Carta para você escrita por Carol McGarrett


Capítulo 79
Hiatus Parte 2 - Mantendo a Família Unida


Notas iniciais do capítulo

E vamos seguir com o sofrimento!!
Um pouco da visão de Jenny sobre tudo o que está acontecendo na agência e na vida dela.



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Eu estava em casa, arrumando algumas coisas quando, com espanto, recebi uma ligação do hospital, meu pai havia saído, fugido de lá. Ao que tudo indicava, a cúmplice da fuga fora Ziva.

Se ele saiu com ela, significa que a memória tinha voltado. Graças a Deus, espero que possamos explicar para Sophie que aquilo tinha sido passageiro.

Assim, deixei tudo como estava e corri para o Estaleiro, já tinha estado lá mais cedo, tentando ver a Sophie e pronta para trazê-la para casa, porém, a baixinha estava dormindo e Jenny se recusava a ficar longe dela e, mal havia colocado o pé lá dentro, um dos guardas me olhou espantado.

— Eu de novo... – Disse com um sorriso sem graça.

— Já deveriam ter de dado passe livre a essa altura, Senhorita Gibbs. – Ele comentou rindo.

— Daqui a pouco vai ser para a Sophie. – Brinquei. Meu humor muito mais alegre do que nos últimos três dias.

— Aquela lá é difícil de ser confundida, dá pra ver o cabelo de longe! – Foi a resposta que recebi.

Dei uma risada. Sophie passaria a ser figurinha repetida no estaleiro, eu tenho certeza.

Entrei no elevador, estava nervosa com o fato de papai não ter tido a alta devida, mas como Jenny tinha me dito, ele faz o próprio tempo.

Terceiro andar, as portas se abriram e quem está parado na frente do elevador, esperando?

Papai! E eu dei uma de criança e corri para abraçá-lo. Algo estava errado, meu subconsciente me dizia isso, mas eu não consegui processar essa informação.

— Pai? Então é verdade? O senhor fugiu do hospital? – Falei ainda abraçada a ele.

— Oi Kells. Eu não preciso daquele lugar. – Ele me respondeu e eu o larguei dando um passo para trás.

— O senhor... a sua memória... – Eu tinha que garantir, afinal, eu era médica, e o bem estar e a saúde dele eram importantes.

— Me lembrei de tudo.

Com que alívio que ouvi essa resposta! Agora era só esperar a Sophie acordar e resolver a única ponta solta de tudo isso.

— Isso é ótimo! –  Tornei a abraçá-lo. – Mas o senhor precisa de exames. Precisa voltar para lá só pela autorização de alta. – Insisti, eu mesma o levaria lá, era coisa rápida.

— Eu não vou voltar para lá, Kelly. – Algo no tom de voz dele me fez crer que nem tudo estava bem.

— Mas sem a alta o senhor não pode voltar ao trabalho, não é, Jen? – Busquei ajuda com a única pessoa que sabia que poderia dobrá-lo, se não como a diretora, pelo menos como a noiva... e foi onde percebi. Tinha algo muito errado. Jen não se mexeu, permaneceu calada, em choque.

— Eu não vou voltar para o NCIS. Estou me aposentando. – Papai nem se dignou a olhar na direção da ruiva.

Porém meu cérebro se recusava a processar a última frase.

Aposentando? Não!

— Mas... o NCIS é a sua vida. O senhor...

Papai me abraçou, tentando me acalmar. E falou a frase que ficou gravada na minha mente como o pior pesadelo que eu poderia ter:

— Você já está crescida o suficiente para viver sem mim, Kelly. Mas eu volto para o seu casamento.

Eu o soltei como se ele tivesse me dado um choque.

— O que? O que o senhor está dizendo? – Tudo parecia uma piada de péssimo gosto, e internamente eu torci para que fosse, que todos tinham tirado o tempo para me fazerem de boba.

Mas não era uma brincadeira, era real.

— Estou me aposentando, Kelly. – Ele tornou a falar, sério, solene.

Se fosse humanamente possível, meu rosto teria se tornado a tela azul do Windows. Nada fazia sentido, e eu não estava entendendo nada.

— Mas... vai para onde? Eu preciso do senhor aqui. A Sophie, eu, todos nós... – Supliquei. Era a minha única saída, implorar e trazer a Sophie para a jogada. Falando na minha irmãzinha, por onde ela andava? Ela tinha que estar aqui... ela tinha que estar implorando comigo.

E foi quando eu percebi, quando falei o nome da Sophie, papai deu um passo para trás e eu vi que ele não se lembrava da filha mais nova. A memória tinha voltado, mas não toda. Ele sequer poderia estar fora do hospital! Ia começar a protestar, quando ele começou:

— Kelly, você já tem a sua vida, a sua carreira. Eu serei sempre o seu pai, mas não vou ficar aqui. – Ele me deu um beijo na testa e rumou para o elevador.

O que era isso tudo? Uma despedida? Ele ia para onde?

— Pai... não faça isso. – Gritei e corri atrás dele. Eu tinha que fazê-lo ver a burrada que ele estava fazendo!

Papai se virou para mim, depois de trocar um olhar com Ducky.

— Kelly. Você vai saber se virar. E se precisar de mim, eu vou te ajudar.

— Não se trata de mim, pai. Se trata do senhor, da Sophie, da Jen. Pelo amor de Deus!! – Comecei a falar ainda dentro do elevador.

— Jen é passado, Kells. Você melhor do que ninguém sabe disso.

— Não, ela não é! Ela é o seu presente. Pai, vocês têm uma filha!! – Meus olhos começaram a lacrimejar, eu não poderia ser tão azarada assim.

Ducky interveio pela primeira vez.

— Kelly, dê tempo ao seu pai. A memória dele vai voltar.

— Eu e a Jenny acabamos há anos. Ela voltou como Diretora, tem feito um bom trabalho. Ela não precisa de mim aqui. A agência vai sobreviver sem a minha presença, DiNozzo é um bom agente. – Papai nos cortou e saiu marchando do elevador.

— Sophie. A garotinha ruiva, com olhos coloridos. Você tem que se lembrar dela, pai. Ela é a sua filha! Sua e de Jen! Pelo amor de Deus, ela acabou de fazer seis anos!! – Eu tentei a minha última cartada. Queria ter uma foto da minha irmã comigo, talvez acionasse uma lembrança no cérebro dele.

Foi quando meu pai me surpreendeu. Para pior.

— Impossível que nós dois tivéssemos uma filha, Kelly. Jenny não iria querer atrapalhar a ascensão dela até o topo tendo uma filha. Não é do feitio dela.

COMO ASSIM? Eu quis gritar. Eu quis ir até o meu pai e dar um tapa forte na cabeça dele, sacudi-lo, qualquer coisa que talvez colocasse o cérebro dele no lugar.

Contudo eu não conseguia me mexer. Como ele pôde falar aquilo?

Ele atravessou o estacionamento indo em direção ao carro de Ducky, eu fiquei estática na entrada.

E nesse estado de transe, eu só percebi duas coisas, o carro de Jen passou por nós acelerando tudo o que podia e meu pai nem se importou.

—--------------------------- 

E esse era o veredito. A verdade doía, muito. Devia ser carma. Eu fiz isso há quase sete anos, e agora tudo retornou.

Da pior maneira possível. Porque em 1999 era só eu. Agora eu tenho Sophie. E eu não faço a menor ideia de como explicar tudo isso para ela. Eu sei que ela vai querer explicações, vai querer ver o pai.

E o que eu vou falar? Que ele se lembrou de tudo, menos dela?

Ela vai perguntar quando ele volta, para onde ele foi, ela vai querer saber de tudo.

E eu não vou poder falar nada. Porque nem eu sei para onde Jethro está indo.

Ele simplesmente me entregou uma folha de papel onde ele havia escrito.

Renuncio ao meu cargo de Agente Especial Sênior do NCIS.

Só isso.

Ele esteve na minha sala, a metros de Sophie. Ele viu as fotos dela que enfeitam a minha mesa. E nem um lampejo de reconhecimento passou pelos olhos azuis.

— Jethro, você não pode fazer isso. – Era uma súplica. A essa altura eu nem pedia por mim, pedia pela minha filha, pela Kelly.

— Eu já fiz. – Em sua voz não tinha um pingo de carinho, nenhum sinal de que ele lembrava quem eu era para ele.

— Por favor, Jethro. Você ainda está confuso. – Eu não sabia até onde eu poderia ir para confrontá-lo, não sabia se isso faria bem ou pioraria a situação.

— Você tem a minha demissão, Di.re.to.ra.— Ele fez pouco caso do meu título. – Deve saber o que fazer com o resto.

Eu quis gritar, mas a minha filha dormia dentro daquela sala.

— Não faça isso comigo, Jethro. Por favor. – Eu pedi.

— Agora você quer que eu fique? O mundo dá voltas, não dá, Jenny? – Sua voz tinha um tom jocoso e ácido.

— Até onde você se lembrou?

— Você quis a sua carreira, fique com ela e com a cadeira da Diretora. – Ele disse saindo pela porta.

Fui atrás dele. Eu tinha que agir de alguma forma. Ele escutou os meus saltos e se virou com um sorriso sarcástico.

— Mais alguma coisa, Madame?

Por instinto eu puxei meu cordão, tinha colocado ali a aliança que estava na mão dele na hora da explosão. Ia mostrar a ele. Mas algo no fundo dos seus olhos me dizia que só pioraria a situação. Eu teria que esperar a memória dele voltar. E torcer para que isso acontecesse o mais rápido possível.

— Não, Jethro.

Ele desceu as escadas e eu parei no primeiro patamar, o vi entregar a arma e o distintivo para Tony e passar o comando do time para o italiano, vi ele se despedir de Abby com um beijo na bochecha, dar um conselho para Tim, abraçar Ziva.

E nada para mim. Nada. E eu nem quis me lembrar da minha filha....

Ele estava esperando pelo elevador quando as portas se abriram.

Kelly quase o jogou no chão. E pai e filha começaram a conversar. A cada frase, o desespero de Kelly aumentava. A certa altura ela me chamou, eu nem sabia o que ela queria que eu dissesse. Não tinha mais nada que pudesse fazer. Eu tinha tentado. Deus é testemunha que eu tinha tentado.

Escutei um som vindo da minha sala. Tinha certeza de que Sophie tinha acordado. Entre tentar entender o que Jethro e Kelly conversavam e tentar evitar que a minha filha se decepcionasse pela segunda vez no dia, preferi proteger a minha miniatura.

Cheguei no escritório e Sophie estava um tanto desorientada.

— Calma bebê. Eu estou aqui. – Falei da porta.

— Mamãe?! O que aconteceu? Tá tudo confuso. – Ela falou esfregando os olhos.

— Você dormiu quase o dia inteiro. – Expliquei me sentando ao seu lado e penteando os cabelos dela com os dedos.

— Acredita que eu ainda estou com sono? – Ela me olhou.

— Acredito. Eu acho que você tem DNA de bicho-preguiça!!! – Brinquei com ela.

Ela deu um bocejo e começou a imitar um bicho-preguiça, quando se sentou no meu colo.

Afundei meu rosto no topo da sua cabeça e me preparei para as perguntas que sabia que viram.

— Eu sonhei com o papai. Que eu tinha seguido a senhora para dentro do hospital e quando eu cheguei no quarto dele, ele não me reconheceu. Falou que só tinha uma filha... – Ela falou baixinho.

Não era um sonho, mas como falar isso com ela? Preferi ficar calada e comecei a fazer uma trança nos cabelos dela.

— Mamãe, a senhora acha que o papai pode me esquecer? Pode parar de me amar? – Sophie ficou quietinha quando fez essa pergunta, como que esperando a pior notícia do mundo.

— Seu pai nunca vai deixar de te amar, Sophie. Jamais. – Garanti, mas era mais uma afirmação para mim do que para a minha filha.

— Eu sei que eu nunca vou deixar de amar o papai, mesmo que ele não me ame mais. – Sophie falou baixinho, balançando os pezinhos.

E essa foi a gota d’água. Se eu continuasse ali, dentro daquela agência, eu ia acabar enlouquecendo.

— Vamos para casa? – Perguntei para a pequena que estava no meu colo.

— Vamos. – Ela desceu e ficou encarando o quadro na parede, o que tinha uma imagem da visão aérea de Londres, enquanto eu pegava as minhas coisas.

— Está pensando em que? – Perguntei, Sophie muito quieta, nunca é bom.

— Tô com saudades de Londres. Lá era bom. – Ela me respondeu. E no fundo eu comecei a pensar se o subconsciente da minha filha não estava tentando bloquear a desagradável descoberta dessa manhã.

— Um dia nós vamos voltar lá, filha. Só temos que esperar as nossas férias coincidirem. – Falei e ela concordou com a cabeça.

— Mamãe, me dá colo? – Ela me pediu. Achei estranho, Sophie adora andar.

— Está tudo bem, filha? – Me agachei na frente dela.

— Eu acho que vamos ser nós duas de novo... – Ela falou e me abraçou pelo pescoço. Eu a levantei na hora.

— Sophie.... – Eu comecei a tentar explicar.

—  Tá tudo bem... eu devo ter feito algo errado, mas eu só queria pedir desculpas. – Minha filha falou baixo no meu ouvido. – Eu sempre vou amar o papai.

Tive que respirar fundo para não chorar com ela.

Abri a porta do meu escritório de qualquer jeito, nem me importei que ela batesse. Queria sair daquele prédio o mais rápido possível queria confortar a minha filha e queria ter um tempo para poder chorar também.

Acontece que mais do que nunca eu precisava ser forte.

Forte por Sophie.

Forte por Kelly.

Forte pela equipe.

E eu não estava preparada para isso.

Sophie não chorou mais. Resignadamente ela entendeu que algo estava errado. Na sua cabecinha, ela havia feito algo que deixou o pai bravo. E aquela era a maneira dele de demonstrar isso.

Ela mal comeu e não quis dormir sozinha. Não me importei, nem eu queria ficar sozinha. Assim, a trouxe para o meu quarto e tentei explicar a situação.

Expliquei que ela não havia feito nada de errado. Que Jethro sofrera um acidente, tinha batido a cabeça e as memórias estavam bagunçadas. Mas ele iria se recuperar. Só não sabia quando.

E essa última frase deixou Sophie ainda mais triste.

— Mas sabe de uma coisa que vai deixar o seu pai muito feliz? – Falei contra os cabelos dela.

— Não. – Ela estava abraçada a mim, e sua voz saiu abafada.

— Continue com seus diários. Ele ama tudo o que tem neles. E quando a memória dele voltar, ele vai querer saber o que você fez longe dele. Sabe como seu pai é curioso quanto a isso...

— A senhora acha que ele vai querer ver mesmo?

— Com certeza, Sophie. Quantas vezes nós não o vimos tentando decifrar os seus desenhos?

— Eu vou continuar. Não vou esquecer de nada. Não importa se vai demorar!

— Essa é a minha garota!! – Beijei a cabeça dela. – Agora você tem que dormir, porque amanhã a mocinha tem aula e vai ter tarefa em dobro.

Sophie se ajeitou como quis, ainda me abraçando.

— Boa noite, mamãe. Te amo. – Ela falou.

— Boa noite, Ruiva. Eu te amo e nunca vou te abandonar. – Respondi e fiquei acariciando os cabelos dela até que ela caísse em sono profundo.

Quando ela começou a falar as coisas sem sentido de sempre, foi que eu me permiti quebrar. Me permiti reviver as palavras de Jethro, o olhar descrente que ele deu quando Kelly mencionou Sophie. O olhar vazio quando Sophie foi vê-lo no hospital.

E, foi só aí que eu chorei. Era o meu momento de chorar e me desesperar, pois no dia seguinte, eu teria que demonstrar para a minha filha que a vida ia continuar, mesmo se o pai dela não estivesse presente. Eu teria que erguer a cabeça e comandar o NCIS, teria que reorganizar a MCRT para que se adaptasse ao novo líder. Teria que acalmar Abby, pois eu sei que ela é quem, depois de mim, mais sentiria falta de Jethro lá dentro. Teria que procurar Kelly e ver como ela está, pois agora, com a iminente partida de Jethro para algum lugar, ela estaria sozinha. E eu já vi Kelly sozinha, ela simplesmente não se adapta. E quando o dia acabasse e eu notasse que tinha feito um trabalho razoável, eu poderia chorar novamente.

Seria um ciclo, até que tudo fosse o meu novo normal.

—------------------------ 

Eu estava desorientada. Acordei no sofá, acho que peguei no sono durante a minha vigília. Não me levantei, eu caí do sofá de cara no chão. Olhei para um lado, para outro, a essa altura eu já teria escutado o meu pai me perguntando o que tinha acontecido. Não ouvi nada.

— Talvez ele tenha ido ver a Sophie.

E, em um flash, todas as memórias voltaram.

Ele não foi ver a Sophie, ele nem se lembra dela. Ele foi...

EMBORA...

— PAI?! PAI?! – Comecei a correr pela casa. Olhei no quarto, no porão, na garagem.

Ele não estava. Abri o armário de casacos, a duffel bag dele não estava ali.

— Você fez isso de novo comigo, não fez? – Falei descrente.

Sentei-me no último degrau da escada e fiquei olhando para a porta. Me senti como se tivesse sete anos e estivesse esperando meu pai voltar do último turno fora do país. Cada passo era uma esperança.

A certa altura os passos ficaram mais altos, levantei a minha cabeça, a sombra no vidro da porta. Corri para abri-la. Não era meu pai.

— Henry?! Mas você não estava na Costa Oeste? – Perguntei ao abraçá-lo.

— Jenny me ligou. Falou que eu precisava estar aqui o mais rápido possível.

É claro que ela faria algo assim.

— O que aconteceu? – Ele me olhou preocupado.

— Muita coisa. Coisa demais. E eu...

— Você precisa de tempo, não precisa?

Era por deduções assim que eu sabia que Henry era o cara certo.

— Eu não quero ficar sozinha. – Murmurei.

— Como estão as coisas com a Marinha? – Ele me perguntou.

— Me deram uma semana. E eu nem se eu vou voltar para lá. Eu...

— Kelly. – Ele pegou o meu rosto e me fez olhá-lo. – Você vai tirar esse tempo para esfriar a cabeça. Vai tentar processar o que aconteceu. Vai me contar tudo e depois, você vai voltar para Anápolis. Ser médica da Marinha é o seu sonho. E eu não vou deixar que você jogue isso fora.

— Henry, o que eu vou fazer? Eu nem sei para onde ele foi!

— Por acaso você se deu o trabalho de ouvir o recado da secretária eletrônica e ler isso aqui? – Ele me entregou um papel dobrado.

Nele tinha um endereço, um telefone. Papai me dizia que sempre que eu precisasse eu poderia ligar, não importava a hora. Pedia que eu seguisse minha vida e que sempre faria qualquer coisa por mim, mas que ele precisava colocar os pensamentos no lugar.

— Ele está em Baja, no México. Disse que precisa colocar os pensamentos no lugar.

— Isso já é um começo. Ele não fala que vai ficar por lá por toda a aposentadoria dele.

— Você acredita nisso? – Perguntei esperançosa.

Henry me olhou e sorrindo disse:

— Seu pai nunca vai deixar de me assombrar, Kelly. Na verdade, tenho até medo de ele estar parado atrás de mim nesse exato momento.

Olhei por sobre o ombro do meu noivo.

— Papai não está aí. Pode ficar tranquilo. E você tem razão, ele não vai perder essa oportunidade de te perseguir jamais. E espero que ele volte logo.

— Agora você quer me contar o que realmente aconteceu? – Henry me pediu com carinho.

E eu comecei a contar tudo, desde sexta à noite.... Lógico que, depois de ficar preocupado comigo, Henry quis saber da Sophie.

— Eu não sei como ela está... não conversei com a Jen. A essa hora a Moranguinho deve estar na escola e Jenny no NCIS.

— Quer ir lá para conversar com ela?

— Não sei se quero entrar naquele prédio tão cedo. – Fui sincera.

— Mas você tem que falar para a Jenny onde seu pai está...

Respirei fundo e me escorei em Henry. Ele tinha razão, eu devia isso a Jen, devia isso a todos da equipe. Afinal, somos uma família a quanto tempo?

— Preciso de uma carona. – Cedi.

Henry me deu um beijo.

— Se arrume, você realmente parece que caiu do sofá, eu vou te fazer um café. Pegue suas coisas, porque você não vai ficar nessa casa sozinha.

Fiz o que ele me pediu e depois do café, Henry prometeu que me levaria até o Estaleiro.

—--------------

Conversar com Sophie foi o menor dos meus problemas, eu poderia esconder dela a verdade por um tempo. Uma semana, duas, se desse sorte, um mês. Mais do que isso não. Até porque as férias de verão estavam chegando e ela teria muito tempo livre para pensar onde estava o papai e o que ele estava fazendo.

Mas lidar com a equipe? Assim que cheguei ao NCIS, fiz uma pequena ronda pelo prédio, queria me certificar de como todos estavam absorvendo a notícia.

Acontece que, para isso eu não estava preparada. Eu não sabia como falar com cada um.

Ziva era a que se mantinha forte, troca de comandos para ela não era novidade e, além do mais, ela não ficou tanto tempo assim do lado de Jethro. Mas eu não perdi os olhares que ela lançava para a mesa que pertencera a Jethro. No fundo ela desejava que não fosse Tony quem estivesse sentado ali.

DiNozzo era outra história. Apesar de ter sido promovido a Chefe de Equipe, dava para perceber que ele ainda se encontrava um tanto perdido no papel. Assumir a pose de Chefe quando o verdadeiro ainda estava por perto era uma coisa, Jethro ainda estava ali para dar o apoio ou assumir o erro do subordinado. Contudo, não tinha mais Gibbs, ele era o Chefe, toda a responsabilidade estava nas costas dele. E parece que só agora isso estava realmente se encaixando no cérebro dele.

McGee... ele também não estava bem, era fácil de se perceber que o “novato” dependia das ordens de Jethro e da segurança que ele passava para que Tim pudesse executar seu trabalho. McGee dependia de alguém seguro de si para saber que estava fazendo um bom trabalho, mesmo quando um tapa na cabeça seja traduzido por “bom trabalho, novato”. E agora ele via Tony assumir a equipe e estava um tanto perdido. Perdido sobretudo em como agir. Tim tinha perdido o seu norte, e eu duvidava que ele o encontraria na liderança de Tony.

Abby estava de luto, desde a música que ecoava pelo subsolo até como ela havia programado os computadores com um protetor de tela com a foto de Jethro. A cientista era uma sombra da garota animada e falante de três dias atrás. Nem o café que eu levei, ela quis, o deixou de lado, enquanto tentava se animar e dizer que faria qualquer coisa que eu precisasse.

Mesmo Jimmy parecia perdido e o ajudante da autópsia estava andando cabisbaixo pelos corredores.

Voltei para a minha sala e até Cynthia estava diferente. E eu achando que ela seria a única que não sentiria falta das intromissões de Jethro.

Na minha mesa ainda estava a “Carta de Demissão” que Jethro me entregara na noite anterior.

Olhei para o pedaço de papel e para o garrancho de letra. Uma ideia se formando no meu cérebro. Eu precisava ir até o arquivo para pegar a pasta funcional dele.

— Senhora, aqui estão as pastas com os relatórios, últimos casos em aberto e a pasta pessoal do agente Gibbs.

Cynthia deve ler mentes.

— Obrigada, Cynthia.

— Não há de que, senhora. – Ela falou e saiu fechando a porta.

Minhas mãos foram direto para o arquivo de Jethro. Olhei com interesse para o banco de horas e férias não tiradas.

Isso deveria servir por enquanto. O pedido de aposentadoria poderia esperar um tempo, assim, lancei no sistema que Jethro estava tirando férias e não se desligando da agência. Era o meu último lampejo de esperança. Ao invés de mandar a pasta novamente para o arquivo, que eu sei que seria posta na sessão de aposentados, deixei guardada na última gaveta de minha mesa.

— Vamos ver quem vai vencer esse jogo, Jethro. Eu ou você. – Falei para mim mesma.

Depois de prorrogar a carreira de Jethro, eu tinha que fazer outra coisa. Minha missão era tentar melhorar o moral da equipe. Vi pelos casos que chegaram que a MCRT tinha um. Ótimo. Mais tarde poderia dar uma olhada para ver como DiNozzo e cia estavam se saindo.

Tentei me concentrar no meu trabalho por um tempo, adiantei o que podia e quando deu um tempo considerável, fui ver como o caso estava.

Comecei com Ducky. E ele logo percebeu o meu intento.

— Não que eu não goste de suas visitas, Jennifer. Porém hoje eu diria que não é só para trabalho.

Não tinha como esconder nada de Ducky. Como eu nunca fui muito fã de autópsias, fiquei mais perto da mesa de trabalho do Doutor Mallard. E olhando para os papeis, notei um bem interessante.

— Psicologia forense, Ducky? Novo curso?

Ele me deu um sorriso. E vi que Palmer estava querendo sair dali, para nos dar espaço.

— Pode ficar, Jimmy. Você está fazendo o seu trabalho.

Ele me respondeu com um sorriso tímido e continuou a pesar os órgãos do nosso visitante.

— Logo poderei fazer uma autópsia física e psicológica de nossos amigos, Diretora.

— Isso é muito interessante. Quanto tempo de curso?

— Seis meses. – Jimmy respondeu.

— Vai se especializar também, Palmer?

E ele ficou sem graça.

— Não senhora. Ainda tenho que terminar a faculdade de medicina.

— Se quer um conselho, tente montar uma grade que já inclua o que você quer, vai te poupar tempo. – Falei da porta. – Qualquer novidade, me passem, por favor?

— Mas é claro, Jennifer. E seja bem vinda para voltar quando quiser. – Ducky me respondeu.

— Da próxima vez, ligo antes para ver se não há ninguém nas mesas. – Falei me afastando do cheiro.

Meu próximo destino era o andar de cima, subi pelas escadas e já podia escutar os acordes da triste música fúnebre característica de New Orleans.

— Abby. – Chamei.

Ela se virou rapidamente.

— Oh, Jenny. Eu... – Ela olhou para os computadores. – Eu ainda não tenho nada, meus bebês ainda estão trabalhando.... – Ela se virou para a mesa e para as inúmeras telas, nervosa.

— Eu sei, o caso ainda é bem recente, mas vim ver como você está.

Abby soltou o mouse e somente apertou a barra de espaço de um dos teclados.

— Eu sinto falta do Gibbs! Traga ele de volta! – Ela correu e me abraçou chorando. – Eu amo o Tony, sei que ele pode ser um líder de equipe muito bom, mas....

— Você detesta mudanças, não detesta?

Abbs deu um passo para trás e me olhou, a maquiagem borrada em volta dos olhos.

— Um ano, Jenny. Em um ano, nós perdemos a Kate, você e Ziva chegaram e eu nem fui tão simpática assim com vocês... e agora o Gibbs.... Eu não quero que pessoas tenham que sair para que eu conheça pessoas novas. Eu quero todo mundo aqui!— Mais um clique no teclado e na tela de plasma da parede apareceu uma foto da equipe reunida. A foto da formatura de Kelly, depois mais uma, o Halloween e depois a nossa festa de Natal na casa de Ducky. – Eu quero aquilo de novo. Com todos.

Olhando para a foto, era possível que nas três há uma coincidência, Jethro estava com Sophie no colo, Kelly do lado direito e eu estava à sua esquerda. E me deu um aperto na garganta não saber quando aquilo aconteceria de novo. Se é que aconteceria.

— Vou te dizer uma única coisa Abby. E você não vai passar para frente. – Comecei e Abby se virou na minha direção. – Eu não acredito que Jethro vá ficar muito tempo longe. Ficar sem fazer nada não é do feitio dele. E, por isso, a aposentadoria dele não foi publicada. Oficialmente ele está de férias. Longas férias. E acho que antes que vença todas elas e as horas extras que ele tem, ele vai estar de volta.

— Jura? Você não assinou a aposentadoria dele? – Abby pareceu um pouco mais animada.

— Não. E isso fica entre nós duas. Eu tenho a sensação de que Jethro vai voltar. Eu só não sei que Jethro.

Abby veio e me deu um abraço de urso.

— Ele vai voltar. Ele vai voltar. Ele vai voltar. – Ela murmurava. – Muito obrigada por isso, Jenny. Muito obrigada. – Ela me soltou e começou a digitar na velocidade da luz.

— E Abby. – A chamei antes de sair.

— Sim?

— Se precisar de qualquer coisa. É só ir lá em cima. Você sabe, nem precisa bater.

— Obrigada. – Ela respondeu com um sorriso.

Apertei o botão para chamar o elevador. Tive que esperar por um bom tempo, até que as portas se abriram e me revelaram, Tim.

— Senhora... me desculpe, eu tive um problema para colocar essas caixas aqui dentro... sei que demorou.

— Boa tarde, Tim. – Era a oportunidade perfeita para conversar com o “novato”. Assim, entrei no elevador. – São todas relacionadas ao caso, ou DiNozzo somente te fez trazê-las para pegar no seu pé?

Tim coçou a cabeça.

— Sinceramente, Diretora. Eu não sei.

Tive que sorrir.

— Bem, Tony é o novo Chefe da equipe, Tim, contudo, você não precisa ficar fazendo as vontades dele só por isso. Um posto é facilmente removível. – Comecei.  – Nunca se esqueça, você é tão agente quanto ele é. DiNozzo pode ter um passado de policial, mas você sabe coisas que ele nem imagina. Não deixe que ele pise em você, McGee. Se imponha de vez em quando. Isso vai fazer bem para você e vai mostrar para Tony que ele é humano.

McGee me olhou espantado.

— A senhora acha que...

— Eu tenho certeza, Tim, eu também já fui novata, Chefe de equipe, eu sei o vocês estão passando. Uma mudança dessas não é fácil, mas será muito mais difícil se ninguém ajudar ninguém. Agora, sobre essas caixas... Fale com Tony que eu mandei que ele também faça a busca, diga que eu não quero papelada espalhada pela Sala do Esquadrão. – Terminei e o elevador chegou no andar.

Logo que as portas se abriram, escutamos DiNozzo:

— Por que demorou tanto, McNovato?

Ajudei Tim com as caixas e antes mesmo que McGee respondesse, soltei.

— Porque ninguém foi ajudá-lo com as evidências. Desse jeito esse caso não será fechado nem tão cedo. – Terminei de falar estacionando o último carrinho com as caixas bem perto da mesa de DiNozzo. – Acho que esses aqui são seus.

Tony fez uma careta para as caixas.

— Quero uma atualização às 17:00 horas, em ponto, Agente DiNozzo. – Avisei e ele se pôs a trabalhar.

Subi as escadas e antes que chegasse no meu escritório, pude escutar:

— Isso é trabalho seu, Novato.

— Bem, Tony, a Diretora avisou que não quer papelada espalhada pela Sala, imagina se ela volta e vê tudo isso ainda aqui? – Foi a resposta que McGee deu.

Acho que ele estava no caminho certo.

Me virei para entrar em minha sala e Cynthia foi logo falando:

— Senhora, a Oficial David está te esperando.

— Boa tarde, Ziva. Em que posso te ajudar? – Perguntei assim que entrei.

— Bem... DiNozzo me pediu para avisar que precisamos de um mandado para a busca de documentos junto com o advogado de nossa vítima. – Ela falou, séria e eficiente como sempre.

— E por que ele mesmo não me ligou?

Ziva ficou perdida.

— Ziva, entre você e McGee, você é quem pode por DiNozzo no lugar. Não deixe que o poder suba a cabeça dele. Ele é um bom agente, mas ele não é Jethro. E você sabe disso. Traga o seu namorado de volta para a Terra antes que alguém o jogue do alto do pedestal.

— Ele não é o meu...

— Ziva, quem vocês querem enganar?

David olhou para o porto e depois para mim.

— Isso vai contra alguma regra do NCIS?

Olhei bem para ela. Seriamente.

— Se houvesse alguma regra interna quanto a isso, Ziva, eu teria sido demitida anos atrás...

Ziva ficou sem graça.

— Não era a minha intenção quando eu entrei no NCIS, eu juro que...

— E é a intenção de alguma de nós nos apaixonarmos por nossos parceiros, Ziva? Creia em mim, eu sei exatamente o que você está passando. Só não cometa os erros que eu cometi. – Aconselhei.

Ela pareceu ficar mais tranquila.

— E peço que mantenham o relacionamento separado do trabalho, é difícil, mas tentem.

— Pode contar com isso.

— E quanto ao mandado, eu vou providenciar, mas será Tony quem virá buscá-lo. Vocês são agentes sob o comando dele, não são escravos. E eu ainda mando mais do que ele, se não trocaram a placa na porta.

Ziva entendeu o recado, porém antes de sair, perguntou.

— Posso fazer uma pergunta como sua amiga?

— Pode fazer uma segunda, Ziva.

— Como você está lidando com isso? Eu sei o quanto você ama o Gibbs.

— Não se trata mais só de mim, Ziva. Eu tenho que pensar além de mim e focar em Sophie e em Kelly.

— É claro, tem a enteada também.

— Sempre terá. – Afirmei.

— E como você vai se situar? Depois que ajudar todo mundo?

— Como eu fiz em 99. Me afogando no trabalho e focando na minha filha, Ziva. É isso que me sobra.

— Se precisar de alguém para conversar, quando tudo for demais... você sabe o meu número.

— Eu não vou atrapalhar você e DiNozzo. Mas obrigada.

— E quando Sophie quiser ou precisar também. Sabe que adoro o Pingo de Gente.

— Sophie vai ficar feliz em saber disso. Muito obrigada, Ziva.

E ela saiu. Creio que pensando em como ia aprontar com o próprio namorado.

Providenciei o mandado que a MCRT precisava e esperei. Eram quase 17:00 horas. Queria ver se DiNozzo daria as caras ou mandaria Ziva novamente.

E ele apareceu, atrasado, mas chegou.

— Entre. - Respondi depois que bateram na porta.

— A Ziva me falou que eu teria que vir buscar o mandado, Senhora.

— Eu preciso conversar com você, DiNozzo. Sente-se.

Ele fez o que eu pedi e notei que ele parecia preocupado.

— Espero que isso não seja um exame de consciência sobre o que você fez McGee e Ziva passarem hoje. – Falei.

A feição dele me dizia que os dois agentes lá embaixo iriam pagar por eu saber disso.

— E já vou avisando. Eles não falaram nada, Tony. Acontece que eu sou a Diretora dessa agência e sei o que se passa aqui dentro, o tempo todo.

Ele se ajeitou mais na cadeira e ficou um pouco nervoso.

— Senhora é que...

— Ninguém espera que você seja perfeito, DiNozzo. Que você saiba o que fazer logo no seu primeiro dia, quando o caso é complicado, cheio de reviravoltas e as pistas não ajudam. Mas esperam que você seja você e não fique encarnando quem você não é. Você não é Jethro. Não precisa agir como ele, beber café aos litros e tentar fazer o mundo parar com um olhar. Você é Anthony DiNozzo e tem que trabalhar como você sempre trabalhou. Preocupe-se com o que você faz, não o que “O que será que o Chefe faria?” Jethro não está mais aqui. Não tem como você saber. Seja você e, principalmente, trate McGee e Ziva como os agentes competentes que eles são. Nenhum dos dois são seus escravos particulares. Eles seguirão as suas ordens, desde que sejam ordens justas, estamos entendidos?

 DiNozzo pareceu respirar aliviado. Aliviado por alguém tirar dos ombros dele o fardo de que ele deveria ser igual a Jethro.

— Sim, senhora. Estamos.

— Ótimo. Agora, eu tenho algumas pessoas para que você possa escolher para completar o time. É injusto que vocês fiquem sobrecarregados quando há agentes no prédio que poderiam estar te ajudando.

— Isso vai ser muito bom.

Estendi os arquivos.

— Leve o tempo que precisar para escolher. Mas escolha com seriedade, DiNozzo.

— Eu vou fazer isso, Senhora.

— Assim espero. O mandado está aqui. Mas aconselho a iriem amanhã. Não haverá prejuízo e todos vocês precisam descansar.

Tony anuiu com a cabeça.

— Só mais uma coisa, senhora.

— Pois não?

— Como está a Peste Ruiva, digo a Sophie?

— Estava bem, de manhã. Mas ela ainda não sabe de tudo. Vou esperar mais um pouco para contar.

— Ela ainda vai vir aqui? Digo isso porque, bem... todo mundo gosta dela na equipe e bem...

— Quando ela quiser vir, DiNozzo, ela virá. E todos vocês são bem-vindos para visitá-la. Se ela perder isso também, será demais para ela.

— Eu vou pensar em algo para reunir todo mundo. – Ele começou a falar sem parar.

— DiNozzo. DiNozzo. – Tive que intervir.

— Sim?

— Você tem um caso para resolver.

— Já estou indo, Diretora. E obrigado.

— Precisando de qualquer coisa, é só bater na porta, por favor. – Avisei.

— Pode deixar que eu vou lembrar de bater na porta.

— Acho muito bom.  – Falei e tive que praticamente levar Tony para fora do meu escritório, pois ele tinha recomeçado o falatório sobre uma sessão de cinema...

Com a porta fechada, me joguei em minha cadeira. Olhei para o relógio e este marcava quase 18:30. Mais cedo ou mais tarde eu teria que ir embora e procurar por Kelly, que estranhamente, não tinha dado notícias e isso estava começando a me preocupar.

Foi quando, antes de se despedir, Cynthia me informou que tanto Kelly quanto Henry estavam me esperando.

Menos mal, Henry tinha atendido o meu pedido e veio ficar com Kelly. Agora, o que Kelly tinha que me falar que tinha quer ser dito aqui na Agência, eu não fazia ideia.


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Notas finais do capítulo

Eu sei... cada um desses capítulos mais parecem ser uma fanfic... ficou grande mas eu não quero que esse arco seja muito grande, pelos menos até a volta do Gibbs. Que acontece no próximo capítulo.
E então, o que acharam da Jenny ser a responsável por tentar manter todo mundo em uma rotina?
Eu sei, faltou um pouco da Sophie, mas compensarei todo o sofrimento da pequena no próximo capítulo.
Muito obrigada por todos os comentários!! Esqueci de mencionar no capítulo passado, mas essa história passou dos 100 e eu estou muito feliz!! Então, para cada uma de vocês, meninas que gastaram o seu tempo comentando nessa história, o meu MUITÍSSIMO OBRIGADA!!!
Posto a continuação desse capítulo - que acabou com um pequeno gancho - até sábado!!
xoxo



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