Dois Anos escrita por itsesparza


Capítulo 1
Capítulo Único




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Logo após deixar o FBI e assumir o cargo na CIA, a minha situação com o time ficou tensa. Especialmente com Reade. Eu sabia que nutria sentimentos por ele mas sempre foi muito difícil para mim assumi-los, eu gostava de fingir que o beijo que compartilhamos em seu apartamento não tinha significado nenhum, mas no fundo, meu coração gritou para que eu voltasse para ele e assumisse o que eu estava sentindo.

Semanas após me despedir da equipe e iniciar meu trabalho ao lado de Keaton, Reade me procurou para que conversássemos sobre a nossa situação. Para ser sincera, preferia que essa conversa nunca tivesse acontecido. Ambos nos ferimos e não nos procuramos mais, falamos coisas que não devíamos e Reade jurou que qualquer coisa que ainda tivéssemos, seja amizade ou namoro, estava acabado.

Após dois anos separados porém emocionalmente conectados, ambos com os corações quebrados, Reade resolve me procurar. Eu ainda estava magoada mas aceitei o seu convite. Almoçamos juntos e conversamos sobre tudo o que estava acontecendo, ele e a equipe novamente trabalhando juntos no FBI, minha demissão da CIA, seu relacionamento com Megan, tudo.

Em minha cabeça, após esses dois anos que passamos longe, os sentimentos que nutria por ele tinham desaparecido, mas não. Eles ainda estavam presentes em meu coração e para ser sincera eu não sei como agir. Eu precisava pensar e encontrar uma maneira de não deixar essa situação do passado me assombrar agora.
Após nosso almoço e um dia longo, tomo um banho e fico deitada em minha cama pensando em tudo que aconteceu.
Escuto a campainha tocar.

Minha mente está frenética mas meus passos são calmos. Quando abro a porta, a última pessoa que queria ver no momento ela ali. Sim, ele está parado em frente a minha porta. Eu conseguia ver a insegurança e o medo refletindo em sua pele. Olho Reade nos olhos e como se estivesse se contendo para não seguir seu instinto e me mostrar como se sente, ele inspira antes de

— Tasha, eu realmente sinto muito por tudo que aconteceu entre nós. Se eu pudesse voltar para aquela quarta-feira a noite, tudo teria sido tão diferente. — Ele para e me olha profundamente, consigo ver sinceridade em suas palavras. — Agora eu preciso saber, você ainda me ama?
Ele não respira nos três segundos que levo para me decidir por ser honesta.

— Apesar de tudo, e mesmo tendo vontade de bater em você agora… Sim. Muito. — No momento em que digo isso, ele aperta a mandíbula, e posso dizer que ele está tentando se conter. Eu sei como se sente. Esse é um momento decisivo para nós, e tenho tanta adrenalina no corpo que meu coração parece ter perdido o ritmo.

— Tasha — diz ele, a voz rouca de emoção. — Sei que tenho muito trabalho a fazer pra compensar por ter te machucado, mas… Você ainda quer que fiquemos juntos?
Passo por um desses momentos nos quais tudo que não é ele recua para o fundo, e ele entra em um foco perfeito. O lindo Reade, cheio de esperança. Ele engole com dificuldade antes de continuar.

— Pense com cuidado na sua resposta, porque se você disser que sim… — diz ele baixinho, murmurando. — Se você disser sim, eu finalmente poderei te mostrar as maneiras infinitas como te amo.

Há uma distância considerável entre nós, mas agora parece que existe um cabo de aço conectando o coração dele ao meu. Esse cabo sempre esteve lá. Mas agora eu consigo vê-lo mais como uma bênção do que como uma maldição.

Inspiro e desfaço o nó do meu roupão com as mãos trêmulas. O tecido pesado se abre, revelando a minha óbvia falta de roupa de baixo. Seus olhos se arregalam, e sua expressão imediatamente se torna faminta. Meu corpo responde com uma explosão de calafrios.

— Sim. Quero ficar com você. Por favor. Agora.
Ele pisca duas vezes antes de murmurar

— Porra, sim. — Ele cruza a sala em segundos, e solta um gemido baixo e possessivo enquanto me aperta contra ele.

Dois anos de desejo contido e frustração sexual irrompem entre nós. Nós nos devoramos um ao outro, línguas provando e sugando. Meu roupão é tirado dos meus ombros. A camisa dele é desabotoada em tempo recorde. Em todos os lugares que ele me toca, o desejo nasce, cresce e desponta, e estou sem fôlego com a força desse sentimento. Eu o empurro contra a parede, com energia. A força do impacto faz o vidro da moldura de uma foto próxima se quebrar ao cair no chão. Nenhum de nós olha para ela. Reade joga a cabeça para trás quando cubro seu tórax e abdome com beijos quentes, provando a pele com a qual eu só pude sonhar durante muito tempo. Seus músculos se contraem por causa de sua respiração rápida, e ele geme quando passo minha língua e meus lábios nos planos deliciosos de seu tórax. Provo cada centímetro de sua pele… Seus mamilos, seu abdome. Não há nada delicado ou elegante no que estamos fazendo. Tudo é urgente, as mãos se movem e apertam, as respirações estão pesadas e os gemidos profundos. Estamos tão desesperados um pelo outro que ficamos desastrados e rudes.

Quando volto à sua boca, ele geme contra a minha e percorre meu corpo com as mãos, até a minha bunda.
Com um movimento ágil, ele me ergue, e quando passo as pernas à sua volta, ele se vira e me empurra contra a estante. Os livros se espalham pelo chão, fazendo barulho, enquanto nos apertamos e nos tocamos. Eu estico o braço para trás e seguro uma das prateleiras, enquanto ele me beija pescoço abaixo e brinca com meus mamilos. Jogo a cabeça para trás e comprimo meu tórax contra ele, enquanto sua boca quente e linda se fecha sobre mim.

— Ah, meu Deus, Reade…

Ele brinca com meus seios, e estou me agarrando a ele, para que continue. Então, ele me arranca da estante e desliza até o sofá, esbarrando em um vaso e em uma luminária no caminho. Ele chuta a mesinha de centro, e o controle remoto da tv e uma pilha de revistas caem no chão.

— Merda — diz, sem fôlego. — Desculpe.

— Não ligo. Continue.

Ele se joga no sofá e me puxa para que eu me esparrame sobre ele. Cada centímetro da minha pele formiga e dói enquanto Reade traça as curvas dos meus seios e quadris com os dedos.

— Meu Deus, senti sua falta — sussurra ele contra minha pele. — Esse corpo, sua mente, seu coração. Tudo. Agora eu me sinto como uma criança cujo presente de Natal foi financiado por dois anos e finalmente pôde colocar as mãos nele. Você é tão perfeita, você vira minha cabeça.
Ele me beija novamente, e sua língua doce me deixa tonta, enquanto suas mãos ligam cada terminação nervosa do meu corpo. Não posso mais esperar. A única coisa que supera a névoa de hormônios é uma necessidade que me consome, de tê-lo dentro de mim. De tê-lo novamente e de ser sua, me entregando inteira em retribuição.

Desço de seu colo para tirar sua calça jeans. Ele me ajuda, tirando os sapatos e as meias. Então fica de pé para que eu possa deslizar sua calça e roupa de baixo por suas pernas. Quando ele está nu, preciso parar um momento, porque… Uau. Sério? Ele é uma obra de arte ambulante. Se Michelangelo tivesse usado Edgar Reade como modelo, não duvido que houvesse uma galeria inteira dedicada a ele. Talvez até mesmo com uma ala apenas para sua ereção espetacular.

Reade se senta novamente no sofá e me encara com um desespero mal contido.
— Venha aqui. — Ele me puxa novamente sobre ele, e uso uma das mãos para nos alinhar. Olho em seus olhos enquanto me abaixo vagarosamente.

Ah

Meu.

Deus.

Nossas bocas se abrem. Nossas pálpebras tremem. Gemidos simultâneos enchem o apartamento enquanto balanço e tremo até que ele me preencha por completo. Quando estamos unidos, ofego e suspiro. Como posso me sentir tão incrivelmente ligada e relaxada ao mesmo tempo está além da minha compreensão. É disso que tenho sentido falta nesses anos todos. Não apenas o prazer físico de tê-lo dentro de mim, mas a conexão de almas e corações que me unir a ele traz. Nós nos olhamos profundamente, maravilhados, reconhecendonos mutuamente pelo fato de que até mesmo a fantasia mais vívida que tivemos quando separados é fraca se comparada a essa realidade excitante.

— Eu amo você, Tasha — sussurra ele, enquanto acaricia meu rosto com dedos gentis. — Amo tanto você.
Eu o beijo.

— Amo você também.

Prendo minhas mãos em sua nuca e começo a cavalgá-lo, mantendo contato visual o tempo todo. Ele agarra meus quadris e me guia com estocadas longas e profundas. A sensação é tão intensa, é quase insuportável. A sensação dele. A expressão incrível de seu rosto enquanto ele observa cada movimento meu. A cada vez que levanto os quadris, Reade resmunga como se estivesse com dor. Quando desço, ele geme de prazer. Cada movimento parece ser demais para ele, e eu entendo como se sente. Depois de não ter nada por tanto tempo, subitamente ter tudo é um choque para ambos.

Mantemos aquela conexão o tempo todo em que fazemos amor. Até mesmo quando sinto o orgasmo se aproximar, não desvio o olhar. Nem ele.

Eu me apoio em seus ombros quando começo a acelerar o ritmo. Quando os músculos das minhas coxas cedem, Reade assume, debaixo de mim. Ele arremete, me preenchendo, vez após vez. Meu orgasmo se aproxima cada vez mais rápido, se retraindo e se expandindo com tanta força que mal posso respirar.

Agarro o cabelo dele quando seus movimentos se tornam mais rápidos e intensos. Ele trava o maxilar e geme, como se segurar o próprio orgasmo fosse doloroso.
Meu Deus, o prazer. O prazer debilitante que me tira o fôlego.

Quando ele goza, o gemido que vem dele é mais do que apaixonado. É como se falasse de um homem que esqueceu a extensão do que pode sentir. De alguém redescobrindo como ser real depois de tantos anos fingindo.
Faço um som similar quando meu clímax explode alguns segundos depois. Não é delicado ou bonito, mas nenhum dos meus sentimentos sobre Reade são. Eles são gigantescos, bagunçados e inconvenientes, mas eu não os trocaria por nada.

Quando nossos estremecimentos finais desaparecem, desabo em cima dele, e Reade me envolve com seus braços, enterrando a cabeça em meu pescoço. Nossa respiração frenética ecoa no apartamento silencioso, e não nos mexemos por muito tempo. Quando nos movemos, é só porque ele está duro novamente, e nossa segunda vez acaba se tornando um furacão. As cadeiras são derrubadas. A porta do banheiro, escancarada.

No momento em que entramos no meu quarto, há livros espalhados pelo chão, pratos e tigelas arremessados do balcão da cozinha e almofadas e roupas empilhados em cada centímetro do chão. O apartamento inteiro está arrasado.

Normalmente, nós dois não gostamos de bagunça, mas agora estamos envolvidos demais para ligar. Depois de Reade me proporcionar o segundo orgasmo na minha cama, e o quarto da noite, ele cai de costas e me puxa para seu peito. Ele solta um imenso suspiro de satisfação e então fecha os olhos. Sei que precisamos falar mais sobre nossos caminhos turbulentos, mas tudo pode esperar até amanhã. Agora eu só quero desfrutar esse momento, estar nos braços da minha alma gêmea.

— Reade? — sussurro, em uníssono com sua respiração.

— Hmmm? — Ele mal está consciente.

Não consigo deixar de sorrir quando ouço o ritmo hipnótico de seu coração sob meu ouvido.

— Obrigada por ser não desistir de nós.


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