Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Obrigada por estarem acompanhando e pela paciência. Sei que querem que Bella acorde logo, mas prometo que há um proposito por trás de tudo isso.

Aurora ainda está com 2 anos.



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—E aí, cara, tudo bem?

—Eu estou ótimo. Já você está um caco. - Edward abriu a porta dando passagem ao amigo. - Algum problema?

—Ah, o de sempre. Lutar contra o crime cansa. Cadê a Joaninha? - Se jogou no sofá. Ele estava muito cansado, mas não poderia deixar de visitar a sobrinha.

—Dormindo, mas deve acordar daqui a pouco. Ela não dorme até tarde. Quer um café? Você não me parece bem.

—Um café seria ótimo. E não me julgue. - Aponto o dedo para ele. - Nem todo mundo é aposentado como você.

—Por falar nisso. - Ele parou no meio do caminho e voltou para sentar ao lado do amigo. - Preciso sair da aposentadoria.

—Achei que tivesse deixado essa vida de lado. - Emmett nunca concordou com o emprego do amigo, mas tentava não julgá-lo. Só que agora a situação era diferente e ele não poderia mais ficar viajando pelo mundo matando pessoas.

—Não é isso. - Edward interrompeu os pensamentos dele. - Eu preciso arrumar um emprego de verdade.

—Está precisando de dinheiro? - Perguntou preocupado e aliviado por ele não voltar ao emprego antigo.

—Não. Minha situação financeira é bem tranquila. Tenho vários investimentos.

—Então por que precisa de um emprego? - Era ele que estava cansado demais ou Edward que não estava falando coisa com coisa?

—Para manter as aparências. Vou pegar aquele café para você. - Levantou e Emmett foi atrás dele.

—Como assim manter as aparências?

—Emmett, tem dois anos que estou de “licença do serviço”, acha mesmo que essa história está colando? As pessoas desconfiam e desconfiança leva a perguntas e perguntas levam a situações complicadas.

—Entendi. - Sorriu agradecendo pelo café. - Meu raciocínio está um pouco lento. As coisas no serviço estão complicadas. Você seria de grande ajuda. Poderia atuar como um consultor para o FBI.

—Eles ficariam muito felizes em me contratar. - Retrucou com sarcasmo. - Fora isso preciso de um emprego que não tome muito do meu tempo. Não quero ficar longe da Aurora.

—Poderia colocá-la na creche.

—Eu sei, mas não consigo ficar longe dela.

—Seria bom para ela interagir com outras crianças. É o que os livros dizem. - Edward ergueu uma sobrancelha e ele deu de ombros. - Sim, tenho lido alguns livros sobre crianças.

—Algo que devo saber? - Perguntou em tom de brincadeira, mas o olhar de Emmett era sério.

—Quando a Joaninha nasceu você pediu para que eu cuidasse dela se algo te acontecesse. Espero que esse momento NUNCA chegue, mas se chegar, quero estar preparado.

—Você é um grande amigo, Emmett. - Colocou a mão no ombro dele. - Também espero que esse momento nunca chegue, mas fico feliz que esteja se preparando e bem, você poderá usar esse conhecimento com os seus próprios filhos. - Sorriu e Emmett riu.

—Se depender de mim teremos vários. - Soltou uma gargalhada. - Devemos entrar nos classificados e procurar um emprego para você?

—O que vamos achar nos classificados?  - Levou a mão ao queixo.

—Vamos avaliar as suas qualificações. Você poderia ser açougueiro. - Sugeriu e Edward fez uma careta.

—Vai ficar de brincadeira ou vai ajudar?

—Você poderia trabalhar no mercado financeiro. Ajudar as pessoas a investirem o dinheiro, negociar na bolsa e essas coisas que já faz com o seu dinheiro. Poderia trabalhar em casa e dá um bom dinheiro.

—É uma boa sugestão, mas uma coisa é mexer com o meu dinheiro e outra é mexer com o dinheiro dos outros.

—Você já entende do assunto, só teria que se especializar um pouco mais. - Insistiu na ideia. - E já tem um cliente. - Apontou para si.

—Confia em mim para cuidar do seu dinheiro? - Estava um pouco receoso, mas a ideia era boa e poderia dar certo.

—Sei que é você quem está pagando as despesas médicas da Bella. E também sei que foi você quem pagou pelo tratamento do irmão da Carmen e deu a bolsa de estudos a ele. Então você deve ter mesmo grana muito.

—Como sabe dessas coisas? - Perguntou surpreso.

—A primeira a Rose me contou e a segunda eu desconfiei. Quem mais ajudaria o garoto? Você se sente culpado pelo que aconteceu. Embora já tenha sido comprovado que o motorista do caminhão além de ter avançado o sinal também estava embriagado. Se quer ajudar o garoto, beleza, mas pare de se culpa por algo que não foi sua culpa. Você teve sorte de não ter sofrido nada. Poderia ter morrido ou ter ficado preso a uma cadeira de rodas.

—Chega, Emmett. - Ele não gostava de falar sobre o acidente. E mesmo a polícia e todos dizendo que a culpa não foi dele, ele se sentia culpado da mesma forma.

—Papai. - Os dois viraram para Aurora que entrou na cozinha carregando um ursinho.

—Oi Joaninha. - Emmett agachou e a abraçou. - Dormiu demais, hein.

—Dormir não. Ainda cedo. Não tem sol. - O dia estava nublado, mas Emmett aceitou o argumento dela.

—Bom dia, filha. Está com fome? - Ela assentiu, ainda sonolenta. - Senta aqui com o senhor Fofura, enquanto preparo o seu leite. - Emmett a colocou em uma cadeira e o ursinho em outra.

—Agora que já vi a minha sobrinha linda, preciso ir.

—Não, tio. - Ela segurou a camisa dele, não queria que ele fosse embora.

—O tio está cansado e preciso ver a sua tia Rose. Vou ver com ela e se o seu pai deixar, levamos você para assistir um filme no cinema. O que acha?

—Papai deixa. - Respondeu sorrindo. É claro que Edward deixaria, ele sempre fazia as vontades da filha.

—Só se você tomar o seu leite todo. - Entregou a ela a mamadeira. - Vá descansar, está mesmo um caco.

—Só se prometer pensar no assunto do emprego.

—Até o final da semana te apresento algumas propostas de investimento. - Declarou apertando a mão do amigo.

—Vou aguardar. Tchau, Joaninha. - Deu um beijo estalado na bochecha dela.

—Papai, tomei tudo já. - Entregou a mamadeira vazia a ele.

—Já? Estava mesmo com fome, hein? Quer comer mais alguma coisa? Que tal uma fruta?

—Maçã. - Pediu animada.

—Verde ou vermelha?

—As duas. - Edward a olhou surpreso. Ela não era muito de comer pela manhã.

—Tem um buraco negro na sua barriga, é? - Fez cócegas na barriga dela e ela riu. Era tão parecida com a mãe, Edward pensou. - Aqui suas maçãs. Come tudo enquanto atendo a porta, deve ser o Emmett que esqueceu alguma coisa. - Ele correu até a entrada e sorriu ao ver que era a irmã.

—Oi irmãozinho. - Alice o abraçou.

—Oi Allie, não esperava ver você tão cedo.

—Estava numa consulta perto daqui e resolvi dar uma passada para dizer um oi. Jasper não pode ficar, estava atrasado pro trabalho.

—Ele foi com você? - Aquilo era estranho, a irmã estaria doente?

—Sim. - Alice deu um sorriso enigmático. - Aurora já acordou? - Ela apertou a sacola que carregava. - Quero dar um presente a ela.

—Aurora! - Chamou e a pequena veio correndo segurando uma maçã pela metade em cada mão.

—Tiali. - Gritou ao ver a tia.

—Oi meu amorzinho. - Sentou no sofá e deu um tapinha para que a sobrinha pudesse sentar. -Trouxe um presentinho. - Tirou uma camiseta da sacola e ajudou a pequena a vestir. Edward encarava as duas sem entender a atitude estranha da irmã.

—Mostra pro seu pai a camiseta. - Alice sorriu e Aurora levantou para que ele pudesse ver o que estava escrito.

—Melhor prima do mundo. - Leu e a ficha dele demorou um pouco para cair.

—Prima? - Aurora perguntou confusa.

—Sim, querida. Você agora é prima. A tia está grávida. - Anunciou e Edward a abraçou.

—Meus parabéns, Alice. Está de quantos meses?

—Quatro. - Edward olhou fixamente para a barriga dela, como não notou nada antes? - Desculpa não ter contado nada, mas é que sofri alguns abortos espontâneos e queria passar dos três meses para contar.

—Não estou te julgando e como posso? Levei nove meses para contar que era pai. Não sabia que você perdeu um bebê. - Segurou a mão dela.

—Você já tem problemas demais para se preocupar comigo. - Deu um sorriso triste.

—Você pode até ser a mais velha, mas isso não me impede de preocupar com você. Não me importa se o mundo está desabando, se você está sofrendo, eu quero e preciso saber.

—Bem, não estou mais sofrendo. Só com os enjoos.

—O que acontecendo? - Aurora perguntou olhando de um para o outro.

Edward abaixou para explicar.

—Sua tia Alice vai ter um bebê. E como ela é sua tia, o bebê vai ser seu primo ou prima.

—Primo. - Alice tinha acabado de descobrir o sexo do bebê.

—Isso, primo. Vai ser um menino.

—A gente vai poder brincar? - Perguntou animada.

—Quando ele estiver grande vão sim.

Tá. — Respondeu dando uma mordida nas maçãs.

—Não vejo a hora dele nascer.

—É algo maravilhoso, Alice. Queria ter acompanhado a gestação da Bella. - Ele se arrependia muito de não ter atendido quando ela ligou da primeira vez. Poderia ter participado desde o início da vida da filha e evitado que Félix Volturi se envolvesse com Bella. Ela estaria em segurança agora.

—O importante é que você está aqui agora.

—É, eu estou. - Ele estava, mas Bella não. Já estava na hora dele ir visitá-la.

—Alice, será que você consegue uma vaga na creche para a Aurora? Não seria em tempo integral e nem todos os dias. Estou pensando em trabalhar com investimentos e teria que me encontrar com possíveis clientes.

—Vai sair do FBI? - Ele nunca contou a verdade a ela e provavelmente não contaria.

—Meu emprego não combina mais com a minha vida.

—Acho que deveria conversar com o Jasper. Ele comprou algumas ações de uma empresa e pode te ajudar a conseguir uns clientes.

—Isso seria ótimo. Também tenho algumas ações.

—Então, já pediu demissão? - Ela achava estranho ele ainda estar de licença, mas não o pressionaria por respostas.

—Já tem um tempo que não estou mais trabalhando.

—Entendo. - Ela sabia que o irmão guardava muitos segredos e se ele quisesse contar, um dia ele contaria. Ela aprendeu que era melhor não fazer muitas perguntas. - O que acha de deixar a Aurora na creche pelo menos por meio horário? Vai ser bom para o desenvolvimento dela e ela pode fazer alguns amigos.

—Eu sei. - Ele olhou para filha que acompanhava atentamente a conversa deles. - Quer ir para creche e fazer amiguinhos, filha?

—Você vai papai? - Ela era muito apegada a ele.

—Não, bebê. Mas a tia Alice vai estar lá e vai ter um monte de crianças. - Ela não queria ficar sem o pai, mas a ideia de ter outras crianças para brincar era tentadora.

—Podemos fazer um teste. - Alice sugeriu.

—Ótimo então. Amanhã eu deixo a Aurora lá, enquanto vou visitar a Bella.

—A mamãe. - Aurora sorriu.

—Isso mesmo, a sua mamãe. - A pequena amava ver fotos da mãe. - Quer mandar um beijo pra ela?

—E um abraço. - Completou. Edward não queria que ela visse a mãe do jeito que ela estava, então Aurora só a conhecia através de fotos.

—Um beijo e um abraço, pedido anotado. O que acha de sairmos para tomar um sorvete e comemorar?

—Agora que falou fiquei com desejo. - Alice acariciou o ventre.

—Então vamos correr para arrumar, bebê. Não queremos deixar uma grávida com desejo. - Ele pegou a filha no colo. - Voltamos num pulo. - Avisou correndo para o quarto.

[...]

—Oi, Bella. - Edward puxou a cadeira e sentou ao lado dela. - Desculpa por ter sumido. É que é tão doloroso te ver aqui. Ah, a Aurora te mandou um beijo e um abraço. - Ele depositou um beijo na testa dela. - Presente entregue. - Tem vez que ela segura a sua foto, aquela em que você está no hospital na festa de aniversário de um paciente, pelo menos foi o que a Rose disse, ela fica abraçada a foto e rindo. E posso dizer que vocês duas tem o mesmo sorriso. Estou fazendo de tudo para que ela te conheça, acho que vai facilitar quando vocês se conhecerem. Pensei em trazê-la aqui, mas penso que você não gostaria que ela te visse assim. Todas as fotos suas você está sorrindo e feliz. E é assim que quero que a Aurora te veja sempre. Achei uns vídeos também e ela adora. Principalmente aquele em que você está patinando no gelo. Você realmente tem muita coordenação, fiquei impressionado. Prometi de levar a Aurora para patinar, estamos só esperando começar a nevar, o que vai levar um tempinho ainda. Tenho boas notícias. Alice, minha irmã, está grávida. Vai ser bom para a Aurora ter um priminho. Deixei ela na creche hoje, mas não pense que estou tentando me livrar dela. É só que vou começar a trabalhar com investimentos e vai ser bom para ela interagir com outras crianças. Estou uma pilha de nervos aqui para saber se ela está bem e se está gostando. Como Alice ainda não me ligou acho que está tudo sob controle. Nossa filha é uma garota muito especial e doce, todos da creche vão amá-la. Até aquele seu vizinho, o Sr. Fredricksen, como as crianças o chamam por causa do filme Up, ama ela. E olha que o cara é muito ranzinza. - Ele era muito grosseiro com todos, mas com Aurora ele era um doce. - Todos sempre perguntam por você e é muito bom ver que você é tão querida. Sentimos a sua falta, Bella. Assistir os vídeos e ver as fotos da viagem só me fazem sentir ainda mais a sua falta, mas também é bom reviver os momentos que tivemos juntos. Provavelmente você nunca mais vai querer saber de mim quando acordar, mas saiba que eu gostaria muito  de repetir aquela viagem ou irmos para outro lugar. O importante é estarmos juntos. Acho que não custa nada sonhar. E eu prefiro conviver com você me odiando, do que viver sem você. - Deu de ombros e levantou. - Preciso ir, mas eu prometo que volto em breve. Recebi uma pista do Félix e vou fazê-lo pagar pelo que te fez. Ainda tenho que investigar e planejar muito bem, mas quando o pegar ele vai sofrer e desejar nunca ter cruzado o seu caminho. - Ele pigarreou e tocou na mão de Bella. - Desculpa te perturbar com esse assunto ruim, só queria que soubesse que estou tentando corrigir as coisas. Volte logo, Bella. Precisamos de você. - Deu mais um beijo na testa dela e saiu pronto para buscar a filha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Edward carrega muita culpa e não admite que é uma boa pessoa, ele sempre pensa o pior sobre ele. A Aurora está o mudando e quando Bella acordar eles poderão se acertar.
No próximo Edward vai eliminar mais um.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.