Kyungsoo estava daquele jeito de novo escrita por Melody Holy


Capítulo 1
Capítulo único




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—Jongin... o Soo tá daquele jeito de novo...

Kai olhou para Baekhyun, que o fitava claramente exigindo que fizesse alguma coisa. Suspirou enquanto tomava coragem para se levantar do sofá e do cafuné gostoso que recebia de Sehun. Recebeu um tapa de leve na lateral da cabeça e soube que realmente teria que sair dali.

Não que fosse preguiçoso ou algo do tipo, mas é que aquela era a primeira semana de folga que tinham em meses – o que era até que estranho considerando o final/início de ano – e não estava em seus planos ter que lidar com o “Satansoo” tão cedo. Porque sim, sabia que Kyungsoo estava em seu estado “foda-se” quando Baek dizia que estava daquele jeito.

Kyungsoo tinha algum problema com aquela época do ano. Talvez pelo seu aniversário, pela relação com a família, coisas do tipo. Kai sabia – não havia quase nada que não soubesse sobre o baixinho, aliás –, e justamente por isso não se surpreendeu quando entrou no quarto que compartilhava com o mais velho e o encontrou sentado sobre a cama com o olhar perdido fixo à parede.

Se aproximou com cuidado, mesmo que soubesse que Kyungsoo não estava realmente prestando atenção ao seu redor. Se sentou ao lado dele, sendo ignora com sucesso. O que não era novidade para ninguém àquela altura. Sempre que Kyungsoo ficava daquele jeito era um desafio imenso tirá-lo da bolha depressiva em que ele se subjugava.

Kai era um dos únicos que conseguia fazê-lo voltar a realidade. E se Baekhyun, que era o melhor amigo do baixinho, não havia conseguido, Jongin não tinha certeza que conseguiria.

—Soo? – tentou chamar o mais velho, que apenas olhou para si com aquele famoso olhar que lhe rendia o apelido de “satansoo” entre os fãs. – Tá legal, eu não vou perguntar se você tá bem, porque eu já sei que não. Então vamos ser mais práticos. – respirou fundo, percebendo que agora Kyungsoo realmente prestava atenção em si.

—O que você quer, Jongin?

O Kim sorriu de lado diante da resposta. Certo, Kyungsoo não estava tão no fosso assim, caso contrário teria respondido algo parecido com “Vai se foder, Kai”. Talvez não fosse tão difícil assim deixa-lo melhor.

— Levanta e troca de roupa, Soo. A gente vai sair.

Jongin observou Kyungsoo revirar os olhos antes de erguer uma sobrancelha enquanto o encarava, claramente perguntando “e quem vai me fazer sair daqui?”. Abriu um sorriso de nervoso enquanto pensava que talvez fosse sim complicado tirá-lo dali.

— E pra onde você pretende ir, Kai? – o mais velho perguntou com acidez enquanto observava o outro com curiosidade.

—Meu Deus, que bicho te mordeu hoje, hyung? Só vamos sair. É inverno, o dia tá bonito, eu sei que você gosta desses dias frios. Vamos andar por aí, você tá precisando espairecer um pouco.

—Baekhyun te mandou me tirar daqui, foi?

— Não, Soo, ele me mandou conversar com você – revirou os olhos, impaciente – Só que tá óbvio que você não está bem e eu pensei da gente sair um pouco do apartamento, andar por aí, tomar um cappuccino, talvez. Alguma coisa do tipo. Porque sentado aí com essa cara de depressivo que não tem amigos não vai rolar.

Kyungsoo riu, balançando a cabeça enquanto pensava como o mais novo era impaciente. Jongin era sempre daquele jeitinho, impulsivo, impaciente, decidido. Nem adiantaria tentar insistir e dizer que não ia com ele, porque era capaz de ser pego no colo e levado à força. Sabia o que os amigos estavam pensando. Não era novidade para ninguém que aquela primeira quinzena de Janeiro era uma época complicada para si. Os outros só queriam vê-lo bem.

Mas mandar Jongin, logo ele, fazê-lo se sentir melhor não podia ser bom sinal. Estava ciente de ter ignorado Baek e Chanyeol, mas era só porque aqueles dois não sabiam ser discretos, principalmente Baekhyun. E Chanyeol já chegara em seu dormitório quase quebrando a maçaneta. Não, não precisava daqueles dois em seu encalço.

Se havia sido mesmo Baekhyun quem mandara Kai falar consigo, duvidava que o objetivo do amigo fosse fazê-lo sair de casa. Não quando o mais velho sabia que se Kyungsoo estivesse realmente disposto a não sair do apartamento, ele e Kai certamente fariam barulho que atrapalharia os outros membros.

Porque era óbvio que Kai estava se atendo ao lado “sou seu amigo, seu dongsaeng, seu colega de quarto e de trabalho” e não ao lado que realmente lhe interessava no momento, onde a única coisa que importava era “sou seu namorado”. Jongin com certeza estava com receio de agir daquele modo porque o respeitava demais para atrapalhar seu momento depressivo que era aquele começo de ano – Kai obviamente não viria até si se não tivesse sido mandado.

Kyungsoo sorriu ladino enquanto se ajeitava sobre a cama em uma posição mais confortável e era observado pelo mais novo. Olhou para o outro e viu os olhos de Jongin brilharem ao reconhecer sua expressão. Agora as coisas seriam mais divertidas. Bem mais do que sair do apartamento.

—E você tem tempo pra sair, Kai? Pensei que tivesse que estar com sua namorada hoje. – provocou, rindo ao ouvir o bufar irritado e o revirar de olhos do outro.

— Jennie está ocupada hoje. E não provoca, Kyungsoo, ainda mais quando sabemos que a Dispatch só inventou esse meu namoro depois que um dos membros da staff pegou nós dois nos beijando. E, puff, eu ganhei uma namorada midiática só como castigo pra gente. Então, que tal não tocar no assunto?

O tom sarcástico e cansado usado na resposta só fez o baixinho rir mais. Riso esse que morreu assim que o Kim achou que aquilo já estava demorando tempo demais e se inclinou sobre o menor, selando os lábios de forma rápida, apenas para chamar a atenção do mais velho.

Kyungsoo arregalou os olhos com o susto. Viu só? Impulsivo e impaciente. Sorriu malicioso e levou uma mão à nuca do mais alto, entrelaçando os dedos nos fios macios e o puxando para si, exigindo os lábios rosados em um beijo que de calmo não tinha nada.

Nenhum dos dois sabia dizer há quanto tempo não tinham um momento só entre si – o que era até meio triste de se pensar quando se lembravam de que dormiam no mesmo quarto e na mesma cama. Desde que foram pegos por um dos membros da staff, Kyungsoo vinha de cara mais fechada e emburrada que o normal. Baekhyun dizia que o flagra o deixara mais arisco, mas Kai sabia que na verdade o mais baixo estava apenas poupando os amigos de alguma situação constrangedora.

Porque Junmyeon ainda estava traumatizado da vez em que entrara no quarto do casal e o encontrou no meio de um momento íntimo.

Por isso, não havia calma na forma como se beijavam ou como as mãos apertavam e apalpavam o que estava em seu alcance. A saudade era algo inegável, o desejo há muito guardado encontrava finalmente um momento para ser liberto, os olhares, a atração que sentiam um pelo outro. Era libertador.

—Kyungsoo! É o seu dia de fazer o jantar, vai logo!

A voz de Minseok foi como um balde de água fria sobre o casal.

Kyungsoo xingou audivelmente, enquanto Jongin ria da reação do namorado. Não seria hoje que matariam a saudade que sentiam.

O mais velho revirou os olhos, amaldiçoando até a sétima geração da família de Xiumin. Se levantou a contragosto, puxando os curtos cabelos enquanto bufava de frustração. Olhou para o mais novo, que parou de rir imediatamente ao ver a indignação nos olhos do baixinho.

Jongin se levantou e se aproximou do outro, passando os dedos pela pele macia do namorado antes de se inclinar e beijá-lo mais uma vez.

—Vai lá, Soo. Depois a gente continua – disse enquanto sorria sugestivo, recebendo um sorriso igual em resposta.

—Acho bom mesmo – Kyungsoo respondeu enquanto saia do quarto e se dirigia a cozinha.

Se deparou com Baekhyun sentado na bancada do recinto, o observando com um sorrisinho ladino e uma sobrancelha arqueada como se o questionasse “ e aí, como foi?”. Revirou os olhos e se aproximou do armário para pegar os ingredientes.

— Vá se foder, Baek. Ou será que Chanyeol não está disponível hoje? – Provocou, rindo alto ao ver o mais velho corar e se levantar de onde estava.

—Cozinha aí, vai. – foi o que teve como resposta antes do amigo sair da cozinha.

Sorriu, balançando a cabeça e começando a preparar o jantar.


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