Oneshots Havaianas escrita por Any Sciuto


Capítulo 24
Possibilidades...




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— Detetive Willians, o que aconteceu de melhor em seu relacionamento com Steve McGarrett? – A psicóloga anotou algumas passagens principais em seu relatório.

— Eu parei de escutar ele. – Danno brincou. – E passamos a morar juntos desde que minha casa foi invadida por fungos. De novo.

— Eu sabia que você deveria ter pago aquele remédio que elimina tudo com duas aplicações. – Steve se dignou a falar. – Mas você não quis me ouvir.

— O tal remédio custava quase 500 dólares cada frasco! – Danno retrucou. – Era caro e além de tudo, quem deveria pagar era você. Depois de tantos drinques, jantares e pipocas pagas, era o mínimo.

— Senhores, por favor, pensamentos positivos nos levam a lugares positivos. – A terapeuta apenas colocou. – O que você acha do comandante McGarrett?

— Que ele é bom no que diz respeito a Five 0, mas péssimo para pagar alguma coisa. – Danno viu Steve respirar fundo. – Ele também parou de suspirar quando eu digo algo a respeito dele.

— Eu notei algo bom sobre Danno. – Steve tomou a palavra. – Ele parou de tentar brigar pelo carro. Sabe que eu dirijo melhor que ele.

— Eu só não quero levar uma multa por alta velocidade. – Danny sorriu. – Sabia que se ele tomar uma multa com meu carro eu posso passar a multa para ele se eu provar que era ele dirigindo?

Steve olhou assustado para Danno e sua lógica de evitar multas.

— Certo, nosso tempo aqui acabou, mas na próxima semana eu gostaria de ter os dois aqui. – Ela entregou um caderno cada. – Esses cadernos são o guia da parceria feliz. Quero que vocês dois o preencham e tragam de volta para mim.

Os dois se levantaram e se despediram da psicóloga que anotou o que observara dos dois em um caderno.

No carro, o silencio imperava entre os dois. Um estava chateado com o outro por ter sido deletado.

— Eu não posso acreditar que você disse aquilo sobre mim. –Steve foi quem finalmente quebrou o silencio. – Danno, eu nunca disse que eu quero levar uma multa por alta velocidade.

— Mas sempre que eu quero dirigir você pega as chaves antes. – Ele olhou para o amigo. – Eu pensei que havíamos conseguido um progresso.

— Eu não gosto do banco do carona porque eu tenho más lembranças dele. – Steve olhou para frente. – De quando meu pai levou a mim e a minha irmã para o enterro da minha mãe. Enterramos um caixão vazio pensando que ela tinha explodido.

— Eu não sabia sobre isso. – Danno suspirou. – Acho que realmente não te conheço tão bem.

— Acontece. – Steve percebeu que a estrada estava ocupada por um pequeno bando de perus. – Acho que temos que dar a volta por essa estrada secundária.

— Eles são fofos. – Danno os olhou, mas se lembrou de uma situação particularmente ruim envolvendo perus. – Vamos pela estrada. Eles parecem fofos, mas mordem forte.

— Nem me lembre. – Steve foi por uma estrada ruim, cheia de buracos. – Me lembre de pedir a Demming para consertar está estrada.

Steve falou e ouviu um estrondo alto de algo explodindo e depois outro. Parando o carro, ele percebeu que dois pneus haviam explodido e eles só tinham um estepe.

— Estamos ferrados. – Danno tentou subir sobre o capo do carro. – Seu telefone tem sinal?

— Não mesmo. Opa. – Steve olhou a barra desaparecendo e xingou em uma língua que Danno não conhecia. – Droga de sinal.

— É uma pena que aqui não tenha arvores. – Danno desceu com cuidado. – Eu poderia subir em uma para pegar sinal.

— Você não subiu nem no paredão de obstáculos, Danny. – Steve procurava a fita durex. – Você guarda fita por aqui?

— Para que eu iria guardar isso? – Danno perguntou e viu um caminhão passar. – Ei, pare aí.

— Posso ajudar? – O homem riu do homem consertando o pneu com uma goma de mascar. – Parece que vocês tem um problema duplo.

— Parece que sim. – Danno mostrou o distintivo. – Eu preciso de carona para a cidade.

— Sobe aí, mas seu amigo vai ter que ficar. – O homem viu Danno pegar a arma. – Precisa mesmo de arma?

— Nunca se sabe. – Danno deu adeus a Steve, que queria perguntar o que ele estava fazendo.

Enquanto isso, Steve desabotoou a camiseta que usava e botou seu tanquinho para jogo. Ou melhor, para consertar o carro.

Outro carro se aproximou, mas dessa vez era uma garota muito bonita. Steve estava cansado, suado e precisando de um tempo.

— O bonitão quer uma ajuda? – Elisa desceu do seu conversível e ofereceu uma fita tape. – Sempre carrego uma. Talvez eu encontre um homem gostoso que precisa de ajuda.

— Obrigada. – Steve sorriu. – Nossos dois pneus estouraram e meu amigo me abandonou aqui.

— Mas é uma pena. – Ela passou um dedo no tanquinho de Steve. – E você está todo suado.

— Está calor. – Steve olhou para ela e sorriu. – Você tem um pouco de água?

— Claro. – Elisa voltou para o carro e pegou sua garrafa. – Pode beber. Eu não batizei. Se eu quero alguém eu sou direta.

— Que coincidência. – Steve bebeu a água e a puxou para seus braços. – Eu também.

Steve a beijou e a deitou sobre o capo do camaro. Eles ficaram por lá até que ouviram um carro parar e a voz de Danno.

— Eu saio por cinco minutos e você está beijando uma moça quando eu volto? – Danno brincou. – Agora, se arrume. Ele é da borracharia. Veio consertar os pneus.

— Que bom. – Steve pegou suas coisas do camaro e jogou a chave para Danno.

— Onde você vai? – Danno perguntou, quase cético de ter a chance de dirigir seu próprio carro.

— Eu vou com Elisa. – Steve sorriu como se tivesse finalmente comido o canário. – Eu estarei de volta antes do jantar.

— Espero que sim. – Danno deu tchau para Steve e se virou para o borracheiro. – Dá para acreditar nisso?

— Bem, dá sim. – Ele terminou de colocar novos pneus. – São 400 dólares.

Então Danno percebeu que Steve fez seu truque. Ele pagou o homem, mas guardou a nota com ele para cobrar Steve quando o sacana voltasse para casa de qualquer lugar onde ele estivera.

Deitado no sofá, Danno ligou a luz assim que Steve abriu a porta, bêbado e com marcas de beijos em toda a camisa.

— Steve! Você foi atacado? – Danno parecia pai de Steve, embora os dois tivessem a mesma idade.

— Sim. – Ele estava sorrindo de novo. – Em lugares que eu não quero contar.

— E você bebeu. – Danno sentiu o bafo de vinho. – Deus do céu. Você comeu uma meia?

Steve olhou para ele e começou a rir.

— Eu tenho que entrar de cabeça em algum lugar. – Steve disse com a voz meia arrastada.

— Tem. – Danno o levou para o banheiro. – Precisa entrar debaixo de um chuveiro, dormir e acordar com uma resseca.

— Obrigado por ser meu amigo, Danny. – Steve o abraçou. – Eu posso contar sempre com você.

— Sim, mas vá tomar uma chuveirada. – Danny o ajudou quando ele voltou do banho e o fez deitar na cama.

Ele deixou aspirinas do lado do travesseiro de Steve e foi se deitar. Amanhã ele poderia cobrar a dívida, conversar mais sobre os sentimentos de seu melhor amigo e quem sabe saber os detalhes do encontro.

Hoje à noite, ele seria o pai dele.


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