Papai escrita por Isa Caan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Deveria ter apenas três capítulos, mas durante a revisão, adicionei algumas coisas e acabei tendo algumas ideias, então vão ter mais capítulos, talvez um ou dois.

Tenha uma ótima leitura e divirta-se!



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— Ei, tá tudo bem? – Danny disse descendo as escadas e viu Steve largar a carta

— Ele sabe quem eu sou, ela contou

— Como? Quer dizer... Ele sabe que você é o pai dele?

— Catherine escreveu algumas cartas, nessa – Ele apontou – Ela diz que ele viu uma foto minha e falou que era o papai... Danny, e se ele não quiser falar comigo? Se ele achar que eu sabia e não queria ficar com ele?

— Calma, Steve... Olha, ele é pequeno, ele ainda não entende algumas coisas, ele não vê as coisas com malícia, e quando ele for mais velho, você pode explicar o que aconteceu, de verdade, sem mentiras, mas também sem colocar ele contra o que a mãe dele foi

— Eu não quero que ele pense que eu o abandonei, Danny

— Quando eu descobri sobre Charlie, eu que fiz a Rachel falar que eu era o pai dele, mas foi difícil, porque ele tava em formação de ideias, ele passou três anos da vida ouvindo dizer que Stan era o pai, e do nada ter alguém dizendo para ele que na verdade é um outro cara, foi complicado, eu fiquei com tanto medo de ele achar que eu não gostava dele, porque eu busquei Grace tantas vezes e ele ficou lá... Você não tem ideia do que eu senti quando Rachel disse que era pra ele dar um abraço no pai dele e ele abraçou Stan... Aquilo acabou comigo... Mas com você é um pouco diferente, Catherine contava sobre você pra ele, ele sabe quem você é...

— E se ele esqueceu?

— Acho que é impossível esquecer de alguém como você – Danny sorriu e deu um tapinha nas costas de Steve – Eu vim te chamar para dar uma olhada no quarto, se está como você quer

— Claro, eu estou indo – Steve sorriu e seguiu Danny pelas escadas. O quarto já estava perfeitamente arrumado e organizado, era em alguns tons de azul e detalhes que lembravam algo como uma área de surf, a cama foi comprada na mesma loja onde Danny comprou a cama de carro de Charlie, mas a diferença é que Steve comprou algo com o formato de um barco, depois, eles desceram e Steve conferiu mais uma vez os suprimentos da cozinha

— Sabe, cerais não tem pernas, eles não vão fugir – Danny disse pegando duas cervejas para eles na geladeira – Eu tenho uma coisa pra você, na verdade é pro Freddie, você entendeu

— O que? Hum? – Steve disse vendo Danny tirar uma prancha pequena de dentro de uma sacola – Sabe, eu não sei se seu filho gosta de água, mas eu pensei, ele é SEU filho, provavelmente ele nasceu dentro da água, nadando e tudo mais, e agora ele tem uma praia no próprio quintal, então... Eu achei a sua cara – Danny disse entregando para Steve

— Nossa, eu... Obrigado, Danny... De verdade, obrigado por tudo isso – Steve sorriu e olhou o presente que o amigo havia dado, era uma prancha branca com alguns detalhes em laranja e vermelho.

— Não precisa agradecer, você sabe... Bom amigo, eu preciso ir. Vejo você amanhã!

— Tudo bem... Tchau, Danno – Danny acenou e saiu. Para Steve, a noite passou lentamente, ele acordou varias vezes na noite achando que já estava na hora de ir pro trabalho e de apenas esperar ligarem do escritório da assistente social.

Por volta das duas horas da tarde, ligaram, o telefone não precisou tocar duas vezes e Steve já havia atendido. Ele foi rápido para o carro, como teve um pequeno atraso com a saída do avião, o garoto chegou mais tarde que o previsto, o que deu tempo de Steve pegar o próprio carro, e em quinze minutos ele já estava esperando que viessem falar com ele, o que não demorou.

— Ei, boa tarde – Steve falou com a assistente social. Ele entrou no escritório e viu o menino sentado em um sofá no canto, brincando com um boneco

— Boa tarde, Comandante! Fico feliz em vê-lo. Sente-se – Steve se sentou e novamente olhou para o garoto

— Aqui tem tudo o que você precisa saber, alergias, vacinas, consultas e todas essas coisas. Nós da assistência tivemos alguém explicando pra ele o porque de sua mudança, então não se preocupe – Steve pegou todos os arquivos do menino

— Tudo bem, e onde eu preciso assinar?

— Esses três documentos, eles confirmam que você está com ele agora, e já que todos os registros médicos dele estavam para um endereço na Califórnia, isso também vai atualizar tudo para o seu endereço – Ele rapidamente assinou – Algumas vezes vamos fazer algumas visitas, é padrão, não se preocupe

— Ok, tudo bem... – Steve se virou para a direção do menino e observou

— Você precisa saber, algumas coisa aconteceram e fez com que ele não confiasse bem nas pessoas, quando ele conhece pessoas novas, muitas vezes ele fica receoso em até mesmo cumprimentar, então não se assuste, você precisa apenas dizer que é seguro

— O que aconteceu? Ele vai ficar bem?

— Ele já está melhor, e vai ficar bem, ainda mais com uma bom lar e com alguém que ele possa confiar. Mas de qualquer maneira, se você quiser podemos conversar com ele futuramente

— Ok, certo. Tem mais alguma coisa?

— Não, bom, na verdade, apenas que você o conheça – Ela sorriu e Steve sentiu suas mãos suarem – Freddie, você pode vir aqui? – O menino olhou por alguns instantes e foi até a mesa, ela se levantou e segurou na mão livre do menino – Lembra que eu te contei que tinha uma pessoa muito especial que queria te conhecer e que você iria morar com ele?

— Uhum – O menino olhou desconfiado

— O nome dele é Steve, ele estava ansioso pra te ver

— Ei amigo, tudo bem? – Steve disse após se levantar da cadeira e abaixar na frente do filho. O Freddie assentiu – Estou muito feliz em conhecer você, sabia? Eu posso te dar um abraço?

— Pode – Steve rapidamente envolveu o menino nos braços e logo sentiu o abraço sendo retribuído. Algo dentro de Steve estava diferente, ele apenas queria que isso nunca acabasse.

— Eu adorei seu abraço, pequeno. – Steve disse quando se afastaram e o menino sorriu – Você gosta de raspadinha?

— Sim

— Podemos ir tomar uma, o que você acha? – Freddie sorriu e assentiu

 

H50~H50~H50~H50~H50~H50~H50

 

Steve colocou Freddie na cadeirinha e começou a dirigir até o Kamekona, os primeiros minutos foram silenciosos, até Steve começar a puxar conversa com o menino

— Eu gostei do seu GI Joe

— Não, GI Joe não é da Marinha

— Da Marinha? – Steve olhou pelo retrovisor e logo voltou a atenção pra estrada

— A mamãe falou que meu boneco é um Super SEAL da Marinha

— Ah, ela disse isso? Um Super SEAL da Marinha?

— Sim, é igual ao papai – Nesse momento a respiração de Steve falhou, por que o menino não o reconheceu?

— Hum, você sabe o que um SEAL faz?

— Eles salvam o mundo – O menino disse gesticulando com o boneco na mão e sorrindo com empolgação – Como super heróis que eu assisto

— Você gosta de heróis?

— Sim

— Eu também gosto muito, o meu preferido é o Batman. E o seu?

— Eu gosto do Super-man porque ele pode voar, é legal

— É, você tem razão amigo – Steve sorriu, o medo do garoto não querer falar com ele ao poucos estava indo embora. Em poucos minutos eles chegaram no Kamekona, Steve parou e retirou o menino do carro – Você quer de qual sabor?

— Morango

— Ok, vamos ter um de Morango – Steve colocou ele sentado no banco e Kamekona logo apareceu – Ei irmão, como vai? Esse é o Freddie

— Esse é o nosso novo keiki? Aloha! - O menino recuou

— Ei, está tudo bem, ele é amigo – Steve disse fazendo como a assistente social, ele o olhou e em seguida sorriu pro Kamekona

— Irmão, traz uma raspadinha de morango e outra de limão por favor

— É pra já, brow – Kamekona saiu e Steve observou o filho brincar com o boneco e em seguida voltou a atenção para o mar

— Você gosta de praia?

— Todo mundo gosta de praia

— Eu tenho um amigo que odeia praia – O menino fez uma careta e Steve riu

— É, eu sei... Mas os filhos dele amam, e ele acaba indo pelos dois, você vai gostar deles

— Você fica em casa? Por que a mamãe estava viajando todos os dias

— Sim, às vezes tenho algo pra fazer no trabalho, mas eu vou volta pra casa para estar com você

— A mamãe viajava muito, ela não ficava muito comigo, a tia Jackie nunca queria ler uma história pra eu dormir

— Eu sei, meu amor, olha, eu te prometo que eu sempre vou tentar chegar a tempo de ler uma história pra você, ouviu? – Steve o olhou, e pensou em Catherine e tudo o que ela fez, ela o afastou do próprio filho e ainda colocou todo o trabalho à frente dele, isso não era justo. Não era com ele e nem com o Freddie.

Depois que eles terminaram a raspadinha, Steve o levou direto pra casa, a viagem dessa vez foi totalmente silenciosa, Steve descarregou as malas do menino da pick-up e eles entraram dentro da casa. O menino olhou a casa e observou atentamente cada pedaço, Steve encostou a mala em um canto e abaixou na altura do filho

— Bom, essa é a sua nova casa, amigo, seja bem vindo – Ele disse abraçando o filho – O que acha de ir conhecer a casa? – Ele assentiu e Steve foi conduzindo ele em cada cômodo da casa. O garoto ficou encantado com o quarto, e isso deixou Steve satisfeito – Freddie, você não pode subir e descer as escadas sozinho, ok?

— Porque? Eu posso subir e descer sozinho

— É perigoso, você pode se machucar e eu não quero que você se machuque.

— Mas eu subia e descia sozinho, eu nunca cai – Ele disse olhando pra Steve

— Nós vamos conversar depois, ok? Mas agora vou te mostrar a minha parte favorita da casa – Steve pegou o menino no colo e caminhou para sair de dentro de casa para o quintal, quando ele abriu a porta o menino desceu do colo rapidamente e sorriu

— Você tem uma praia? – O menino disse com os olhos brilhando

— Nós temos uma praia, Freddie – Steve sorriu

— Isso é legal – O menino caminhou até a faixa de areia e Steve acompanhou

— É, eu também acho. Mas você não pode ir sem um adulto ok?

— Eu sei, água é perigosa, tem que fazer a coisa certa

— É, temos que fazer a coisa certa – Steve sorriu, Steve mostrou mais algumas coisas do lado de fora e depois voltaram pra dentro de casa – Lembra do amigo que não gosta de praia que eu te falei? – Freddie balançou a cabeça – Ele mandou esse presente pra você – Steve pegou a prancha que Danny deixou e entregou ao menino

— Eu posso usar ela? – O menino disse segurando o objeto

— Claro que sim, é sua! Mas só comigo perto, ok?

— Tudo bem! Vai ser muito bom, não é, Steve?

— Vai ser sim, amigo. – Steve sorriu – Olha, eu acho que vamos nos dar muito bem


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Notas finais do capítulo

Eu entendo que o Danno é o melhor amigo de Steve, mas resolvi não envolve-lo de cara, acho que o ideal seria Steve ter pelo menos um tempo com o garoto.

Obrigada por ter chegado até aqui, significa muito. E se você estiver lendo isso, nos vemos no próximo capítulo!



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