Um passado esquecido escrita por Melissa Salvatore


Capítulo 1
O dia que tudo começou




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13 de julho de 1867

            Finalmente estávamos na fazenda de minha família, em Atlanta, por duas semanas estaríamos longe da cidade, de férias, isso parecia um presente dos céus para mim, especialmente porque estaríamos longe de todos os olhos julgadores da alta sociedade, a qual fazemos parte, já que meu pai e um conceituado medico em New York, e principalmente porque está sociedade espera que eu, filha do meio solteira, se comporte como uma verdadeira dama, o que inclui não pensar, não querer nada e nem ter opiniões, em resumo ser só um rostinho bonito que concorda com tudo que lhe e dito mesmo que seja uma coisa absurda.

            Somos em seis, minha mãe, Miranda, que é muito atenciosa, dócil e carinhosa, meu pai Clarkson, que é rígido, amável porém não sabe demostrar muito bem esse lado, e muito protetor, minha irmã mais velha que já é casada há dois anos com Jasper e que é uma perfeita dama aos olhos de todos, Katherine, Meu irmão um ano mais velho que eu, Marcos, ele é engraçado, muito educado e sabe lidar muito bem com qualquer situação, eu, Elena com 17 anos, e por fim minha irmã com apenas cinco anos, May, a qual é a princesinha de casa, todos, absolutamente todos se encantam por ela instantaneamente.

            Nesse exato momento cada um tinha ido fazer alguma coisa especifica, como por exemplo: meu pai tinha ido direto pro escritório ver algumas papeladas de pacientes, ele e muito dedicado ao trabalho, já Marcos tinha ido para quarto afim de descansar antes do jantar, minha mãe tinha ido falar com as criadas a respeito do que seria feito pro jantar e da rotina que se seguiria pelas próximas duas semanas, já May tinha ido pra cozinha com uma criada que sempre cuidava dela e de mim, Bonnie, com a intenção de comer um bolo de chocolate feito especialmente pra ela, eu, porém não esperei um minuto pra ir correndo para o arras que temos.

            Quando que entrei no arras procurei por meu cavalo, Tornado, ele possui uma cor preta azulada e que brilha à medida que a luz bate em seu corpo, logo que o achei fiquei feliz pois vi que ele estava bem cuidado, ele tinha sido um presente de meu pai no meu aniversário de 15 anos. Quando o montei, e sai cavalgando pela fazenda e senti o vento bater em meu rosto, me senti livre, completamente livre, porque apesar de estar longe de toda a pressão da sociedade, ainda existe a pressão e expectativa que minha família faz sobre mim, o que torna tudo mais difícil de suportar porque apesar de não concordar com o que é ser uma dama, eu tanto ser uma porque não quero decepcionar os meus pais, quero mostrar que dou valor a tudo que eles sacrificaram e fizeram pra eu ser quem sou hoje, em tão tudo que faço tem um peso enorme no fim do dia, porém ali cavalgando com Tornado , nada disso importava, não existia a sociedade e seus olhares, não existia a obrigação de ser uma dama perfeita, não havia etiquetas que eu tinha que seguir, só existia eu e Tornado, por uns poucos momento me sentia eu mesma!

            Porém dessa vez esse momento acabou rápido demais, no instante em que ouvi Bonnie me chamar e parecia que já fazia aquilo a muito tempo, pois estava com a voz um pouco angustiada:

            - Senhorita Elena, venha sua irmã acabou de chegar e sua mãe quer todos aqui pra recebê-la, vamos venha senhorita Elena, por favor!

            Meio contrariada e aborrecida por ter que acabar o meu passeio antes do esperado fui, ao menos era por uma boa causa ver minha irmã, que já fazia 3 meses que não a víamos, e que só estava chegando agora por causa de Jasper, que era advogado e tinha uma última audiência a fazer antes de vim para cá. Assim que deixei Tornado no arras com um criado, que era o cuidador dos cavalos, corri para casa e quando entrei na sala onde todos já estavam lá inclusive Katherine com Jasper, assim que me viram, meu pai me olhou com repreensão pairando em seus olhos, minha mãe prestava atenção demais na conversa que estava tendo com Jasper assim como Marcos fazia, já Katherine tinha um largo sorriso em seu rosto e estava com May no colo, assim que a vi fui correndo para abraça-la que também ao me ver pôs May no chão, sem me importar com que meu pai pensaria dessa minha atitude, afinal era minha irmã que estava lá e eu estava morta de saudades dela, éramos muito ligadas antes dela casar, apesar de ela ser 4 anos mais velha que eu.

            - Katherine, quanto tempo, estava já pensando que tinha nos esquecidos! - Falei enquanto a abraçava - Nem mesmo para fazer uma visita!!!

            - A Elena você sabe que seu pudesse ia todos os dias lá pra ver vocês, não sabe como fiquei com saudades durante esses três meses!  - Ela falou mais com um ar de seriedade do que de brincadeira. Será que estava acontecendo algo que ela não queria nos contar, será que ela estava magoado ou triste com o casamento, mas ela não amava Jasper como dizia? Mas antes que eu pudesse me perder nos meus pensamentos ela continuou - Mas agora temos essas duas semana pra por todas as novidades em dia, certo?

            E com um certo entusiasmo eu respondi – Claro mana!

             Logo depois de todos darem as boas vindas pra Katherine e Jasper, cada um voltou a fazer o que já estava fazendo com algumas mudanças, minha mãe e Katherine foram pra o quarto onde, ela e Jasper ficariam durante a estadia aqui, meu pai, Marcos e Jasper foram para o escritório, aparentemente queriam privacidade assim como minha mãe e Katherine, já May voltou a brincar com uma das criadas, enquanto Bonnie limpava a cozinha da sujeira que May fizera com o bolo de chocolate, e eu fui para varanda da casa, onde me sentei em um pequeno sofá, já podia sentir os raios do pôr sol e fria brisa do interior, fechei os meu olhos com a intenção de aproveitar aquele momento ao máximo, porém fui interrompida com o barulho de um carruagem chegando e a porta sendo aberta por Bonnie, que falava suavemente com o provável senhor que estava em pé em frente a porta, e afim de descobrir o que era abri os olhos e prestei atenção enquanto Bonnie recebia o senhor.

            - Boa tarde senhor, o que deseja? - Perguntava Bonnie com uma enorme simpatia e doçura na voz, porem o senhor parecia estar apresado pelo jeito que fala, pois nem consegui entender o que ele dissera a Bonnie que assim que o ouviu saiu a procura de meu pai, e voltou instantes depois com ele ao seu lado – Senhor Gilbert esse moço disse que quer falar com o senhor e que o assunto e muito importante.

            Meu pai prontamente respondeu na direção de Bonnie- Pois bem Bonnie, pode deixar que eu assumo daqui pra frente. - assim que ela ouvi aquelas palavras voltou para seus afazeres na cozinha, e meu pai continuou falando mas dessa vez voltado pra o senhor na porta- Então o queres falar comigo, para vir aqui em minha fazenda a essa hora do dia e pedir para que minha criada me chame tão apressadamente?

            O moço logo respondeu-Me perdoe pelo incomodo, mas a família Salvatore me enviou pra chamar o senhor e sua família para um jantar na casa deles essa noite, assim que souberam que o senhor e sua família estavam por essas terras decidiram que queriam ser os primeiros a dar as boas-vindas. - Então o moço era apenas um mensageiro de uma família que queria nos dar as boas–vindas em um jantar essa noite, isso explicava o porquê dele estar tão apressado. Porém não sabia bem qual seria a reação de meu pai, pois o motivo daquela viagem era passar um tempo apenas em família sem trabalho e todo o resto que tínhamos em New York.

            Meu pai com um certo entusiasmo na voz respondeu- Diga que vamos e que ficamos muito felizes com o convite e que chegaremos as oito. - O que tinha essa família de tão importante pra meu pai ficar tão entusiasmado com o convite e responde-lo sem falar com minha mãe? Será que era uma das famílias importantes de New York que ele tanto falava?

            Mas assim que o moço se foi meu pai tratou de falar com minha mãe, esta que chamou Bonnie e outra empregada pra ajudar a me arrumar, e que avisou a todos com uma euforia descomunal!

            Assim que foi para o meu quarto afim de me arrumar, mas nem um pouco alegre por isso, a banheira já estava pronto para mim, depois de me banhar e Bonnie e a outra crida colocar um vestido muito bonito em mim, ele era preto com brilhantes em todo o corpete, porem na saia o tecido era preto com um textura aveluda, o que eu achava que era um pouco demais para a ocasião, porem quando desci todos falaram que eu estava simplesmente estonteante. Assim que subimos na carruagem e partimos em direção a fazenda dos Salvatore me perguntei o porquê de todos estarem tão alegres para apenas um jantar?


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