—Ele só pode estar de brincadeira. Que ousadia é essa? - Rosalie levantou e levou as mãos a cintura.

—O que foi? - Emmett perguntou olhando em volta a procura do motivo de deixar a namorada tão irritada.

—Rosalie? - Um homem baixinho sorriu para ela.

—Como tem a coragem de aparecer aqui? - Ela estava pronta para partir para cima dele.

—Não precisa ser agressiva. Sou amigo da família e vim prestigiar a Renée. - Explicou olhando para os dois homens ao lado da loira. - Sou Clarence III. - estendeu a mão para cumprimentar Edward.

—É claro que é. - Ele apertou com força a mão do homem e segurou a vontade de ri. Ele não era muito ligado a aparência, mas não conseguia imaginar como Bella foi se envolver com aquele homem. Clarence era baixinho, deveria ter no máximo 1,60m de altura, estava claramente muitos quilos acima do peso e era meio calvo. Além de usar um perfume muito desagradável. - Só mil vezes melhor? - Direcionou a pergunta a Rosalie.

—Ela te contou? - Riu um pouco envergonhada.

—Sim e você foi muito modesta. - A censurou de brincadeira.

—E você quem é? - Clarence ergueu o queixo e Edward desviou o olhar para procurar pela filha. Havia um lago atrás da casa dos Swan e agora que Aurora já estava andando livremente, ele temia que ela caísse nele. Ficou aliviado ao vê-la no colo do avô.

—Sou o homem que viajou com a sua ex-noiva em lua de mel. - Deu um sorriso torto e Clarence engoliu em seco o analisando melhor.

—Não achei que você fosse real.

—Posso garantir que sou muito real e a propósito, você tem um bom gosto para escolher destino de viagens. A Grécia é maravilhosa e Bella e eu tivemos momentos incríveis.

—Ela estava te chamando. - Charlie resmungou e entregou a neta para o pai dela. Edward sabia muito bem que ele só o suportava por causa de Aurora, mas parecia que no momento, o objeto de sua fúria não era mais ele. - Não sabia que havia sido convidado.

—Olá Charlie, como vai? - Estendeu a mão e foi completamente ignorado pelo ex-sogro.

—Você não é bem vindo aqui.

—Sei que errei e sinto muito por isso. Mas Bella e eu nos amávamos e tenho certeza de que quando ela acordar, retornaremos de onde paramos.

—Como é? - Edward ajeitou a filha no colo e ela deitou a cabeça no ombro do pai. - Você fez muito mal a Bella e ela não voltaria para você de forma alguma. - Se ela tentasse, ele a impediria de cometer tal idiotice.

—Quem você pensa que é para dizer o que ela vai ou não fazer? - Clarence ajeitou os óculos.

—Sou o homem que passou duas semanas ao lado dela no que seria a lua de mel de vocês, enquanto você ficava fazendo sabe-se lá o que com a mulher com quem a traiu. - Ele ergueu um pouco o tom de voz e Aurora o olhou confusa. - E sou também o pai da filha dela. - Só então Clarence notou a garota nos braços dele.

—Então é verdade. - Balançou a cabeça desolado. - Parece que ela superou muito bem o nosso fim. - Resmungou magoado.

—Eu dei um jeito de fazê-la se sentir muito melhor.

—Aqui não. - Charlie rosnou impedindo que uma briga entre os dois começasse.

—Sinto muito pela Bella. Foi tudo minha culpa. Eu a deixei e ela se envolveu com os piores tipos. - A polícia ainda não havia encontrado Félix, no caso James, a verdadeira identidade dele não fora revelada até então, mas eles acreditavam que ele fosse o culpado pelo atentado sofrido por Bella. O sumiço dele levantou fortes suspeitas. - Se não a tivesse deixado, ela estaria bem.

—E infeliz. - Edward completou e entregou a filha para Rosalie. - Você nunca fez bem a ela e não sabe o quão estúpido é por a ter tratado daquela forma. Bella é uma mulher incrível e que merecia e merece o mundo. E você nunca foi e nunca será capaz de dar um milésimo do que ela merece. Eu deveria te quebrar em vários pedaços por tê-la feito sofrer. - Edward estava tão próximo a ele que o fazia suar e tremer de medo. Ele era intimidador e colocava medo em homens muito mais corajosos do que Clarence. - Chegue perto dela de novo e eu acabo com você. - Afastou dele e estava prestes a pegar a filha de volta quando Clarence o provocou.

—Aposto que você é o culpado pelo que aconteceu a ela. - Edward sentiu uma fúria o dominar. Sim, ele era o culpado pelo que havia acontecido a Bella e estava tentando compensar um pouco a culpa, mas ouvir aquilo o deixou transtornado. E como não poderia se auto flagelar e nem ir atrás dos outros culpados imediatamente, ele teria que descontar a raiva em Clarence.

Ele pegou o homem pelo colarinho e o arrastou até o lago. Não escutou os gritos de protestos atrás deles e o jogou no lago. Queria que o lago fosse mais fundo, mas já estava satisfeito só por ver a cara de humilhação dele.

—Vem filha, vamos comer bolo. - Pegou Aurora no colo e foi até Renée que ajudava a cortar o bolo. - Sinto muito pelo show. - Pegou um pedaço de bolo.

—Vai dar o que falar aos convidados, mas não sinta por nada. Você só fez o que gostaria de ter feito há muito tempo. - Deu um beijo na neta e sorriu para ele. - Obrigada por defender as minhas garotas.

—Sempre, Renée. - Ajudou Aurora a sentar em uma mesa próxima e colocou o prato nas mãos dela. A deixaria se lambuzar com o bolo a vontade, de repente ele havia ficado muito animado. - Sei que você não me conhece, mas uma coisa eu te garanto, eu sempre vou cuidar delas e mesmo que Bella e eu não tenhamos um relacionamento, ela faz parte da minha família e eu vou vingá-la.  

—Não, querido. - Colocou a mão no ombro dele. - Vingança não leva a lugar algum e Bella não iria querer isso. Vamos apenas esperar para que a justiça faça o seu trabalho. - Renée tinha boas intenções, mas não sabia que a polícia jamais pegaria os Volturi. Dificilmente eles conseguiriam descobrir a identidade de Félix, ele foi bem cauteloso e não deixou rastros. E mesmo que descobrissem, ele chegaria primeiro até eles e os fariam pagar por tudo.

[...]

—Oi, Bella. Ontem sua mãe fez um almoço para comemorar o aniversário dela e como pai da Aurora também fui convidado. Renée e eu até que nos damos bem, ela costuma ser gentil comigo, mas o seu pai. - Suspirou lembrando da cara que Charlie havia feito ao vê-lo jogar o homem no lago. - Se ele tivesse uma arma já teria me matado, embora não ache que ele seja capaz de matar alguém. Mas, enfim, o que queria dizer é que conheci o Clarence III e o que você tinha na cabeça? Perdeu alguma aposta? Ele te chantageou para ficar com ele? Ou você é tão fã do Danny DeVito que resolveu pegar o sósia dele? Sinceramente, não consegui visualizar vocês dois juntos. De forma alguma. - Balançou a cabeça ainda desacreditado. - Entendo que ele te traiu e que isso doa, mas você deveria de ter ficado feliz ao se livrar dele. O cara é um imbecil completo e veio falar baboseiras perto de mim. Eu juro que tentei, mas não consegui me controlar e o joguei no lago. - Falou com orgulho e deu uma risadinha lembrando da cena. - Queria era ter afogado ele ou que você tivesse me pedido para matá-lo. Certo, eu sei que acabei de dizer que os Volturi seriam os últimos e que depois eu sairia dessa vida, mas abriria uma exceção para ele. O que eu senti não dá para explicar, Bella, foi raiva mistura com… - Ele não sabia o que havia sentido e ao olhar para ela compreendeu tudo. - Ciúmes. Foi isso o que senti. - Confidenciou sentando ao lado dela. - Imaginar vocês dois juntos me deixou com muito mais raiva do que as palavras dele. E sabe o que é mais louco? Que direito eu tenho de ficar com ciúmes? Você pode ficar com quem quiser e eu não posso interferir em nada, mas se pudesse, eu a impediria de ficar com ele e com qualquer outro. - Levantou passando as mãos no cabelo. - Você me confunde, Bella. Meus sentimentos perto de você ficam desordenados e eu não gosto disso. E principalmente, não gosto de como isso poderá a afetar. - Deu um beijo na testa dela. - Acorde logo, por favor.

[...]

Edward ligou o som do carro e colocou em uma rádio qualquer. A música que estava tocando o fez viajar no tempo.

[...]

—O que é isso?

—Isso é um veículo motorizado de duas rodas. Também conhecido como moto. - Edward apontou e Bella lhe deu um tapa no ombro dele.

—Tão engraçadinho, você. Eu sei o que é uma moto. Só não sei o porquê ela está aqui e não um carro completamente seguro e confortável.

—Carros não são tão seguros assim. - Resmungou e ela se lembrou da triste história que ele havia contado. - Prometo que vou bem devagar e você vai gostar de sentir o vento no seu rosto. - Sorriu e ela estendeu a mão para que ele entregasse o capacete a ela e a ajudasse a subir na moto. Estava disposta a correr riscos e fazer coisas que a antiga Bella jamais faria.

—Nada de correr. - Alertou agarrando a cintura dele.

—Pode deixar e não precisa me apertar tanto.

—Moto tem lá suas vantagens e vou me aproveitar de cada uma delas.

—O que foi que eu criei? - Perguntou rindo e deu a partida na moto.

[...]

—Ali. - Bella apontou para uma boate e Edward estacionou. - Podemos entrar um pouco. - Sugeriu envergonhada. Rosalie sempre insistia para que ela a acompanhasse nas baladas, mas Bella esquivava e inventava alguma desculpa para não ir. Agora ela estava disposta a tentar e quem saber dizer sim ao próximo convite da amiga.

—Quer dançar?

—Eu não sei dançar, já fiz balé, mas esse tipo de dança... – Balançou a cabeça em negação. - Podemos só beber alguma coisa.

—Todo mundo sabe dançar. - Edward pegou o capacete da mão dela e os dois seguiram para dentro da boate. Não estava cheia e eles poderiam aproveitar bastante. - Vou pegar uma bebida para poder se soltar melhor.

Bella encarava a pista de dança sem saber o que fazer. Os últimos dias estavam sendo bem surpreendentes e ela não imaginava que poderia se divertir tanto com um desconhecido. Não queria admitir, principalmente para não sofrer, mas a verdade era que ela estava se apaixonando por Edward. Sabia que os dois não poderiam ficar juntos, então aproveitariam ao máximo o tempo que lhes restava.

—Eu gosto dessa. - Edward entregou o copo para ela e passou os braços ao redor da cintura dela.

Sí, sabes que ya llevo un rato mirándote

Tengo que bailar contigo hoy

Vi que tu mirada ya estaba llamándome

Muéstrame el camino que yo voy (oh)

Sim, sabes que já tem tempo que te observo

Tenho que dançar contigo hoje

Vi que teu olhar já estava me chamando

Mostre-me o caminho que eu vou (oh)

—Você tem que se deixar levar. - Edward sussurrou e Bella virou o copo e começou a mover no ritmo dele.

Tú, tú eres el imán y yo soy el metal

Me voy acercando y voy armando el plan

Solo con pensarlo se acelera el pulso (oh yeah)

Tu, tu és o ímã e eu sou o metal

Vou me aproximando e armando o plano

Só de pensar nisso o coração se acelera (oh sim)

—O que está fazendo? - Gaguejou ao ver que ele os levava para o meio da pista. - Eu não sei dançar.

—Só faça o que eu fizer e aproveite o momento.  

Ya, ya me está gustando más de lo normal

Todos mis sentidos van pidiendo más

Esto hay que tomarlo sin ningún apuro

Já, já estou gostando de você mais que o normal

Todos meus sentidos vão pedindo mais

Isto deve ser alcançado sem qualquer problema

—Ah! Se eu pudesse ficar, teríamos mais disso. - Edward passou a distribuir beijos pelo pescoço dela. - Eu te ensinaria algumas coisas e você me ensinaria a ser mais como você.

—Por que mudaria o seu jeito de ser? - Ela tentava acompanhar os passos dele, Edward parecia um dançarino profissional.

Despacito

Quiero respirar tu cuello despacito

Deja que te diga cosas al oido

Para que te acuerdes si no estás conmigo

Devagarinho

Quero cheirar teu pescoço devagarinho

Deixe que eu te diga coisas no ouvido

Pra que te lembres delas quando não estiver comigo

—Eu gostaria de ser mais como você. Ter um coração bondoso e me entregar de corpo e alma ao amor.

—Fique! - Suplicou. - Nós podemos fazer isso dar certo.

—Eu não posso, mas gostaria muito.

Despacito

Quiero desnudarte a besos despacito

Firmo en las paredes de tu laberinto

Y hacer de tu cuerpo todo un manuscrito

Devagarinho

Quero te despir com beijos devagarinho

Escrevo nas paredes do teu labirinto

E fazer de teu corpo inteiro um manuscrito

—Só vamos aproveitar o momento, então. Quem sabe um dia não nos esbarramos por aí.

—Eu gostaria muito, Bella. Você fez com que eu voltasse a acreditar, nem que fosse por apenas alguns dias.

—Acreditar em quê? - Os dois estavam ofegantes.

—Acreditar na vida. Bella, eu quero te beijar até me perder. Podemos esquecer o amanhã e nos concentrar apenas no agora?

—Eu já estou concentrada apenas no agora. Quero guardar esse momento para sempre. Acho que essa vai ser a nossa música.

—Nossa música?

—Sim. Toda vez que escutar essa música vai se lembrar de mim e eu de você.

—Até parece que preciso de uma música para me lembrar de você.

—Sou tão inesquecível assim? - Perguntou em tom de brincadeira e ele a olhou, sério.

—Você não tem noção do quão incrível você é.

—Acho que formamos um belo casal, pois você também não tem muita noção da pessoa maravilhosa que você é.

—Agora chega de conversa. Temos coisas melhores para fazer.

Quiero ver bailar tu pelo

Quiero ser tu ritmo

Que le enseñes a mi boca

Tus lugares favoritos (favorito, favorito baby)

Quero ver dançar teu cabelo

Quero ser teu ritmo

Pra que tu ensines à minha boca

Teus lugares favoritos (favorito, favorito, baby)

Déjame sobrepasar tus zonas de peligro

Hasta provocar tus gritos

Y que olvides tu apellido

Deixe-me ultrapassar tuas zonas de perigo

Até provocar teus gritos

E que tu esqueças teu próprio sobrenome