mão dela e Maria o olhou sem saber o que dizer naquele momento com tanta informação.

Como dizer ao homem que destruiu seu coração que daria a chance dele estar por perto? Como dizer que ele poderia estar ao lado de suas meninas sem as machucar? Soltou da mão dele e voltou a sua postura anterior e o encarou. Estevão estava mesmo destruído, mas ela não conseguia confiar e não colocaria suas meninas em perigo somente por ele estar ali contando aquela história.

Maria não era insensível e sentia a perda dele, nenhuma pessoa merece perder um filho tão cedo, sem que se possa viver o que se tem pra viver. Perder um filho é uma dor que não cura, não se supera e levamos para o resto da vida conosco aquele vazio e o sentimento de que poderia ser diferente, mas não é assim.

Cada um tem seu tempo e o tempo de Estevão na vida de Maria tinha passado e ele não podia simplesmente chegar depois de cinco anos como se nada tivesse acontecido. Ela não era mais aquela mulher imatura que não conseguia ver o mundo sem o amor de sua vida ao lado. Maria tinha ganhado dois amores maiores do que qualquer sentimento por um homem.

Maria tinha visto em seu pai o amor maior e junto a suas meninas ela tinha entendido o que era realmente a palavra amor e definitivamente não podia intitular Estevão nessa categoria. Dizer também que nunca tinha o amado seria mentira, mas Maria tinha superado o amor e o colocado em uma caixinha e guardado a sete chaves em seu coração para poder seguir em frente e tê-lo ali em sua frente era perturbador.

Maria tinha ficado ali em silêncio e o perturbando ainda sem ter sua resposta, ele queria mesmo fazer as coisas diferentes e o primeiro passo eram as filhas... Filhas que ele tinha perdido a melhor fase e agora estava ali buscando o tempo perdido. Estevão tinha perdido tudo para Ana Rosa depois de se dedicar exclusivamente ao filho.

Ela tinha tomado o controle da empresa, dos bens e deixado apenas para ele uma pequena parte para que cuidasse do filho e assim sumiu no mundo meses atrás depois de descobrir que o filho estava doente. Ela se preocupava apenas consigo mesmo e depois de falir a empresa dele não tinha mais o que fazer naquele país. Ele passou as mãos no cabelo nervoso e disse:

— Não vai me responder? Vai ficar aí somente me olhando? - afrouxou a gravata nem sabia o porquê de estar usando aquilo.

Maria tomou ar e tornou a sentar para respondê-lo.

— Acha mesmo que depois de cinco anos eu vou permitir que chegue aqui e como se nada entregue as minhas filhas a você? - cruzou os braços. - Eu sinto muito pela sua perda, mas não vou permitir que machuque o coração de minhas meninas, elas estão bem sem você e estão felizes.

— Você não pode me tirar o direito de estar com elas!!! - se alterou um pouco.

— Esse direito você mesmo perdeu quando resolveu ficar com seu dinheiro e com sua esposa!!! - não se movia na cadeira mais sentia o corpo todo tremer. - Eu te dei a chance de estar junto a nos, mas você preferiu seu dinheiro e olha onde estamos hoje!!!

— Eu vim aqui para uma conversa civilizada com você para que possamos entrar num acordo sem que eu coloque a justiça no meio. - era o pior caminho a se seguir naquele momento.

Maria sorriu em deboche e sem conseguir explodiu batendo na mesa e tornando a ficar de pé com os olhos em fogo por aquela afronta.

— Pelo que vejo você não tem mais onde cair morto!! - pegou pesado. - Que juiz vai permitir que duas meninas fiquem com um homem como você? Você nos abandonou e me desculpe dizer assim, mas só decidiu então nos procurar depois que seu filho morreu!!

Estevão respirou pesado e foi a ela e a segurou pelos braços.

— Você não fale do meu filho!!! - esbravejou perdendo o controle. - Você não sabe o que passei todo esse tempo...

Maria não podia acreditar onde aquela conversa estava chegando, mas não se intimidou e o segurou pela roupa também e gritou.

— Eu não sei mesmo, não sei porque eu nunca me interessei em buscar um homem covarde que nem se quer se preocupou com o filho que eu esperava, aquele dia em que nos vimos pela última vez eu quase as perdi e você estava onde? Onde você estava Estevão San Roman? Tudo que eu passei pra chegar até aqui foi sozinha com elas e meu pai e você? O que você fez todos esses anos pra se quer saber como estávamos? - o empurrou indo para o outro lado da sala, estava vermelha. - Você não é nada e nem ninguém pra chegar aqui e achar que vai me convencer apenas com essa conversa mole.

— Maria... - tentou falar.

— Não vou permitir que se aproxime de minhas filhas e se quer mesmo ir a juízo fique a vontade!!! - caminhou para a porta. - Essa reunião está terminada!!! - abriu a porta pra sair.

— Você sabe que eu tenho direitos!! - gritou. - Eu não vou desistir.

Maria o olhou de lado e disse com firmeza.

— Me mostre que realmente é um novo homem e aí sim você terá esse direito de pai que tanto quer, mas pra isso você precisa ter atitude, vontade de ser pai mesmo e o principal. - se virou um pouco. - Ser confiável!!! - e sem mais saiu dali batendo a porta.

Estevão estava destruído e sentou em uma das cadeiras respirando pesado, sua vontade era de destruir tudo a sua frente, mas nada ali era dele e o que ganharia com aquilo seria no máximo ir preso. Olhou para aquele lugar vazio assim como sua vida era e disse para si mesmo.

— Eu vou te provar que posso ser pai delas!!! - ficou de pé e caminhou para a porta e dali se foi.

Era o começo de uma longa batalha, mas se ele quisesse mesmo colher os frutos precisava plantar e cuidar direito... Estevão tinha muito que aprender e mudar para que chegasse perto das filhas e Maria faria de tudo para que ele não chegasse perto de suas meninas se continuasse aquele homem egoísta que ela ainda conseguia sentir em sua mirada.

Ela ficou ali observando ele ir e em sua cabeça passavam várias maneira de resolver aquela questão, mas estar perto dele novamente não era uma delas...


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