Young Justice escrita por Dhuly


Capítulo 13
Um Passo da Verdade - Parte 2




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Happy Harbor - 14:15 (Dia Seguinte)

Kate entrou na sala de reuniões e sentiu um alívio genuíno tomar conta de si mesma ao ver que realmente todos estavam bem. Quando ela havia deixado eles ao cuidado da Liga na noite passada sua equipe ainda estava de cama, desacordados e extremamente fracos. Vê-los mais uma vez, todos de pé, tirava o peso de seus ombros e a aflição sobre a condição deles.

— Que bom que todos estão bem… — Ela começou antes de se sentar, porém foi interrompida por Samantha que bateu com um punho na mesa, furiosa. A mão de Nereus foi de encontro a dela cobrindo-a, assim ela se acalmou antes de se virar para a Wayne.

— Não graças a você! — Sam proferiu cada palavra com rancor.

— Ei Sam, se acalma, a Kate não teve nada haver com o que aconteceu ontem. Ela foi nos salvar. — Jane tentou apaziguar a alada, mas não parecia estar surtindo efeito.

— Eu sei que você sempre tenta ver lado bom de tudo Jane, mas você não pode passar o pano para o que a Wayne fez!

— O que eu fiz? Eu não…

Você nos abandonou! — Samantha levantou-se, ficando de frente para Moça Maravilha. — Não pense que eu não lembro da noite passada, eu vi como você foi correndo atrás daquela garota com essa sua obsessão para descobrir a verdade. Nós somos a sua equipe, estávamos jogados no chão no meio de uma luta e você ainda assim nos abandonou!

— Não! — Kat tentou rebater, aquilo não era o que ela havia feito. — Harry e Zoe estavam lá, eles iam ajudar vocês e eu não podia deixar ela fugir, precisamos dela para a investigação.

— Essa maldita investigação que parece ser o nosso objetivo, a meta misteriosa que você decidiu ser o nosso propósito. Aposto que você só uniu a Justiça Jovem para ter alguém como capacho enquanto você brinca de detetive. Essa droga de investigação que parece ser o mais importante para você! — Ela dizia tudo com um dedo inquisidor em sua face e não dava brechas para Kate rebater ou se defender.

Kate Wayne estava acuada, sem ação ou palavras na ponta da língua, sentia-se simplesmente impotente. Sentou-se na cadeira e olhou para as mãos.

— Sam, e-eu, eu…

— Não existe desculpa Wayne, você… — Ela pareceu parar para pensar e suspirou. — Eu não vou mais brigar por isso, eu apenas não vou mais ficar fingindo que essa equipe. — Ela fez um pausa. — Que isso tudo está dando certo, para mim já chega. Eu estou fora.

— Sam! — Jane levantou-se e voou até a alada. — Por favor, não vá, precisamos de você!

Ela sorriu e colocou uma mão delicadamente no rosto de Miss Marte.

— Você é um doce querida, mas abra os seus olhos também, essa equipe não irá para frente. — Ela apertou a mão da garota. — Saia antes que você se machuque também e quebre esse coração puro.

— Eu vou com a Sam. — Nereus avisou ao mesmo tempo que se levantou. — No começo eu achei que pudéssemos dar certo, mas agora apenas não parece certo.

— Tchau pessoal. — Samantha despediu-se e partiu sendo seguida pelo príncipe, deixando apenas os três ali.

Um silêncio perturbador tomou conta da sala, sendo interrompido pelas fungadas esporádicas de Jane.

— Jane, eu tenho certeza que tudo vai se resolver.

— Não, não vai, eu apenas queria que as coisas voltassem a ser como no começo, quando tudo era mais fácil e todos estávamos juntos. — A garota disse com lágrimas cortando sua face antes de também sair.

Kate escondeu a face entre as mãos em negação. Como tudo poderia estar dando tão errado?

— Você foi o primeiro que eu chamei para fazer parte da Justiça Jovem. — Kat relembrou olhando para o ruivo. — Vai ser o último a partir?

Andy saiu de sua cadeira e seguiu até atrás dela, colocando uma mão sobre seu ombro, ele apertou ali lhe passando um pouco de suporte.

— Nós somos amigos há tanto tempo Kate, você sabe que sempre poderá contar comigo, não é? — Ele perguntou e ela confirmou com um aceno. — Eu vou estar aqui para o que você precisar, sempre! Mas a equipe já era, acho melhor dar um tempo e deixar a cabeça de todos esfriarem, creio que não adianta tentar fazer alguma coisa nesse momento.

— Ok. — Foi tudo o que ela conseguiu responder, ele apertou seu ombro mais uma vez antes de soltá-la.

— Eu vou atrás da Jane e ver como ela está. — Assim Andrew foi o último a sair, deixando ela sozinha com seus pensamentos.

Havia largado eles em nome de sua investigação, mas no fim não havia pegado a garota e não estava um passo mais próxima da verdade. Você sempre se acha um passo à frente, mas o tempo todo esteve um atrás. Lembrou dela dizer em seu último encontro. Estava sozinha, sem seus colegas, sua equipe, seus amigos.

 

~*~

 

Jane apenas não conseguia conter suas emoções em situações como aquela. Ela amava fazer parte da Justiça Jovem, ter amigos como eles, se sentir parte de algo maior e se sentir acolhida no meio deles. Ver a equipe se desfazer simplesmente era demais para ela.

Secou suas lágrimas quando viu Kara parada na frente de uma porta, com um cara tão abalada quanto a dela, o que era incomum já que a mulher loira era dotada de um ânimo alegre e divertido.

— O que houve? — Miss Marte não queria ser curiosa, apenas queria ajudar e tirar os pensamentos amargos de sua própria mente.

— Oh Jane! — Ela começou desconcertada e com um sorriso amarelo, estava tentando esconder algo e a heroína mais jovem sabia disso. — Nada, eu apenas estava ajudando o seu pai com algo e, oh, falei demais.

— Meu pai está aí dentro? Porque não me disseram que ele estaria aqui? Eu gostaria de falar com ele sobre muitas coisas. — Jane tentou entrar, mas foi barrada por Kara.

— Eu acho melhor você não entrar aí dentro Jane. — Assim que ela disse isso a porta se abriu e seu pai apareceu.

— Deixe ela entrar Kara, ela precisa saber da verdade.

— Verdade? Pai, do que você está falando. — Ela estava muito confusa e ficou ainda mais quando ele saiu da sala e ela poder ver quem estava dentro dela. — Brandon?

— Entre, acho melhor você saber por si mesma. — Ele deu espaço e ela fez como pedido, a porta se fechando atrás de si.

Ele olhou para ela com um olhar de culpa e pesar, os olhos marejados. Ela percebeu como as mãos dele estavam presas por algemas ligadas a mesa metálica, como em um interrogatório, daqueles que ela via em alguns doramas que assistia. Tudo estava confuso demais.

— Brandon, o que você está fazendo aqui? Porque te prenderam? Você está bem? — Ela começou a pergunta compulsivamente, nada estava fazendo sentido para ela, aquele dia estava se desenrolando em um turbilhão para a garota.

— Jane, eu apenas… — Ele abaixou a cabeça em movimento de negação. — É melhor se você for embora.

— O que? Não, eu não vou te largar assim! — Ela cobriu as mãos dele com as dela e ele cerrou o maxilar.

— Por favor, isso é demais para mim, eu não quis te trair, eu apenas estava fazendo o meu trabalho, não era para eu me apaixonar por você, mas…

— Se apaixonar por mim? — Ela soltou dele surpresa e mais confusa ainda, ninguém nunca havia se apaixonado por ela.

— Jane, eu gosto de você. — Ele parecia estar tentando conter suas palavras, mas por fim se soltou. — Eu amo você! Eu juro.

Ela não pode evitar de sorrir ao ouvir aquilo.

— Eu… — Ela queria responder o mesmo prontamente, mas se segurou. — O que você está fazendo aqui?

— A Liga me achou, perto de onde você estava sendo mantida presa, eu ia intervir, não é o meu papel me envolver tão pessoalmente, iria acabar com o meu disfarce, mas eu não podia deixar que eles te ferissem. Eu sacrifiquei tudo por você.

— E-eu ainda não entendo.

— No início eu estava apenas fazendo o meu trabalho como agente, eu deveria me apresentar a você e ganhar sua confiança, descobrir sobre você e sua família. Era o meu trabalho! — Brandon tentou explicar e foi como se Jane começasse a perder sua base.

Agente? Trabalho? Primeiro sua equipe e agora aquilo, era demais. As lágrimas voltaram para sua face, ela não pôde evitar. Ainda era confuso demais, não fazia o menor sentido.

— Jane, eu juro que no começo eu estava me aproximando de você apenas pelo meu trabalho, mas agora, eu sinto algo por você e…

— Isso tudo foi uma mentira? Você mentiu para mim esse tempo todo? — Ela apenas não conseguia acreditar.

— Não, você não está entendo. — Ele tentou pensar no que dizer, porém não conseguiu no momento uma forma de fazê-la ver a verdade.

— Porque? Porque você mentiu esse tanto para mim? Tudo o que a gente passou, os nossos encontros, tudo o que você me disse, era mentira?

— Eu não vou dizer mais nada, não agora, você vai entender mais tarde, eu sei que vai.

Tantas mentiras, ela odiava mentiras. Entretanto ela teria a verdade, de uma forma ou de outra. Jane não segurava mais suas emoções. A garota sempre ouviu seu pai dizer que deveria aprender a controlar os seus poderes e sua mente, coisas ruins aconteciam quando ela pedia o controle. Porém no momento ela estava farta de se segurar.

— Você vai me mostrar a verdade.

As paredes ao seu redor começaram a tremer e rachar em diversos pontos, seu pai tentava abrir a porta do lado de fora, mas a heroína não deixaria ele entrar. Seus pés não tocavam mais o chão o espaço entre ela e Brandon diminuía à medida que ela flutuava para perto dele. Jon tentava entrar em sua mente, mas ela o bloqueou, da mesma forma que ignorou a voz de Brandon. Olhou profundamente para dentro do olhar de espanto dele antes de fincar suas mãos na cabeça dele, quebrando as barreiras que haviam ali e ela nem fazia ideia. E então ela viu, a verdade, plena e dura verdade.

Ra’s al Ghul, a Liga da Sombras, Nanda Parbat, o treinamento de Brandon e por fim a missão dele: ela mesma. Ela entrou mais afundo, procurou entre mais memórias e achou o que queria.

 

— O nome dela é Jane. Ra’s havia dito o nome dela, a sua missão era ela. Se infiltrar e passar informações para Alexis Waller sobre a nova equipe de heróis que estava indo fundo demais. Com o perfil da garota Brandon já sabia que seria uma missão fácil.

— Alguma coisa a mais que eu deva saber, senhor?

— Não, você sabe o que fazer. — O mestre da Liga das Sombras que virou para ele, o luar fazendo o seu contraste naquela noite em Nanda Parbat. — Use tudo o que for necessário para se aproximar da menina e da família dela. Essa é sua primeira missão, não me decepcione.

— Não farei isso meu senhor, serei exímio em minha missão. — Ele afirmou levando o punho ao peito, seu coração estava com a Liga das Sombras. — Irei trazer honra ao senhor e cumprirei meu primeiro trabalho, Jane passara todas as informações em pouco tempo e eu irei conquistá-la, custe o que custar.

 

Era demais. Miss Marte levantou seu punho desintegrando as algemas que prendiam ele e com outro aceno de mão levantou o espião no ar.

— Porque? Porque?  — Ela repetia continuamente enquanto pressionava ele com o punho se fechando lentamente. Brandon começou a perder o ar e a ficar roxo. — Apenas me diga o porque!

— Jane… — Ele disse e ela soltou um gemido soltando ele e caindo no chão sem forças para continuar com aquilo.

Kara conseguiu arrombar a porta e a encontrou naquele estado. Ela sentiu braços a cobrindo e levantou o olhar choroso pensando que iria encontrar a face de seu pai, mas encontrou a de Andy. Ela se apertou contra ele, procurando por segurança.

— Ele me enganou Andy, era tudo uma farsa. — Ela engasgava no meio de palavras e choro, se agarrando ao amigo com as mãos trêmulas.

— Tudo bem, eu estou aqui, vai ficar tudo bem...


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