Entropia-Interativa VAGAS ABERTAS escrita por Sui


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eu já tinha postado essa história antes mas não tive tempo na época para continuar. Espero que dessa vez seja diferente. Podem mandar qualquer tipo de personagem (não precisam ser alunos, professores e outros também), mas eu preferiria ter mais primeiranistas, porque vou introduzir a história com eles (é mais fácil introduzir um universo com personagens que acham aquilo uma novidade). Tentem fazer histórias interessantes para eles. E mais garotos gente! Da última vez eu recebi 80% de garotas kkkkkkk tinha pra dar e pra vender.


• Nome:
• Apelidos: (Se algum)
• Idade: (a escola começa com 13 anos)
• Sexo:
•Orientação sexual:
• Altura:
• Peso:
• Aparência:
• Aniversário: (Opcional)
• Nacionalidade: (Serão admitidos alunos dos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela)
• Personalidade: (Quanto mais detalhes melhor, de preferência com descrições completas que expliquem cada característica do personagem):
• Ano (Se for aluno):
•Trabalho (se não for aluno. Se for professor, de que matéria):
• História: (Seja o mais detalhado possível. Ex: infância, eventos importantes, e, se o personagem já estiver cursando, o recebimento de sua carta e os anos na escola)
• Família: (Se alguma. Se não, amigos ou conhecidos que foram importantes no passado do personagem):
• Gostos e desgostos:
• Animal de estimação: (Opicional)
Nome:
Espécie:
Sexo:
Personalidade:



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Havia um cheiro metálico no ar. O corredor se estendia na escuridão, velho e empoeirado, mas, de alguma forma, ainda imponente. Rafael se deteve por um instante. Seu coração batia com tanta força que parecia querer sair do peito, suas mãos estavam úmidas e geladas. Algo estava errado. Ele sentiu um arrepio gélido percorrer sua espinha e engoliu em seco ao dar mais um passo. 

O cheiro doentio que entrava por suas narinas o fazia ter vontade de vomitar. Ele tinha certeza que já sentira aquele odor antes, mas não lembrava onde. Como podia ter esquecido algo tão...marcante? Seus músculos se contraíram em ansiedade. A sua frente ele podia ver Camila. Os passos confiantes dela eram os de alguém que não tinha nada a perder. Diferente dele, ela parecia relaxada, mas o modo como comprimia seus lábios ao olhar em volta traia sua irritação.

“O que foi agora?” Camila olhou em sua direção, seu rosto se contorcendo em uma careta. O cabelo marrom dela estava emaranhado em um coque mal feito, e o suor que tinha sido acumulado em suas têmporas só agora começava a desaparecer.

“Nada” Ele abaixou a cabeça, puxando a gola de sua camisa com a esperança de diminuir a sensação de sufoco que sentia. Não queria mais uma das brigas desnecessárias que vinham tendo desde cedo. Parecia que Camila buscava confronto, como uma mariposa busca a luz. Talvez fosse a maneira dela de lidar com o desconforto, ou talvez ela simplesmente fosse insuportável por natureza. Ele não dava a mínima.

A tocha em sua mão tremulou e as encravações na parede pareceram seguir seu movimento. Rafael piscou, sacudindo sua cabeça. Isso soava cada vez mais como uma ideia pior. Ele se arrependeu amargamente de ter se voluntariado a ir até ali. Devia ter ficado calado. Se tivesse fechado a boca não estaria nessa situação.

“Você viu isso?”

“Ah, que ótimo, ele tem medo de truques de luz agora! Sério garoto, se você vai ficar com medo de toda sombra que aparece no caminho pode voltar lá pra cima. Não estou sendo paga pra ficar de babá” Camila se virou, pondo suas mãos na cintura e o encarando com raiva. Seus olhos castanhos ganharam um ar avermelhado à luz da tocha.

“Não é medo, é bom senso. Tem alguma coisa que parece...ruim nesse lugar” Ele balançou a cabeça. Não sabia explicar o que estava sentindo, e não esperava que Camila, entre todas as pessoas, fosse entender. Ela estava desesperada por dinheiro, e pessoas desesperadas costumavam ignorar tudo quando encontravam uma luz no fim do túnel.

“‘Alguma coisa parece ruim nesse lugar’. Era só o que me faltava, um idiota supersticioso. Sabe o que eu acho que está errado aqui? Sua presença. Eu faria meu trabalho muito melhor sem você me atrapalhando” Camila se virou, dando as costas para ele, e continuou a andar em direção ao fim do corredor. Mesmo após descer pelo menos uns quatro lances de escada eles ainda não tinham encontrado nenhum cômodo. Nem sinal. Só interminavelmente longos corredores. O que exatamente era esse lugar, de qualquer forma? 

“Não é isso. Você mesma disse que nunca tinha nem mesmo ouvido falar sobre essas ruínas. Elas não são longe o bastante da vila para que ninguém tenha esbarrado por aqui sem querer. Ainda mais para você, que fala que conhece a área como a palma da sua mão. Não acha que é estranho elas terem surgido do nada? Logo depois de toda a confusão começar?” Rafael apertou o passo para tentar acompanhar a caminhada apressada de Camila. Ela parecia querer manter a maior distância possível entre eles.

“Você não procurou saber nada sobre esse lugar antes de se juntar ao grupo de pesquisa, idiota? A floresta aqui em volta era praticamente impenetrável alguns meses atrás. Aí as árvores começaram a morrer, e depois disso ninguém se arriscava entrar na mata mais. Não com os ataques acontecendo. Os que tentaram não voltaram pra contar a história” Camila se virou para ele com uma expressão cansada. Era o mais vulnerável que ele já tinha visto nela até agora. Era desconcertante, mas não tão surpreendente. A vila dela tinha sido muito afetada pelo caos que estava dominando a região. Era estranho. Ataques de animais aumentavam ao longo dos dias, o maior índice até agora, e a vegetação estava sofrendo também. Muitas árvores estavam morrendo, e outras... ele não sabia explicar.

“Você quer que eu vá?” Ele perguntou em um tom derrotado. Sentia que estava se intrometendo, de alguma forma. Era a terra dela, a vida dela. E Camila obviamente queria fazer aquilo sozinha. Talvez fosse melhor deixá-la em paz. 

“Eu prefiro. Assim que achar alguma coisa encontro vocês lá em cima. Não deve demorar muito” Ela o ofereceu um pequeno sorriso. Era o primeiro sorriso que ela dava desde que ele a conhecera.

“Tudo bem. Boa sorte” Rafael se virou, escutando os passos dela ficarem cada vez mais distantes até desaparecerem. Ele tremeu de frio, esperava que Camila não demorasse muito. Esse lugar lhe dava arrepios.

Ele apertou o passo. O cheiro perfurava suas narinas, fazendo com que se sentisse cada vez mais enjoado e tonto. As encravações na parede pareceram se mover de novo, e Rafael teve certeza que deveria estar ficando louco. Ele riu sozinho no escuro. Quem poderia garantir que já não tinha enlouquecido? Depois das coisas que vira nunca mais tinha sido o mesmo. O velho Rafael não teria pensado duas vezes em dizer não aquela proposta de trabalho. Ele sentia falta do velho Rafael.

O jovem esfregou a mão em seu braço, tentando se esquentar. A temperatura estava caindo a cada segundo. Ele teria achado isso estranho se não tivesse lido uma coisa ou duas na aula de Geografia. Quanto mais profundo o lugar, mais frio ele era. E Rafael estava bem abaixo do solo. 

Talvez ele devesse ter pensado em trazer um casaco. Ou talvez nem devesse ter aceitado o desafio de descer ali embaixo. Nenhum emprego valia o risco de algo acontecer com ele. Podia morrer ali embaixo e eles provavelmente nem teriam a decência de checar. Só procurariam outro idiota o suficiente para se arriscar nessas explorações absurdas. Não ia ser muito difícil encontrar alguém, com a situação em que a maioria das pessoas por ali vivia. Qualquer dinheiro era muito para elas. Mas agora Camila estava entrando num lugar desconhecido, sozinha. E se alguma coisa acontecesse com ela? Talvez ele devesse buscá-la para os dois saírem ali juntos. 

Rafael estava prestes a desconsiderar sua decisão de ir até ali e dar meia volta quando um som atraiu sua atenção. Era um ruído baixo, quase como o barulho que um vaso fazia quando rachava, e parecia estar vindo de todas as direções. Ele olhou para os lados, suor escorrendo por seu rosto enquanto todo seu corpo se tencionava. O que quer que fosse aquilo, não queria estar ali para descobrir. Quaisquer pensamentos sobre Camila desapareceram da sua mente. Tinha que sair, e depois que se juntasse aos outros eles poderiam procurar por ela. 

Ele se virou para trás, seus passos apressados ecoando no corredor deserto. Tinha que sair dali. Havia algo de errado naquele lugar. Rafael apertou o passo, sua caminhada se transformando em uma corrida enquanto os símbolos nas paredes dançavam a seu redor. Suor caia frio em seu rosto, e uma névoa clara se formava na sua frente de tempos em tempos. Ele demorou alguns segundos para perceber que ela era fruto de sua respiração. Apesar de estar subindo, a temperatura tinha anormalmente continuado a cair até chegar em um estágio quase insuportável que o fazia bater os dentes.

Rafael chegou até as escadas, ofegante. No fundo de sua mente ele se perguntou se não deveria realmente voltar para buscar Camila, mas precisava sair dali. Agora. Ela sabia se virar. Seus pés se embaralharam nos degraus antigos e cobertos de poeira, mas ele conseguiu recobrar o equilíbrio e se jogou escada acima com uma persistência renovada ao ouvir o barulho ficar cada vez mais alto. Uma de suas mãos procurou a parede em busca de equilíbrio, enquanto a outra continuava a segurar a tocha, a essa altura já quase apagada.

Ele revirou o bolso de sua camisa com pressa, suas mãos escorregando algumas  vezes pelo walkie-talkie antes de o segurarem.

“Funciona. Funciona. Funciona...” Seus dedos deslizaram pelo aparelho e ele rezou por uma resposta.

“Marcos? Marcos, você tá me ouvindo...? Anda logo, responde!”

As paredes a sua volta entravam e saiam de foco em meio a sua corrida por outro corredor. As escadarias pareciam infinitas enquanto ele tentava fazer seu caminho até a superfície. Não tinha percebido que descera tanto. Em meio a todo o barulho, ele mal ouviu o ‘click’ do walkie-talkie quando recebeu uma resposta nervosa. 

“Rafael? Não acho que da pra falar ago-“

“Marcos! Tem alguma coisa acontecendo. Manda alguém procurar outra entrada, eu separei da Camila e não sei onde ela tá” Agora faltava pouco para chegar a saída, mais dois lances de escada e estaria lá. Só mais um pouco ”O chão tá tremendo, eu acho que esse lugar vai-“

Ele soltou um engasgo assustado quando algo caiu em seu olho. Suas mãos se moveram, tentando sentir o que estava errado. Com uma das mãos em seu olho direito, ele olhou para cima. De uma rachadura enorme no teto saiam alguns filetes de poeira. Era isso que tinha caído nele.

“-desabar”

A construção começou a tremer, rachaduras se espalhando como uma teia de aranha. O lugar ia desabar. Os olhos de Rafael se arregalaram, seu corpo paralisando por um instante. Não ia conseguir sair. Se tentasse, seria morto no desabamento. Ele se virou para trás, adrenalina pulsando em suas veias, e correu tropegamente, o som da voz de Marcos indecifrável pelo barulho ensurdecedor. O tremor no chão era como um terremoto, e tornava difícil encontrar apoio para os pés, mas ele tinha conseguido se jogar até a escada no momento em que um som estrondoso ecoou pelo corredor.

Em questão de segundos seu corpo voo escada abaixo, caindo no chão e rolando com o impacto. Rafael gritou quando sentiu pequenos pedaços de pedra cortarem sua pele como se fosse manteiga, mas não havia ninguém por perto para ouvir seus pedidos de ajuda, então ele ficou ali, as batidas de seu coração soando como tambores em seus ouvidos. Ele olhou para o lado, onde seu caminho em direção a saída tinha sido tampado pelos detritos. O mundo ao redor parecia borrado por causa das lágrimas que haviam se acumulado em seus olhos. Sua respiração entrecortada se tornou ainda mais rápida, e ele percebeu que estava começando a hiperventilar.

“Rafael? Rafael! Você tá-“ A voz de Marcos foi cortada por um ‘tump’ como se o walkie-talkie tivesse caído no chão. A única coisa que ele conseguiu decifrar antes de a linha ficar muda foram gritos.

Ele olhou para os lados, sua visão comprometida por lágrimas e sangue que escorriam por seu rosto. Quando enfim conseguiu focar na parede ela não parecia a mesma. Antes lisa, uma faixa dela agora se encontrava adornada por símbolos negros. Não, não negros. Vinho escuro. O cheiro metálico voltou a atingir suas narinas em cheio outra vez,assim que ele percebeu do que se tratava. O cheiro que ele vinha sentindo esse tempo todo era sangue. Porque as paredes estavam encobertas por centenas de símbolos escritos em sangue. 

Seus olhos se reviram para trás. O que será que tinha acontecido com Camila...? foi a última coisa que ele conseguiu pensar antes de desmaiar. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Aceito criticas e sugestões, é sempre bom saber como melhorar a história.



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