Cansaço escrita por llucida


Capítulo 1
Capítulo 1




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Sakura debruçava-se sobre a mesa de seu escritório no hospital infantil quando deu provimento a sua entrada após uma batida na porta. Dos cabelos róseos presos frouxamente caiam mechas desalinhadas sob os ombros rígidos. Os círculos escuros sob os olhos esmeraldinos fizeram Sasuke se perguntar qual foi a última vez que ela se permitiu uma noite de sono decente.

"Sasuke-kun", ela tentou suprimir um bocejo oferecendo rapidamente um sorriso simpático.

"Deveria se dar um descanso" Ele sugeriu colocando o bento sobre a mesa. Tinha certeza que ela não havia comido nada até aquela hora.

A médica-min estava sempre ocupada. Além de seus deveres na chefia do hospital infantil, constantemente assumia missões especiais e colaborava com seus conhecimentos e experiência para ajudar outras vilas em situações emergenciais, chegando até a aceitar alguns aprendizes que vinham de outras regiões em busca de sua orientação.

"A mamãe andou colocando ideias na sua cabeça", ela olhou para o preparo com carinho e passou uma página. "Já estou terminando aqui".

 Sasuke não lhe deu respostas e ao invés disso, caminhou para o centro da sala e se sentou no sofá de couro branco.  Sakura voltou a estudar o orçamento do Hospital. Precisava revisar as despesas estimadas para compra do trimestre seguinte, uma vez que a procura por ajuda psicológica havia aumentado e os prazos estavam apertados para repor em tem hábil tudo o que estava para faltar.

Ele acompanhou o modo que os olhos dela se moviam atento sob os papéis. A compressão de seus lábios quando encontrava algo que parecia deixa-la incerta, e o modo que pausava reflexivamente apoiando o queixo no indicador. Não se lembrava de um tempo que ela não fosse assim.

Sakura sempre se dedicava a tudo que acreditava. Dava tudo de si pela vila, por seus objetivos e metas. O modo que andava sobrecarregada, constantemente pulando refeições e noites de sono podia irritá-lo, mas era o esperado e ele apenas podia se resignar. Aquela era Sakura afinal.

"Você tá olhando", Sakura mordiscou o lábio sentindo o rosto esquentar e virou a página. Sasuke desviou o olhar e ela se levantou, sentindo as costas reclamarem do longo tempo que passou sentada.

A médica tirou o jaleco e pegou o bento, "Você jantou?"

Sasuke assentiu e ela se sentou a seu lado, "Sua mãe insistiu".

Sakura inalou o cheiro de missô, "Típico. Aposto que o encheu com reclamações sobre mim: "ALÁ A Sakura que não come, vai ter uma crise de fraqueza por aí afora desse jeito" ela imitou a mãe e abriu a marmita.

Mebuki era uma mulher de feições duras, parecia sempre impaciente, bruta até,  mas com um coração quente. Costumava dizer que ninguém que entrava em sua casa saía de barriga vazia. Sasuke rapidamente se acostumou a companhia reclamona da mãe da noiva, que sempre insistia que ele ficasse para jantar — mesmo quando Sakura não estava, como o caso daquela noite.

 

"Ela só está preocupada".

"Não precisa, estou comendo e daqui a pouco as coisas voltarão a ficar tranquilas novamente, espere só", ela então se deliciou com os legumes e peixe empanado que a mãe havia feito até não sobrar quase nada.

"Você está olhando de novo", ela colocou a vasilha de lado se perguntando se havia alguma sujeira em seu rosto.

"Sim, estou", ele respondeu e antes que percebesse, a mão dele deteve a dela, que vagava pelo rosto como se tivesse algo errado. Detestava que ela fosse tão insegura.

Os lábios dela se abriram como se quisesse formular algo, mas ele não podia ver muito além. Ele os tomou para si e Sakura o respondeu em igual moeda.

"Você é bonita e por isso estava olhando pra você", ele sussurrou como se para retificar quando o beijo cessou. Não via problemas em ser honesto. Sakura era a mulher mais linda que conhecera e provavelmente ela o atrairia mesmo se não fosse.

Ela enrubesceu e o beijou novamente em uma tentativa de esconder o desconcerto que as palavras de Sasuke causava.

...

Sentia-se fora de órbita.

Estar com Sasuke era inebriante.  Seu corpo respondia ao dele com urgência, querendo sempre mais.   Implorava para ela estar cada vez mais perto.  E assim ela o fez.  Ladeando o corpo masculino com suas pernas.

Quando lábios dele desceram por seu pescoço ela arqueou a cabeça cedendo espaço e aproximando-se ainda mais. Queria senti-lo, toca-lo.  Ser completamente dele. As mãos dela então espalmaram as costas musculosos e envolveram os cabelos negros quando sentiu o toque masculino em seus seios.

 Era fácil se perder nas carícias do noivo.  Tudo parecia tão certo. Ela sofregamente viu ritmo dos beijos e das carícias diminuir.

"Devemos parar", Sasuke sussurrou contra a pele de seu colo. 

"Sim, sim ", ela assentiu com a respiração ofegante.  Sabia que era o adequado, mas seu corpo apenas desejava que os lábios de Sasuke descessem pela camisa desabotoada e só parassem quando aquela agonia dentro de si passasse.

"Devemos?" Ela perguntou

Os lábios dele vagaram sobre a curva dos seus seios. “Sakura”, ele depositou um beijo na pele alva.  Ela sempre fazia tudo ser mais difícil.

 "Poderíamos ir pra sua casa", ela argumentou apesar da certeza que não havia quase ninguém aquela hora no hospital.  Não seriam incomodados mesmo se permanecessem ali.

A mão dele se arrastou pela perna dela apertando a coxa torneada.

Sasuke se sentia em um ponto em que diria sim pra tudo que Sakura quisesses. Ela era sua maior fraqueza.

 A imaginara em sua cama vezes demais ao longo de sua juventude para ser estranho a ideia sugerida, porém, em contrapartida, ele nunca havia sido íntimo de uma mulher.  As insinuações de Sakura, por mais tentadoras que fossem, também o alarmavam.

Ele se obrigou o olhar para ela.  A face estava escarlate, mas o brilho determinado estava lá.

 Seus dedos desligaram pela blusa rosa e ele fechou os dois botões que haviam se aberto. 

“Não assim”, ele depositou outro beijo só fechar o último botão.

Não em um sofá de um escritório de hospital, ou em seu apartamento quando nem mesmo eram casados.  Não por desespero de seu corpo.  Não em uma decisão impulsiva. Não quando ele havia oferecido pra ela tão pouco.  Aquela era a mulher que havia lhe dado tudo.

Sakura aquiesceu sabendo que não poderia insistir, e após mais um beijo se levantou “Vou pegar um café”, inventou a primeira coisa que veio em mente para dispersar o clima anterior.

“Eu pego pra você”, ele se ofereceu e ela assentiu.  Só queria um pouco de normalidade.

 

Quando Sasuke voltou após rastrear a última máquina de café que não estivesse vazia, ele encontrou Sakura deitado no sofá.  Ela murmurou algo sobre ele esperar um cochilo de minutinhos e voltou ao sono profundo.

Ele se sentou no chão ao lado dela e conteve a vontade de passar os dedos entre os fios rosa espalhados no estofado. A expressão era suave e a mão direita com unhas pintadas de verde descansavam a nível dos lábios.

Ele se pegou imaginando como seria seu futuro com ela.  Já havia dormido com ela varia vezes nos acampamentos em missões, mas se perguntava como seria acordar ao lado dela como casados.  Se vê-la dormir virasse rotina, não um momento roubado.

Não sabia como seria, mas se conteve em apreciar aquela paz que podia sentir em apenas estar perto dela, e sem perceber adormeceu.

 

 


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