Risky Proposal escrita por SurvivorJauregui


Capítulo 11
Capitulo 11




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— Acho que está ficando tarde. - Disse ela, esquivando-se do assunto. - Tenho que ir. Te vejo no bar da esquina em uma hora. 

Thiago voltou a secar seu suor e foi em direção aos chuveiros. Ele tinha apenas recomeçado as conversas. Ou era nisso que ele queria acreditar. 

Não havia tomado uma decisão... Ainda.

***

Thiago já tinha comido um prato inteiro de carne com molho apimentado, e tomado duas cervejas quando Mar apareceu cruzando a porta do bar. Vários homens que estavam no local pararam para olhá-la com curiosidade, e então Thiago, em uma atitude instintivamente possessiva, se colocou de pé para cumprimentá-la, a abraçando. Ela simplesmente sorriu e abriu passo entre as mesas. Estava muito atraente, apesar de estar vestindo um jeans e uma jaqueta de couro marrom. Ele apoiou uma mão sobre seu ombro, depositando um beijo em sua bochecha, acabando por notar toda a tensão que alastrava por seu corpo. 

— Você é uma mulher incrível. Joguei tênis por mais de uma hora e mesmo assim a vontade de estar com você não passa.

 – O armário da porta não aprovaria isso, tenho certeza.

 – Teríamos que limpar um pouco esse chão também... 

Mar se sentiu aliviada quando o garçom apareceu, e ambos pediram hambúrguer e cerveja. 

— Eu perdi. Não consegui me concentrar... Pensei que você tinha voltado para Buenos Aires - Disse Mar.

 – Eu vou, mas só na sexta-feira a tarde. Thiago pagou as cervejas quando foram trazidas, e esperou o garçom se afastar para acrescentar - Mas posso adiar meu voo até domingo. Acho que assim poderíamos passar o fim de semana juntos, durante o qual farei tudo que for possível para te deixar grávida. 

— Thiago, eu... Eu acho que você não entendeu. - Duvidou um momento, mas logo continuou - Existem clínicas... Podemos fazer de forma artificial. 

— O que você disse? - Perguntou ele, sem conseguir acreditar no que havia acabado de ouvir. 

— O que você escutou. 

Ele cerrou os olhos.

— No pouco tempo que te conheço, consegui te definir em vários e vários adjetivos, mas nunca pensei que eu poderia te considerar uma mulher de sangue frio... Artificialmente? Pelo amor de Deus! 

— Toda a situação é artificial! E eu não sou uma mulher de sangue frio... Nós nem nos conhecemos direito, como você pode pensar que podemos fazer sexo?

— Te garanto que isso é muito fácil de acontecer. As pessoas fazem isso o tempo todo.

— Eu não sou as pessoas. Sou eu. 

— Então estamos perdendo tempo. Não vou trazer uma criança ao mundo desse jeito, Mar. Se você quer que seja assim, pode procurar outro cara pra isso. 

Ela não conseguia nem se imaginar falando com outra pessoa sobre esse assuno. Enquanto Thiago olhava distraidamente seu copo, ela o estudava. E de repente, foi como se ela estivesse descobrindo pela primeira vez o osso de sua mandíbula, as pequenas rugas ao redor de seus olhos, com certeza um produto de seu riso fácil, a boca bem desenhada, e a pinta em sua bochecha. Nesse momento ela parecia maior do que era. Provavelmente ele havia sofrido, pensou ela, e logo se lembrou da pena que inundou seus olhos na outra noite no restaurante. 

— Não quero pedir para mais ninguém! - Disse ela com firmeza. 

Ele levantou a cabeça e lhe dedicou um profundo olhar. 

— Mas você quer que eu desapareça assim que você ficar grávida. 

— Exato. Eu criarei meu filho sozinha. 

— O que você tem contra o casamento, Mar? 

— Sou uma mulher independente, tenho uma boa vida econômica, e oitenta porcento dos homens me assusta. O vinte por cento que sobra, outras mulheres mais rápidas que eu conseguiram pegar. 

— Não duvido que haja algo de verdade nisso que você disse. Mas também, não pode ser só isso o motivo para que você reaja dessa forma cada vez que alguém cite a palavra casamento em uma conversa. Por que você não quer se casar? 

Mar deu de ombros.

— Por tudo e por nada - Contestou. 

— Não vai me contar mais nada? Realmente, essa é uma ótima maneira de deixar as pessoas afastadas. 

Ela franziu o cenho, não gostava da forma que ele tinha facilidade em adivinhar seus pensamentos. 

— Costuma funcionar com a maioria dos homens. 

— Eu não sou a maioria dos homens. 

— Realmente, você não é. - Disse ela rapidamente, fazendo uma pausa quando o garçom trouxe a comida - Estive casada. E não quero me casar nunca mais. Isso é tudo que eu vou te contar, e tenho certeza que você não vai me contar o motivo de ter mudado de opinião com respeito ao que eu te pedi.

— Tem razão, eu não vou te contar. 

— Isso tudo se trata de fazer um bebê, não de construir uma relação. 

Thiago não queria uma relação. E disso ele sabia desde o primeiro momento. Tinha em mente isso há anos, então por que a sinceridade de Mar o incomodava tanto? 

— Sou uma garantia de saúde. E você? 

— Eu também - Ela sorriu - Na verdade, isso não é algo que me preocupe em ambas as partes. 

Ele queria perguntar o porquê, mas tinha certeza que se perguntasse, ela não responderia. 

— Que ajuda econômica você quer? 

Ela parou o movimento do garfo até a boca para responder rapidamente. 

— Nenhuma! Isso não tem nada  a ver com dinheiro.

E ele já imaginava que essa seria sua resposta. 

— Espero que quando esteja grávida me avise...

— Não quero que você me controle! 

— Se você não ficar grávida, suponho que teremos que tentar novamente... Ou não? 

Ela precisava mesmo responder essa pergunta? 

Mar corou ao pensar na resposta. 

— Não gosto de falar do jeito que estamos fazendo. Parece que isso foi planejado de um ponto de vista totalmente utilitário...

— Da mesma forma que você trata o nascimento do bebê, eu quero saber quando ele nasça. 

— Eu vou pensar! - Contestou ela brevemente. 

 

Continua...


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