When I Saw You. escrita por Honey Moon


Capítulo 4
Aquele da chuva.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo curtinho geeente, logo mais volto com um capitulo mais elaborado haha
Boa leitura!



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Acordo cedo em pleno sábado, fico enrolando para sair da cama. Ao me virar vejo uma caixinha preta em cima da minha mesa de cabeceira. Aquela caixinha me fez ter uma péssima noite de sono. Fico encarando ela até escutar uma batida na porta, levanto e vou até ela.

— Kagome querida, você tem teste de arco e flecha hoje - Minha mãe diz me entregando a roupa de sacerdotisa - Vai precisar disso. - Confirmo com a cabeça e fecho a porta.

Desde pequena faço aula de arco e flecha, esperando o dia da cerimonia chegar. Tanto Kikyou quanto eu fizemos várias aulas, Kikyou hoje já consegue manipular o arco com perfeição. Enquanto eu continuo mal conseguindo atirar, muito menos mirar no alvo. Quando eu fizer 18 anos tenho que atirar a flecha pelo arco de fogo, todos os Higurashi's passam por isso. É tradição. Meu jeito desastrado só me mostra mais ainda que nasci na família errada. Tomo um banho rápido e coloco um short e uma camiseta, pego a roupa de sacerdotisa e coloco na mochila.

Coloco meus fones de ouvido e coloco um rock pesado no volume máximo e desço até a cozinha, Kaede já deixou meu copo térmico com café então não demoro a sair. Olho o relógio e vejo que irei me atrasar então ando o mais rápido possível. 

O templo fica a 4 quadras da minha casa, mas se eu pegar um atalho tenho certeza que consigo chegar a tempo, lembro que uma vez que a Sango-chan foi comigo quando pra variar eu também estava atrasada, ela me levou pelas galerias subterrâneas. Essa hora da manhã não deve ter problema, então corro até a rua de trás e desço pelos túneis.

— Como esse lugar pode ser assustador as 10:00 da manhã? - Tomo um gole do meu café e sigo reto, os tuneis são escuros e cinzentos, tem várias entradas mas é só seguir reto.- Sempre reto Kagome, reto! - Digo pra mim mesma tentando acalmar meu coração que já está acelerado. As galerias não são tão pequenas mais o simples fato de ser um lugar fechado me dá a sensação de falta de ar. Começo a andar mais rápido, escuto passos fora do meu ritmo e paro, olho pra trás e não tem ninguém, os barulhos param junto comigo.

— Kagome, você está ficando louca! - Balanço a cabeça com força e volto a andar, depois de alguns segundos o barulho de passos volta e agora mais acelerado, olho pra trás e bem na curva do primeiro túnel vejo uma leve sombra agora parada. Acelero meus passos o mais rápido possível, quanto mais os passos parecem se aproximar eu corro. Saio correndo como uma maratonista até a saída das galerias que dá de frente para o templo. Não paro de correr até entrar no templo, fecho a porta do vestiário feminino e deixo minhas pernas falharem. Será que estou ficando maluca, paranoica? Espero me acalmar um pouco, coloca a roupa de sacerdotisa e vou fazer a prova que já estou atrasada.

Ao passar pelo longo corredor vejo meu reflexo, com essa roupa pareço mais velha, passo a mão sobre o meu cabelo solto, suas ondas não estão bem marcadas e se não fosse pela falta da franja, aposto que seria confundida com Kikyou.

— Tem algo errado em não querer parecer com você? - Digo para mim mesma no espelho.

— Kagome! Estou te esperando a mais de uma hora! - Minha professora grita no fim do corredor - Vamos logo!

— To indo! - Saio correndo.

 

—-

 

— Kagome, eu não sei o que acontece com você. - Kagura senta ao meu lado no chão da varanda.

— Todo mundo acha que eu não me esforço o suficiente em nada, só que eu me esforço absurdamente em tudo! 

— Ninguém pensa que você não é capaz Kagome-chan, eu treino com você a anos, e vejo que você sabe usar o arco-flecha mas algo te trava, isso é medo. Você não tem que ter medo. - Ela coloca a mão sobre a minha.

— Eu sei, mas eu to com medo de tudo ultimamente, essa historia de noivado tem me causado pesadelos e ainda tem essa cerimonia idiota, será que eu não posso escolher o que quero da minha vida? Isso é pedir demais? - Minhas lágrimas descem assim como a chuva.

— A vida nunca é do jeito que queremos, e sim, você pode escolher o que quer fazer na sua vida, mas tem que lidar com o que vai acontecer. Você se sente sombra da Kikyou, e você não é.

— Porque está dizendo isso?

— Porque quando está sozinha acerta no alvo, quando ela aparece você esquece até como colocar a flecha no arco Kagome! - Sua expressão séria se mantem - Você é tão maior do que pensa. - Seus olhos avermelhados estão fixos em mim. Kagura sempre foi diferente dos outros instrutores. Ela conversava comigo como se fosse uma amiga, me dava bronca quando necessário e o melhor, não me confundia com a Kikyou.

— Eu vou trabalhar nisso. - Ela se levanta e estende a mão pra mim.

— Eu sei que vai. Te espero aqui na semana que vem. - Seguro a mão dela e levanto. Descido não trocar de roupa, como não trouxe guarda chuva e estou precisando pensar, vou caminhando tranquilamente na chuva, na verdade é só uma garoa e não é o suficiente para encharcar minhas roupas. Aquele anel de noivado, quando eu chegar em casa não vou poder fugir dele.

 

FLASH BACK ON

 

Sango e eu subimos as escadas correndo, ao entrar no meu quarto vejo um buquê de rosas vermelhas em cima da cama e ao lado tem uma caixinha preta, um bilhete está colado nela." Espero que possa usa-lo, eu deveria ter dado na noite do jantar de noivado mas, achei melhor não entregar na frente de toda aquela gente. Srt. é importante que o use. S. Taisho.". Sango pega o bilhete da minha mão.

— Nossa, que coisa mais fria! - Ela diz ao ler o bilhete.

— O que você queria? Uma declaração de amor? - Dou um riso sem graça, pego o buquê e jogo no lixo. Sango pega a caixinha e abre, dentro tem um pequeno anel dourado com uma pedra extremamente grande cristalina como gelo.

— Pelo menos o anel é bonito. - Ela diz o analisando.

— Parece um ringue de patinação para ratos na verdade.

— Ué amiga, a pedra é enorme por que né? Afinal é a familia Taisho! - Eu reviro os olhos, pego o anel da mão dela e enfio na caixinha de volta.

 

FLASH BACK OFF

 

Escuto uma buzina ao meu lado e dou um pulo, parece o mesmo carro preto do outro dia. O carro para no sinal e eu tento andar mais devagar para ele ir embora. Mas não dá certo, e quando eu passo ao lado, o vidro da janela lateral traseira abre. Um homem moreno e de terno sorri pra mim.

— Gostaria de uma carona moça? - Seus olhos são escuros mas tem um brilho que me incomoda. Parece que eu já o vi em algum lugar. Esse ar aristocrático me lembra muito o Sesshoumaru. Apesar dele parecer bem mais simpático que ele.

— Ah não, obrigada. - Acelero o passo mais o carro me acompanha.

— Mas está chovendo, vai estragar essa sua linda roupa de sacerdotisa. - Ele sorri, um sorriso lindo na verdade - Vamos, entre. Eu não deixaria uma linda moça andando sozinha na rua nessa chuva.

— Não. Obrigada, eu agradeço de verdade. - Dou meia volta e entro em uma rua lateral. O carro fica parado por mais um tempinho, antes de subir o vidro e seguir caminho. Meu coração parece desesperado, tenho certeza que era o mesmo carro do outro dia. 

Chego em casa completamente encharcada. 

— Kagome! O que houve com você?! Está palida como cera!  - Minha mãe corre ao meu encontro.

— Nada só peguei uma chuvinha - Sorrio docemente, ela segura minha mão e vê como estou gelada.

— Vá trocar essa roupa molhada e não entre no banho agora, pode desmaiar com o calor! - Ela grita quando estou subindo as escadas.

Entro no meu quarto e vejo a janela aberta, está molhando levemente o tapete, os pingos da chuva. Tenho quase certeza que deixei aquela janela fechada. Vou até o banheiro e ligo a torneira quente da banheira, coloco meus sais favoritos e ligo uma música tranquila. 

— Só um banho rápido não tem problema, né? - Tiro a roupa e entro dentro da banheira. Escuto um barulho no quarto - Mãe? É você? - Sem resposta - Devo estar maluca ... - Balanço a minha cabeça tentando afastar os pensamentos ruins. Coloco uma toalha na beirada da banheira e encosto minha cabeça nela. Deixo o frio ir embora e sou envolvida numa bolha de conforto.  Como dormi mal sinto meus olhos pesando conforme vou relaxando. O cheiro de lavanda me envolve e me acalma. Acabo adormecendo sem me dar conta que a porta do banheiro estava sendo trancada. O vapor da água me entorpece e eu acabo adormecendo.


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Notas finais do capítulo

Até a proxima pessoal!



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