Não Tão Estranha Assim escrita por Débora SSilva


Capítulo 2
Capítulo 1- Estranha?




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Capítulo 1
Estranha?
Max Jerson

 

É engraçado o que você pode aprender quando se morava no Queens, um dos cinco distritos de New York, tendo uma mãe que sempre esquecia a chave e vendo seus próprios vizinhos testarem técnicas nas portas de outros. Abrir uma porta com um grampo.

Simplesmente virou um hábito ruim ter sempre um no bolso da calça mesmo nunca precisando. E eu realmente acreditava que nunca precisaria, porém a vida é cheia de surpresas e quando eu fui notar a porta já soltava um estranho rangido com o leve empurrão que havia dado.

A luz do pequeno teto da varanda onde estou ilumina o tapete da frente que nos presentei com uma alegre boas vindas pelo uso eufórico de muitos pontos de exclamação. É inevitável que um canto de meus lábios suba em um ensaio de um leve sorriso.

Não sei ao certo como aceitei ou o porquê. Talvez estivesse mesmo na hora de arranjar um emprego para ocupar todo o tempo que me sobra. Ou fora o olhar acusador da irmã mais nova de Jake que me impulsionara a fazer uma estupidez.

Caminho pela madeira adentrando a casa e com as costas do pé empurrei a porta, a fechando com um barulho. Observo a sala de estar a minha direta que é espaçosa, mas em nada luxuosa. O sofá é simples e pequeno, mas arregrado de pequenas mesas e estantes com portas retratos e o que parecem ser prêmios escolares.

Ainda a minha frente percebo um corredor e só consigo ver da onde estou, a porta de entrada, um mesa redonda com um tipo de cesta de frutas em a enfeitando. A esquerda desse corredor uma escada estreita se faz presente e é por lá que eu subo para o segundo andar da casa.

O corredor no segundo andar já é um pouco mais espaçoso, porém direto, de via única. Vejo que são três portas e um alçapão no teto. Ando até o final do corredor, lendo as placas personalizadas que me fazem rir com sua criatividade, eles vão de donos da casa, filha dos donos a latrina moderna.

Decido que a escolha certa é a porta da filha dos donos. A luz está apagada como Jake havia informado. Coloco as mãos na parede ao lado da porta e consigo facilmente achar o interruptor que logo aperto no botão que acende a luz.

Estou tentando detectar o que de tão diferente a tal dona desse quarto tem para em cada adolescente que esbarrei desde que cheguei na cidade tenha a apelidado carinhosamente de estranha. As paredes são revestidas por pôsteres de antigas bandas adolescente que foram modinhas há alguns anos e com algumas que nem nunca ouvi falar. Outra boa parte das paredes também carregam imagens de pessoas asiáticas, talvez uma fanática por cultura asiática.  Mas, ainda sim, não consigo reparar no motivo do apelido.

Esqueço tudo isso e vou a procura do que vim buscar, um maldito e imprestável lápis rosa começando por abrir as gavetas da escrivaninha que está em frente a porta apenas algumas passos de distancia.

Tento me lembrar novamente o motivo de eu estar no quarto de uma desconhecida tento achar um inútil lápis para outro desconhecido, contudo não consigo entender pois nem adrenalina assovia em meus ouvidos ou corre por minhas veias. Algo natural e idiota está acontecendo e eu só consigo me dar conta agora.

Manipulação é realmente uma merda!

Fecho a gaveta que estou mexendo com força e devolvo as minhas mãos para minha nuca, as entrelaçando e termino por rir de meu derradeiro e triste fim. Sua vida só se bagunça se você mesmo é o bagunceiro, ainda consigo ouvir meu pai falando e eu sorrio mais ainda por conseguir lembrar perfeitamente do som de sua voz.

 Levanto a cabeça para o teto e suspiro alto. Nesse movimento consigo reparar algo pela visão periférica, algo de cor caramelada com manchas marrons talvez.  Viro minha cabeça para minha direita e a confirmação das cores é fatal tanto para minha vida quanto para minha sanidade.

Uma cabeça forrada com pelos caramelados, focinho longo e orelhas para cima forma o cachorro que olha atentamente para mim. Ele não pisca como também não ouso me mexer nem um milímetro. Por ele ainda estar sentado sobre as patas dianteiras já fico contento, pois ainda não veio para cima de mim. Então, ainda sem mexer nenhum músculo visível, apenas os olhos, vejo uma porta há mais no canto do cômodo.

Let me hear u say ayyy — começo a ouvir uma voz feminina a todo pulmões gritar por trás da porta entreaberta — Skyway!

Na última palavra uma menina de estatura mediana aparece pulando e rodando, segurando uma toalha branca que bagunça seus cabelos, no quarto depois de atravessar a porta. Ela me observa com seus olhos grandes por trás de grossas lentes dos óculos que quase ocupam metade de seu rosto. O cachorro ainda não desviou o olhar de mim e isso me preocupa.

— Sun Hee — a menina a minha frente pronuncia essas palavras que em nada me ajudam, a saber, se estou para morrer ou não, mas então finalmente sentencia: —, pega!

E foi a única palavra necessária para toda a adrenalina que faltara em meu dia vir à tona de uma só vez.


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Notas finais do capítulo

Nota do autor: Olá, amores e bem vindos a nova versão do livro "Não tão estranha assim". Tô escrevendo com muito carinho e amor para vocês. E para quem é novo por aqui, é um prazer recebê-los! Espero que já tenham gostado do Max tanto quanto eu gosto. Espero essa semana poder postar mais um capítulo para vocês. Um beijo e até...



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