Ele e Eu escrita por Thay Chan


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão vcs? Tudo certo?

Bom, eu sei que não falo muito nas notinhas daqui, mas queria comentar uma coisa sobre a fic que eu percebi que está sendo meio confuso para vcs.

Se vcs tiverem essa dúvida, a Sakura tem 15 anos, prestes a completar 16. E como eu disse para algumas leitoras daqui, pretendo fazer algo com isso no futuro. Bem, eu sei que a Sakura as vezes é meio imatura, sei que o Kisashi as vezes trata a Sakura como uma criança, mas essa é a intenção, gente. Com um tempo vcs vão perceber que as coisas vão ir mudando e aí... hsgisidfsk, eu n vou contar, nem adiants, kkkk. Enfim, é isso, espero que gostem desse capítulo. Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773046/chapter/8

NO DIA SEGUINTE, eu estava no consultório do sr. Hatake. Quase preparada para mais uma consulta, com o coração acelerado. Eu não sabia o que esperar, mas estava rezando por uma sessão padrão. Perguntas normais como: " Como está se sentindo hoje?", ou "O que você pensa sobre isso?", seriam muito bem-vindas. Eu me sentia meio contraditória também, porque, ontem, quando papai me informou sobre a consulta e eu pensei racionalmente sobre isso, eu jurava que tinha parecido muito mais fácil.

Eu havia pensado Tenho certeza que o sr. Hatake não é tão ruim quanto pareceu, e, na hora, pareceu verdade, assim como Talvez, eu só não tenha pensado bem dele porque não o queria desde o começo, mas ele certamente deve ser muito legal, mas, agora, nada disso parecia tão verdadeiro assim.

Principalmente, quando eu estava de fato sentada no sofá de couro preto, com ele na minha frente em sua poltrona cinza, e seu olhos me encarando tão astutamente.

Eu só poderia esperar que não estivesse o encarando com olhos assustados. Embora pudesse dizer que já estava fazendo um excelente trabalho em conseguir permanecer olhando para ele.

O sr. Hatake não havia se movido desde que eu havia entrado na sala, mas ele enfim se inclinou para a frente, quando perguntou:

— Como foi o seu dia ontem? – se eu não estava com os olhos arregalados antes, agora eu provavelmente estava, porque a pergunta me pegou totalmente de surpresa. E não foi porque ele não me cumprimentou com um bom-dia, ou um "Oi, como você está?". Foi porque era uma pergunta comum, como a que eu estava querendo ouvir, mas que não estava com muita esperança de acontecer.

Demorei algum tempo para formular uma resposta na minha cabeça, apesar da pergunta não requisitar muita inteligência. E, então, quando consegui a desenvolver, me atrapalhei no momento de falar, e não saiu nem um pouco como eu tinha pensado:

— É… Uhm… foi legal.

O sr. Hatake estava girando o anel no dedo médio de sua mão esquerda com o polegar.

— O que você fez? – ele perguntou, com a voz curiosa.

Minhas sobrancelhas se uniram levemente, em confusão.

— Ahm, eu… arrumei algumas coisas da mudança com papai – respondi, lentamente.

O sr. Hatake anuiu, de novo como se tivesse descoberto um grande segredo, como na outra sessão. Estava começando a pensar que isso era algum tipo de tique.

— O que está achando de Toms River? – ele perguntou, como se já estivéssemos no assunto.

Eu mal pude acompanhar a conversa, antes de parar para pensar sobre isso. O que eu estava achando da cidade? Realmente não muito. Na verdade, eu poderia contar nos dedos o que eu havia tentado reparar desde que cheguei.

Mas como eu poderia ser sincera com o sr. Hatake? Aquele possivelmente poderia ser o lugar onde ele nasceu ou viveu grande parte da vida. Eu não me sentia confortável quando ouvia alguém falar mal de Illinois, portanto não parecia justo que eu fizesse o mesmo com outra pessoa.

— Ah, estou gostando – eu disse, talvez um pouco sem jeito demais.

O sr. Hatake parou de brincar com o anel, que, à luz clara que entrava pelas frestas das persianas, parecia de prata, e um canto da sua boca subiu. Exatamente do jeito como da última vez.

— Você não deveria ter medo de ser sincera comigo, Sakura. – Oh, ele percebeu. — Afinal, é para isso que eu sou pago.

Eu já tinha ouvido muitos psicólogos falarem algo parecido: "É para isso que estou aqui.", "Estou aqui para ajudá-la", mas nunca tinha ouvido um "É para isso que eu sou pago." Claro, eu não era tão ingênua, eu sabia que era isso o que eles pensavam na realidade, mas pelo menos eles eram sutis, coisa que eu estava aprendendo que o sr. Hatake não era nem um pouco.

Não tinha como responder a isso, então fiquei quieta, me questionando se ainda faltava muito para que eu pudesse ir embora.

 

Quarenta minutos depois, eu estava no banco de trás de Dorothy. No meu lugar de sempre. Papai estava tranquilo atrás do volante, desviando pelo tráfego com uma maestria que apenas pessoas que dirigiam há anos e que sabiam o que de fato estavam fazendo conseguiam. Se algum dia eu começasse a dirigir, iria querer que papai fosse meu professor. Porque ele era muito bom.

Não pude evitar sorrir, quando tentei imaginar papai me ensinando a dar marcha à ré no Corolla. Seria uma boa recordação, uma boa memória para colocar em nosso álbum de fotografia. Nós poderíamos colocar na legenda "O dia D da família Haruno", porque, obviamente, esse seria o acontecimento do milênio. No entanto, parecia meio transparente demais que papai nunca me deixasse dar meus primeiros passos em Dorothy, o que eu possivelmente concordaria. Não iria querer qualquer amassado na lataria brilhante dela também. Dessa forma, só poderíamos tirar uma foto de verdade quando eu enfim aprendesse, porque, era óbvio, não existiria família Haruno sem nosso Corolla azul-claro.

Meu sorriso se desfez aos poucos, nunca fazia sentido sonhar com esse tipo de coisa. Porque eu nunca iria poder dirigir e papai nunca iria poder ter esses momentos legais que todo pai normal tinha.

Eu me virei para a janela, incomodada com meu devaneio, e, subitamente, lembrei-me da consulta com o sr. Hatake que eu estava tentando não pensar.

Ele não havia falado mais nada sobre a cidade depois que viu que eu estava mentindo. Não havia dito "Dê uma oportunidade à New Jersey" ou "Tente abrir seus horizontes para coisas novas". Apenas tinha voltado a perguntar sobre a minha rotina, o que eu ainda estava considerando comum demais se comparado à sessão passada.

Olhei para o outro lado. Eu ainda não queria olhar para Toms River, e nem sabia se um dia iria querer. Não parecia prático perder tempo analisando algo que eu sabia que não iria gostar de qualquer forma. Por isso, voltei meus pensamentos ao sr. Hatake.

Se antes eu estava em dúvida sobre que tipo de pessoa ele era, nada havia mudado. Eu havia ido para aquela sessão esperando melhorar a primeira impressão nada boa que tive dele. Havia tentado manter os olhos nos dele e tentado não ficar mexendo as mãos o tempo todo, para que ele tivesse uma melhor boa impressão de mim também. Mas a única coisa que eu tinha conseguido desde que saí de lá, foi me sentir ainda mais caótica de que quando entrei.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, meu povo, o que acharam? Espero que tenham gostado! Bom, me diguem nos reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ele e Eu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.