Carta para você escrita por Carol McGarrett


Capítulo 40
Eu Deixei Meu Coração em Paris


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu precisei de 40 capítulos e mais de 700 páginas para chegar até aqui...
O título fala por si só.
Preparem os lencinhos.
e lembrem-se, não fui eu quem fez isso, foi a própria série.
Boa leitura.



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Nossas malas estavam devidamente arrumadas. O apartamento onde passamos os últimos nove meses fora fechado.

Jenny estava sentada do meu lado, segurava uma valise e o casaco que eu lhe dera em seu aniversário, por todo o caminho não deixou de brincar com o pingente do cordão. Como ela mal havia falado durante a noite ou nesta manhã presumi que ainda estava processando o que teve que fazer. Assim, apenas peguei sua mão esquerda na minha e beijei, observando que, depois de todos esses meses usando a aliança falsa de nosso falso casamento, o anel tinha deixado uma marca em seu dedo anelar.

Não demorou e chegamos ao aeroporto. Um jato particular iria nos levar para casa.

Jen desceu do carro e deu um suspiro ao ver o jato. Deixei que ela fosse na frente, ela subiu e começou a ajeitar as coisas dela.

Quando eu subi, ela me deu um sorriso triste, como se desculpando:

— Eu acho que deixei minha echarpe dentro da sua mala... na minha não cabia, tem como você pegar para mim? – Ela pediu.

Meneei a cabeça e fui para a cauda do avião. Abri a minha mala e nada da peça. Jen deve ter ficado louca ou se esquecido onde havia colocado.

Quando fui para perto das poltronas, ela não estava lá. Apenas o casaco estava no assento onde ela estava há poucos minutos.

Chamei por ela, não obtive resposta.

A tripulação veio fechar a porta e começar os procedimentos de decolagem.

— Espere, tem mais uma pessoa!

— Não senhor, é só você quem retornará para os EUA.

— Mas e a mulher que estava aqui? Jen? Ela vai voltar também. – Tentei argumentar.

O copiloto me olhou espantado.

— Ela já foi, desceu com as malas e partiu. Ainda dá para vê-la perto da pista. E não tem nenhuma Jenny no manifesto de voo, somente o seu nome, senhor.

Olhei pela janela, era verdade, ainda era possível vê-la andando ao longo da pista. Como se sentisse meu olhar, ela se virou.

Pude jurar que ela repetia as mesmas palavras que me disse naquela ponte, três dias atrás.

Tentei fazer com que a decolagem fosse atrasada, não consegui.

Me joguei na poltrona onde ela estivera sentada. O casaco me atrapalhando. Quando o peguei, notei que havia algo no bolso.

Um envelope. Do lado de fora, na caligrafia elegante e firme de Jen, meu nome estava escrito.

Abri sem acreditar. E li aquelas palavras por todo o voo, crente que quando terminasse na próxima vez, leria algo diferente, mas não, o final era sempre o mesmo.

Ela havia ido. Não sei para onde.

E aquelas palavras. Ah, essa carta, eu jamais esqueceria o que ela havia escrito ali.

———————-

Querido Jethro,

Antes de mais nada, indo contra todas as suas regras, eu tenho que te pedir desculpas.

Me desculpe pelo que vou fazer. Mas saiba que é necessário.

Como você notou, eu não embarquei com você. Sim, eu tive a frieza de entrar nesse avião, de deixar o casaco que você me deu em meu aniversário, deixar esta carta e sair. Sim, eu não voltarei para os EUA com você.

Eu não posso fazer isso. De jeito nenhum.

A verdade é que me ofereceram um emprego, uma equipe para ser liderada. E eu aceitei. Não te direi onde. Esta é a oportunidade que eu estava esperando. Que sempre esperei desde o momento em que me inscrevi para o treinamento. E ela finalmente chegou. E eu a agarrei de braços abertos.

Acontece que... como covarde que sou, não pude contar para você. Não sei... acho que de alguma forma, você diria que é insanidade. Que voltar para os EUA com você era e é uma ideia muito melhor. Contudo, eu quero que você entenda que, eu te entendo. Sim, voltar para casa, para você, é a melhor das opções, já que você tem alguém te esperando naquele aeroporto quando você chegar. Kelly estará lá para te abraçar quando você descer do avião, para te dar as boas-vindas e te contar tudo o que você perdeu e ela não teve como te contar nas inúmeras cartas que mandou. Mas não é para mim. Eu não tenho ninguém me esperando lá quando eu chegar, Jethro. Não tenho ninguém que irá correr na minha direção e me contar as novidades. E, sinceramente, eu não quero voltar para a minha casa, agora. Não consigo. Não quero ficar sozinha com os fantasmas do passado.

E é por isso que você está indo para casa, para a sua família agora. E eu estou ficando. Ficando para perseguir o meu sonho, para... para fugir de mim e de um sonho que eu sei que é impossível.

Eu sonhei com algo que eu jamais vou ter, Jethro. Que jamais será real, pelo menos para mim. E eu tenho que apagar essa ideia de minha cabeça, e ficando perto de você, isso não será possível.

Eu fui tola. Achei que teria o que eu fingia ter. Não é sua culpa. É minha. E eu te peço uma única coisa, se você, um dia, ou por um breve momento, sentiu algo por mim, guarde isso com você, para sempre, por favor. Como eu já disse, não é sua culpa ou você. Sou eu. Eu e minha cabeça avoada que se apaixonou por você. Perdidamente.  E quando eu me permiti me sentir assim, eu esqueci tudo o que eu tinha planejado para mim. Minha vida está toda planejada, meus planos traçados. E... tudo o que eu pensei que poderia ter ao seu lado, não faz parte deles.

Diga a Kelly que sim, um dia vamos nos rever. Eu a tenho como uma amiga, uma amiga muito querida. E, fale ainda que não me esqueci da promessa de uma revanche no boliche com ela. Vamos dar um jeito de isso ser real – ao menos isso. Ela tem a minha palavra. E eu vou cumpri-la.

Jethro...

Ah, Jethro, eu te agradeço por tudo; por ficar do meu lado; por me apresentar o seu lado pai; por cada noite que tivemos; por cada vez que você, mesmo sem falar, me ensinou algo. E te agradeço por salvar a minha vida, de mais formas do que quando você o fez na Sérvia.

Você sempre será o meu parceiro, meu melhor amigo, meu guardião, o homem que eu amo. E eu sempre estarei lá por você. Sempre. Não tenha dúvidas disso. Serei eternamente a sua parceira.

E, por tudo que existe, nunca se esqueça, Jethro, por nada, por mais que isso seja o fim, não se esqueça que nós sempre teremos Paris. Foi aqui o nosso lugar feliz. Quando se lembrar dessa cidade, quero que se lembre de mim, daquela noite em que dançamos. De como nos beijamos sob o Rio Sena, ou, simplesmente como apenas ficamos observando a lua cheia da sacada daquele apartamento, sem falar nada. Pois, para mim, você e Paris sempre andarão juntos. Serão, para todo o sempre, a parte mais feliz da minha vida.

Seja feliz, Jethro. Você merece. Espero que você encontre alguém que te faça feliz do jeito que você merece. Porque quando você estiver feliz, eu estarei feliz.

Eu te amo, mais do que você pode imaginar. E é por te amar tanto que te deixo ir. Que eu tenho que ir.

Eu nunca vou te esquecer, Jethro. Eu prometo. Você é muito importante para mim para que eu possa fazer isso.

Siga o seu caminho e eu vou seguir o meu, mas saiba que serei para sempre sua.

Te amo.

Jenny

—-----------

Foi muito pior do que eu poderia ter imaginado. Doeu fisicamente em mim.

Eu sabia que tinha que ir, eu sabia que era o melhor para nós dois. Mas a todo momento eu quis voltar correndo. Eu quis correr para os braços dele e tomar a carta, que eu sabia que ele estava lendo, de suas mãos, rasgá-la e esquecer cada uma daquelas palavras.

Espero que ele tenha lido a sinceridade das minhas palavras.

Eu tinha que ir, mas eu o amava com toda a minha vida.

Quando consegui desviar os meus olhos do jato, cruzei o saguão do aeroporto particular onde estava a passos rápidos, tentava de todas as formas impedir que as lágrimas caíssem. Agora não era hora. Eu teria muito tempo para fazer isso quando a noite chegasse e ninguém se deitasse ao meu lado.

Entrei no primeiro táxi que vi, meu destino certo. Gare du Lyon. Eu iria para Londres de trem.

Por toda a viagem eu só pude pensar em tudo o que eu vivera aqui. Um dia, quando me disseram que a saudade não pode doer fisicamente, eu ri, achei besteira, contudo hoje eu vejo que é verdade.

Coração partido dói. Saudade dói muito mais.

Já no trem, não tive outra escolha a não ser chorar. Chorei de Paris a Londres. E eu sabia que viriam mais lágrimas quando cheguei no apartamento que me fora designado.

O mesmo que dividi com Jethro.

O mesmo em que, por quatro dias, eu fui parte de uma família novamente.

Agora só havia lembranças e tristeza.

— Aqui se faz, aqui se paga, Jennifer Shepard. - Falei para mim mesma quando joguei minha mala no chão e me permiti desmoronar no sofá, a ânsia que vinha sentindo me atacando ainda pior hoje.

—————————

Ela havia ido embora. E eu nem ao menos sei dizer por quê.

Uma promoção era bem-vinda. Eu sabia que ela logo receberia a dela. Jen era mais do que competente para liderar o próprio time.

O que me intriga é o motivo.

Ela havia dito que me amava. Não só naquela noite, mas em outras tantas, ela poderia não lembrar, mas eu me lembro.

E agora isso?

Por que ela não me contou?

O que aconteceu?

Foi algo que eu disse?

Ou foi algo que eu não disse?

Jenny você entendeu tudo errado!!

Senti a leve turbulência quando o trem de pouso foi abaixado. Estava, enfim, em casa.

O calor me atingiu quando as portas se abriram e eu fui dragado de volta para a realidade.

Kelly tinha jurado que viria nos buscar. Quantas vezes ela havia enfatizado o “vocês” em suas cartas.

Porém, Jen não veio.

E eu já podia ver Kelly vindo na minha direção.

Como explicar o inexplicável para minha filha?

————————

Nunca vinte e quatro horas demoraram tanto para passar.

Papai tinha ligado, falando que vinha, não deu muitos detalhes, nem precisava. Eu só precisava estar no mesmo local de onde ele havia partido meses atrás.

Eu estava tão feliz!!

Finalmente ele tinha voltado!!

Eu vi o jato taxiar, ele voltara em grande estilo.

Quando as portas se abriram eu já estava correndo.

Só me lembro de abraçá-lo apertado!

— Bem-vindo de volta, Marine!! - Disse feliz. E foi quando notei. Ele não irradiava essa alegria toda. - Qual é? Ânimo!! - continuei, mas ele não pareceu se animar muito. Dei um tapa atrás da cabeça dele e chamei pela única pessoa que poderia tirá-lo desse estado.

— Hei Jen!!! Me ajude com esse mal-humorado aqui!

— Kelly, pare. - Papai falou por fim. E não me toquei no tom se voz dele.

— JEN! - Gritei de novo.

— Kells, pare.

— Mas pai!! Ela pode...

— Shepard não veio. Ela não está dentro desse avião.

— Como não?? Ela disse que voltaria!! - A realidade começava a me atingir.

Papai começou umas três frases diferentes e não terminou nenhuma.

— Quando ela desembarca? - De alguma forma eu tentava ver o lado bom de toda essa situação.

— Ela não vai voltar, Kelly. Ela assumiu outra posição.

— Um dia ela vai ter que vir. Ela prometeu que teríamos a nossa revanche no boliche....

— Kelly... - e papai me abraçou. E foi quando eu percebi. Eu realmente me dei conta de que Jen tinha ido. Tinha seguido em frente. No final, ela não quis ficar ao nosso lado.

E todos os sonhos que eu tive de ter uma família de novo, de ter uma figura materna, se acabaram.

Como ela pôde fazer isso com a gente??

Como ela pôde fazer isso com o meu pai?

E eu fui a trouxa que acreditou que amor verdadeiro existia!

Caminhei ao lado de papai até o carro. Eu tinha trago a caminhonete até o aeroporto, imaginei fazer uma cena para levá-la de volta. Ficou só na imaginação mesmo, não tinha clima nenhum para fazer qualquer graça.

A viagem para Alexandria foi em clima de velório. Eu não me atrevia a perguntar nada, pois sabia que ou papai não me responderia ou seria monossilábico. Assim, fiquei remexendo nos meus anéis e olhando pela janela, tentando entender o que pode ter acontecido no último mês.

Trinta dias mudaram tudo. Só que eu não sabia os motivos por trás disso. Estava tão distraída pensando que quase tive um treco quando papai puxou conversa.

— Anel novo... - ele apontou para o anel que Henry me dera no dia dos namorados.

— Sim. Henry me deu.

E como eu previra, lá estava a cara dele de que preocupado.

— Pode ficar tranquilo, não significa nada demais, essa pedra aqui é a que representa o meu mês de aniversário.

E meu pai só ficou me encarando enquanto estávamos parados no semáforo.

— Se você está dizendo Kelly...

— Pai, eu não vou dar a louca e me casar antes da hora. Pode ficar tranquilo!! Não sou esse tipo de garota!

— Eu sei, Kells. Eu sei. Só achei uma joia muito cara.

— É cara?! - Olhei espantada para a joia em meu dedo. Pode parecer idiotice, mas eu não entendia nada de preços de joia.

— Sim. Eu vi esse anel quando eu comprei o conjunto da... - e aqui ele parou.

— Entendo. Juro que não fazia ideia! - Mais uma vez passei a mão pela joia e me perguntei o valor.

Eu não sabia mais o que falar. O assunto delicado tinha caído de paraquedas. Eu tinha um monte de perguntas para fazer. Muito que eu queria saber. E, pelo visto, no final, eu não saberia de nada.

————————————

Minha primeira noite em Londres se resumiu em choro e passar mal. Eu bem que tentei me afogar em bourbon, tinha achado uma garrafa que tínhamos escondido por aqui, mas nem isso eu consegui, bastou o primeiro gole e tive que correr para o banheiro.

A pior coisa disso tudo, eu não tinha ninguém para culpar a não ser eu mesma.

A essa altura Jethro já teria lido a carta, Kelly já estava sabendo. Eu tinha arruinado tudo.

Na falta do sono e de uma companhia, resolvi arrumar o que tinha.

Eram só minhas roupas, mais impessoal impossível seria a minha nova casa.

Eu não poderia passar muito tempo aqui dentro, ou eu enlouqueceria com as lembranças, o resultado? Minha única opção seria eu me enterrar no trabalho.

Depois da primeira semana as coisas melhorariam. Eu tinha certeza.

A quem eu achava que estava enganando?

———————-

Ouvi papai andando pela casa, eu sei o quão ruim pode ser o tal do jetlag e combinado com um fuso diferente, qualquer um perde o sono. Porém, eu sabia que não era isso que afetava o meu pai.

Pode parecer até maluco, porém, eu acho que eu o entendia. Tentamos conversar durante o jantar, ele me levou para jantar fora, mesmo estando morto de cansado, todavia não deu certo. Ele mal falou quatro frases sobre o que aconteceu.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

“Ela ficou.”

“Não, não me disse para onde ia.”

E para a minha pergunta mais pessoal:

— Papai, o que o senhor fez com ela? O que o senhor disse?

Ele teve a mais estranhas das respostas.

— Eu não sei, Kelly. Ela não falou nada.

— Como a Jen não disse nada! Ela sempre tem algo a dizer!! - Protestei.

— Ela deixou uma carta. Junto com o casaco que eu dei.

— Ela fez isso e virou as costas? Nem se despediu? - Eu estava muito brava com isso agora.

— Sim.

— E onde está essa carta, pai? Eu quero ler!! - Demandei.

— Você não vai ler nada!

— Eu preciso saber!! Eu preciso de um motivo! Que motivo ela deu?

— Eu não sei. Jen falou sobre um monte de coisas. Eu ainda não ... - ele parou e encerrou o assunto.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

E eu fiquei na dúvida, ele não tinha terminado a carta ou não tinha entendido os motivos de Jen.?

Porque ali tinha que ter um motivo. E um bem convincente.

E foi assim que nosso jantar acabou.

Assim que voltamos para casa não tínhamos mais nada o que fazer, eu tinha mais algumas atualizações para dar a ele. Porém, nessa noite, tudo poderia esperar. Tudo tinha que esperar. Meu pai tinha voltado, mas não completamente.

E vê-lo assim estava me consumindo! Eu estava começando a pensar que Shepard tinha que ouvir algo de alguém.

Meu pai não iria atrás dela. No fundo eu acho que ele deveria, contudo não sei o que era pior, ficar aqui sem uma explicação ou ir atrás e dar de cara na porta.

Nem tinha percebido que toda essa reflexão tinha me feito chorar.

Olhei para a minha estante, lá, em destaque, estava o álbum com as fotos de Londres e Paris.

Corri para o móvel e tirei o álbum de lá. Ponderei onde colocá-lo. Eu não queria ver a foto de uma pessoa que tinha magoado tanto o meu pai, que tinha magoado a mim.

Coloquei o álbum e todas as fotos que ainda não estavam lá dentro de um saco preto, e as levei para o porão, lá tem um canto onde a gente sempre encosta as coisas que não queremos mais, mas que temos medo de jogar fora.

Quando desço, dei de cara com papai.

— Não está tarde para o senhor trabalhar, não? Ainda mais depois que chegou de um voo tão longo. – Comecei preocupada.

Ele apenas me deu um aceno negativo com sua cabeça e continuou. O que estava fazendo.

— Uhn.... projeto novo? - Olhei para o que ele estava pensando em fazer.

— Mais ou menos.

— Isso é um barco! - Olhei por sobre os ombros dele e vi o que ele estava planejando.

— Sim. É um barco.

— Mas que tipo de barco? O senhor sabe que para mim todos são iguais!

— É um veleiro.

— Por que um barco que não tem motor? - minha curiosidade se inflamou.

— Sem motivos. Só quis mudar.

Mudanças são bem-vindas, pensei.

— Bem, se o senhor pensa assim, vou te deixar trabalhar! Não fique até tarde. Jetlag não pega leve! - pisquei pra ele como se eu fosse a pessoa mais entendida do assunto. Papai só me olhou como se me perguntasse se eu estava realmente falando sério.

— Vai por mim! - Eu continuei. - Fui eu e não o senhor quem trocou de fuso em menos de dois meses por DUAS vezes! Eu sei sobre o que estou falando!

— Já está tarde e amanhã você ainda tem aula, vá dormir, Kelly.

— Eu me virei muito bem nesses últimos dezoito meses, pai, não precisa ficar preocupado.

— Falando em se virar, onde está a sua avó? - Papai me perguntou depois de quase meio dia já ao meu lado.

— Deu no pé logo de manhã. Gosta tanto do senhor que nem suportou a ideia de dividir o ar da mesma cidade com você! - Eu brinquei.

— Cuidado, Kelly. Isso se chama sogra!

Arregalei meus olhos! Sério que ele iria entrar nesse assunto agora?

— É, bem, melhor eu ir dormir mesmo! Boa noite, pai! E bem-vindo de volta!! - Saí pela tangente.

— Covarde. - Ele disse rindo. O primeiro sorriso desde que voltou.

— É, eu sou! – Admiti. - Mas isso pode ficar para outra hora!!

— Quando, Kelly?

— Quando eu achar que está na hora do senhor conhecer o Henry pessoalmente? – Tentei jogar verde.

A resposta, um grunhido.

— Ou não. Quem sabe daqui uns dez anos-luz, né? Ainda é cedo...

Neste final de semana.— Papai foi tão categórico que não tive como barganhar.

— Sim, senhor. Eu vou falar para o Henry.

— Boa noite, filha. - Papai me deu um beijo na testa e me empurrou escada acima. - Espero que Henry tenha um colete à prova de balas no guarda-roupa dele. - Foi a última coisa que ouvi antes de sair do alcance da voz de papai.

Eu estava muito encrencada. Tinha contado com a presença da Jen para amenizar as coisas quando esse encontro acontecesse. Agora eu vou ter encarar isso sozinha. E eu não faço a menor ideia de como sobreviver ao próximo final de semana!!!


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Notas finais do capítulo

Não, esse não é o final da fic. é apenas uma troca de fases.
e sim, Gibbs vai construir um veleiro, igual na série, e eu sempre me perguntei se essa escolha de barco tinha alguma coisa a ver com a fuga deles. Na série eu não sei, mas aqui tem!
Kelly passará a ser muito mais presente do que Gibbs agora. Afinal, ela é muito mais perceptiva do que aparenta.
Tem surpresa chegando no próximo capítulo.
E eu prometo, não vou levar outros 40 capítulos para resolver as coisas, ou talvez vou, vai saber o que minha mente vai querer acrescentar agora.
E sim, nessa Segunda Fase da Fic vão começar a aparecer os personagens da Série. A equipe de Gibbs será apresentada pela Kelly. E Jenny vai ter que lidar com as consequências de sua carta.
Eu agradeço de coração quem acompanhou até aqui, agradeço a cada um que dedicou um pouquinho do seu tempo para ler a minha fic e para aqueles que comentaram também.
Muito obrigada!!
Até a próxima semana com a continuação.
xoxo



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