Vida com Dragões escrita por benihime


Capítulo 9
Unidos como um só – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Aviso!! - As emoções contidas na sequência dupla de capitulos a seguir irão abalar muitas estruturas. Leiam e aproveitem muito!



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Com apenas o oceano a sua frente, Harlock avistou um de seus navios e desceu para pousar no convés. Ali ele encontrou Bartok a sua espera.

— Seja bem-vindo de volta, Harlock. – ele o cumprimentava educadamente – Como foi conhecer o Domador de Dragões? – Bartok tinha que admitir que estava extremamente curioso.

— Ele é apenas um garoto que depende do dragão! – Harlock começava e Bartok percebeu que ele parecia decepcionado e intrigado ao mesmo tempo – Ele realmente pode domar as criaturas, por mais que insista em dizer que as treina. Aquele Fúria da Noite é extremamente ligado a ele! E Soluço o chamou de amigo e família! – Bartok arqueou a sobrancelha em dúvida.

— Família? Amigo? – Bartok não conseguia entender como um viking poderia ter tal relação com qualquer dragão e, em particular, com um dos mais ferozes e indomáveis dragões de todos.

— Exatamente! Foi muito estranho ver aquele dragão aproveitar um carinho na cabeça e Soluço ergueu sua voz contra mim ao oferecer negociar o dragão. – ele seguia as informações para Bartok.

— Ele não quis vender o dragão!? – Bartok era rápido em entender situações – Ele poderia fazer muito dinheiro e evitar uma guerra! Que besteira. – para os Caçadores, era difícil de entender como Soluço poderia ter tido uma atitude daquelas. Entre eles e as pessoas com as quais lidavam, apenas uma resposta seria a óbvia e não era a de Soluço.

— De fato! E por mais que ele tenha tido tais atitudes, os instintos dele funcionam muito bem e ele é bastante perspicaz. Conseguiu perceber esse dragão sem nem ao menos vê-lo ou escutar um ruído sequer. – Harlock apontava para o Fornalha e fez Bartok se surpreender com a capacidade de Soluço.

— Deixa eu ver se entendi. – Bartok já estava perdido no que Harlock explicava – Ele tem a capacidade de ser um líder, mas não tem a consciência dos limites? Ele acaba de colocar o povo inteiro dele em risco apenas por causa de um dragão. – Bartok fez uma pausa para pensar – Ou ele considera os dragões realmente como parte do seu povo e acha que ele deve protege-los igualmente?

—  Ao que parece é exatamente isso, Bartok. – Harlock confirmava a suspeita levantada – Eu não consigo entender o que se passou na cabeça dele. Ele não quer ir à guerra, mas também não vai entregar o dragão. Ele associou meu comando ao dragão para atear fogo na bandeira aos comandos que Drago dava aos dragões, mas não tirou nenhuma conclusão sobre mim. No final ele também não deixou o dragão dele me atacar, mesmo que ele pudesse evitar o conflito que o espera. – ele fez uma pausa enquanto encarava o horizonte – Ao menos parece que vai valer a pena enfrenta-lo em batalha.

— Espero que ao menos isso compense. Estávamos preocupados que fossemos ter de lidar com alguém superior, mas parece que as informações de Drago foram um pouco exageradas. – Bartok deu sua opinião e recebeu o olhar de Harlock que exigia satisfação – Se ele contar para seu povo o motivo da guerra eu duvido muito que não haverá discórdia. Por mais que eles gostem e cuidem de dragões, uma guerra por este motivo e que seu próprio líder deixou acontecer com certeza não será tratada normalmente.

— Devo admitir que talvez você tenha razão nisto. Ele até veio sozinho me ver! Nem por um segundo ele cogitou uma emboscada ou armadilha. – Harlock não sabia da escolta de Soluço.

— Mas como!? Ele é a lenda que todos falam ou não é afinal!? Deve ter muito mito misturado com fatos nessa conversa. – Bartok parava pensativo ao lado de Harlock.

Mesmo sem admitir, pensava a mesma coisa que seu colega. Achou que Soluço iria entender que não podia ir à guerra contra ele, que ele não iria precisar gastar seus recursos e homens em um ataque a Berk, que iria preconizar a segurança de seu povo ao invés da segurança do dragão e que iria se mostrar mais firme e centrado quando recebeu a declaração final dele.

Por mais estranho que aquele encontro tenha terminado e as expectativas de Harlock não estarem altas, ele levaria o conselho de Drago em consideração: não subestimar Soluço e o dragão.

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Voando para Berk e ainda processando as palavras e ações de Harlock, Soluço se atormentava. Aquele homem o chamou para conversar, foi extremamente rude ao oferecer dinheiro por Banguela, pesquisou de antemão quase tudo sobre ele, teve a coragem de falar sobe a morte de Stoico e no final lhe declarou guerra!

Ele o estava testando e avaliando o tempo todo! O encontro apenas tinha este propósito e ele realmente sabia fingir extremamente bem. Que raiva que aquilo estava dando! Enquanto Soluço estava tentando se controlar, Banguela procurava fazer igual. Aquele homem havia disparado um instinto que ele pensou não ter mais: o medo daquilo a sua frente.

Banguela sempre foi muito corajoso e astuto! Aprendeu a viver assim desde que pode se lembrar, portanto esse ‘medo’ não mais era comum para ele. Ainda assim, algo em Harlock o assustava e lhe dava um único pensamento: mata-lo. Banguela nunca encontrou alguém, mesmo antes de conhecer Soluço, que não fosse sequer pensar antes de matar.

Chegando nas ilhas de Berk ele avistou Astrid o esperando em uma coluna de pedra.

— Graças a Thor você voltou bem! – era claro que ela estava aliviada – Como foi a reunião com o Harlock? – ela precisava saber.

— A reunião não foi boa, Astrid. Temos problemas sérios a frente! Quero todos os cavaleiros de dragão e o conselho no Grande Salão o mais depressa possível! – ele estava sério e não escondia sua preocupação, fazendo Astrid se preocupar imediatamente.

— O que aconteceu exatamente? – por pior que sua expectativa na resposta fosse, ela devia perguntar.

— Temos uma guerra para nos preparar! – as palavras saíram pesadas e os olhos arregalados de Astrid diziam tudo para Soluço – Vamos depressa! – ele fez Banguela acelerar diretamente para Berk e foi seguido de Astrid dando o mesmo comando para Tempestade.

Aterrissando na porta do Grande Salão, ele entrou para se preparar enquanto Astrid reunia as pessoas necessárias. Com todos posicionados em seus lugares, Soluço deu início a sua reunião de emergência.  

— Venho a todos com notícias não animadoras quanto ao meu encontro com Harlock, o Caçador de Fúrias. – o começo da reunião fez todos ficarem apreensivos.

 - Caçador de Fúrias? – Eret estava em dúvida – Que título é este?

— É o título que Harlock ganhou por caçar os Fúrias da Noite até a beira da extinção. – a resposta de Soluço deu calafrios e fez as palavras faltarem – Agora já sabemos porque apenas o Banguela e a amiga dele estão vivos. Ao que parece os Fúrias da Noite são excelentes desafios de caça e valem muito dinheiro. – sua explicação atiçou a indignação de Valka.

— Ele caçou uma espécie inteira de dragões por diversão e dinheiro!? Que absurdo! – sua revolta era compartilhada pelos presentes.

— Sendo assim deveríamos ficar felizes que você e o Banguela conseguiram escapar dessa reunião. – o comentário de Perna de Peixe foi respondido da pior forma por Soluço.

— Ele me chamou realmente para conversarmos e para que ele pudesse me testar. Ele me ofereceu negociar o Banguela e eu neguei. Quando sai do navio com minhas coisas, ele veio atrás e me declarou guerra. – ele parou a espera que os murmúrios de surpresa e insatisfação acabassem.

— Isso é absurdo! Como ele se atreve a declarar guerra sobre uma bandeira branca!? – Gosmento estava claramente revoltado.

— Eu sabia que isso não ia acabar bem! – Sven suspirava em decepção.

— Ele tem um dragão Fornalha Asa Titânica, domado e completamente submisso. – novamente as informações não eram animadoras – Ele deve ter recebido o dragão como um presente de Drago, sua fonte de informações sobre mim e, com certeza, sobre todos nós.

— Que desgraça! Esse cara não morre? – Melequento estava irritado.

— Termos expulsado ele e a Besta Implacável não foi o suficiente? Ninguém deveria voltar depois de uma derrota daquelas. – Bocão argumentava em dúvida.

— É isso que temos que descobrir. – Soluço foi firme – Cabeça Dura e Cabeça Quente, vão e preparem avisos para nossos aliados! Eret e Astrid, vão com os outros cavaleiros e vikings e lhes ensinem a escapar de artilharias resistentes a dragões! Melequento, voe até as ilhas e repasse esta ordem: “Ninguém vai a lugar algum sozinho, sem avisar primeiro e sem permissão”. Gosmento, Baldão e Estrume, reúnam suprimentos e façam uma checagem do arsenal. Bocão, separe os dragões para retirada de emergência de crianças e inválidos da ilha. Iremos usar as cavernas do Domínio do Dragão como abrigo. Perna de Peixe, pegue todo nosso arquivo de informações sobre dragões e esconda no Domínio do Dragão na caverna mais alta e perto do vulcão. Se algo acontecer será melhor que tudo vire cinzas do que cair em mãos erradas. Mãe, pegue todos os dragões que não podem voar ou se proteger e leve para o Domínio também. Gothi, você precisa averiguar seu estoque de remédios para avaliarmos se falta algo. Gustav, você vem comigo para realocar os dragões marinhos mais para perto das praias e depois os filhotes precisaram ser levados para longe dessa batalha. – Soluço não foi interrompido por nem um segundo, deu ordens claras e especificas pertinentes a situação e, ao terminar, apenas tinha todos na sala estáticos o encarando.

— Soluço, porque você está tão desesperado? – Astrid tinha que perguntar. Não era normal vê-lo aflito daquela forma! Ele não havia ficado assim nem quando enfrentaram caçadores de dragões pela primeira vez.

— Nós não sabemos nada ainda sobre ele e ele sabe já muito sobre nós. Não vou arriscar a vida de ninguém em Berk por conta desse maluco querer caçar o Banguela. E tem algo nos olhos dele, nas ações dele... – Soluço encarava o tampo da mesa onde estava apoiado – Ele com certeza irá reduzir o arquipélago a cinzas se preciso. Aquela frieza, a alegria dele ao dizer que caçou os Fúrias da Noite e toda aquela naturalidade em achar que sua proposta em negociar o Banguela era ideal. – ele ergueu seu rosto em uma pausa preocupante – O que quer que esteja nos esperando no curso e no final desta guerra, irá ser algo que a história jamais vai esquecer.


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Notas finais do capítulo

A tensão está no ar, a curiosidade alta e a vontade de continuar a ler a mil (assim espero)!
Estão gostando da história?



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