Vidas escrita por Miris


Capítulo 2
Sweet Amoris


Notas iniciais do capítulo

Desculpinhas pela demora, eu fui passar a semana com minha priminha sem noção e ela estava sem internet. Aí já viu!
Mas cá estamos com nossa Blanche ♥



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           Fiquei na frente da sala três por apenas cinco minutos esperando o sinal tocar. Quando ele toca, aquelas pessoas saem desesperadas da sala conversando em tumulto.

            Entrei na sala quieta e me sentei na primeira carteira que vi pela frente, fiquei ali esperando as pessoas chegarem. Um garoto miúdo chega à sala e o professor pede para que ele se sente ao meu lado.

— Oi. – Eu o cumprimentei.

— O-oi. – Ele me respondeu sem me olhar.

— Sou Blanche. – Sorri para ele e ofereci minha mão direita.

— K-ken... Tin. – Ele diz pegando em minha mão.

— Da onde você é? – Eu tentava puxar assunto.

— Sou da Celestina Delancy. – Kentin me respondeu. – E você?

— Sou da Cachet Dauphine. – Seus olhos brilharam.

— C-Cachet Dauphine? A-aquela Cachet Dauphine? – Ele me perguntava surpreso.

— Sim, aquela Cachet Dauphine. – Digo dando ênfase a “aquela”.

            Logo somos surpreendidos por vários alunos que começam a entrar em sala. Havia várias pessoas diferentes, mas que pareciam se conhecer muito bem e, isso era surpreendente. Nenhuma das pessoas que eu conhecia estava ali e isso me deixava meio nervosa.

— Olá a todos os alunos. – O professor levantou a voz para que todos se aquietassem.

“Oi Blanche.”— Alguém sussurrou atrás de mim, me assustando um pouco. Olhei para trás e sorri.

“Oi Nathaniel.”— Respondi ao loiro.

— Creio que quase todos me conhecem por terem estudado na Emeraude Evariste. – Todos concordaram. – Mas ainda quero ouvir os novatos. – Ele olha para mim e Kentin e aponta para o menino do meu lado. – Venha se apresentar e depois você vem. – Ele diz me olhando e eu sorrio concordando.

 - O-olá. – Ele diz super tímido. – M-meu nome é Kentin, mas t-todos me chamam de Ken.

— De onde você vem Kentin? – O professor perguntou meio sentado em sua mesa folheando um livro. Ouvi uns risinhos do meu lado, mas ignorei.

— Eu v-venho da Celestina Delancy. – O professor olhou para o menino por cima de seus óculos

— Muito bem, pode se sentar. – Ele me olhou e apontou para o chão na frente do quadro.

“Nerd idiota”— Ouvi alguns sussurros femininos e risinhos.

            Kentin se sentou no lugar vermelho e, seus olhos pareciam marejar. Ele ficou muito nervoso, pobrezinho. Eu me levantei e segui para frente, meio nervosa. Virei-me e passei meu olhar por toda sala. Identifiquei Castiel lá no fundo, ouvindo música enquanto olhava pela janela.

— Bem... Pode começar. – O professor diz e eu aceno com a cabeça positivamente.

— Meu nome é Blanche, tenho 15 anos e eu venho da Cachet Dauphine. – Eu sorri amigavelmente para todos, recebendo olhares curiosos de muitos e notei sussurros de alguns. – Acho que é só isso. – Eu olhei para o professor e ele me deu permissão para sentar.

— Muito bem. – O Sr. Phil começa.

            Ele se apresenta para a turma, diz no que é formado e por qual faculdade, fala sobre as regras que ele exigia em sala e também para deveres e trabalhos.

***

— Então... – Nathaniel puxou assunto assim que saímos de sala. – Eu não sabia que você da Cachet Dauphine.

— Essa é uma das várias coisas que não sabe sobre mim. – Eu brinquei com ele. – Mas e você? Já é Presidente do Grêmio. Como? Hoje é apenas o primeiro dia. – Eu perguntei curiosa.

— Bem, normalmente os alunos da Emeraude Evariste vêm para Sweet Amoris, então quando eu entrei me pediram para continuar com o meu antigo cargo até um mês depois. – Eu olhei curiosa. – Digamos que eu me dei bem aqui.

— Já não tinha um presidente aqui? – Questionei o loiro.

— Não. – Ele fica calado por alguns segundos. – Bem... Tinha sim um garoto do último ano que era presidente, mas assim que ele soube do meu antigo cargo me entregou sem hesitar. – Ele sorri meio nervoso.

— Nossa... Acho que os alunos daqui o deixaram louco. – Olhei em volta, brincalhona. – “Cuidado para não ficar também...”— Eu sussurrei para ele e ambos rimos.

— Nathaniel, porque você está falando com essa garota? – Uma voz feminina nos questionou dando ênfase a “essa garota”.

Era uma garota muito bonita. Tinha os cabelos loiros e cacheados até sua cintura, os olhos eram em um lindo tom de azul turquesa e tinha um sinal de pele abaixo do olho esquerdo. Ela estava acompanhada de duas garotas.

— Ambre, agora não. – Nathaniel pega em minha mão e me puxa para longe sem dizer nada. – Vamos comer Blanche? Tenho certeza que está com fome e...

— Nathaniel! – Alguém o chama, jurei que pude vê-lo estremecer. Viro para trás e encontro a mesma garota de mais cedo. – Ah, oi. – Ela nota que nossas mãos estão juntas e tenta disfarçar um sorriso.

— Oi. – Eu a cumprimento.

— Blanche, essa é a nossa representante temporária de sala, Melody. – Ele olha Melody e logo volta a me olhar. – Melody, essa é a Blanche. Ela veio da Cachet Dauphine.

— Nossa. – Ela sorri para mim. – Prazer Blanche.

— Igualmente Melody. – Ela olha Nathaniel, parecia nervosa.

— A Diretora quer falar com nós dois Nathaniel.

— Tá bom. – Nathaniel me olha. – Até mais Blanche. – Sorrio e ele finalmente solta minha mão.

— Até Nathaniel. Melody. – Digo sorrindo e ambos se vão.

            Acompanho os dois por um milésimo de segundos, mas logo lhes dou as costas e vou em direção ao pátio da escola. Sentia fome. No meio do caminho, sou abordada pela mesma garota e suas amigas.

— Qual é o seu problema? – Ela me pergunta nervosa.

— Nenhum. Por quê? – Eu estava assustada.

— Você é a namoradinha secreta do meu irmão? – Ela me questionou brava.

— Seu irmão? – Eu tentava entender. – Ah, você deve ser a irmã do Nathaniel. Prazer, Blanche.

— Não me importa seu nome, só fique longe dele, entendeu? – Ela colocou o indicador na minha cara, mas o afastei delicadamente com a mão.

— Não é nada elegante colocar o dedo no rosto das pessoas. – Ela solta um sorriso sarcástico.

— Como se você soubesse algo de elegância. – Ela diz rude. – Está avisada. – Ela passa por mim me dando uma ombreada.

“Ai!”— Eu sussurrei. – Que rude...

            Ignorei o acontecido e segui para o pátio, sentia fome e queria comer logo. Encontrei uma mesa vazia, então me sentei a abri minha bolsa rosa e de lá tirei uma vasilha.

— Oi estudiosa. – Olho para frente e vejo Castiel.

— Oi Castiel. – Sorri. – Senta aí.

— Hm. – Ele dá de ombros e se senta. Logo um garoto de cabelos albinos aparece.

— Olá Castiel. – O ruivo apenas assente com a cabeça. – Olá senhorita. – Sorrio. Ele parecia um príncipe de tão educado e bem vestido. – Posso me sentar?

— Claro. – Sorri para ele.

— Eu sou Lysandre. – Ele se apresentou. – Qual sua graça? – Ele era tão gentil.

— Sou Blanche. – Desta vez ele sorriu para mim.

— Belo nome.

— O seu também. – Eu digo. – Desculpe-me o comentário, mas seus olhos são lindos. – Noto um leve rubor em suas bochechas.

— Muito obrigado senhorita. Seus olhos também são lindos. – Sorrio corada.

— Que nojo! – Castiel solta. O ruivo tinha a cabeça apoiada pela mão esquerda, enquanto mastigava um palito.

— Estou vendo que está com fome Castiel. – Abri minha vasilha. – Aceita? – Dentro da vasilha havia um monte de frutas picadinhas e que formavam o rosto de um ursinho.

— Ursinho? – Castiel questionou.

— Têm bananas, morangos, framboesas, pedacinhos de melancia e maçãs. – Olhei feliz para o meu lanche.

— Quantos anos você tem Blanche? Cinco? – Ele zomba de mim.

— Do mesmo jeito que eu gosto de Winged Skull eu posso gostar de ursinhos feitos de frutas. – Olhei Lysandre. – Aceita Lysandre? Tem muito apenas para mim.

— Aceito. – Ele sorri e pega um pedaço de maçã. Olho o ruivo.

— O ursinho é feito de banana. As orelhinhas são de morango. As framboesas são os olhinhos. A melancia é a boquinha e as maçãs são as garrinhas. – Sorri.

— Você é estranha. – Castiel me diz com um olhar decepcionado. Sorrio.

— Amanhã então eu trago uma caveira. – Ironizo e ele ri. – Pega.

            Mamãe sempre me deixava três palitos para poder pegar as bananas e melancias e não me sujar, já que sou mestre nisso. Nós três ficamos comendo juntos enquanto conversávamos.

— Qual foi à primeira aula de vocês? – Perguntei pegando uma framboesa.

— Matemática. – Castiel disse.

— Você eu vi lá no fundo ouvindo música, mas não te vi Lysandre. – Olhei para o albino.

— Eu estava ocupado. – Foi o que ele disse, então preferi não perguntar o por que.

            Continuamos a conversar alegremente, inclusive descobri que Lysandre escrevia poemas, então deduzi que era isso que ele fazia durante a aula de matemática. Estávamos muito bem e comendo, até alguém bater a mão na mesa e eu olhar assustada para dona da mão que tinha lindas unhas pintadas de turquesa.

— O que você pensa que está fazendo? – Ela novamente dá ênfase há algumas palavras. Olho para minha vasilha com comida e depois para ela.

— Comendo. – Eu disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

— Primeiro você dá em cima do meu irmão. E agora tá dando em cima do meu namorado? – Eu a olho surpresa.

— Namorado? – Eu olhei para os meninos. – Eu não sabia que um deles era seu namorado.

— E não somos. – Lysandre diz.

— Você tá passando dos limites garota. – Ambre estava muito nervosa.

— Mas eu não fiz nada. – Eu estava assustada.

— Ambre... – Castiel chamou. – VAZA DAQUI AGORA! – Ele gritou, fazendo a loira e suas amigas irem embora.

— O que...? – Olhei Castiel e ele me olhava com ódio.

— Estava dando em cima do Nathaniel? – Ele perguntou bravo.

— O que? Não. Eu... – O ruivo não me deixou terminar, apenas se levantou e se foi. – Castiel!

— Deixe-o Blanche. – Olhei Lysandre.

— Eu não vou mais irritar ele. Depois que ele esfriar a cabeça, nós conversamos. – Juntei minhas coisas. – Lysandre, vai atrás dele. Você é o amigo, eu sou apenas uma desconhecida.

— Tudo bem. – Ele diz e se levanta. – Até mais. – Dou um meio sorriso.

            Olho Lysandre se distanciar e logo sigo para a biblioteca. Talvez fosse bom ler depois daquilo tudo.

            Logo o intervalo passou e eu fui para o próximo horário. Estava muito pensativa sobre tudo aquilo. Eu não tinha dado em cima do Nathaniel, foi ele quem segurou minha mão e me puxou, mas foi só isso. E depois, eu só estava comendo com os garotos, eu não dei em cima de ninguém. Então porque Ambre me atacou e disse aquilo? E porque o Castiel ficou bravo quando ela mencionou o nome do Nathaniel?

            Quando o sinal bateu dizendo que era a hora de irmos embora, eu juntei minhas coisas e fui até meu armário. Depois de guardar tudo, eu peguei o saco dos meus patins e fui lá para fora. Troquei meus sapatos, notando que Castiel me observava de longe, conversando com Lysandre. Ignorei seu olhar e sai da escola patinando até em casa.

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Notas finais do capítulo

Gostaram?! Porque eu realmente estou gostando de escrever essa história. Agora, vamos explicar alguns pontos...

Emeraude Evariste = Colégio Particular de Elite que vai até o último ano do Fundamental. Normalmente, seus alunos já são direcionados para Sweet Amoris.

Sweet Amoris = Possui os dois últimos anos do Ensino Fundamental, onde recebe principalmente alunos de outras escolas; Mas acontece de alguns alunos da Emeraude Evariste não esperarem o Ensino Médio para entrarem na S.A.

Cachet Dauphine = É um dos colégios mais prestigiados da França. É muito comum se ouvir que quem estudou no Cachet Dauphine tem vaga em qualquer lugar sem precisar de muito esforço. É extremamente difícil entrar nessa escola.



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