Depois de ponderar, pensar, andar de um lado pro outro e pensar um pouco mais, tudo isso em duas horas, finalmente decidiu que tinha que ir.

Se ele morresse, quem o ajudaria a proteger Elena não é? E se ficou ferido alguém o atacou alguém que pode ir atrás dela. O pensamento o encheu de uma fúria súbita, apesar de só sentir quando pensa em alguém o machucando.

Estava ficando louco, devia ser isso, quinhentos anos de vida leva a pessoa, ou o vampiro, a ficar menos sã. Essa era a única explicação plausível para ele estar ali, em frente a porta de Klaus Mikaelson querendo tocar a campainha pra saber como ele estava. Deus ele estava ali por que queria cuidar dele, o pensamento o encheu de medo e antes que pudesse usar sua velocidade e sair dali rápido o bastante pra ser apenas um borrão aos olhos humanos, a porta se abriu de rompante com a figura de Klaus erguida, coberto de sangue e o olhar raivoso.

— Você vai falar o que veio fazer ou vai ficar ai incomodando meus ouvidos com o barulho da sua respiração?

Seus olhos vagaram pelo torso sem camisa e os vários cortes que seguiam.

— Soube que esteve em uma briga. Não consegue ficar um dia na cidade sem arranjar um inimigo?

O som da risada fez um sorriso involuntário surgir no seu próprio rosto, era bom e reconfortante e no mesmo momento que o pensamento veio ele tratou de espanta-lo.

— Preocupado comigo Salvatore? O que a doce Elena acha disso?

Agora com um sorrisinho maldoso ele olhava em seus olhos tentando saber algo que nem mesmo Damon sabia o porquê dele estar ali.

— Eu vim ver como você esta, você sabe se tiver alguém atrás de você é provável que venha atrás de nos também e eu quero proteger a Elena, sempre.

— Então eu deveria estar radiante por você estar aqui para saber como eu estou, mas vou desaponta-lo ao dizer que não sei quem me atacou. Pode ir agora.

Fazendo menção de fechar a porta, mais uma vez fez algo que realmente não entendia os motivos, o parou.

—Você parece muito ferido.

A incerteza em sua voz fez os olhos de Klaus brilharem em malícia e logo se xingou mentalmente por estar ali.

— É o que acontece quando se briga. Um dos lados sai ferido.

O divertimento em sua voz o fez querer sair dali ainda mais.

—Consegue cuidar disso sozinho?

—Sempre fiz tudo sozinho.

—Eu sei, digo, parece muita coisa. Tenho certeza que suas roupas estão sujas e você deve ter sujado o chão também, precisa se deitar e se fizer isso não vai comer e...

—Damon, você quer entrar e me ajudar?

A interrupção inesperada e impaciente o fez dar um pulo. Apesar do tom aborrecido, Klaus mantinha o sorriso de canto como se soubesse que nada no mundo o agradaria mais.

— Ajudar?

—Sim, suponho que foi por isso veio aqui, passou quase meia hora na minha varanda sem tocar a campainha e agora esta enrolando pra dizer que quer entrar e me ajudar. Só gostaria de saber o por que.

A curiosidade brilhava em seus olhos e mais uma vez quis sair dali correndo, como diria algo que nem mesmo ele sabia? Como explicaria que fez tudo isso por que seu coração apertou tanto só de pensar em Klaus machucado e sozinho que ele sabia, não, ele tinha que ir ficar com ele. Com diria para Klaus, ali em pé, sem blusa e sujo de sangue, que estava ali por que queria mais que qualquer coisa que ele o deixasse entrar e cuidar dele como seu corpo implorava para que fizesse.

—Eu não sei por que, posso entrar mesmo assim?

Ele viu dúvida passar por seu rosto, mas Klaus abriu a porta para que passasse.

—Entre. Faça algo pra comer, perder sangue da fome. Mas cuidado, tem algumas coisas que eu não como.

Um sorriso surgiu em seus lábios e então entrou ansioso.

—Me diz o que são eu sou muito bom na cozinha.

— Que bom, me siga e eu vou dizer, preciso de um banho.

Klaus se virou e marchou ate as escadas que supunha levar aos quartos. Seu coração e mente se acalmando por ter conseguido e logo se agitando de novo ao vê-lo andar para cada vez mais longe.

Soltou um suspiro enquanto o seguia desde que soube de sua briga cada batida de seu coração era pra ele, doía e ansiava pra estar com ele e por isso nem se importou quando Klaus gritou um sonoro "Ande logo!" já no quarto.