Você é minha força (Pausada) escrita por hyoupelegri


Capítulo 1
Divergências


Notas iniciais do capítulo

Nessa fic, Saga é apenas 2 anos mais velho que Shaka.
Então, sobre esse capítulo, há várias perspectivas de vários personagens e eu optei por não separa-los por "POV's" e sim por " -: :- ", então este pede por uma leitura mais calma e um pouco de atenção (cansativo, eu sei. Perdoem-me por isso).

Perdoem os errinhos e boa leitura!



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—Shaka, o que foi?

—Na... Nada! Shaka saiu correndo sem sequer olhar para trás. 

—Eu fiz alguma coisa? -Saga se perguntou sem o mínimo de entendimento da situação.

—::-

*Passos correndo*

O que está acontecendo? Buda por favor, me ajude, eu estou perdido! Eu nunca me senti tão confuso. 

Cansado, o menino das madeixas loiras apóia seu torso em seus joelhos com as mãos. Lágrimas escorrem por suas bochechas e atingem a grama verde. -Buda, o que está acontecendo comigo?

Em sua mente a voz do Deus ecoava: "Shaka, minha criança, acalme-se. Estás para descobrir um dos sentimentos mais bonitos que os Deuses permitiram os humanos sentirem. Acalme seu coração, pense com cautela e descubra sobre esse sentimento aos poucos."

Shaka conversava com Buda desde por que as folhas caíam das árvores, até seus sentimentos mais profundos. Depois de sofrer tanto com sentimentos alheios, chegou a vez de sentir e entender seus próprios sentimentos.

—Tudo bem, Buda. Obrigado  -em aceitação, o pequeno Shaka arruma sua postura, limpa as lágrimas,  respira fundo algumas vezes e abre os olhos.

O loiro flagra-se maravilhado com tal visão. Estava em baixo de uma cerejeira que deixava suas pétalas cair como uma linda chuva rosada. O céu azul, limpo, contrastava com o rosa da árvore. A grama verde no chão agraciava seus pés e, as colinas á frente simplesmente o hipnotizavam. 

Shaka não sabia se ter essa visão era uma dádiva divina ou apenas a natureza tentando acalmar-lhe o coração.

Decidido a aproveitar esse momento, Shaka senta em posição de lótus, respira fundo o odor suave da cerejeira, fecha seus olhos e recita seu mantra. 

—Ohm...

—::-

—Kanon, eu fiz algo? -o olhar de Saga estava realmente curioso.

—Saga, calma. Pelo que me dissestes, não fizera ou dissera nada demais. 

—Mas ele saiu correndo, não quero pensar que o ofendi de alguma forma.

Kanon observava as feições agonizantes de seu irmão gêmeo. Nunca o vira tão afobado e eufórico assim. 

—Saga, -Kanon pulou e sentou em uma mureta ao lado de seu irmão. -dê um tempo a ele e pergunte o que houve. Ambos vão estar mais tranquilos e poderão conversar sobre isso. Aliás, ele está com 15 anos, e você já tem 17. Você deveria ter mais entendimento da situação que ele.

Ambos os irmãos tinham noção de que Saga perdia um pouco o controle da maturidade quando conversava com o pequeno Shaka.
—Você tem razão, Kanon. -passava a mão nas mechas azuladas enquanto dizia. -Vou me concentrar no meu treinamento para me tornar um cavaleiro.

—Faça isso, meu irmão.

—Obrigado, Kanon. -Saga desceu da mureta e, andando pelo chão de pedra da arena gritou: -Aioros! Está livre? Vamos treinar?

O de cabelos castanhos sorri e acena para Saga. -Vamos! Vem!

Saga corre e vê seu amigo já em posição de batalha. 

—::- 

—Shaka.....-cutuca-  Shaka.... -cutuca- Shakaaaaaaaaa! -sacode.

Shaka volta a si assustado. -O quê? O quê? 

—Desculpe te chamar dessa maneira. Já está tarde. Vamos para a vila. 

Shaka só conseguiu saber quem era por reconhecer sua voz. -Mu! -estava escuro e a luz prateada do luar iluminava pouco os arredores. -tudo bem, vamos. 

Levantando, o loiro segura um dos braços do amigo e segue para o repouso. 

—Como me encontrou, mú? Estamos um tanto distantes da arena de treino e da vila. 

—Não sei ao certo, mas sabia que ia te encontrar por lá. Geralmente eu medito nas colinas. -Chegando perto da vila, Shaka e Mú conseguem enxergar com mais clareza tudo a sua volta, inclusive eles mesmos.

—É um lugar incrível. -soltava agora o braço de seu amigo.

—Shaka! Onde estava? O procurei depois do treino, mas não o encontrava. -seu coração falhou uma batida ao reconhecer a voz.

—Sa...Saga? -acalme-se, acalme-se, ACALME-SE!! 

—Quero falar com você, pedir desculpas talvez se caso o tenha ofendido...

"não, Saga, você não me ofendeu"

—Me desculpe por isso, não queria que saísse correndo...

"Saga para de pedir desculpas, a culpa não foi sua."

—Eu quero saber se você pode me desculpar, eu gosto muito de você não quero que pare de falar comigo por um erro meu.

Como um termômetro, o loiro sentiu seu corpo esquentar dos pés a cabeça. 

"Gostar? Como assim gostar? Muito? Ele...  -Des... Desculpa, Saga! 

—Shaka! -as vozes de Mu e Saga soaram em uníssono ao chamar o pequeno indiano ao vê-lo correndo.

—::-

—Mu. Olha para mim! -Saga segurou o dono das madeixas arroxeadas pelos ombros deixando de frente para ele  -Eu disse algo errado? 

Mu, apesar de um pouco assustado com a selvageria do mais velho, sorria internamente pelo mesmo não fazer ideia da situação. -Saga, acalme-se. -desvencilhando-se das mãos do maior    -Você não disse nada errado aqui, agora. Você viu como Shaka reagiu? 

—Sim, ele correu novamente. -apontou para a direção no qual o loiro correu -Poxa, eu pedi desculpas, não precisav...

—Saga! -Mu levantou um pouco a voz infantil -Acalme-se. Ele não correu de raiva ou algo do tipo. 

Os olhos azuis travaram em confusão.

—Não? 

O sorriso de Mu escapa. -Ele estava envergonhado, Saga. Ele ficou vermelho.

Os olhos azuis encontravam-se agora, arregalados.  -Envergonhado? Mas... Por quê?

—Saga, você já é bem grandinho para entender certas coisas. -Mu agora virava para ir atrás do garoto fujão envergonhado. -Eu vou falar com ele. Coloque-se no lugar dele e tente entender alguma coisa. Boa noite.

—Entender alguma coisa... O que? -Saga perguntara a si mesmo, já que o discípulo do Grande Mestre havia o deixado falando sozinho.

—::-

—Shaka, meu amigo. Você está aí?

—Mu? Estou. Entre. -a voz infantil de Shaka estava um tanto chorosa.

Mu observara o pequeno Shaka sentado em sua cama abraçando seu travesseiro. 

—Está tudo bem? Quer conversar? 

—Eu não sinto necessidade de chorar mais ao ver mortos sendo levados pelo Ganges, não sinto necessidade de sofrer ao ver um animal ou planta mortos, pois sei que esses fenômenos são naturais da vida. -Mu escutava com atenção sentando-se na cama de frente para seu amigo- Mas mesmo assim, estremeço e sinto meu coração queimar ao falar com um menino normal. Mu, eu não entendo isso. Sinto que vou amadurecer ao entender essas sensações. Eu apenas não consigo entendê-las ainda, Mu! -lágrimas se formavam nos olhos do loiro. 

—Shaka, você sente isso com mais alguém? 

—Hum hum. -Limpou as gotas salgadas com o punho. - Não. Com ninguém. 

—Você gosta dele? 

Shaka parou por um tempo sentindo novamente seu rosto queimar. -Go... Gosto. 

—Quanto? 

—Mu por que essas perguntas? -o loiro sentia suas mãos suarem.

—Responde, por favor. 

—Eu gosto muito. Tanto que mal consigo vê-lo. 

Olhando para Mu, Shaka se lembrou de sua conversa com Buda sobre amor.

—Eu o amo? 

Mu arregalou os olhos com a pergunta objetiva do colega. Mu também era novo, não entendia a fundo sobre amor, só sabia que era um dom seu ajudar as pessoas a encontrar seus caminhos. -Tal... Talvez. -corou. 

Shaka se sentiu um tanto confuso sobre perguntar isso para um Deus. Sentia-se um pouco estranho.  

O pequeno de cabelos roxos recebe um abraço apertado do loiro. 

—Obrigado, Mu! Agora eu posso começar a entender esses sentimentos e sensações.

Um tanto aliviado, Mu retribui o abraço.

—::-

Deitado na grama observando as estrelas, Saga era perseguido pelas palavras de Mu.

"-Acalme-se. Ele não correu de raiva ou algo do tipo. Ele estava envergonhado, Saga. Ele ficou vermelho. Coloque-se no lugar dele e tente entender alguma coisa."

Envergonhado. Por que Shaka ficaria envergonhado?

"-Shaka, eu estou cansado. - deixou seu corpo cair ao lado do loiro.

—Imagino que esteja, Saga. Está suado e sangrando.

Olhando para suas feridas, Saga pega uma de suas faixas e começa a fechar seus sangramentos.

—Mas e você, Shaka? É difícil vê-lo treinar com os outros. 

—Eu treino espiritualmente. Meu cosmo queima através da meditação e concentração.

Mesmo sem entender, Saga sorri para o loiro. -Faz sentido. -mente. -Verdade, você sorri? Nunca o vi sorrindo. Sorria. -diz em tom brincalhão.

—Eu sorrio Saga, só não vejo motivos para tal. 

Saga pensou bem, mesmo pequeno, o loirinho era quase um monge.  Meditava, alguns diziam que ele conversava com Buda, outros diziam que o pequeno era a reencarnação do Próprio. Será que seria um pecado tocá-lo? 

Já pedindo perdão aos Deuses caso fosse um pecado, Saga aproximou-se do pequenino. -Ah! Agora vai sorrir! 

Com suas duas mãos, Saga faz incansáveis cócegas em Shaka, que, instantaneamente começar a gargalhar. 

Em meio aos sorrisos quase histéricos -Para! Hahahaha! Para Saga! 

Sorrindo junto e vendo Shaka ficar vermelho de tanto rir, o maior decide deixá-lo respirar. -Olha! Você sorri! -afirma bobamente. 

—Você... -tentando recuperar o ar- Você é bobo, Saga! 

—Ah, para. Seu sorriso é lindo, Shaka. Deveria sorrir mais.

O pequeno que já estava voltando a sua cor natural, cora instantaneamente ao ouvir tais palavras proferidas.

Seu coração volta a bater forte e o pequeno se sente acuado. Precisava sair rápido dessa "prisão".

—Shaka, o que foi? 

—Na... Nada! 

Shaka saiu correndo sem sequer olhar para trás. "

Que Saga era um pouco lerdo para entender essas coisas de sentimento, ele já sabia. Agora que era tão lerdo assim, nem ele imaginava.

Ao bater em sua testa com a mão, Saga entende que o menor ficara tímido pelo elogio.

—Saga, você é burro. -sussurrou a si mesmo.

—::-


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Notas finais do capítulo

Espero que tenhas gostado e obrigada por ler.



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