Reade precisava encontrar Zapata e a única pessoa com quem poderia contar era Cáudia. Seria muito arriscado envolver a equipe nessa busca. Juntamente com Cláudia, ele conseguiu uma pista de onde ela estaria. Haviam viajado a tarde toda e já havia escurecido há umas três horas. Eles estavam chegando ao local rastreado como sendo o blacksite que ela estaria sendo mantida presa.

Ao chegarem ao local indicado os dois vestiram suas máscaras e desceram na escuridão. O local parecia um barracão abandonado. Eles encontraram uma porta e arrombaram evitando fazer barulho. Havia um guarda encostado na parede e Cláudia o imobilizou. Reade seguiu com Cláudia nas suas costas. Não havia barulho no local e encontraram o que parecia uma porta, destrancaram a porta e havia uma mesa com um guarda, Reade bateu na cabeça dele com sua arma e o desmaiou. Cláudia mostrou que havia outra porta que poderia ser onde ela estaria.

Reade entrou e lá estava ela, caída no chão, desacordada, as roupas sujas, e havia sangue pelo seu rosto. Ele sentiu um misto de compaixão, alívio e dor. Ele se aproximou e verificou que ela estava respirando.

− Zapata! Ei, está me ouvindo? – Ele chamou baixinho próximo ao ouvido dela.

Ele a viu mover a cabeça e murmurar algo inteligível. Reade a pegou em seus braços para tirá−la dali. Ela falou novamente.

− Reade... É você? – Ela falava tão baixinho que ele mal conseguia ouvir. – Me perdoa...

− Está tudo bem. Nós vamos tirar você daqui. – Ela voltou a ficar em silêncio.

Os três saíram dali e voltaram para o furgão seguindo em direção a Nova Iorque.

Cláudia dirigia e Reade ficou com Tasha no banco de trás. Ela estava com a cabeça deitada no colo dele e não havia aberto os olhos e nem falado mais nada desde que saíram do barracão. A respiração dela estava pesada e ela parecia tão frágil que Reade não conseguiu reconhecer a mulher forte e determinada que ela era. Aquela mesma mulher que ele se apaixonou e confiou com toda sua vida. A que ele teve nos braços e amou com toda sua alma.

Reade fizera de tudo para encontrá−la, não só porque disse a ela que iria comandar sua missão no lugar de Keaton, mas por tudo que já viveram e pelo que sentiam um pelo outro. Ele ficara muito magoado quando ela lhe contou que estava trabalhando disfarçada para a CIA, pois devido ao que eles tinham vivido, por tudo que haviam construído ao longo dos anos, ele achava injusto ela não ter lhe contado. Poxa, ela sabia que poderia confiar nele. Mas a CIA era a CIA.

Reade estava na sala de espera havia um tempo quando o médico de plantão veio falar com ele.

− Ela está muito fraca, mas está estável, já cuidamos dos ferimentos e a medicamos. Se você quiser entrar ela deve acordar logo. – Disse o médico a ele.

Reade entrou no quarto e a viu tão serena deitada na cama do hospital, suas roupas haviam sido trocadas e o ferimento do rosto era um corte na testa que havia sido limpo e feito curativo. Ele se aproximou e pegou sua mão. Como isso foi acontecer com ela? Ela estava tão frágil. Ele nem queria pensar o que poderia ter acontecido se não a encontrasse.

Já havia cerca de meia hora que ele estava com ela, ele aproximou a cadeira da cama e permaneceu ao lado dela segurando sua mão quando a viu abrir os olhos.

Tasha abriu os olhos e demorou um pouco para se dar conta de onde estava, então o viu ao seu lado. Passaram mil coisas em sua cabeça e ela se lembrou vagamente de ter ouvido Reade e ter sido carregada e colocada dentro de um carro. Ela havia sido torturada e contara tudo a eles mas pareciam não acreditar, então seguiram a torturando até que ela perdeu todas as suas forças e não conseguia mais continuar, ela estava se entregando, pois não havia mais sentido se manter viva, pois tudo que acreditava estava indo por água abaixo. Perdera a confiança de Reade, Keaton em coma e a CIA não acreditava nela, Madeline provavelmente havia encontrado outro jeito de derrubar aquele avião.

Ao ver Reade ali ao seu lado o coração dela se encheu de alegria, mas ao mesmo tempo ela sabia que ele não confiaria nela nunca mais, depois de tudo ele estava certo, ela não era digna de confiança, pois colocara a missão na frente de toda sua vida. Ela sabia que poderia ter confiado nele, mas seria muito arriscado colocá−lo em perigo. A solidão que ela sentiu em cada dia que estava trabalhando disfarçada era imensa, a vontade de ligar pra ele, de contar, de conversar, de ouvir uma voz amiga.

− Olá! Está tudo bem, nós estamos no FBI, você está sendo bem cuidada. – Quando seus olhos se encontraram ele viu alívio nos olhos dela. Ele nem conseguia imaginar tudo que ela havia passado, toda tortura, a dor no corpo e na alma, não havia ninguém lá pra ela, ele não estava lá, a solidão que ela deve ter sentido, era demais pra ele saber que poderiam tê−la matado.

− Reade, eles não acreditaram em mim. Eu contei toda a verdade a eles, mas foi tudo em vão, eles me machucaram, se você não tivesse chegado... – Na voz dela ele conseguia ver toda dor que ela estava sentindo. Uma lágrima escorreu dos olhos dela.

− Eu estou aqui e não vou deixar eles se aproximarem de você de novo. Nunca mais. Ouviu? Nunca mais. – Reade tocou no rosto dela e limpou a lágrima que saía dos seus olhos. Ele levou a mão dela até seus lábios e beijou carinhosamente.

Tasha não conseguia expressar o tamanho do alívio que sentiu perante os gestos de carinho de Reade. Quando ele tocou seu rosto ela fechou os olhos e se deixou levar por todas as sensações que aquele toque trazia. Ele beijou sua mão e ela sentiu que talvez nem tudo estivesse perdido, talvez eles ainda tivessem uma chance de restaurar o que haviam vivido e que nesse momento parecia tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo, pois ele estava ali ao lado dela.