O abraço do urso escrita por Ragnar


Capítulo 4
Capítulo 3 — Quando a despedida está próxima




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773502/chapter/4

 

Alguns momentos de convivência foram o suficiente para que Rakan declarasse para si mesmo que a garotinha humana não tinha como ficar sozinha com Xayah de forma alguma. Não havia gritos ou brigas, apenas a sua amada resmungando e não gostando de encarar a garotinha por tanto tempo. 

Os dias se passaram e com eles, perguntas foram feitas e nenhuma delas Annie conseguia responder, chorava de medo por não saber e custava e se esforçava a se lembrar de algo, mas nem mesmo a magia de Rakan conseguia algo... Nem mesmo a cara de desaprovação e intimidação de Xayah tirava algo da criança. Com isso, acabaram por não abandonar ela na floresta e ser deixada para ser comida de qualquer criatura ali. 

A maior parte dos cuidados eram feitos por Rakan, buscando alimento não só para duas pessoas como para três. Não se demorava tanto nesses momentos. 

"Acho que todos aqui estão com fome, não?" Rakan sorria amigável, tentando de alguma forma convencer Xayah em se acalmar, ou pelo menos sossegar os ciúmes besta dela com a criança humana. 

Na verdade, ele nunca teve um carinho pelos próprios irmãos ou tanta comunicação saudável com os mesmos. Quando pequeno lutava até mesmo pela maior porção de comida da qual através dos anos se tornava mais e mais escarça, mas ali ele tinha uma sensação, era como se ele fosse o mais velho, mas em outras palavras, o pai. 

"Frutas e carne queimada na floresta não alimentam um filhote de humano, mieli" Xayah rebateu, séria e com uma careta de desgosto, essa que com toda certeza assustou Anne "Mas já que você escolheu cuidar dela, irá arrumar a caça e preparar a fogueira" Dando de ombros, Xayah andou na frente, os deixando para trás. 

"Por que ela não gosta de mim?" Perguntava, era até mesmo reconhecível o medo em sua voz. 

Ela tinha medo de sua amada Xayah. Claro que a vastayês não era o maior símbolo de maternidade ou figura materna para um filhote pelo seu passado e o peso de sua vingança, mas Xayah fazia isso apenas para intimidar e ter a atenção que achava perder em Rakan, um medo totalmente compreensível vindo da outra. 

Por isso ele não a julgava, mas sempre buscava entende-la. Agora ele fazia com Anne, mas de forma mais didática e infantil para sua idade. 

"Ela gosta de você, só não aprendeu ainda que não é apenas nós dois e sim, nós, com você junto" Explicava, seguindo caminho pela floresta e atrás de Xayah. 

"Então um dia ela pode gostar de mim?" Perguntou, eufórica e Rakan teve que dar uma risada com o entusiasmo da garotinha, a balançando em seu colo e deixando sua risada infantil ecoar ainda mais entre as árvores “Eu queria ser forte como ela” Sorria e por um momento o sorriso de Rakan vacilou, mas Annie não notou, o que o deixou aliviado. 

“Você é, Annie” Falou “Você já é, pequenina” 

Não foi difícil acompanhar Xayah e nem complicado demais deixar Annie sob sua visão enquanto ele caçava algum animal, um de pequeno porte e que a carne não fosse dura para os dentes humanos, principalmente para um filhote.  

Como era um esbanjador de divertimento e galanteador para multidões, a caça não era um dos seus fortes, mas estava sendo frequente nas várias vezes em que se encontrava um longo período longe de Xayah e sua habilidade superior com tal “arte da caça”.  

Uma das implicâncias da amada de Rakan eram, como um filhote de humano estava ali em Iônia, que os poucos humanos que encontraram estavam ou em expedição ou eram piratas das Águas Sentidas, mesmo que esses tivessem uma tripulação mista de várias raças. Ali, Annie não se lembrava de nada, a poucos dias em que ele e Xayah cuidavam dela, não notaram nada de diferente com a rotina ou muito menos um comportamento agressivo de magia, afinal, os humanos sentem medo da magia e seus portadores, como se fossem amaldiçoados. Um dos palpites descartados era de que ela tivesse vinda de algum navio de guerra de Noxus, soldados não trariam uma criança daquele tamanho e sem ser um soldado criança com treinamento, Annie parecia muito inofensiva e não apresentava perigo. 

Chegaria a ser triste ao saber se Annie foi abandonada por conta da magia como muitas crianças e seus governantes com medo do potencial do seu povo. 

Conseguiu carne macia e só por chegar perto do local de onde estavam acampando, se surpreendendo com a fogueira já feita e frutas colhidas e deixadas em uma folha grande, deixando Annie apenas observando faminta e uma cena um tanto cômica de Xayah a encarando firmemente como uma mãe brava com o filhote. 

“Agora eu posso comer?” Pediu e Xayah resmungou, falando um ‘não’ bem alto “Mas o jantar já chegou...” 

“As frutas são apenas depois do assado, Ann” Rakan falou, deixando a carne a beira da fogueira e já preparando as coisas “Espero que tenha ficado tudo bem na minha ausência, não é?”  

“A sua coisa ficou chorando no meu ouvindo falando que queria ficar sozinha para fazer as necessidades” Falou sem um pingo de noção e Rakan a encarou com uma careta “Claro que eu não a deixei sozinha, não sou idiota a esse ponto” Resmungou. 

De soslaio, Annie abraçava a pelúcia de urso com vergonha de alguma coisa e Rakan rolou o olhar com a delicadeza de sua amada. Ele não iria perder as esperanças de novo, não de novo. 

Durante a refeição, Annie não negou a carne como nas outras vezes e isso só concluiu que precisava de algo mais adequado para ela, adaptado e não venenoso, sem ossos para engasgar ou desagradável, mesmo que na floresta a escolha de desagradável e sobreviver era tênue. 

E como prometido, comeram as frutas no final e o cantil de água foi deixado para a pequena.  

Para alguém que era o último de sua tribo e sem irmãos ou sobrinhos, Rakan estava lidando bem com aquela responsabilidade. Xayah tinha largado a responsabilidade no colo dele como se Ann fosse um bichinho para ser domesticado, mas cuidar de um filhote não era tão difícil. 

Quando estavam prontos para arrumar um canto e descansarem isolados, pela primeira vez, Xayah pegou Annie em seus braços e deu meia volta de onde estavam acampados. Claro que Rakan olhou confuso para a cena e ainda mais confuso com o olhar sério dela com ele, como se falasse pelo olhar que o queria longe e só depois de pouco tempo, ao ter escalado uma das árvores onde se escondiam, Xayah voltou com Annie. 

“Ela estava fedendo” argumentou, a criança agarrada em seus braços e do jeito que sua amada a tinha deixado, a fez parecer quase como uma vastayes, faltando apenas as grandes orelhas. 

“Ela me jogou na água gelada” reclamou, isso explicava ela não ter medo de abraçar Xayah no momento. 

“Não exagere, pirralha” rosnou, mas não ameaçou que iria jogar Annie daquela altura, apenas se encostou no tronco e a deixou ali, deitada sob si “Agora durma, amanhã nenhum de nós vai carregá–la” falou e Rakan não poderia ficar mais chocado, vendo Annie concordar e fechar os olhos. 

A curiosidade nunca foi tão forte em Rakan como naquele momento, mas preferiu deixar de lado. A convivência entre ambas parecia melhorar bastante e falar algo poderia causar uma intriga de imediato e quebrar o momento em algo constrangedor. 

Assim, dormiram os três no topo de uma grandiosa árvore e seguiram para os próximos dias seguintes de forma quase harmoniosa. Rakan adorava ensinar passos de dança vastayes para Annie e a pequena acabou por aprender seu drama, encenando com a pelúcia de urso.  

Já Xayah, rolava o olhar diante de uma interação tão alegre vinda deles e em alguns momentos em que agarrava o braço de Rakan enquanto Annie estava distraída. Acabava se apaixonando novamente quando a beijava e abraçava, ansiava e sentia falta das missões que eram para vingá–la e ajudá–la a ter respostas do seu povo, de libertar os seus, mas em momento nenhum ele se arrependia por ter encontrado Annie pelo caminho. 

Os dias foram passando tranquilos, quando Annie dormia, Rakan e Xayah conversavam sobre encontrar uma família humana e deixá-la com eles. Sua amada usaria alguma erva para a deixar dormente, avaliariam a família e sua prole e seguiriam caminho, sendo o único mal as lembranças de Annie com eles, dos momentos que passaram juntos e ela o chamou de irmão, mas nunca chegando a “pai”. Deveriam deixar ela criar asas e partir. 

Durante as caminhadas, conseguiram esbarrar em uma trilha com carroças quebradas e abandonadas, o estrago era recente e pelo tamanho, deveria ser de um vastayes maior que um yordle. Haviam roupas e como não haviam donos, optaram por pegar algo de útil e o útil para Xayah foi pegar alguma vestimenta para Annie e Rakan se encarregou de ver se restava algum alimento não comido pelos insetos ou levados por outros. 

“Xayah, olha só!”  

E achando que era urgente, Rakan olhou para onde a pequena estava e mesmo ao lado de Xayah, sorria inocente ao colocar uma tiara de orelhas de algum felino, talvez um urso. Mesmo não soltando a pelúcia em nenhum momento, ela pulou alegre na frente de sua amada e mesmo essa rolando o olhar, não deixou de dar um sorriso fraco com ela. 

“Agora eu sou como você!” Falou ainda mais alegre e Rakan notou a emoção ser forte na garotinha “Falta a cauda e as penas, mas ainda sou como vocês...”  

Era genuína a felicidade que havia na face de Annie, queria não mais compartilhar com Rakan a felicidade de pequenas coisas com ele e sim com Xayah, se aproximar da amada dele para não terem atrito, não brigarem.  

Em momento em algum da jornada ele se atreveu a levantar perguntas do comportamento e aceitação de sua mieli para com a filhote humana, uma talvez órfã de outras terras, não fazia a pergunta como também não queria a resposta para si mesmo... Tinha se passado tempo o suficiente para saber que a resposta seria dolorosa, se apegar a alguém quando havia a luta que ambos levantaram era a coisa mais arriscada a fazer, perder e enterrar. 

Pela primeira vez, o ego dele não estava em primeiro lugar, o drama que tanto fazia estava se perdendo aos poucos... Dando lugar ao carinho que ele estava tendo por Annie. 

Antes que comentasse algo, Xayah tinha pego a garotinha no colo e a encarava sem sorrir ou dar risadas, apenas ajeitando o cabelo bagunçado e a tiara com orelhas de urso, limpando a mancha de terra na bochecha dela e voltando a colocar no chão. 

“Vamos, temos que pegar o que der e voltar para alguma cidade que tenha algo mais comestível para você” Declarou, não gritando ou brigando com Annie sobre a mesma segurar sua mão, acompanhando e ajudando a mesma a pegar roupas e tecidos ali para colocarem em uma mochila para mesma, deixando que a garotinha a carregasse. 

Aquilo fez um sorriso surgir no rosto de Rakan, orgulhoso do que nem tinha se dado o o trabalho de tentar ajudar, voltando a procurar algo ali e encontrando algumas coisas em ótimo estado, comidas guardadas em cestos e para um consumo que deveria ser de até uma semana. Quem quer que tivesse atacado aquela caravana e feito toda aquela destruição sem nem mesmo deixar uma gota de sangue mostrava que ali não deveria ser seguro, algo que ele não precisou alertar a Xayah e logo eles voltaram a seguir caminho. 

Entre as comidas estavam doces que não eram do povo das ilhas de Ionia, parecia algo distante demais, mas o doce foi de aprovado para Annie que logo quis devorar todos, mas Rakan foi mais esperto e guardou tudo para que ela não ficasse na vontade, além de que, ele comeu alguns e até que não foi ruim, nem estavam envenenados, só tinha um gostinho um pouco amargo no final, mas o doce enchia ainda mais aboca d’água de tão bom. 

Ao chegarem em uma pequena cidade comerciante, trataram de ignorar os olhares que foram lançados a eles e se separaram para não perderem tempo juntos, sendo Rakan a procurar um lugar para comerem bem e apreciar um bom vinho enquanto Xayah procurava alguma hospedagem para passarem a noite, ficariam ali para se reorganizarem melhor e manejar o dinheiro ganho e que conseguiram da caravana destroçada. 

Deveriam tomar cuidado caso o acontecimento anterior fosse uma armadilha, aquelas terras não eram mais seguras... O povo antes uma vez pacifico, foi corrompido pela guerra e Rakan... Ele escolheu o lado dele, ao lado dela. 

Conseguiu ver os melhores lugares e voltou para se encontrar com Xayah, vendo uma pena rosa de seu manto perto de uma estalagem até que boa em aparência, entrando e sendo recepcionado, olhando para a sala ao lado e vendo Xayah o aguardando, ambos subindo para o quarto onde ficariam. 

Não deveria ser algo ruim, duas camas e um bom espaço para colocarem as coisas em um armário, mas não usariam muito do que se tinha ali, aproveitando e vendo Annie correr até uma das camas, sorrindo e brincando com seu urso de pelúcia. Rakan não sabia exatamente do porquê, mas aquela pequena criatura de pano causava arrepios de medo dele, a falta de um olho e por parecer abandonado. 

Moedas na cama, as de ouro consideravelmente poderiam durar um tempo, já as de prata, Xayah pegou algumas e as separou, não contando para que as usaria, mas ele já tinha suspeita para o que ela usaria o dinheiro.  

“Garota, pegue a sacola e escolha um tecido” Xayah mandou e Annie parou de brincar com Tibbers, indo até uma das bolsas de pano e mexendo na mesma “Precisamos mandar o recado para o cara da recompensa e buscar ela, depois, procurar uma família para que pirralha fique” Declarou, olhando para Rakan “O quê?” 

“Uh? Nada, não é nada” Sorriu “Poderíamos aproveitar e ficar para a feira noturna, será fácil arrumar um pouco mais de dinheiro” Contou, ficando contente com a ideia. 

“E dar a chance para você se exibir demais? Rakan, devemos nos esquivar de atenção” Falava em um tom sério, respirando fundo com o mesmo que fazia um biquinho para si “Rakan...” 

“Escolhi uma!”  

E interrompendo a conversa de ambos, Annie arrastava a mochila até eles e mostrava o tecido vermelho com estampa de flores ionianas. Sorri alegre com o tecido contra si, talvez a imaginação falando mais alto, algo fofo...  

Xayah apenas concordou brevemente, se voltando para Rakan e vendo o sorriso dele para com a criança, segurando o rosto dele em um carinho para então se voltar para a menina e a bolsa, tirando o logo tecido dali e o deixando nos braços de Annie, se voltando para cama apenas para pegar as moedas e Rakan logo se levantou para lhe acompanhar, tomando as moedas essenciais e as que não queria deixar para algum espertinho roubar. 

Para fora da estalagem, caminharam em meio a pequena cidade em direção ao local que Rakan tinha encontrado antes, lá havia sim viajantes, mas não tantos para se assemelhar a uma taverna imunda. 

A comida deveria estar ótima e servidos, ambos analisavam o lugar para não abaixarem a guarda. 

“Você tem que comer, criança!” Xayah resmungou pela terceira vez e em um tom nem um pouco paciente “Coma ou vai ficar sem jantar!” 

“Quero carne de coelho, coisa verde é ruim” Annie rebateu e ficou com o rosto vermelho, estufando as bochechas. 

“Aquilo que comíamos nem era coelho” Xayah rebateu, pegando a colher de madeira e pegando uma quantidade para enfiar na boca de Annie, que virou o rosto “Annie...” 

Tanto Annie como Rakan olharam para a vastaya, surpresos. Annie a olhou e abriu a boca, aceitando a comida e não reclamando, ficando quieta e pegando a colher de madeira de Xayah, comendo tudo que estava em seu prato. 

“O quê?” ela olhava com uma carranca para Rakan, se voltando para a comida em seu prato e comendo o pão. 

Não iria comentar nada, poderia estragar o momento ali, quebrar o que estava sendo feito e não queria isso, estava adorando observar aquele feito sem que precisasse fazer muito. 

Pagando o que comeram, acabaram por se separar. Xayah andava com a garota pela cidade até uma pessoa que pudesse fazer uma boa utilização do tecido, uma artesã para roupas e tecidos, que não cobrou muito o preço a Xayah. Haviam outras roupas ali já feitas e seriam mais baratas do que o encomendado, não deixando que a garota escolhesse tudo de uma vez, já até imaginava como ela iria parecer, como um bobo da corte de uma potência de outro reino. 

 Roupas escolhidas e um par de sapatos, Anni tinha um sorriso enorme no rosto e abraçava contente não apenas a pelúcia Tibbers como a perna de Xaya. 

“Vocês vão me deixar?” A pergunta surgiu, fazendo com que Xayah nem mesmo a olhasse, não parando para ouvir a menina “Tudo bem... Rakan disse que você poderia gostar de mim, não quero que fique com raiva de mim” Falava. 

Raiva? Ela apenas não queria admitir, mas a menina era tudo aquilo que Xayah queria ignorar, a inocência que ela já teve e perdeu com os humanos, a garotinha era uma humana cheia de curiosidade que um dia ela já teve. Cuidar de algo que a feriu no passada a deixava irada, mas a menina não a machucaria como os aldeões naquela época. 

“O Tibbers gosta de vocês... Vamos sentir falta de vocês” Sussurrou e Xayah custou a ouvir a mesma. 

“Eu não tenho raiva de você” Falou, não olhando para Annie em momento algum “Não quero ouvir mais desse assunto e não vai falar dele quando eu estiver por perto, me entendeu?” Declarou, soando mais como uma ordem do que um pedido. 

Annie apenas acenou em concordância, não voltando a falar com a pelúcia ou brincar com o mesmo durante o caminho, não pedindo nada que havia ali como outro doce e então, ambas voltaram para a estalagem. 

A roupinha ficaria pronta em quatro dias e quando ficasse pronta, iriam partir dali e voltar para os dois principais objetivos dela.  

Trazer de volta sua tribo novamente e achar uma forma de se vingar, de aclamar aqueles que se afastaram da tribo para a luta com ela, fazer com que outros vastaya não se intimidem com os humanos, com os invasores de Ionia ou os rebeldes que lutavam pelas terras que a eles pertenciam. 

No quarto, precisou de palavras simples para falar que a humana iria se banhar novamente e trocar de roupa. Annie não precisou de outra frase, correu para o banho junto da vastaya. Sabia porque custou um pouco mais a hospedagem ali ao ver a banheira e que havia o fornecimento de água quente, negando com a cabeça por não ter prestado atenção naquele detalhe, tirando o manto que cobria a cabeça e ficando apenas com peças de roupa básica, deixando a banheira encher de água quente e ajudando a criança a entrar. 

“Sem o urso, garota” Mandou, mas o urso ficou ao lado da porta, olhando para o quarto como um vigia. 

Deixando com que ela se limpasse, utilizou aquelas coisas estranhas para usar no cabelo da menina, resmungando quando ela brincava com a água e acabava por lhe molhar no processo, se sentando na beirada e ficando imersa em pensamentos. 

Não tinha conseguido nenhuma pista útil que os levariam até a origem que levou toda a tribo, mas da última vez que entrou em confronto com aquele ser, descobriu apenas mais tarde que aquele era um adversário da própria terra ali, um ioniano medíocre e que estava sendo um tolo, assim como os noxianos.  

Não se lembrava de tanto, mas tinha relação com aquele homem... Zed. A magia que ele tinha não era comum, não parecia ser de outro lugar ou de Ionia, sufocava e continha as raízes que levavam o que tornava Ionia o que era. 

Não havia um preço pela cabeça dele, mas estava tentada a fazê-lo, levar e queimar, declarar início a não intimidação com seu povo. 

Um gritinho e um deslize, Xayah acabou por sair dos pensamentos com a água na cara e o corpo molhado, caindo na banheira com Annie e tendo o silêncio ali apenas. 

Então a risada de Annie preencheu o lugar, mas a primeira coisa que Xayah sentiu foi raiva e frustração, tentando se levantar e escorregando, voltando a se molhar ainda mais. Para então... Ela rir junto com a criança e não se levantar para sair da banheira e sim se ajeitar e se lavar. 

“Que linda...” Annie sussurrou, tocando a orelha de Xayah com cuidado e a mesma permitiu “É rosa” 

“Vermelho, criança” A corrigiu, ajeitando o cabelo e o lavando “O seu parece com rosa em alguns momentos, a luz do pôr do sol” Falou e a menina sorriu, brincando com a água “Você não lembra de nada mesmo? Da mulher que protegeu você ou da sua família” Indagou, mas não obteve resposta “Annie? Estou falando com você”. 

“Não... Não lembro...” sussurrou “Eu tenho medo de esquecer, parece a escuridão, acho que esquecer é assim, não tem como escapar” 

“Alguém usou magia contra você?” Voltou a perguntar e Annie negou com a cabeça. 

“Não sei...” 

E voltando ao zero... Deu um longo suspiro e terminou o banho, se secando e ajudando Annie com o mesmo, dando a roupa nova dela e voltando a vestir suas roupas e quase se juntando com ela para poder dormir quando a porta do quarto de abriu e Rakan entrou, ofegante e com os olhos alertas. 

“Temos companhia...” Sussurrou, indicando com o olhar para a janela e logo ela se levantou da cama. 

Os uniformes negros, homens de máscara e sendo ouvido algumas pessoas gritando. 

Eles tinham que partir e rápido. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O abraço do urso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.