Risky Proposal escrita por SurvivorJauregui


Capítulo 13
Capitulo 13




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Ao vê-la sair, percebeu que - provavelmente - em alguns dias iria para a cama com ela, e não sabia que sensação isso lhe dava. Simplesmente se sentia bem. 

***

Na noite seguinte, Thiago dirigiu seu carro alugado até a casa de Mar. A desculpa foi que não queria escutar a resposta por telefone, mas outra razão foi por querer saber onde e como ela viva. Tinha sido um dia ensolarado e seus hormônios, assim como os de David, estavam à flor da pele. Ele tinha ido correr no parque depois do trabalho para ver se diminuia sua ansiedade, e ao chegar em casa só tomou banho, trocou de roupa e começou a dirigir para a casa da mulher. Hoje ele tinha posto seu jeans favorito, uma polo branca de algodão e uma jaqueta para se proteger do frio.

A casa de Mar ficava em uma esquina. Era pequena, pintada de cinza e tinha uns enfeites de em azul e cinza. Uma porta de madeira separava a rua do jardim dianteiro, que, previsivelmente, era lindo, principalmente ao vê-lo com a iluminação daquela rua.

 Mesmo na frente da casa, se podia ver o jardim dos fundos. Era cheio de rosas e tinha uma espécie de terraço com uma mesa de madeira e cadeiras. Com certeza seria muito agradável sentar alí em uma noite de verão.

Mas ele sabia que nunca poderia desfrutar daquele jardim.

Subiu pelos três degraus antes de chegar à porta da casa e tocou a campainha.

 Mar tinha tido um encontro com um casal jovem e irmãos gêmeos de dois anos, tão animados e dispostos como seus pais. Eles queriam um jardim, uma área de jogos e uma espécie de horta. O que mais a entusiasmou foi o fato de ter recebido renda solta para sua imaginação, o que a fez alargar o encontro mais do que o que tinha sido previsto. 

 Quando ela trabalhava até tarde, geralmente tomava um banho, se trocava e fazia o máximo para se sentir cômoda, então quando Thiago chegou ela estava com uma de suas roupas favoritas: Um vestido de manga larga até os cotovelos, ajustado no peito e o resto mais solto. Um dos motivos pelo qual havia posto essa roupa era para que se sinta segura quando fosse falar com Thiago pelo telefone. Ele não a veria, mas ela se sentiria linda. Antes de abrir a porta, Mar passou uma escova pelo cabelo.

— Thiago... É você... - Se mostrou surpreendida.

Ele ficou imóvel. Parecia que seu coração sairia pela boca. O vestido de Mar era da cor verde jade, o cabelo castanho estava brilhando, seus pés estavam descalços, e ele queria imaginar como ela seria por debaixo daquela roupa que a cobria. 

Thiago tragou saliva.

 – Espero que não se incomode com minha visita. A decisão que vamos tomar é importante demais para ser conversada por telefone.

 – Não, não. Claro que não. - Mentiu ela. - Entra... Entra. - Thiago fechou a porta ao passar para dentro da casa. - Estava indo acender a lareira da sala. Quer algo para tomar? 

 – Café puro, obrigada. Por que não deixa que eu me encarregue de acender a lareira? 

Mar saiu em disparada para a cozinha.

Nesse momento, e apesar de seu desejo de ter um filho, teria dado qualquer coisa para apagar todas as suas palavras da janta do dia anterior sobre ficar grávida. Derramou pó de café pelo balcão, pelo chão, e quase derrubou uma jarra de cristal. Se escutava o barulho da lenha na sala. 

Louca. Tinha que estar louca.

 Preparou duas xícaras e serviu alguns biscoitos em uma bandeja. Então Thiago apareceu na cozinha. 

— É uma cozinha muito bonita. - Disse ele afetivamente enquanto olhava os móveis de madeira, o piso de azulejo, a mesa de carvalho. - Não achei fósforos, Mar. 

 – Estão debaixo da pia. - Murmurou ela enquanto se abaixava, mas no momento que ela o fez, ele também se abaixou. Ficaram face a face. Estavam tão perto um do outro que ela conseguia ver a pequena ferida que ele havia feito ao se barbear. Suas pernas se enfraqueceram e ela não pôde evitar corar. 

Thiago não conseguiu resistir à tentação de tocar seu cabelo. 

— Nunca tinha te visto com o cabelo solto. - Disse ele. - Você tem um cabelo lindo, deveria deixá-lo assim sempre. 

— Me incomoda quando estou trabalhando. Fica preso em qualquer coisa. - Respondeu ela em um tom baixo, quase sussurrando.

E dessa vez, quando ele se aproximou para beijá-la, ela estava preparada para receber o beijo. Os lábios de Thiago estavam quentes e se moviam com uma certeza que a fez tremer internamente. Talvez - pensou Mar - Isso não estivesse tão errado. Depois de tudo, Thiago não era Ricardo. Era disso que ela tinha que lembrar.

Quando ele deixou de beijá-la, por fim, Mar não soube se devia comemorar ou se lamentar. 

— Os fósforos... - Sussurrou. - Estão no armário ao seu lado. 

— Continuamos, Mar? - Perguntou ele de repente. 

— Eu... Por favor, Thiago. Vamos para a sala. Não consigo pensar quando você está tão perto de mim. 

— Está bem. - Disse ele rindo com astúcia. Achava graça de tê-la deixado tão nervosa. 

— Vá e acenda a lareira. - Reforçou ela, se levantando. Serviu o café e foi até a sala. Ao entrar no cômodo, percebeu que ele tinha fechado as cortinas e abaixado a intensidade das luzes. As chamas dançavam na sobra do teto. Ela se sentou em um sofá ao lado do fogo, e ele em sua frente, pegando o café e os biscoitos. - Não entendo o porquê de querer entrar em contato comigo uma vez ao ano.

— Simplesmente para ter certeza de que tudo está bem. Não ponho muita fé nas palavras de que vai me ligar se precisar de ajuda. Você é independente demais. 

Isso é verdade, pensou Mar.

— E se eu me casar ou estiver com outra pessoa? Vai continuar mantendo esse contato comigo? 

O estômago de Thiago se contraiu.


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