Falei com Lupin mais uma vez, e ele estava desanimado. As probabilidades de que ela estivesse viva eram infímas e, por mais que ele dissesse o contrário, sua mente me confirmava isso. Damon me jurou de morte, mas eu não ligo. Fiz uma promessa de que se ela morresse eu iria até os Voltures acabar com minha existência inútil.

Passei horas procurando por ela em todos os cantos de Londres e em seus arredores. Várias vezes Lupim me levou a lugares bruxos. Conheci o Beco Diagonal que ela prometeu me mostrar um dia, o Banco Gringotes, o bar Caldeirão Furado, entre outros lugares. Nunca tinha visto pessoas com tanto medo.   

Damon fazia uma busca à parte. Nunca nos falávamos mas ele mantia contato pelo Lupin. Se havia alguém tão desesperado quanto eu era ele. Os sentimentos dele pela Bella mudaram e embora ele não diga nada eu vejo o amor nada fraternal dele por ela.

Eu entrei na Ordem da Fênix para ver se assim eu poderia obter ajuda de outros bruxos para achá-la. Havia tanta gente desaparecida que a Bella era só uma entre tantas.

Certo dia, nos encontramos com os pais dela em uma casa que era a sede da Ordem. Quando souberam pelo Lupin o que tinha acontecido eles ficaram em choque. A mãe dela se parecia com ela na força, mas era com o pai que ela se parecia na aparencia. Os mesmos olhos, cabelos, a mesma bondade. Após ouvir o relato a mãe dela se levantou, decidida.

-Lupin, onde está o inútil do Damon? Vou matá-lo pessoalmente.

-Calma! Se vamos matar alguém é quem pegou nossa filha. Esse sim pagará. – falou o pai da Bella, com uma frieza surpreendente.

A mãe dela o fitou com uma dor que não deixou transparecer por mais de um minuto e concordou decidida. Os dois sairam em seguida pensando em possíveis pessoas que poderiam ter matado o grande amor da minha vida. Eles não se dirigiram a mim, mesmo depois de saberem que eu estava responsável por ela. Na visão deles, a responsabilidade era só do Damon.

Eu passei duas semanas ao encauso dela e matei alguns Comensais no caminho. Lupin me ajudou nisso. Ele me ensinou como fazer para matar um bruxo e como me desviar de seus feitiços. Me disse quais as Maldições Imperdoáveis e o efeito delas, além de outros de ataque e defesa.

Outro dia de procura começava quando Lupin chegou com a noticia que devouvel o ar aos meus pulmões. O jornal bruxo Profeta Diário colocou a Bella como indesejável número dois. É uma notícia boa pois se os Comensais estão a procurando é

por que ela não está em poder deles e, na opinião do Lupin, que ela deu um jeito de escapar. Lupin ficou se gabando de como foi um excelente professor e que não esperava outra coisa da aluna preferida dele.

            Eu via isso por outro ângulo. Bella não foi capturada, afinal, na opinião de todos, ela é muito poderosa para ser levada tão facilmente. Então ela se foi por conta própria. Muitas vezes ela deixou claro que estava partindo e ela sabia que, se me dissesse, eu não a deixaria ir. A minha Bella me deixou.

            Talvez eu fosse um estorvo pra ela. Talvez ela tivesse armado tudo com o Damon e seja por isso que ele não veio até mim, por medo de entregá-la atraves de sua mente.

            Na minha mente, tudo se encaixava. Todas as vezes que ela dizia que iria, eu brigava com ela. Ela tomou uma decisão: viver sem mim. Pior, fugir de mim. Eu também tomei a minha: a morte. Se eu não posso estar com ela, é melhor não estar em lugar algum.

Lupin se tornaria pai em poucos dias. Sua esposa, Ninfadora, estava com oito meses de gravidez. Eu não queria e nem devia estragar sua felicidade, então vesti minha melhor cara de felicidade, que não o enganou absolutamente. Ele se tornou meu melhor amigo. Meu amigo lobisomem.

-Se a Bella está bem, então acho que vou me ocupar de outras coisas. Pensei muito e acho que vou tentar ajudar a Ordem. – falei, enquanto ele bebia uma cerveja amanteigada.

-Edward, eu estou tentando entender o que há de errado. Pensei que ficaria feliz em saber que ela está bem. Damon está  mais aliviado que você! – falou Lupin, franzindo o cenho.

-Também estou, você não faz idéia do quanto. Eu prefiria a morte lenta e dolorosa a ter a Bella em poder deles.

-Outra coisa que eu percebi é que você não usa mais o “minha Bella” pra se referir a ela. – ele observou.

-É por que a Bella nunca foi minha de verdade. Eu sempre fui dela, aliás, sou dela. Mas a Bella, ou a Izy, sempre teve a cabeça em outros lugares, ela tem outras prioridades. E eu entendo. Ela está lutando pelos seus.

-Edward, qual o problema? Por que você está falando assim? Você pensa que a Izy te deixou? Ela não iria embora sem mais nem menos... – Lupin começou, mas eu interrompi.

-Foi ela quem me disse que estava partindo. E depois, minha decisão já está tomada. Eu vou retomar o trabalho com os Voltures. Damon desistiu de tentar trazê-los para o nosso lado quando a Izy sumiu. Vou retomar o tarbalho dele. Meu pai já morou com eles e eu tenho a vantagem de saber o que eles pensam e o que eles querem.

-Pode ser perigoso...

-Se o imbecil e inépto do Damon conseguiu, eu consigo e ainda faço melhor.