The Boy Who Have a Record...

“Why you don’t clean YOUR room, mom?

I don’t like your BOYFRIEND, mom...”

Os olhos brilhantes e um sorriso com covinhas, escondiam mais do que qualquer um pode pensar. Foi o que Oskar aprendeu depois de usá-los inúmeras vezes com a mãe, principalmente após mostrar-lhe uma nova composição.

‘Isso não faz o menor sentido...’

‘Poesia faz sentido pra quem sabe escutar, mãe’ E logo saia porta a fora, com seu teclado verde no pescoço e uma mochila velha nas costas.

Suas letras sem sentido fazem história apenas se ele quiser soltar de seus lábios selados. Oskar era um garoto de manias, não de delatos, apesar de seu instrumento dizer tantas coisas presas no coração travado de um jovem adolescente... Como quando o atual marido de sua mãe; na época, namorado; descobriu sobre sua bissexualidade, e tratou-o com palavras doces sobre carinho e ternura, levando-o para seu lugar seguro, e forçando-o a fazer coisas que ele nem mesmo havia descoberto sobre si mesmo.

Apesar dos 15 anos e meio, ele ainda era baixo e franzino, com braços raquíticos de uma criança frágil. Não podia se afastar das investidas do “padrasto” quando viviam sob o mesmo teto e dividiam a comida, ligados por uma única mulher que apesar de ter uma visão sadia, parecia não enxergar o que acontecia debaixo de seus olhos...

Ele odiava a escola em silêncio, já não confiava em adultos... Odiava os estudantes, também em silêncio, por que odiava aqueles risinhos de quem tinha a vida perfeita, o silêncio sepulcral quando entrava no corredor principal e os sussurros indiscretos de quando sumia da frente alheia. Odiava que tentassem forçá-lo a ver a vida como preciosa se tantos outros já a roubaram dele, deixando uma casca vazia, com sonhos em que caramujos voadores o levavam para um reino distante com centauros, piscinas de sereias e doces em forma de carruagens.

E havia Star Butterfly, a “princesa de Mewni” seja lá o que fosse Mewni parecia ser melhor que Eccho Creek com seus padrastos hipócritas, mães cegas, e jovens cruéis. Oskar não gostava de olhar para ela, mas não a odiava. Os orbes da loira possuíam  certa liberdade que ele jamais teria nessa vida pelas marcas deixadas em sua memória.

Oskar Greason jamais seria livre como a princesa, pra que se deixaria sonhar com isso então?