Happier - Romanogers escrita por Little Lili


Capítulo 1
Happier


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Sei que muita gente deve me odiar porque simplesmente sumi sem deixar avisos da outra fanfic Romanogers e muita gente deve desejar a minha morte, mas venho aqui com o meu melhor sorriso amarelo e um pedido de desculpas sincero pedir para que vocês me deem mais essa chance e apreciem um punhado de palavras que consegui colocar aqui para exibir todo o meu apoio e carinho por esse ship.
Lembro desde já que amo cada um de vocês!
Beijos de chocolate!
??” Little Lili.



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  A neve que caía sobre as ruas de Washington me parecia algo surreal e fantástico, visto que demorei algum tempo para sair de casa. Meus cigarros e minha garrafa de vodca me pareciam mais atrativos que o frio de um inverno rigoroso que se instalou na cidade. 

  Continuei minha "caminhada forçada" de cabeça baixa, tentando controlar a vontade imensa que sentia de voltar para o conforto das cobertas de minha cama. Não. As duas coisas irritantes que tenho como amigas não me perdoariam por isso. Maria Hill e Wanda Maximoff podem ser bem insistentes quando querem. Conseguiram me tirar do meu maravilhoso sofá depois de dois meses de reclamações e chantagens da parte delas.

  Não me sentia pronta para sair... Não sabendo que o perdi. E, pior ainda, sabendo que a culpa foi minha. Então, por mais que eu queira odiá-lo por ir embora e me deixar assim, à deriva, sei que ele não é o culpado. Por ironia do destino, meus pés me direcionaram para a frente do restaurante italiano que eu conhecia tão bem... O restaurante ao qual fomos em alguns de nossos diversos encontros inesquecíveis. 

 

*****Flashback*****

 

 "O cheiro do molho de tomate e o barulho de talheres batendo contra a porcelana do prato, misturado ao falatório de, aparentemente, dezenas de pessoas eram as únicas coisas que eu podia distinguir, uma vez que meus olhos estavam cobertos por uma venda. Uma mão forte segurava a minha, me guiando por um caminho que eu não conhecia.

  _ Steve Grant Rogers, agora já posso saber aonde estamos indo!?_ Disse depois de soltar um suspiro frustrado. Maldita foi a hora que eu deixei que o idiota do meu noivo me vendasse e me arrastasse para um encontro completamente planejado por ele, sem ter uma informação do local onde íamos.

  _ Calma, Tasha, já estamos chegando. Aguarde um instante, sim?_ O tal do meu noivo idiota respondeu. E só por ouvir sua voz soube que ele prendia o riso. Desgraçado.

  Seguimos por mais alguns segundos, até que o soldado soltasse a minha mão. Pude sentir sua respiração contra meu pescoço, e, no minuto seguinte, a venda foi desamarrada e retirada de meu rosto.

  _ Espero que goste, futura senhora Rogers! _ Sua voz sussurrou ao pé de meu ouvido.

  Maravilhada. Foi assim que eu fiquei ao abrir os olhos. Lustres enormes e delicados pendiam do teto. Paredes com tonalidades entre branco e vermelho continham vários quadros e espelhos. Janelas que iam do chão ao teto. Era um lindo restaurante. Só não era mais lindo que os olhos brilhantes de certo soldado quando virei-me para encará-lo, completamente admirada e impressionada com a escolha do local de nosso encontro.

  _ Você gostou? _ Pude notar certa insegurança no tom de sua voz. Insegurança essa que foi embora ao notar o sorriso que dançava em meus lábios.

  _ Eu amei! Droga, Rogers, você foi capaz de deixar a Viúva Negra sem palavras.

  Enlacei meus braços em seu pescoço e o puxei para um beijo casto, enquanto suas mãos iam involuntariamente para minha cintura. Era perfeito. Tinha que ser, afinal, ele estava ao meu lado."

 

  O meu estado de torpor foi interrompido por uma risada que meus ouvidos já conheciam há muito. Fechei os olhos, pensando se tratar de algum tipo de alucinação, uma peça que meu próprio cérebro quis pregar. Entretanto, a medida que a risada se aproximava de onde eu estava, fui notando que não era uma alucinação. Ele estava mesmo lá.

  Virei-me para poder observá-lo e preferi não ter o feito. Ele estava lá, em toda sua glória, olhos azuis, mais brilhantes que estrelas, barba por fazer, daquele jeito charmoso que só ele consegue ter, braços dados com outra. Senti meu coração parar gradativamente de bater.

  Ele ria, aparentemente, feliz por estar ao lado dela. É, ele parece mais feliz com ela. E pelo jeito que ela o olha ela está apaixonada por ele. Fico apreensiva por pensar que, talvez, ele também esteja apaixonado por ela. Por mais egoísta que pudesse ser, desejei que ele não a amasse, que estivesse apenas tentando me esquecer.

  Porém, a minha mente, atualmente tão cruel, fez a "enorme gentileza" de me lembrar de que eu, e mais ninguém, fui a responsável por isso estar acontecendo. Provavelmente, ninguém foi capaz de machucá-lo tanto quanto eu fui. Ele merece alguém melhor, alguém que seja digno de seu coração de ouro. Ou, pelo menos, era isso que eu tentava me convencer, pois no fundo eu sabia que ninguém no mundo o amaria tanto quanto eu o amo, não importa o quê.

  Gostaria de poder voltar ao passado e poder mudar diversas coisas, o que fosse necessário para que ele não fosse embora...

 

***** Flashback*****

 

  Cheguei em casa por volta das três da manhã, depois de ter aguentado Fury despejando documentos e mais documentos em minha mesa. Detestava a parte burocrática do meu trabalho. 

  Assim que abri a porta, me deparei com balões, doces e o resto de um bolo e uma enorme faixa, onde estava escrito " Feliz Aniversário, Capitão". Droga! Eu havia esquecido do aniversário do meu próprio noivo. Apesar de ter tido que viajar para a Escócia por duas semanas em uma missão, pensei que chegaria a tempo da festa que os meninos estavam programando. Havia pisado na bola dessa vez.

  Estanquei no meio da sala de estar de nosso apartamento, imersa em pensamentos. Todos eles voltados para diferentes formas de conseguir o seu perdão. Sabia que, apesar de ele lutar para que a sua raiva não transparecesse, ele deveria estar bastante magoado comigo. Era seu aniversário, poxa! E eu sou sua noiva. Passados alguns minutos, resolvi dar um basta nesta situação ainda naquele dia. Eu sou Natasha Romanoff, eu não espero o dia amanhecer para resolver meus problemas.

  Fui em direção ao nosso quarto, e o vi. Estava ressonando baixinho, coberto pelos lençóis. Me aproximei dele, retirando minhas botas de cano alto no processo. Uma vez que eu estava ao lado da cama, me abaixei ao seu lado, acariciando seu rosto. Espalhei beijos por suas bochechas, têmporas e lábios. Ser carinhosa (coisa que eu, comumente, não era) era o mínimo que eu poderia fazer.

  Ele despertou vagarosamente e fez com que eu enxergasse o par de olhos azuis mais lindos da face da Terra. Após bocejar, ele sorri para mim, mas eu percebo se tratar de um sorriso forçado. Agora seria o momento em que eu pediria desculpas.  Entretanto, antes que eu pudesse abrir a boca para fazer meu discurso, que exaltaria o quanto eu o amava, ele alargou o sorriso (sendo, desta vez, um verdadeiro) e disse:

  _ Está tudo bem, Tasha. Eu te amo.

  Ele parece ter compreendido. Eu, definitivamente, não mereço esse homem.

 

  Se eu pudesse voltar no tempo, no dia quatro de julho de 2017, eu teria dito ao Fury que estava me dando uma folga, ficaria o dia todo em casa, seria eu a organizar sua festa. Seria eu a primeira a lhe desejar "feliz aniversário". Seria eu que passaria a tarde e a noite ao seu lado, fazendo questão de lembrá-lo o quanto eu o amo. 

  Se eu pudesse voltar no tempo, juro que teria feito diferente.

 

  *****Flashback*****

 

  Três semanas. Eu estava sem vê-lo há três semanas. Fui mandada, pela SHIELD para mais uma missão suicida na Alemanha. Mal pude falar com ele durante esse tempo em que estive longe, além do sigilo da missão, ainda contava com fuso horário como obstáculo. 

  Eu estava com saudades. Então, Steve reservou uma mesa naquele nosso restaurante italiano de sempre. Eu deveria encontrá-lo lá assim que chegasse na cidade, daqui a uma hora. Porém, o destino, que parece estar sempre brincando comigo, fez com que esse jantar não acontecesse. Assim que pus meus pés no aeroporta-aviões, Coulson estava no meu encalço, com sua costumeira feição de que havia muito trabalho a ser feito.

  Antes que eu pudesse protestar, fui colocada em mais um avião, em direção a outra missão, dessa vez, para a Turquia. Tudo o que pude fazer foi exigir dez minutos para poder ligar para o meu noivo "mega pontual", que, a esta hora, já estaria sentado me esperando. Culpa me atingiu como um soco na boca do estômago. Lá estava eu, magoando-o mais uma vez. O celular chamou duas vezes, até que ele atendeu. 

  _ Amor? _ O chamei, respirando fundo por ter de lhe dar essa notícia.

  _ Tasha? Cadê você? Já está vindo? Você está bem? Como foi a viagem? Cuidado com o engarrafamento na rua...

  _ Steve, me deixe falar! _ Interrompi o seu interrogatório costumeiro.

  Ele permaneceu em silêncio, o que me fez prosseguir.

  _ Phill me mandou para a Turquia por uma semana. Será que poderíamos adiar nosso jantar de hoje? Por favor. Me desculpe, você não faz ideia do quanto eu sinto sua falta.

  Praticamente, cuspi as palavras, de tão rápido que as proferi.

  _ Ah... Você vai cancelar nosso jantar pela terceira vez em dois meses? Não tem como outra pessoa ir no seu lugar? A SHIELD tem tantos agentes competentes...

  Consegui ouvir o barulho do meu coração se partindo quando escutei suas palavras. Tamanha era a dor que eu sentia ao saber que estava o decepcionando mais uma vez. Novamente, coloquei trabalho acima da pessoa mais importante da minha vida. 

  O piloto veio me chamar alegando que o avião estava pronto para decolar, ele pediu para que eu me apressasse. E assim eu o fiz. 

  _ Ste, me desculpe. Eu juro que não tive a intenção... Agora, eu tenho que ir, estão me chamando. Mas saiba que eu te amo, você é a melhor parte de quem eu sou. Tenho que desligar. Até mais, capitão Rogers! 

  E, unindo o máximo de frieza que eu tinha, encerrei a chamada, não dando a ele chance para me responder. Fui uma estúpida mais uma vez. Eu, de fato, não o merecia.

 

  Se eu pudesse voltar ao passado, teria mandado Coulson se ferrar. Teria ido ao estacionamento da SHIELD, pegado meu carro, ignorado todos os que tentariam iniciar uma conversa, me dar mais serviços ou me atrasar para o meu maravilhoso encontro com o meu maravilhoso noivo. Eu teria sido a pessoa que ele merecia que eu fosse.

  Se eu pudesse voltar no tempo, juro que teria feito diferente.

 

*****Flashback*****

 

  As ruas de Amsterdã estavam cobertas por uma camada de folhas, as árvores denunciavam o outono iminente. Eram, sem sombra de dúvidas, férias mágicas. Caminhava de braços dados com o loiro de olhos azuis apaixonantes. Ele falava alguma coisa sobre o frio daquela região, mas eu não estava prestando muita atenção ao que ele dizia. Meus olhos se fixaram em cada movimento que ele fazia. 

  Uma pessoa não deveria nunca poder ser assim tão encantadora. Seus olhos azuis estavam impressionados com a beleza do parque onde estávamos. Suas sobrancelhas se franziam vez ou outra a medida que ele avançava em seu discurso. As rugas de preocupação que apareciam ao lado de seus olhos haviam sumido, dando lugar a uma pessoa tranquila. Seus lábios se abriam em um sorriso que poderia ser percebido mesmo quando ele estava falando. Steve Rogers estava feliz. Me senti única no mundo ao me dar conta de que parte dessa felicidade foi minha responsabilidade. 

  _ Romanoff, você está prestando atenção? 

  O loiro perguntou, com uma expressão divertida em seu rosto. Eu sorri com a língua entre os dentes. 

  _ Absolutamente, não. Mas não é minha culpa se você é tão lindo, a sua beleza me distrai. A culpa é sua por ser assim! 

  Ambos caímos na gargalhada. Ele levou um de seus braços para os meus ombros, me abraçando de lado. Me senti protegida ali. Se dependesse de mim, não sairia dali nunca. Entretanto, como nada nunca é exatamente como queremos, após alguns minutos de caminhada, o meu celular tocou no bolso da calça jeans que eu vestia. 

  Me soltei do meio abraço, pegando o celular. Olhei para Steve antes de atender, como se pedisse desculpas com o olhar. Ele sorriu, compreensivo, o que me fez atender. 

  _ Agente Romanoff, a senhorita tem duas horas para estar no aeroporto. Vamos enviá-la para Budapeste, na Hungria. Explico melhor sobre a missão no caminho. Até mais.

  Nick Fury é, com certeza, um desgraçado! Conseguiu arruinar as minhas férias perfeitas e desligou o maldito aparelho celular antes que eu pudesse falar alguma coisa. Cretino! 

  _ E, então, Nat? Quem era? E o que queria?

  Encarei o homem na minha frente, sem coragem o suficiente para dizer o que iria acontecer, ou melhor, o que eu faria. Respirei fundo, soltando um suspiro cansado. Estava de fato cansada de estar sempre o machucando. 

  _ Eu vou ter que ir embora...

  Olhei para baixo, com medo do que poderia encontrar em seu olhar caso levantasse a cabeça. Estava sendo difícil manter um relacionamento saudável  tendo o peso desse trabalho nas costas. Me sentia sempre em dívida com Steve. Talvez, eu realmente estivesse.

  _ Eu não acredito que estou ouvindo isso. São as nossas férias. Planejamos cada detalhe. Pesquisamos sobre cada ponto turístico. Era para ser apenas eu e você. Sem SHIELD ou Vingadores. Apenas Steve e Natasha. Por que nunca pode ser assim?

  A dor e a decepção que suas palavras transmitiam eram enormes. Ele não estava com raiva, não estava zangado, Steve estava magoado, estava triste. Eu o fiz triste. A culpa era toda minha. Mas era o meu trabalho... O que eu poderia fazer?

  _ Sinto muito, Ste! De verdade. Gostaria de poder ficar, mas...

  _ Mas você não pode, o dever te chama. E você, mais uma vez, vai fazer o seu trabalho, vai ser a Viúva Negra que você nasceu  pra ser. Pode ir. Vá! Mas não espere que eu esteja aqui quando você quiser voltar, porque eu não vou estar. Cansei de estar...

  Tentei tocar o seu braço, mas ele não permitiu. Se afastou de mim e olhou para o outro lado, quase como se eu não estivesse ali.

Talvez eu merecesse tamanha frieza.

Talvez não.

Sim, eu definitivamente merecia.

Abaixei a cabeça, sussurrei um último " eu te amo" e saí andando. A tristeza me consumindo por inteiro. 

 

  Se eu pudesse voltar no tempo, arremessaria o telefone no lago, continuaria o passeio com o amor da minha vida, me sentindo em paz por estar onde eu sei que devo estar. Não importa o quanto eu ame o meu trabalho, a sensação de estar ao seu lado é mil vezes melhor. 

  Se eu pudesse voltar no tempo, juro que teria feito diferente.

  As risadas cessaram e pude ver quando um manobrista entregou a ele as chaves de seu carro. Vi como ele abriu a porta para ela, que sorriu por seu cavalheirismo. Ele caminhou para o outro lado e sentou-se ao lado dela. Menos de um minuto depois, o carro partia rua abaixo, o afastando de mim uma vez mais. 

  Senti falta de ser o motivo do seu sorriso, de ouvir "eu te amo" sair por sua boca, de ser envolvida por seus braços protetores, de sentir a intensidade de seu sentimento emanando de seu olhar, de tê-lo para mim, tê-lo por inteiro. Senti saudades dele. Sabia que, sem o Capitão América, a minha vida não passaria de um borrão, eu estaria apenas sobrevivendo. Eternamente remoendo os arrependimentos do passado, desejando mais que tudo poder mudá-lo. 

  Foi então que eu resolvi. Não mudaria o passado, mas, quem sabe, ainda existam chances de que eu possa consertar o presente e construir um futuro. 

  _ Steve Rogers, eu vou lutar por você, eu prometo!


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, você mora no meu coração!

"Obrigada por tudo e desculpa qualquer coisa!"

Beijos de chocolate!
??” Little Lili.