Smoke Filled Room escrita por Mileh Diamond


Capítulo 2
Katsudon


Notas iniciais do capítulo

Heyyy, não é que teve capítulo novo? Como vão, minhas amoras afetadas? /O/
Sobre esse capítulo... Tem umas coisas muito erradas nele, mas se eu enumerar os triggers vai acabar sendo spoiler. Então, tomem cuidado, juro que não é nada muito mortal (?)

Sem mais delongas, boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773154/chapter/2

Esse era o plano de Yuri: ignorar seu padrasto o verão inteiro e garantir que mais nenhuma briga ocorresse. A última coisa de que precisava era de mais choramingos falsos nas ligações para seu pai e uma bronca à distância. E ele tem um particular nojo do sorriso de vitória de Yuuri quando conseguia o que queria.

A primeira semana não teve tantos atritos. Eles não tomavam café ou almoçavam juntos, pois Yuri dava um jeito de ficar fora de casa o máximo de tempo possível. Ele aproveitara que seu colega de classe Jean-Jacques ainda não saíra de férias e usou da boa vontade do garoto para bancar o amigo exemplar e passar o dia com ele como uma dupla de adolescentes normais. Ele admite que se sentiu um pouco mal por usá-lo daquela forma, sendo que JJ também era um castigo divino com suas conversas intermináveis sobre patinação e hóquei. Mas ele era um castigo mais suportável do que Yuuri.

Ele não conseguia escapar dos jantares em casa, mas mesmo assim ele tinha seus caminhos para manter sua saúde mental intacta. Normalmente, Yuri se trancava no próprio quarto e só saía à procura de comida quando tinha certeza de que Yuuri já tinha se retirado para dormir. Algumas vezes, seu padrasto vinha chamá-lo. Outras, ele nem insistia.


Se Yuri não o conhecesse, diria que ele é um homem de meia idade comum, do tipo que você encontra em reuniões de pais e mestres. Não estando empregado no momento, ele se ocupava com tarefas domésticas e outras atividades diversas. Victor o deixou com um talão de cheques e alguns maços de dinheiro vivo para fazer as coisas funcionarem em sua ausência. Yuuri pagava contas, fazia compras, limpava a casa, cozinhava e lavava as roupas. Em seu tempo livre ele lia Tolstói, ouvia o rádio e discos de vinil que trouxera consigo, fazia exercícios de barra na varanda e resolvia uma espécie de palavras cruzadas com números no chá da tarde. Yuri achava engraçadas as caretas que ele fazia quando se via numa posição conflitante e, secretamente, imaginava se não conseguiria resolver aquilo mais rápido que o mais velho.

A normalidade acabava aí. Apesar de Yuuri cumprimentá-lo todas as manhãs com um "Bom dia", Yuri sabia que não era um desejo real. Principalmente quando acompanhado de um sorriso. Ele nunca acreditaria nos sorrisos de Yuuri. Além disso, era claro que Yuuri não estava empenhado em ser conhecido e aceito pelos outros habitantes de Whitehorse. Talvez o máximo de interação humana que Yuuri tivera desde que chegara foi com o caixa do mercado. O próprio Yuri estava longe de ser a pessoa mais social do Yukon, mas não demoraria para as pessoas começarem a perguntar quem era o novo homem de ar estrangeiro.


Ele não falara para JJ sobre Yuuri. Até onde o filho dos Leroy sabia, Yuri estava apenas numa crise de carência que o levara a convidá-lo para o cinema e tomar sorvete. Os Leroy eram católicos fervorosos, a informação de que o Sr. Nikiforov estava num relacionamento sério com outro homem provavelmente não cairia bem. Aliás, era bem capaz de não cair bem para ninguém na cidade. Por isso, ele se perguntava qual a história que Yuuri contava quando as donas de casa curiosas o viam na padaria.


Hoje era segunda-feira e os Leroy estavam numa colônia de férias, o que significa que Yuri não tem mais nenhuma casa para onde fugir. Tentar o mesmo com outros colegas não daria certo e realmente pareceria falso.

 

Ele considerou a possibilidade de passar o resto do verão andando sem rumo pela cidade e pelas florestas. Era um tédio sem fim, ele conhecia a primeira como a palma da mão e a segunda tinha o perigo real de ursos o atacando. Se ficasse muito tempo nas ruas, logo as pessoas começariam a falar. E pessoas falando significavam Victor falando e o acusando de ser um mau enteado. Ora, a culpa era dele por Yuri não se sentir mais seguro na própria casa.

O garoto decidiu que tentaria ficar em casa naquele dia.

Era um clima estranho, mas não essencialmente ruim. Nenhum dos dois atrapalhava o caminho do outro ou fazia comentários desnecessários. Yuri pulou o café da manhã por acordar tarde. O almoço foi pouco e ele levou para o quarto. Daí em diante, ele passou o resto do dia jogado na cama ou no chão ouvindo suas músicas, jogando, lendo revistas e qualquer outra coisa inútil.

Yuri deveria ter pedido ao pai para consertar a porta antes de ir embora. A velha peça de madeira tinha a maçaneta defeituosa após inúmeras batidas provenientes de acessos de raiva do mais novo, anteriores à chegada de Yuuri. Agora, a porta não fechava, apenas ficava levemente encostada. O cheiro de comida caseira o estava distraindo de sua partida de Super Mario Bros.

"Yuri?" Yuuri bateu a porta algumas vezes antes de empurrá-la parcialmente e procurar o garoto no quarto com o olhar. Ele não parecia surpreso ao encontrá-lo concentrado naquele jogo bobo. "Vem jantar. Não pode ficar nesse quarto pra sempre."


Yuri fechou a cara, mas não abandonou o jogo. Nunca tinha chegado tão longe naquela fase, o porco podia esperar.

"Vai me arrancar daqui?" Ele perguntou sarcástico.

"Não estou com vontade." Foi a resposta despreocupada de Yuuri, que agora estava encostado ao batente da porta, observando seus movimentos. "Eu fiz katsudon."

Quando Victor ainda estava ali, vez ou outra Yuuri se aventurava a cozinhar comidas típicas do Japão. Pelo menos, Yuri achava que era do Japão, visto que ele não conhecia nenhum dos nomes. Impressionantemente, eles ainda não tiveram sushi.

Elas não eram ruins, mas Yuri ainda está para admitir isso, então continuou com a sua postura de desprezo.

"Que isso?" Ele perguntou franzindo o cenho enquanto seu personagem tentava pular cinco cascos de tartaruga em sequência.


"Uma comida do Japão. É a minha favorita." Yuuri explicou com uma tentativa de sorriso. Ao ver que não receberia atenção, ele se preparou para ir embora. "Vou deixar guardado pra você."

"Não quero." Foi a resposta imediata seguida de uma careta ao ver que tinha perdido o jogo. Obrigado, porco.

Como se tivesse ouvido aquilo, Yuuri riu, mandando um último olhar divertido para o garoto.

"Eu vou deixar guardado pra você." Ele insistiu como se tivesse certeza de que, no final, Yuri aceitaria o jantar.


O garoto não foi de imediato. Estava mais interessado em seu video game do que na comida caseira cheia de falso amor que Yuuri deveria ter preparado.

Victor não era muito de cozinhar quando estava em casa, eles tinham empregados para isso. A ideia de "comida de consolo" que as outras crianças tinham era desconhecida para ele. Biscoitos que te fazem se sentir em casa? Leite quente que sara todas as suas feridas emocionais? Que piada.

Eram todos aperitivos associados a mães. Seria esse o plano de Victor ao trazer aquele traste para sua casa? Conseguir uma mãe para Yuri? Se for, começou muito errado. Yuri nunca precisou de uma mãe. Ele precisava do pai que já tinha, de preferência mais perto de casa.

Chegou uma hora, porém, que a fome falou mais alto que a birra. Ele se cansara de seus jogos e o cheiro do tal katsudon estava o deixando com água na boca. Assim, ele resolveu que daria o braço a torcer e sairia de seu esconderijo. A essa hora, normalmente, Yuuri já estava no próprio quarto e Yuri tinha a cozinha só para ele.

 

Algumas luzes já estavam acesas na sala de jantar quando Yuri desceu as escadas. Tecnicamente, ainda estava de dia, com o sol demorando para se pôr em razão do verão. Mas não é como se muita luz solar entrasse numa casa cercada de árvores.

Ele esperava encontrar o cômodo vazio. Ao invés disso, se deparou com Yuuri calmamente escrevendo em papeis pautados sobre a grande mesa de mogno que recebia as refeições em família.

Yuri quase pensou em voltar pro quarto, mas sua presença foi notada por Yuuri, que levantou o olhar levemente e sorriu com gentileza.

"Consigo ouvir sua barriga roncando daqui." Ele brincou enquanto se levantava da cadeira. "Vou preparar o seu prato..."

"Eu me sirvo sozinho." Yuri resmungou indo direto para a cozinha, não esperando uma resposta.

 

Yuuri não o seguiu, o que dava a ele a liberdade de analisar a comida à vontade sem receber cara feia. Pelo visto, só havia arroz e alguma carne frita meio ensopada em algumas ervas. Tsk. Ele esperava mais, estava com fome.

A carne, que ele assumiu ser o tal katsudon, parecia ser a responsável pelo cheiro que recendia na casa inteira. Apenas esperava que o gosto fosse tão bom quanto.

Ele foi obrigado a voltar para a mesa com Yuuri assim que terminou de se servir, pois não havia onde se sentar na cozinha. Ele não iria comer em pé na própria casa como um sem-teto.


O mais velho não deu muita atenção a ele, ainda absorto em seus escritos. Yuri deve ter encarado demais os papéis, pois logo Katsuki o olhou de solslaio e explicou:


"São cartas." Ele levantou levemente uma das folhas. "Pros meus amigos fora do Canadá."

O loiro arqueou as sobrancelhas mentalmente enquanto se sentava. Existem pessoas que querem ser suas amigas?


"É, todo mundo tem pelo menos uma pessoa a quem se apegar." Yuuri respondeu como se estivesse lendo sua mente, sorriso despreocupado enquanto voltava às cartas. "Você também tem amigos, não é, Yuri?"


Ele fechou a cara enquanto enfiava o garfo na carne com um pouco mais de violência que o necessário. O silêncio que se seguiu já era a resposta negativa para aquela pergunta.


A comida não era ruim, por mais que Yuri quisesse motivos extras para odiar Yuuri. A mistura estranha de doce e salgado da fritura era diferente de tudo que ele já provara, mas não desagradável. Se seu bom humor perdurasse, quem sabe ele até repetisse.


"Parece bom." Yuuri disse após um tempo o vendo atacando o jantar.


"...Não é ruim." Seu padrasto não receberia um elogio assim tão facilmente. "O que é isso? Carne de porco?"


"Sim." Ele assentiu. "Victor não me avisou de nenhuma restrição alimentar, então achei que não tinha problema."


"Não tem." Yuri admitiu. Mas aquilo não passaria sem uma crítica. "Nunca vi carne de porco doce."


Yuuri parecia esperar aquela pergunta, se a risada contida não fosse um sinal.

"A receita que pede." Ele deu de ombros, observando o garoto com olhos perdidos no tempo. "Minha mãe fazia pra mim depois de cada apresentação, como um prêmio. Não acho que consigo fazer igual."


Então, em algum momento de sua vida, Yuuri teve algo comum como uma família que o enchia de carinho. Era de se esperar. Até caras esquisitos têm amor de mãe.

Mas quando falou sobre as cartas, Katsuki foi bem específico ao se referir aos seus amigos. Nada de familiares. Será que sua mãe não merecia uma correspondência?


"Está de bom tamanho." Foi tudo que ele conseguiu dizer enquanto retomava sua refeição.


Os dois mergulharam num silêncio razoavelmente confortável depois disso. Yuuri com suas cartas e Yuri com o jantar. Considerando as primeiras impressões um do outro, não estava tão caótico.


Podia ser uma comparação ridícula a que Yuri estava pensando, mas Yuuri Katsuki era como o katsudon em seu prato. A doçura era estranha, como se não fizesse parte de sua real natureza. Mas depois que se acostumava, não era tão ruim. Lentamente, ia de tolerável a agradável.


Se todas as noites sem Victor fossem assim, Yuri poderia começar a ser mais amigável.


O adolescente estava seriamente cogitando repetir a dose, quando seu estômago revirou.

 

O garfo praticamente caiu de sua mão, tilintando sobre o prato. Ele sentia o suor frio se acumular em sua nuca e testa, mesmo que não estivesse tão quente para isso acontecer. Sua respiração também ficou mais acelerada.

"O que foi, Yuri?" Yuuri olhava pra ele com as sobrancelhas franzidas de quem estava confuso.

Yuri não sabia responder de imediato, ele só sentia que não estava nada bem. Era enjoo misturado com fadiga e qualquer outra sensação ruim que existia. A lembrança mais viva que tinha de algo parecido era a vez que teve uma intoxicação alimentar por comer massa crua de brownie e...


Ele olhou acusatoriamente para o resto de comida no prato e depois para Yuuri. Os olhos de seu padrasto continuavam com aquele ar de curiosidade. Não é preocupação, foi a conclusão que a mente afetada de Yuri conseguiu rapidamente. Era como um cientista observando a cobaia sofrer, exceto que esse com certeza sentia prazer com aquela dor.


Yuri adoraria socar a cara dele, mas agora ele iria vomitar.

Seus pés funcionaram no automático quando o tiraram da sala de jantar aos tropeços e o fizeram subir as escadas dois degraus por vez, a mão sobre a boca para evitar acidentes.


Durante essa corrida pela sua dignidade, Yuri só conseguia pensar em como foi idiota. Ele não devia ter baixado a guarda, devia ter desconfiado de Yuuri em momento algum. O cara era uma cobra, esperando o momento em que ele estava mais vulnerável para atacar. E que baboseira era aquela sobre mãe? Yuuri Katsuki deve ter saído de algum esgoto se arrastando como um verme. Não tinha outra origem plausível para alguém tão podre.


Foi humilhante o suficiente ter posto pra fora o jantar no vaso sanitário. Mas foi muito pior notar a presença de Yuuri Katsuki encostado ao batente da porta, assistindo a tudo como se fosse uma apresentação de teatro doente que muito lhe agradava.

O garoto ainda ficou de joelhos, apoiado sobre a privada, por um tempo indefinido, não tendo forças pra levantar. Sua boca tinha um gosto horrível, seu estômago estava doendo, seus olhos lacrimejavam e um pouco de seu cabelo ficou sujo naquele desastre. Ele estava acabado.


Mas ele não iria cair sem enfrentar Yuuri uma última vez.


"Q-Que... Que merda você colocou na comida?!" Ele disse com a voz rouca, mas com toda a raiva e ressentimento que guardava dentro de si.


Yuuri não manteve sua personagem por muito tempo, pois não pode evitar a gargalhada ao ouvir a pergunta.

"Oh, Yuri, que falta de consideração." O mais velho disse se aproximando da forma ajoelhada, sarcasmo escorrendo em cada sílaba. "Eu fiz aquilo com tanto amor! Como você pode dizer algo assim?"


Yuri foi traído pelo próprio corpo ao tossir algumas vezes antes de conseguir falar novo.

"Tá escrito na sua cara." Foi a resposta murmurada com olhos em frestas. "Você tentou me matar!"


"Matar?" Yuuri riu novamente, abaixando-se para ficar no mesmo nível do garoto e olhá-lo nos olhos. A alegria em seu rosto parecia genuína perante tanto sofrimento. "Aw, solnyshko, não é pra tanto. Eu só queria que você mantivesse esse corpinho lindo e esbelto que você tem."

Para frizar seu ponto, Yuuri cutucou a barriga do menor com o indicador, num gesto quase brincalhão se não fosse a conjuntura bizarra.


Yuri sentiu seu rosto empalidecer ainda mais com o comentário absurdo. Seu corpo? Mas que porra Katsuki queria dizer com aquilo?!

 

"O quê...?"

 

"Você parece ter uma grande aversão por pessoas acima do peso, considerando que foi a primeira coisa que resolveu criticar em mim." O sorriso desapareceu por completo agora, dando lugar a um olhar gélido e sombrio que parecia julgar até a alma do adolescente. "Quando eu dançava, a gente fazia coisas assim para manter a forma. Escovas de dente, laxantes, diuréticos... O que você experimentou hoje foi xarope de ipeca. Tem um gostinho agradável de mel, não acha?"



O doce na carne, Yuri pensou enjoando novamente. Ele não conseguia lembrar do maldito katsudon sem sentir vontade de colocar tudo pra fora mais uma vez.

 

Foi então que Yuri se deu conta de que sua comparação ridícula ainda era completamente válida. Yuuri Katsuki e katsudon eram a mesma coisa. Pareciam bons e amigáveis, apesar da leve estranheza. Mas no final, eles estão cheios de veneno. Eles podem te matar e só precisam que você seja tolo o suficiente para lhes dar uma chance.

 

Yuri deu a chance e agora estava pagando muito, muito caro.

 

"Você é doente." Foi tudo que ele conseguiu dizer naquele estado humilhante em que se encontrava.


Katsuki parecia desapontado com aquela reação apagada. Ele esperava algo mais enérgico, mais cheio de vida. Yuri tinha tanta força em seus xingamentos. Era desanimador ver que um mero xarope podia deixá-lo tão fraco.


Como a mãe dele, Plisetsky era ótimo em decepcionar as pessoas.


Yuuri suspirou e balançou a cabeça para a constatação.


"Não, não sou." Ele pensou por um segundo e encostou a palma da mão na testa do garoto, arrancando um som fraco de descontentamento. "Na verdade, é você que está doente agora, Yuri. E eu adoraria te dar um remédio, mas acredite em mim quando eu digo que nada vai parar no seu estômago pelas próximas doze horas."

 

"Vai se foder..."


Ele sorriu de lado, divertindo-se com a situação. Ah, sim, esse era o Yuri que ele amava destruir.


"Pelo menos você não ficará igual ao porco do seu padrasto." Yuuri ficou em pé novamente, deixando o recinto. "Dizem que é possível se afogar com o próprio vômito durante o sono. Tenha cuidado, eu preciso de você vivo."

 

A forma indiferente com que aquilo foi dito, associada ao estado deplorável que Yuri se encontrava e a lembrança de que a única pessoa que podia ajudá-lo, seu pai, estava a centenas de quilômetros de distância; culminou para que o adolescente fizesse a última coisa que ele queria naquela hora:

 

Yuri chorou.

 

Era uma cena patética e seria mais humilhante ainda se Yuuri estivesse ali, olhando-o, mas ele já havia se recolhido para o próprio descanso. Yuri estava com raiva, medo, dor e todo o sentimento ruim que existia na Terra. Ele queria abraçar seu pai e ao mesmo tempo jogar em sua cara o quão psicopata era o noivo dele. A ideia de Victor não acreditar em nada era assustadora justamente por ser provável.


Ele finalmente entendeu o plano de seu padrasto, naquele momento. Yuuri Katsuki não iria matá-lo. Ele iria torturá-lo de tal forma que o garoto se arrependeria amargamente de ter cruzado seu caminho. Provavelmente o faria se arrepender de ter nascido.


Yuri agora não estava certo de que tinha forças para aquela guerra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Xarope de ipeca já foi um remédio real, patenteado no Canadá, cujo objetivo era fazer vomitar para evitar uma complicação maior. Usei da licença poética sobre o tempo que leva pra fazer efeito, porque 10-15 minutos seria o xarope puro. Além disso, na minha última intoxicação alimentar eu genuinamente achei que ia ter um troço durante o sono, então sei do que eu tô falando.

É, não está sendo uma história muito bonitinha, mas pode ficar pior (yay?).


Espero que tenham gostado! Até a próxima!!

XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Smoke Filled Room" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.