POV Damon

Como podia um cara ser tão tapado? Pior, como podia a Izy, uma bruxa que se mostrava tão poderosa e racional, ter uma paixonite por este tapado? Merlin! Direcionei meus pensamentos para o Edward idiota e pensei em como ele era estúpido por estar fazendo-a infeliz como eu mostrei pra não fazer.

Você prometeu protegê-la e falhou. Vou te dar uma segunda chance, mais se falhar de novo, vou arrancar sua cabeça! – pensei, usando toda a minha boa vontade.

Ele fez aquela cara de quem sente dor. Sério! O cara é, no mínimo, estranho.

Voltei-me para a principal pessoa da minha vida e ignorei o vampiro doente. Tão linda, poderosa, mas eu sabia, ou melhor, sentia sua hesitação. Sentia-la em mim era reconfortante depois de toda agonia que passei sem ela. Aro finalmente cedeu. Ora, se até um vampiro egoísta e sanguinário como eu cedia a ela...

Izy se aproximou de Aro e eu, Gui e o Ed-idiot nos mexemos em nossos lugares. Aro pegou sua mão e eu quase pude sentir sua mão fria, devido à apreensão dela. Ela respirou fundo e Aro se mostrou frustrado. Ele queria ler a mente dela.

-Estamos de acordo então? -a voz da Izy se mostrou calma e segura.

-Sim, minha amiga bruxa. – disse Aro, disfarçando sua decepção. – Bruxos e seus truques... Vejo que não é só nosso amigo Edward que é mantido fora de sua mente.

-Como de fato. Agora, se não se importa, preciso ir. Damon voltará em breve. – Izy disse.

-Não. Eu faço questão de ser o encarregado dessa parte. – o id-Ed disse. –Eu já estava aqui antes, é mais fácil eu simplesmente ficar.

-Claro. Sem problemas. Você voltará e ficará responsável por ser nossa ponte com os Voltures. – Izy disse. Depois, se virando para os Voltures, completou: - Você se importa Aro?

-Que cena interessante! Claro, claro. Edward será de grande utilidade para nós. Damon também seria, até mais até, já que os poderes de Damon não são inutilizados pelos bruxos. Qualquer um dos dois. – ele disse, indo se sentar em seu trono.

-Decidiremos na Ordem. Agora vamos. Tenho coisas a fazer e mais com o que me preocupar. Buona fortuna, Aro.

Dizendo isso, Isabella se virou e saiu, com dois vampiros e um lobisomem atrás dela. O que me preocupava era que um estava sedento.

POV Bella

Caminhei até o elevador e parei. Damon apertou o botão e esperamos em total silêncio durante os dois minutos que o singular equipamento demorou para abrir. Eu teria usado o Alohomora, mais o Dan disse que eu só veria um buraco. Entramos os quatro no apertado elevador e Dan apertou outro butão.

-Você conseguiu Izy. A Ordem ficará satisfeita com essa vistoria. – Gui comentou. –Eu não estou muito afim de trabalhar com vampiros. Quer dizer, exceto com você Damon.

Ri baixinho e Damon fez uma mesura que Gui retribuiu. Edward continuava quieto. Eu não me importo que ele seja a ponte com os Voltures. Meu medo era que ele fizesse alguma idiotice como pedir pra morrer. Se fosse perigoso ser essa ponte, eu não deixaria nem o Damon ir, apesar de ele ser muito mais experiente em matar bruxos.

Saímos do elevador e um membro da guarda Volture nos acompanhou até a saída. Era uma tarde ensolarada, mas os dois vampiros atrás de mim não se importaram. Caminhamos pelas calçadas repletas de trouxas em silêncio e alertas. Damon enlaçou meu braço oposto ao da varinha e Gui se postou do outro lado. Senti Edward atrás de mim. Que alguém ousasse me atacar! Ri comigo mesma e Dan riu comigo. Ele entendeu a piada.

-Eu já disse que é esquisito quando vocês fazem isso? -perguntou o Gui e Dan revirou os olhos.

-Duplas de aparatação: Eu e Edward, Gui e Damon. Perguntas? -questionei.

-Vamos para a Ordem. –disse Dan. - A senha é o presente que eu te dei ano passado de aniversário.

-Sim. Nós vemos no Chalé. Eu e Ed vamos passar para ver uns amigos.

Dito isso, Damon soltou meu braço e entrou em um beco com o Gui, onde eles iriam aparatar. Edward assumiu a posição do Gui, sem me tocar em nenhum instante. Andamos mais duas quadras antes de virarmos em um beco onde rapidamente puxei sua mão e aparatei.

POV Edward

Mais uma vez senti o desconforto de uma aparatação. A diferença é que não era o Lupin quem me levava e sim ela. As ruas de Volterra deram lugar a uma floresta. Por quase um milésimo de segundo, pensei que             tínhamos voltado para Forks, mas aquela floresta era diferente. Sai de perto dela rapidamente e estudei o lugar, procurando algo ou alguém que oferecesse perigo a ela.

-Tem certeza que quer servir de ponte com os Voltures? -Bella perguntou, também esquadrinhando tudo.

-Tenho. Quero fazer algo de útil para ajudar. – olhei seu rosto pensativo.

-Não vou impedi-lo. Mais me diga, por que disse que não queria vir comigo? Eu te fiz algo? Acha mesmo que eu fugi de você? -sua voz beirava ao histerismo e eu dominei meu impulso de tomá-la nos braços. Ainda não.

-Bella, por favor, não se culpe mais. Eu sei a verdade agora. Sei que você foi seqüestrada e não que fugiu. Eu procurei muito por você e quando soube que não estava com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, subestimei você. Não tive fé em nós. Perdoe-me. Eu devia ter suposto que você não estava fugindo de mim.

-Esqueça isso. Agora olhemos para frente. Ajude-me a encontrar um gigante, sim?

Dito isso, Bella se virou e começou a andar por uma trilha escondida, como se já estivesse estado aqui e procurar um gigante fosse normal. Queria ler sua mente. Por que ela simplesmente se virou e começou a andar, como se tivéssemos falado sobre o tempo?

-Bella...

-Não, Edward, não. –ela se virou e havia lágrimas em seus olhos. – Eu não, não estou bem e não, eu não estou feliz. Sabe o porquê? Por que eu queria que você tivesse me abraçado, tivesse dito que sentiu minha falta, mas você só fica aí, parado, como se eu tivesse uma doença ou...

Gemi e prendi a respiração. Ela não entendeu. Claro que não, ela é só uma garota. Cerrei meus punhos e gritei. Ela parou de falar e me encarou, de olhos arregalados.

-Eu não tenho me alimentado bem Bella. Você faz idéia do quanto seu sangue mexe comigo? Eu quis ficar com os Voltures por que acreditei ser melhor e mais seguro para você. Eu não posso falhar com você de novo, eu...

-Vá caçar então. – disse ela, pondo as mãos nos quadris.

-E deixar você só? De novo? Esqueça. –comecei a andar de um lado pro outro.

-Edward, você não está sendo racional. –ela insistiu.

-Tem alguém vindo. Na verdade, parece uma manada, mais o cheiro... é diferente de todos que eu já senti.

Parei sugando o ar para tentar identificar melhor e o cheiro dela veio em cheio pra mim. Lâminas de fogo queimaram minha garganta e eu cerrei os dentes. Bella tentou me ajudar e eu corri uns metros pra longe dela. Vi a dor em seus olhos. Inferno! Como eu consigo sempre magoá-la? Tenho que dar razão ao Damon nisso. Bella se recuperou e respirou fundo.

-São centauros amigos meus. Marquei com um deles que foi meu professor e também com um meio gigante. Não se preocupe, estou armada.

Ela se virou e continuou a seguir a trilha. A segui com cautela até uma clareira de onde ouvimos um estampido de aparatação. O homem mais alto que eu já vi apareceu por entre as árvores. Bella mantinha sua varinha apontada para ele.

-Isso não parece nostálgico Hagrid? Nós dois nessa clareira, esperando para ver seres exóticos...

-É parece que foi ontem que eu cuidava de Norberto... – o gigante ficou com a voz embargada.

Bella abaixou a varinha e correu para ele. Tentei impedi-la, mas ela acenou para mim, tentando me tranqüilizar. Me segurei ao máximo quando ela o abraçou, sua cabeça mal chegando à cintura dele. Não pude ler a mente dele, mas se ele era mesmo meio gigante, está explicado. Porém, isso o torna mais perigoso.

-Acha que Snape saberá que estamos aqui? –perguntou Bella, entusiasmada.

-Não, nem ele ousaria vir até o território dos centauros. – senti meu estômago revirar. A Bella não tem nenhum juízo?

-Eles virão Hag?

-Sim, não se preocupe. E o vampiro sedento que está com você, Damon sabe disso?

-Lancei um feitiço nele. Ele ficará furioso depois, mais eu não quero mais um guarda-costas.

-Hum, isso explica as coisas... Ah, eles chegaram! –disse o meio gigante, abraçando a minha Bella, ao ver um exército de centauros.