O Recomeço escrita por Ragnar Lothbrok


Capítulo 7
A Necessária Conversa


Notas iniciais do capítulo

Agora consegui voltar a postar com mais frequência mesmo! Espero que gostem do novo capítulo, logo em seguida tem mais!



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“E aí Harry, tudo certo? É o Ron, seu melhor amigo, lembra de mim? A gente entendeu que você quis ficar sozinho um tempo, mas já estamos preocupados. Você não precisa voltar a ficar aqui, porém uma visitinha seria legal. Todos nós queremos te ver. Preciso de você cara, é muita mulher aqui. A mamãe vai ficar maluca se você não aparecer de uma vez também.  Enfim, vai ter aquele clássico almoço da família inteira aqui em casa domingo e todo mundo gostaria que você viesse. Por favor, vem logo. Estamos te esperando. Abraços, Ron.”

Harry terminou de ler a carta que havia recebido naquela manhã de sábado e ficou pensativo. Já estava com saudade de todo mundo. Na verdade, sempre esteve, apenas não sabia se conseguia encarar todos de novo. O jeito que Ron escreveu parecia um pouco estranho, como se ele realmente precisasse de Harry. Talvez estivesse com saudade de jogar quadribol. Ele ainda não sabia se iria, era muita coisa para se pensar. Mas uma coisa ele já tinha decidido: iria visitar Andrômeda e Teddy durante a tarde. Aquele pobre garoto era seu afilhado e, agora sem Remo e Tonks, Harry não podia mais ignorá-lo. A dor de vê-lo era grande, trazia muitas memórias de seus pais, mas Harry precisava se tornar um padrinho presente, uma figura paterna. Queria ser tão bom quanto Sirius foi para ele, porém por mais tempo.

Então, durante a tarde, Harry se despediu de Monstro e aparatou até a casa de Andrômeda. Decidiu não avisar que iria, pois queria fazer uma surpresa. Ao chegar, se dirigiu até a porta e tocou a campainha. A mãe de Tonks atendeu e já parecia exausta.

— Harry, que surpresa agradável. Não te via desde o... funeral — disse Andrômeda, tendo dificuldade em falar aquela última palavra.

— Oi, Sra. Tonks. Estava em casa e pensei em fazer uma visita, ver o Teddy e você. Tudo bem? — perguntou Harry.

— Claro querido! Entre, por favor — respondeu Andrômeda. — O Teddy está ali na sala brincando, vamos.

Harry observou a bonita casa da família Tonks. Era grande e estava cheia de fotos na parede. Ele se emocionou quando via uma Tonks pequena, seu pai e até algumas fotos com Remo. Harry não conseguia imaginar o sofrimento de Andrômeda, que em questão de meses tinha perdido quase toda a família. Tudo o que ele conseguia sentir era muita pena. Mas ao entrar na sala um sentimento de felicidade tomou conta de Harry. Teddy estava brincando com algum tipo de brinquedo mágico, alguns blocos flutuavam enquanto ele tentava pegar. Parecia bem e com certeza mais feliz do que quando o havia visto no funeral.

— Teddy! Olha quem está aqui, é o Harry! — falou Andrômeda, apontando para Harry.

— E aí carinha, tudo bem? — disse Harry, meio sem jeito. Ainda não sabia muito bem como lidar com crianças.

Teddy imediatamente interrompeu sua brincadeira para analisar Harry. Para o alívio do padrinho, mostrou um grande sorriso e seu cabelo, que antes estava loiro, ficou igual ao cabelo escuro de Harry. Depois, ele voltou a brincar.

— Deu sorte, ele faz isso quando gosta de alguém — explicou Andrômeda, enquanto fazia um sinal para que Harry sentasse no sofá. — Puxou isso aí da mãe.

Por um segundo Harry sentiu um aperto no coração ao lembrar de Tonks e todas as transformações que ela conseguia fazer. Andrômeda pareceu notar e disse:

— É eu também sinto falta dela, todo o dia. Infelizmente, não podemos mudar o passado.

— Eu sei. Só acho tão injusto. Eles teriam sido ótimos pais, os melhores — disse Harry. — Eu sei como é crescer assim, ninguém merece isso.

— Vai ser diferente, Harry. Eu sei que sua infância não foi boa, mas ele vai estar com a gente, cercado de pessoas que o amam. Vamos nos esforçar pra que não falte nada. E sim, eles teriam sido os melhores — disse Andrômeda, com lágrimas nos olhos.

— Eu sinto muito Sra. Tonks, mesmo. Nunca imaginei que isso aconteceria, pra mim eles eram invencíveis. Mas eu prometo que vou ser o melhor padrinho possível pro Teddy. Tenho dinheiro, vou ajudar vocês da maneira que puder. Posso ficar com ele quando você precisar de um descanso. É só pedir, sério.

— Obrigada, Harry. Tenho certeza que você vai ser muito importante na vida dele, vai ser como um pai. Sei que eles te escolheram por uma razão. Tem sido difícil cuidar dele sozinha e eu sei que você vai ajudar.

— Desculpa não ter falado muito com vocês no funeral. Eu só... não tava nada bem — se desculpou Harry.

— Tudo bem, ninguém estava bem. Mas Harry, eu soube que você não está mais na Toca. Falei com a Molly, ela me contou sobre a maneira que você saiu. Tenho visto coisas no Profeta também, como você se isolou. Por que tudo isso? — perguntou Andrômeda, já sabendo a resposta.

— É difícil, tudo o que está acontecendo. Depois da guerra achei que tudo ficaria bem, mas sei lá, eu me sinto horrível. Todas aquelas pessoas boas que morreram — desabafou Harry. — Eu sei que eu não deveria me culpar, mas ele foi até lá por mim. Aí morreram Remo, Tonks, Fred e mais não sei quantos. Não consigo encarar os Weasley depois daquilo e mal sei como tive coragem de vir aqui. Sua família...

— Harry, eu imagino como você deve se sentir, mas pare. Eu entendo seu sentimento, mas vou dizer algo que você precisa ouvir. Nada do que aconteceu foi sua culpa! Você não escolheu essa vida, ela foi decidida por você muitos anos atrás. E sim, você foi muito envolvido, mas essa guerra era MUITO maior do que você! Era uma disputa contra tirania, preconceito e crueldade, não apenas uma defesa de Harry Potter. Meu marido, minha filha e Remo não morreram por Harry Potter, eles morreram para construir um mundo melhor sem todos aqueles monstros! Não tenho dúvidas que todos eles morreriam por você, assim como você morreria por eles, mas não foi isso que aconteceu — falou Andrômeda, muito firme.

— É só que... — tentou continuar Harry.

— Por favor me deixe terminar, Harry. Agora lá na Toca tem muita gente que seu preocupa com você, que te ama e não te culpa de nenhuma maneira, até porque isso não teria sentido. Eles acabaram de perder alguém importante! Não é o momento para se afastar, mas o contrário. É o momento de ficar junto e dar forças um para o outro! Acredito que é por isso que você veio até aqui hoje e ajudou. Olhe para o Teddy, Harry. Aquele é o futuro que nós tanto lutamos pra construir, vamos vivê-lo agora — finalizou Andrômeda.

Harry parou um pouco para pensar. Aquele discurso realmente havia ajudado. Era como um balde de água fria, um choque de realidade. Já tinha fugido da sua vida o suficiente, era hora de voltar, sem desculpas.

— Obrigado Sra. Tonks, eu acho que realmente precisava ouvir isso — disse Harry.

— Ótimo, então amanhã você vai no almoço na Toca! Infelizmente não vou poder ir, mas nós ainda vamos nos ver bastante — disse Andrômeda, com um sorriso. — Ah e outra coisa, pare de me chamar de Sra. Tonks. É muito formal, Andrômeda já está ótimo.

— Prometo tentar, Andrômeda — respondeu Harry.

Assim, Harry passou o resto da tarde lá. Brincou com Teddy, bebeu chá com Andrômeda e conheceu a casa. Eles combinaram que, de vez em quando, a avó iria deixar Teddy com Harry para, aos poucos, ele ir aprendendo. No final do dia, ele voltou para casa e comeu o delicioso jantar que Monstro preparou. Agora era oficial, os dois já se davam muito bem, estavam em uma boa sintonia. Harry só tinha que fazer Monstro parar de falar mal de “sangues ruins” para ficar perfeito. Quando foi dormir, Harry pensou muito no dia seguinte, em como seria ver toda a família depois de tantos dias. Esperava que a Sra. Weasley não estivesse muito irritada. Claro que pensava em Ron e Hermione também, mas Gina era quem não saía de sua cabeça. Tinha medo que ela não o quisesse de volta, mas ele tinha que tentar, só não sabia quando ou como. Eram muitas dúvidas, mas de uma coisa ele tinha certeza: ainda era apaixonado por aquela ruiva. Então, imaginando milhares de cenários diferentes, Harry adormeceu. E sonhou com ela.


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Notas finais do capítulo

Se tiverem alguma crítica ou sugestão, é só comentarem!



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