Eu Fui Capaz de Mudar? escrita por hina dono


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773742/chapter/1

Hinata Uzumaki pressionou um lábio contra o outro a fim de espalhar o batom rosa claro que havia aplicado neles. Depois, deu um passo para trás e olhou-se atentamente no espelho, checando a sua aparência.

Ela trajava uma roupa confortável - assim como todas as que costumava usar -, porém muito bonita. Na parte superior, uma blusinha na cor azul gelo, com um tecido transparente rendado cobrindo o pescoço. Já na parte inferior, uma saia em um tom acobreado, levemente esvoaçante, que se estendia até os pés - estes, calçados em sandálias pretas abertas, deixando as unhas recém pintadas à mostra. Completando o visual, uma maquiagem levíssima no rosto.

Sorriu satisfeita, aprovando o resultado. Não era sempre que se dava ao trabalho de produzir-se toda, mas sentiu que a ocasião merecia. Havia marcado, depois de muito tempo, um jantar com seus amigos, Shino e Kiba, e sua antiga professora, Kurenai,  então tinha de estar apresentável. Devido a todas as responsabilidades que a vida adulta lhes trouxera, encontros como aquele já não eram tão regulares como antes. Por isso estava decidida a aproveitar cada segundo da companhia de seus amigos!

Pegando sua bolsa de cima da cama, saiu do quarto, indo em direção ao térreo. Chegando lá, encontrou seus filhos na sala, jogando um jogo de cartas. Quando a viram, olharam-na com expressões embasbacadas - especialmente Kawaki, que por estar há pouco tempo na família Uzumaki, ainda não havia visto Hinata sem suas típicas roupas de "mãe".

— Kaa-chan! Você está linda! - exclamou Boruto. No entanto, o sorriso dele foi gradativamente sendo substituído por uma expressão incomodada. - Tem certeza que precisa de tudo isso só pra ir jantar com seu antigo time?

Hinata estava prestes a fazer piada sobre o óbvio ciúmes do filho, quando Kawaki surpreendeu a todos ao perguntar:

— Espera... Você não está indo jantar com o Nanadaime, Hinata?

A Uzumaki torceu o nariz para a informalidade do garoto. Sabia que era ilusório querer que ele a chamasse de "mãe", mas não custaria nada acrescentar o sufixo "san" ao seu nome...

Suspirou resignando-se à falta de modos do filho adotivo. Só então o respondeu:

— Exatamente. Estou indo jantar com meus amigos da época da Academia. 

— Diga que eu mandei um "oi" - disse Himawari.

— Pode deixar. - Sorriu para a filha mais nova. Contudo, ao notar os olhares desconfiados que os garotos lhe dirigiam, seu sorriso esmoreceu. - O que foi? Qual o problema?

— Boruto tem razão: não precisa de tudo isso. - Kawaki fez um meneio com a cabeça, indicando a sua "desnecessária" arrumação.

— Como é que é?

Hinata não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Kawaki morava com eles há cerca de dez meses e, apesar de nunca tê-la faltado com respeito, também nunca foi capaz de tratá-la formalmente. E agora queria dar palpite em sua vestimenta?

Ela precisou controlar o riso incrédulo ao se dar conta de que ele era tão ciumento quanto Boruto. Agora se o que eles queriam "proteger" era ela ou Naruto já não sabia dizer...

— Francamente... Era só o que me faltava! - Balançou a cabeça negativamente, o que fez Himawari rir. Apesar de ser a mais nova, ela sabia exatamente o que se passava ali.

— Bem, tanto faz! - Hinata fez pouco caso do aborrecimento dos filhos. - Irei sair e não sei a que horas volto. Há comida na geladeira, esquentem. Não vão dormir muito tarde, ouviram? Até mais! - despediu-se, saindo de casa logo em seguida, sem dar tempo para argumentações.

Entretanto, saber que aquele garoto rabugento se importava, ainda que minimamente, fez um belo sorriso nascer em seus lábios. Sorriso este que perdurou pelo restante da noite.

***

— Você está diferente, Hinata - comentou Kiba, entre uma garfada e outra em sua comida.

— Diferente? - perguntou, recebendo um aceno afirmativo em resposta. - Diferente como?

— Adulta. - Foi só o que ele respondeu antes de virar-se em sua cadeira e pedir mais uma rodada de carne para eles, o que roubou totalmente a atenção da Lendária Rainha Glutona.

Ocupada em comer, beber e rir com os amigos, Hinata mal viu o tempo passar. Os quatro conversaram por horas à fio, compartilhando um com o outro detalhes de suas vidas que não sentiam-se à vontade para revelar a mais ninguém.

Em determinado momento, Hinata, aproveitando-se da descontração gerada pelo álcool, direcionou a conversa para um assunto que muito lhe preocupava: romance. Era de fato muito preocupante que enquanto ela já estava casada há quase quinze anos, eles continuavam sozinhos, sem nenhuma perspectiva de casamento num futuro próximo.

As reações dos três à sua pergunta variaram.

Shino negou taxativamente estar envolvido com alguém. Segundo ele, não tinha tempo ou vontade para tal. Mas tratou de tranquilizá-la, dizendo que vivia uma vida feliz. Ela não o contradisse. Conhecendo o amigo como conhecia, sabia que ele não mentia.

Kiba, por outro lado, tentou disfarçar, falando sobre aproveitar ao máximo sua juventude, sem prender-se a alguém em específico. Hinata não mencionou o que Naruto havia lhe contado - sobre como o Inuzuka estava disposto a competir por um brinquedo com uma horda de mães furiosas, apenas porque certa garota tinha dito que o tal brinquedo era "fofo" -, e não foi necessário: o próprio Kiba, após uma risada animada que não convenceu ninguém, admitiu, constrangido, ter encontrado alguém, e ter esperanças de que o relacionamento fosse durar.

Não fora preciso muito incentivo para que ele passasse a relatar os pormenores de sua relação com Tamaki - mais até do que o apropriado. Felizmente, Kurenai interrompeu o ex-aluno antes que ele compartilhasse mais do que deveria.

E por falar em Kurenai... A reação dela foi a mais surpreendente.

Após os risos que se seguiram à bronca que Kiba levou, veio o silêncio. E então...

— Na verdade, foi bom que você tocou nesse assunto, Hinata - disse ela. - Já faz um tempo que venho pensando em contar isso para vocês, só não sabia exatamente como.

— Kurenai-sensei... Não me diga que... - A Uzumaki deixou a pergunta no ar, encarando a mulher mais velha com um misto de surpresa, curiosidade e alegria. E estes mesmos sentimentos também inundavam os rostos dos demais membros do antigo Time 8.

Todos em Konoha conheciam a história de amor entre Kurenai Yuuhi e Asuma Sarutobi, incluindo a forma trágica como ela terminou. Desde a morte do namorado, Kurenai havia se fechado para o amor, dedicando-se incondicionalmente à Mirai, sua única filha. Sendo assim, apesar de a própria Hinata tê-la incentivado a voltar a relacionar-se romanticamente com alguém, saber que sua professora tinha seguido seu conselho foi deveras chocante. Principalmente quando ela revelou com quem havia seguido em frente.

— O Iruka-sensei?! - Os mais jovens exclamaram mais alto do que deveriam. Mesmo Shino e Hinata não conseguiram controlar o volume de suas vozes, e, como resultado, alguns olhares curiosos voltaram-se para eles.

— Francamente vocês três... - Kurenai sussurrou em tom de zanga, embora fosse perceptível que não estava realmente brava. - Eu estar namorando é algo tão chocante assim? Acham que estou velha demais para isso?

Uma onda de negações e pedidos de desculpas se seguiu àquilo. Apesar do choque, a última coisa que queriam era que ela mudasse de ideia.

— É claro que não, sensei! Foi apenas... uma surpresa? - Hinata não conseguiu evitar o tom de pergunta ao fim de sua frase.

— Entendo...

— Mas... Mas... - Kiba tentava encontrar as palavras certas, mas não estava obtendo resultado.

— Como aconteceu? - Shino, o primeiro a recompor-se, assumiu o controle da conversa.

— Isso! Como? Quando? Por quê?

— Ora, Kiba, quem você é? Meu pai? - Kurenai revirou os olhos para a atitude do ex-aluno. Contudo, a preocupação dele aqueceu seu coração. - Eu sou bem grandinha, sabem? Já basta a preocupação desnecessária de Mirai.

— Ah, filhos ciumentos... Sei bem como é. - Hinata sorriu compreensiva.

— Sim, sim, Hinata sabe. Mas a gente não. Conte tudo, por favor!

— Kiba - Shino chamou a atenção do amigo, aproveitando para ajeitar o óculos que costumava usar em momentos informais -, você parece uma velha fofoqueira.

— Ei! Shino!

Kurenai assistiu com um sorriso feliz seus preciosos alunos interagirem. Um sentimento nostálgico tomou conta de seu ser. Todavia, ele estava mesclado com uma sensação nova, advinda da mudança pessoal que ocorreu em cada um dos ali presentes. Nenhum deles era mais o mesmo. Também pudera! Vintes anos tinham se passado desde que assumiu a liderança do Time 8. Querer que eles permanecessem iguais à época em que eram somente projetos de ninja não seria razoável.

— Vocês mudaram... - externou seus pensamentos. - Os três - acrescentou com um olhar orgulhoso.

Os mais novos tencionaram dizer algo, mas ela os interrompeu:

— Bem, vocês querem ou não ouvir as aventuras de uma mulher de meia idade?

***

Enquanto andava pelas ruas de Konoha, Hinata percebia, pela primeira vez, as mudanças ao seu redor. É claro que já havia notado a intrusão da famigerada "modernidade" em seu cotidiano, mas nunca parou para pensar mais a fundo em como este fato interferia em suas vidas. Porém, agora que seus amigos tinham mencionado, estava curiosa para saber: teria ela, assim como a Vila, mudado muito?

— Talvez eu pergunte para ele... - murmurou enquanto virava mais uma esquina.

Como já passava das dez da noite e os comércios já tinham sido fechados, não cruzou com muitas pessoas conforme atravessava todo o caminho da Cidade Nova até a Cidade Velha, onde o Prédio do Fogo ficava.

Shino ofereceu-se para acompanhá-la, mas Hinata declinou. Sendo o único totalmente sóbrio dentre eles, seria melhor que acompanhasse Kiba, o mais bêbado, até em casa. Além do mais, não era como se alguém fosse se atrever a mexer com a Princesa Hyuuga. Sendo assim, quando chegou o momento, ela despediu-se dos três e seguiu sozinha para onde o marido passava a maior parte do tempo.

Tinha comprado um lanche para ele, pois sabia que quando Naruto se afundava no trabalho, não parava nem para comer. Bem, pelo menos não comida realmente nutritiva e saudável...

Perdida em pensamentos, alcançou o local mais rápido do que o esperado. Cumprimentando os ninjas que ficavam de vigia em frente ao prédio, ela o adentrou. Caminhou em silêncio pelos corredores vazios do lugar - como o esperado, apenas uma sala ainda estava ocupada: a do Hokage. Hinata suspirou. Apesar de entender os motivos que levavam o marido a trabalhar tanto, não conseguia deixar de se preocupar com a saúde dele.

— Naruto-kun? - chamou suavemente após dar duas batidinhas na porta de madeira.

Estranhando não ouvir nenhuma resposta apesar de sentir o chakra dele, Hinata abriu a porta e entrou na sala. O que encontrou só comprovou que suas preocupações não eram infundadas.

— Naruto-kun...

O Nanadaime Hokage estava com o tronco de seu corpo apoiado sobre a mesa; pela boca levemente aberta um filete de saliva escorria, molhando alguns dos documentos sobre os quais ele  estava deitado.

Hinata não sabia se ria da situação ou se sentia pena do seu companheiro. Toda aquela energia tão característica dele tinha sido completamente drenada. Só podia imaginar quanto trabalho ele teve durante os três dias que não voltava para casa...

A Uzumaki aproximou-se, então, do homem, deixando o embrulho em cima da mesa, ao lado de uma pilha de papel. Rodeando-a, foi até o cabide no canto esquerdo da sala e pegou a capa do Hokage, voltando em seguida para perto do dono do manto. Com cuidado para não acordá-lo, estendeu a capa sobre as costas largas, cobrindo-o parcialmente. A temperatura tendia a cair drasticamente durante certas noites e não queria que ele pegasse um resfriado.

Tendo cumprindo com seu propósito, Hinata estava pronta para ir embora. Mas, antes de sair, depositou um beijo suave na testa do loiro - um hábito que havia adquirido ao longo dos anos de casamento e praticava com todos os membros de sua família. Ela só não esperava ser agarrada de surpresa e colocada sentada sobre a mesa, em frente ao meliante, o Nanadaime Hokage.

— Naruto-kun! - exclamou, surpresa. - Você não estava dormindo!

— Hinata... - murmurou manhoso, envolvendo-a com seus braços. - Eu estava, mas senti você se aproximando...

— E por que fingiu dormir?

Ele olhou-a atentamente por um instante e então desviou o olhar, abaixou a cabeça e apoiou-a no colo da mulher, como se fosse uma criança necessitada de atenção. Inconscientemente, Hinata deu exatamente o que ele queria: passou a acariciar os curtos fios loiros carinhosamente.

— Aconteceu alguma coisa? - perguntou.

— Você bebeu.

Não era uma pergunta.

— Bebi um pouco - respondeu hesitante. Se o cheiro estava assim tão perceptível talvez tivesse bebido um pouco além da conta. - Fui jantar com os rapazes e a Kurenai-sensei.

— Entendo... Você se divertiu?

— Muito! Você não vai acreditar nas novidades que tenho! - exclamou, animada. Porém, ao lembrar-se que o marido precisava descansar, sua animação diminuiu, cedendo espaço para o conformismo. - Mas isso é assunto para outro dia - disse. - Eu já vou indo. Tenho medo das crianças terem destruído a casa!

Hinata tentou levantar-se da mesa, mas o aperto do marido sobre si se intensificou.

— Naruto-kun?

— Você está linda - disparou ele. - Tão linda que tenho medo de olhar muito para você e ficar cego com sua beleza.

— Não seja exagerado - pediu, corando pelo elogio.

— Estou falando sério! - afirmou, voltando a encará-la fixamente. - Você é a mulher mais linda desse mundo, Sra. Uzumaki. - Sorriu largamente. Depois, levou a mão até a cabeça, esfregando-a. Parecia envergonhado. - Na verdade, é quase injusto que uma mulher tão linda esteja presa a um cara como eu. Sinto muito, Hinata, por ser tão feio. - Riu, sem graça.

A ex-Hyuuga não acreditou no que seus ouvidos tinham acabado de ouvir. Naruto havia mesmo se chamado de feio?

— Hum, Hinata? - murmurou ele ao notar a expressão zangada que se apossou do rosto da mulher.

— Naruto-kun...

— Sim...?

— Não seja bobo! - exclamou, prensando ambas as bochechas dele com suas mãos. - Você é lindo, ouviu? Lindo! Para mim não há nesse mundo homem mais lindo que você, porque você é o homem que me faz feliz! Entendeu?!

— Hai...

As maçãs do rosto dele foram ganhando uma cor intensa. Talvez por isso tenha voltado a esconder o rosto em seu colo. Mas isso não impediu Hinata de saber que ele sorria, tamanha satisfação estava escondida em tal gesto.

— Certo! - Naruto afastou-se de repente. - Vamos pra casa!

— Hã? Mas e o trabalho?

— Eu não iria conseguir terminar nada hoje mesmo. - Deu de ombros. Pegou então a capa do Hokage e enrolou nos ombros da mulher, para que ela não passasse frio no caminho de volta. - Além do mais, preciso dormir ao seu lado essa noite - confidenciou com um sorriso terno.

— Certo... - Foi a vez dela corar. - Vamos indo então. - Afastou-se dele, indo em direção à porta. -  Ah! Não se esqueça do obento! - lembrou-o.

— Okay! - Naruto alcançou o embrulho e sua boca salivou apenas por sentir o cheiro tão convidativo.

No entanto, teria de controlar-se até chegar em casa para comer. Por isso, tratou de apagar a luz do escritório, fechar a porta e ir embora com a esposa, andando a passos rápidos. Eles tinham um longo caminho até em casa.

***

Faltando cerca de três quadras para chegarem em casa, Hinata finalmente decidiu-se por perguntar ao marido algo que vinha incomodando-a desde o jantar daquela noite.

— Naruto-kun...

— Hum?

— Eu...fui capaz de mudar? - Olhou-o em dúvida. - Você acha que estou diferente?

Naruto estacou no mesmo instante. Sua expressão foi de surpresa num segundo para divertimento no outro, ao que ele respondeu:

— Bem, você não desmaia mais quando me vê, então acredito que sim.

— Naruto-kun! Estou falando sério! - Hinata empurrou levemente o marido com o corpo, mas estava se segurando para não rir. Sua versão adolescente era tão boba!

— Foi mal, foi mal! - Naruto riu da reação da esposa. Ela sempre ficava constrangida quando era lembrada da sua antiga timidez.

Após um pigarro, Naruto ficou sério, assumindo a sua "pose do Hokage" e então aproximou-se de Hinata, segurando-a pelo ombros.

— Sim, Hinata, você mudou - disse. - E continua sendo a mesma, no entanto.

— O quê? - Ela estranhou. - Como assim?

— Você não desmaia quando me vê, tampouco gagueja mais. E embora eu sinta falta de vê-la corar como um pimentão - brincou -, isso é algo bom. Significa que você cresceu, tornando-se mais madura. Mas...

— Mas? - incentivou.

— Mas, essencialmente, você continua mesma. Sempre gentil, prestativa e compreensiva. A mesma garota corajosa o suficiente para oferecer cola a um estranho durante o Exame Chunin, arriscando ser eliminada se pega.

— Você não era um estranho... - sussurrou. - Não pra mim.

— Eu sei disso agora. - Moveu sua mão direita do ombro para a bochecha dela, onde passou a acariciar circularmente. - Porém, isso não muda o fato de ter sido algo corajoso a se fazer. Você é corajosa, Hinata. E determinada, inteligente, bondosa, algumas vezes assustadora, mas acho que isso faz parte - completou, voltando a sorrir divertido.

— Não sou assustadora... - reclamou, embora soubesse que sim, às vezes seu temperamento saia um pouco da curva.

— Hai, hai... - concordou o Hokage. De jeito nenhum ele iria contrariá-la, porque, bem, ela era assustadora.

Hinata sabia exatamente o que o marido estava pensando, mas não insistiu. Ao invés disso, aproveitou-se da proximidade entre ambos e roubou um beijo dele.

Apesar de inicialmente surpreso, Naruto não hesitou em retribuir. Não era de seu feitio recusar as carícias de sua amada esposa. Principalmente porque eram raras as vezes em que ela tomava a iniciativa daquela forma. E também...

Ele sabia que Hinata não planejava transformar o beijo em algo mais sensual, mas não pôde evitar aprofundar o contato, colocando sua língua para trabalhar. E para sua  satisfação, ela não o repeliu. Na verdade, aproximou-se ainda mais, rodeando seu pescoço com os braços e pressionando os seios volumosos contra o seu peito. Quando o ar finalmente tornou-se escasso, eles finalizaram o beijo com dois longos selinhos.

— Você também percebeu, não é mesmo? - perguntou com os olhos ainda fechados e a testa apoiada contra a dela.

— Sim... - Ela sorriu, cúmplice. - Eles estão me seguindo desde que eu saí de casa. Mereciam uma lição.

Naruto riu. Embora tentassem disfarçar, era óbvio que Boruto, Kawaki e Himawari estavam escondidos próximos a eles, os espionando. Ou melhor, espionando a mãe deles.

— Aquelas crianças malditas! Tenho certeza que foi ideia do Boruto.

— Eu já não tenho tanta certeza assim...

— Hã? - Abriu os olhos, mirando-a com curiosidade. - O que quer dizer?

— Depois explico - respondeu, afastando-se dele. - Vem, vamos indo, senão a sua janta vai esfriar.

— Ah! Não podemos deixar isso acontecer! Venha! - chamou, agarrando a mão da esposa e puxando-a.

Rindo, Hinata correu ao lado do marido por toda a distância que restava até a casa da família Uzumaki. Enquanto corriam, felizes, ela chegava à conclusão de que, de todas as mudanças ocorridas ao seu redor e em sua vida, aquela era de longe a melhor.

Sem dúvidas quanto a isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu Fui Capaz de Mudar?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.