A Little Light escrita por Berryrb


Capítulo 1
First day.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, tentei ser o mais simples possível.



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Cerca de 200 antes de Cristo, em Macabeus, parte do domínio grego em Jerusalém, quando os hebreus eram governados pelos selêucidas, onde os gregos impuseram a cultura helênica sobre a hebraica, profanando os templos de Jerusalém para celebrações pagãs e causando a revolta do povo judeu.

Houve a luta e eles venceram, conseguindo o domínio novamente, então Judas determinou, junto com seus irmãos e toda a assembleia de Israel que seria comemorado por 8 noites, todos os anos a partir do dia 25 do mês de Casléu. Na tradição conta que os Macabeus limparam todo o templo e a menorah deveria ser iluminada com azeite puro, porém havia azeite para iluminar o templo apenas por uma noite, de qualquer forma, eles acenderam a menorah até produzirem mais azeite, de forma milagrosa aquele azeite durou os 8 dias.

Rachel ouvia a história ao fundo enquanto encarava a neve pela janela caindo de maneira pesada em Nova York, enrolou mais o tecido contra o próprio corpo ouvindo mais algumas explicações e olhando a veja acessa próximo a janela, era a primeira noite de das 8, ela tinha muito pelo o que ser grata, afinal o Hanukkah deveria ser celebrado com jubilo e alegria.

O murmurinho não era alto, essa parte da cidade era muito tradicional, diferente de Lima, ela não era a única judia, ela conseguia ver algumas menorás pelas janelas por mais escuro que tivesse, ela era grata por essa noite e por todo aquele ano, por todas as mudanças por mais dolorosas, ela era grata pelas perdas e conquistas, mesmo que pequenas. Ouvir Beth sem ser pelo telefone era uma delas, a menina agora no auge dos seis anos, era a criança mais adorável e linda que ela conseguia lembrar-se de ter conhecido.

Shelby. Era um assunto e tanto, vinha com muitas perguntas e receios das respostas. Os últimos dois anos foram um desafio, Los Angeles, o fundo do poço, o divórcio dos pais e Shelby. As coisas eram boas, elas precisam baixar a guarda, eram mais parecidas que gostariam de admitir e isso tornava tudo quase impossível, no início, Beth deixava tudo mais fácil, até que chegou o momento que elas perceberam que não poderiam usar Beth para o jogo delas, teriam que ser elas, por elas e para elas.

Agora, ela tinha três pais, por mais complicado que isso fosse, ela tinha três e três que ela sabia que a amavam mais que tudo, respirou fundo e voltou a encarar o fundo da sala, viu a mulher sentada na poltrona com uma taça na mão enquanto olhava a filha mais nova brincar no tapete com um pijama azul cheio de dreidel e um arco de chifres de rena, Rachel riu e balançou a cabeça, ela era a mistura perfeita de Quinn e Noah, ela não conseguia pensar em nada melhor que isso.

Beth não tinha os traços finos que Quinn tinha, nem o cabelo lisinho, ela tinha os cachos de Noah, loiros e pesados, os traços eram mais pesados o que a deixavam perfeita, ela era uma mistura perfeita, ela sempre quis saber como eles se sentiam sabendo que ela era perfeita, mas que não era deles parecia cruel, doía nela de certa forma, mas Beth era imensamente feliz, ela tinha tudo que uma criança precisava e conseguiria não ser um peso para os pais, eles poderiam crescer também, sabendo que ela era feliz, cuidada e amada, isso confortava o coração de Rachel.

Shelby amava ter Rachel em casa, era como tudo que ela sempre quis, ela não era estupida e achar que tudo estava consertado, mas ela tinha certeza que ambas estavam se esforçando, ambas estavam mais acessíveis. Ela passava os olhos em Rachel na janela e prestava atenção nas milhões de coisas que Beth falava ao mesmo tempo, as duas era extremamente parecida e ao mesmo tempo única, ela sempre olhava Beth e imaginava se Rachel dessa idade era assim, ou se era mais reservada, como seria o tamanho, mas analisando melhor, shelby tinha certeza que Rachel era menor que Beth.

Quando ela decidiu ir por esse caminho e aceitar o contrato, ela tinha duas certezas, a criança seria contemplada, amada de maneira incondicional e que receberia todo o apoio que precisasse independente de qualquer coisa, coisa que nenhum dos três tiveram. Decidir se mudar pra Ohio, foi um tiro no escuro, ela sabia que ela poderia ser processada, na verdade, ela tinha milhões de motivos no qual ela não deveria fazer isso, foi a melhor loucura da vida dela, ela tinha dois presentes no qual seria eternamente grata.

Procurar Rachel não era uma opção muito clara, ela sabia que onde os Berrys moravam ir até lá seria quebrar o contrato, ela não poderia fazer isso e entrar em uma briga judicial, continuar acompanhando a filha por fotos parecia cruel demais, os anos se passavam e Rachel se tornava ela. Jesse sempre pareceu o caminho para elas, Beth era a rendição, a relação delas era como um bebê, pequenas conquistas e grandes comemorações, esse era o pequeno hanukkah delas, ela convidou Rachel mesmo esperando uma negativa, o que não houve e ela se quer pode acreditar.

Rachel tinha chego pela manhã, com duas mochilas no ombro e a roupa com um pouco de neve, Shelby xingou até a quinta geração da pessoa que tinha o dedo na campainha, mas o sorriso foi inevitável o quão adorável Rachel parecia com uma touca de pompom, um casaco rosa de lã rosa e as bochechas coradas pelo frio, era a primeira vez que Rachel dormiria no apartamento, era o primeiro feriado delas, ela não poderia estar mais feliz.

Ela descobriu que Rachel havia herdado seus dotes para cozinha quando a menor ficou perdida na cozinha preparando o café enquanto shelby ia fazer sua higiene, ela poderia supor que Rachel estava confortável, os sapatos tinham sido colocados no canto da sala, as bolsas estavam no canto ao lado deles, tudo milimetricamente organizado, o casaco estava pendurado junto a touca. Rachel estava de meias grossas e com uma outra blusa bem quente por baixo, o cabelo estava preso em um rabo baixo a franja caia um pouco no olho, ela perguntaria mais tarde se não estava na hora de cortar.

Olhar Rachel parecia sua coisa favorita e ela fazia notas mentais, ela tinha mania de morder a bochecha e o lábio, ajeitar o cabelo mesmo não tendo nada fora do lugar e ela era completamente desastrada para alguém tão pequeno. Ela nunca se conformou como a filha tinha saído tão pequena. Não demorou muito até sair umas panquecas descentes depois de algumas tentativas frustradas, Shelby não ligou, aquilo valeria a pena cada segundo, todos os receios sobre os próximos dias tinham ido embora ao ver Rachel tão a vontade e sorrindo para ela.

Shelby levantou e foi pegar a outra garrafa e encher a taça de Rachel, a menor estendeu e sorriu de lado.

R: eu acho que você está querendo me embebedar, você sabe eu sou fraca e eu falo mesmo sem álcool.

Rachel brincou e sorriu para a mãe e Shelby revirou os olhos.

R: posso repetir a frase que você sempre fala quando eu ou Beth reviramos os olhos.

Sh: não ouse. Aconteceu alguma coisa? Você está tão introspectiva.

A mulher pontuou e Rachel bebeu um pouco mais do vinho, antes de olhar o liquido e voltar a atenção para a mãe.

R: eu estava pensando, basicamente um daqueles momentos que você começa a pensar em uma coisa e essa coisa leva outra coisa e quando você vai perceber você perdeu o fio e está muito distante de onde começou e isso é estranho, eu não costumo ser uma pessoa que pensa muito ou reflete sobre significado ou importâncias, mas eu tenho feito muito isso ultimamente, principalmente esses dias...

Shelby olha Rachel de forma curiosa e a puxa para ilha da cozinha, de maneira mais reservada.

Sh: isso é uma coisa boa, ou ruim? Eu sei que não é muito de aprofundar os assuntos e esteja a vontade caso prefira ficar para você.

Rachel apertou as mãos e passou pelos os dedos.

R: não é nada muito significativo, é basicamente pela época.

Shelby olha Rachel se encolher um pouco e dar de ombros

R: é estúpido se eu parar para formular e contar pra alguém

A mulher mais velha sorri e tira o cabelo do olho de Rachel

Sh: primeiro não preciso se encolher, segundo, eu gosto quando me conta as coisas animadas e olhando nos meus olhos enquanto você fala e terceiro, eu nunca vou dizer que sua visão sobre as coisas é estúpida, então se quiser compartilhar podemos fazer isso no jantar e de uma forma que todos falem o que você acha?

R: eu acho que assim soa melhor, mesmo sabendo que você vai rir.

Sh: eu nunca rir disso, eu sempre vou rir da sua risada, da forma que você ensina Beth a fazer bolhas com o suco, ou como você separa a comida antes de comer, mas nunca da forma que você vê as coisas e o mundo.

Rachel acena com a cabeça e volta atenção

Sh: eu estou muito feliz por você estar aqui, de verdade, eu posso dizer que é um dos meus preferidos mesmo não tendo grandes luxos, eu nunca pensei que fosse conseguir ter vocês duas juntas assim, eu achei que fosse recusar o convite.

Rachel rir de lado e pensa um pouco

R: eu pensei em recusar, milhões de forma de não vir, às vezes você ainda é um terreno desconfortável no qual eu não sei bem como fazer, o que eu posso fazer ou como devo fazer, de qualquer, eu quis vir, eu achei que seria bom.

Sh: eu acho que você pensa mais do que acha que o faz, eu sinto às vezes você muito polida e calculada, eu gosto de quando você relaxa e é leve, ou quando simplesmente se sente à vontade a ponto de não precisar perguntar as coisas..

Shelby pula a cadeira e senta mais perto de Rachel e pega os dedos dela passando contra os seus.

Sh: eu amei hoje pela manhã que você parecia saber onde todas as coisas estavam e a forma no qual você tomou a frente e fez o café da manhã, eu senti que você estava em casa e eu quero se sinta assim, pois essa é sua casa também. Eu sei que agora você tem muitos lugares com o nome de casa, desde que seus pais se separaram e você tem a sua própria casa, mas eu gostaria que aqui ainda fosse uma opção pra você, sei que temos um passado sempre a nossa porta, mas eu quero dizer que amo cada minuto que passo com você e eu não poderia estar mais feliz por ter vocês duas hoje comigo.

Rachel sorri e Shelby seca o canto do olho olhando a filha antes de beijar a ponta do nariz e abraçar forte.

R: Shelby... Eu amo estar aqui, mas você está me esmagando.

Shelby apertou até Rachel grunhir alto e ela soltar rindo.

Sh: então, fome?

Rachel concorda forte com a cabeça.

Sh: temos o básico aqui, bagel, donuts, latkes e mais alguns doces, que as duas irão maneirar, eu fiz algumas pastas e podemos comer enquanto assistimos o especial judaico na TV.

R: Isso soa maravilhoso e eu quero os bagel de amendoim! Beth estava fazendo figa deles mais cedo e minha boca está salivando

Shelby nega com a cabeça e monta os pratos entregando alguns pra Rachel levar até a sala.

O primeiro de Hanukkah passou de forma tranquila e leve, nenhuma das três eram frequentadoras de uma sinagoga, Rachel não tinha a religião como vida, mas tinha a religiosidade e tudo o que ela oferecia para fazer as coisas melhores, Shelby era o oposto de Rachel, ela tinha a fé e muito pouco da religiosidade, Beth apenas seguia o fluxo de como tudo caminhava, ela sabia que o Hanukkah era importante, mas não como ano novo, o dia do perdão e a pessach, mas ela sabia que era para comemorar assim como o natal.

A casa era bem eclética, tudo gritava judeu durante as festividades, mas no final do ano sempre tinha uma árvore ao fundo, enfeitada com a cor que Beth escolhera para o ano, meias na lareira, durante o Hanukkah, Shelby optava por lembrancinhas, coisas mais do dia a dia para não passar em branco, ela sempre escolhia um kit de colorir, alguma massinha, um livro e deixava para o natal o presente mais caro.

Todos os anos Shelby recebia alguns pacotes nessa data, a família dela e Noah sempre mandava presente no Hanukkah e no aniversário de Beth, Quinn e Judy mandavam no natal, shelby mandava a eles cartas e fotos durante o ano, para que todos acompanhassem o crescimento da menina, quando ela optou por uma adoção aberta, ela pensava em Rachel e como ela gostaria que a história delas tivessem escritas de maneira diferente.

Quando se tratava da família dela, ela sabia que eles virem até NY, era complicado, a irmã morava na Flórida com o marido e os filhos, os pais dela moravam em Chicago agora e viagem de trem estava fora de cogitação, avião não era o preferido do pai. Então, sempre ela quem deveria ir até eles, o que era complicado devido ao trabalho e desde que Beth começou a estudar.

Quinn e Noah, era outro tópico, eles poderiam fazer três visitas anuais, sempre que fossem melhores a eles, eles poderiam ter contato por telefone e cartas, desde que fosse monitorado e tivesse o aval de Shelby. As visitas eram complicadas, eles eram como Rachel, estavam tentando construir seu futuro, Quinn estava em Yale e Noah no exército.

No segundo dia as três acordaram na mesma cama, mesmo depois de muita insistência, Rachel acabou dormindo no meio do filme, Shelby sorriu com a imagem, ela parecia uma criança, o travesseiro debaixo do queixo e os dedos no lábio entreabertos, Beth estava enroscada na irmã, a pequena estava flutuando com a presença de Rachel na casa e queria aproveitar cada segundo como se fosse acabar a qualquer momento. Shelby não queria sair da cama, mas o dia a chamava, era quase hora do almoço e ela precisa ter certeza que as duas teriam algo para comer quando levantassem.

Após fazer sua higiene Shelby xingou alguns brinquedos jogados no caminho, Rachel não tinha entendido o que significava que ela não deveria mimar Beth mais ainda, e muito menos os Berrys, Rachel tinha trazido os 8 presentes que cada um tinha mandado e escondido no escritório de Shelby, Rachel tinha comprado mais alguns, Beth estava feita tinha pessoas a volta dela que amavam que ela fosse mimada, Shelby não tinha certeza se gostava muito disso.

A primeira noite tinha acabado e a casa já parecia um caos, era embalagem de presente para todos os lados, Beth tinha ganhado uns 8 presentes só ontem, ela não queria pensar quando chegasse o Natal a quantidade que teria, nenhum deles seguia a regra de um presente por dia e um presente por pessoa, sempre mandavam muitas coisas e Shelby ficava louca, Beth era o bebê da família e ela não poderia reclamar nunca disso, sua filha era muito amada.

Ela tinha dúvidas sobre o que fazer para começar o dia, no método tradicional ela deixaria as filhas comerem o que sobrou da noite anterior, mas tendo em vista que ambas estavam acordadas até as 3 da manhã falando como se não tivessem noção da hora, ela definitivamente estaria reduzindo o açúcar hoje, definitivamente ela não tinha pique para isso, Rachel parecia ter 12 anos às vezes, ela amava isso mas era cansativo ter duas crianças rindo alto as 3 da manhã enquanto se enchem de doce, maldito Hanukkah.


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Notas finais do capítulo

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